Jorge Trabulo Marques - Jornalista e coordenador do evento - Vamos saudar a claríssima Luz que dará a última tonalidade e sabor aos frutos, com os esplendorosos raios solares da estação que se despede em mil aguarelas e cores do Verão
NASCER DO SOL NA PEDRA DA CABELEIRA, ALDEIA DE CHÃS, EM FOZ CÔA, ASSINALA A ENTRADA DO OUTONO – 22-09-21 – 08H00
A estação marcada por migrações de aves e animais e pelas colheitas e o cair da folha de muitas árvores
e vinhas, é recebida quarta-feira, 22 de Setembro, no recinto amuralhado do
Santuário Sacrificial da Pedra da Cabeleira, localizado numa zona castreja em
Chãs, concelho de Vila Nova de Foz Côa.
Participe - Celebre connosco a Estação das Colheitas e
dos Frutos. De forma simples, livre e descomprometida, mas com o coração
e o peito abertos, ávidos de esplendorosa consolação, de purificadora energia e
sublime beleza! Não vamos envolver-nos em despesas, pois os tempos vão
difíceis, a festa fica ao critério de cada um: se tiver um instrumento pode
utilizá-lo. Só na Primavera e no Verão, contaremos com os gaiteiros ou outro
tipo de música adequada. Mas vamos estar lá e ler (e pedir para ler) alguns
poemas alusivos ao momento. Se puder. não falte: a imagem que
poderá contemplar, estamos certos, valer-lhe-á por um milhão de palavras
- Sim, se lá for, não se arrependerá da magia telúrica do local e do
esplendor solar que não deixará de lhe harmonizar a alma, deslumbrar-lhe
os sentidos, maravilhar o seu olhar.
Vídeo registado na véspera do equinócio da Primavera - dois dias antes ou dois dias depois, a diferença é mínima da passagem dos raios solares pelo eixo da gruta em forma de semi-arco (olho de Horus)
Vídeo registado na véspera do equinócio da Primavera - dois dias antes ou dois dias depois, a diferença é mínima da passagem dos raios solares pelo eixo da gruta em forma de semi-arco (olho de Horus)
Na cerimónia evocativa do Equinócio do Outono, - momento em que a Terra é iluminada pelo Sol de igual modo nos hemisférios norte e sul - serão lidos poemas e recordados os seus autores, tal como tem sucedido em celebrações anteriores
O enorme penedo está orientado no sentido nascente-poente e possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca de 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no seu eixo no momento em que o Sol se ergue no horizonte, proporcionando uma imagem invulgar - Num local agreste mas encantador - Longe do habitual bulício urbano, em perfeita comunhão com a Natureza e de olhos postos numa das mais belas imagens solares.
A observação do alinhamento solar decorre, entre as 08.00 e 08.30, no lugar das Quebradas-Tambores, num rochoso planalto que se ergue sobranceiro ao Vale da Ribeira Centeeira, que toma também o nome de Ribeira dos Piscos, quando deixa o amplo e aprazível vale, no sentido Sul-Norte, que a ciência define como "Graben" de LONGROIVA e se desvia a leste para um estreito e abruto o canhão xistoso, em cuja foz com o Rio Côa, se situam alguns dos principais núcleos de gravuras rupestres classificados como Património da Humanidade.
Alcandorado
na vertente do afloramento granítico, conhecido pelo maciço dos Tambores e num
ponto predominante, existe ainda um outro calendário pré-histórico, conhecido
pela Pedra do Sol, apontado ao pôr-do-sol do dia maior do ano. onde decorrem as
celebrações do Solstício do Verão, já consideradas como o Stonehenge português.
A primeira
referência ao Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora. foi
feita por Adriano Vasco Rodrigues, no seu estudo publicado em 1982, sobre a
História Remota de Meda., que o classificou como local de culto ou de
sacrifícios.
Jorge Trabulo Marques, jornalista, filho da terra e dinamizador do evento, que foi quem se apercebeu, pela primeira vez, no equinócio de Setembro de 2001 e 2003, que, ambos os majestosos monumentos megalíticos, além de terem sido cultuados pelos antigos povos, que se fixaram no planalto e nas suas vertentes rochosas, de cuja passagem por esta área, persistem abundantes vestígios, os teriam também utilizado como postos de observação astronómica nas suas festividades e nos seus rituais, com um forte pendor e ligação à agricultura, à fertilidade e às estações do ano, aproveitando os abrigos naturais dos penhascos e a fertilidade do vale sobranceiro,
Video registado na véspera do solstício do Verão
“Na anta da Cunha·Baixa (Mangualde), a que me referi a cima, Pág.71, encontrei um objecto de granito, com a conformação indicada na figura 73: o objecto tem de comprimento 1m,20 e de maior largura om,20, apresentando ao longo uma serie de sulcos feitos com toda a regularidade; estava deitado à entrada da camara. Não me parece fácil determinar precisamente o uso d'este objecto. Nunca vi outro igual, conquanto tenha encontrado dentro das antas pedras mais ou menos compridas e irregulares, que talvez lá não fossem postas sem especial intuito I. Num livro do sr. Joly s vem o desenho de um objecto que represento na fig. 74, o qual não deixa de ter alguma parecença com o de cima, embora talvez seja muito menor, e de outra substância; o A. denomina-o registre-se de comptes, Inclino-me a crer que o objecto Cunha-Baixa representa um troféu, designado os sulcos
De facto, a avaliar pelos vestígios
arqueológicos, já estudados, o maciço dos Tambores, é um importantíssimo livro aberto da pré-história: sobranceiro a um dos mais belos e férteis vales da hidrografia do Vale do Côa, ali se refugiaram povos muito antigos, nomeadamente do neolítico, calcolítico, da idade do ferro e do bronze, que, aproveitando os naturais abrigos, as cavernas abertas nos enormes megálitos, as concavidades e grutas dos encastelados afloramentos, ali implantaram os seus acampamentos, valendo-se de grotescas lascas e pedras soltas, de cujas construções ainda prevalecem abundantes vestígios -
Ali sepultaram os seus mortos, cultuaram os seus deuses, ergueram sagrados altares, que tanto podiam servir como locais de culto e de sacrifícios, como de espantosos observatórios astronómicos. - Assim o testemunham os vários alinhamentos sagrados, já descobertos - direcionados com o fim e o inicio de cada estação do ano - Assim o testemunha o olhar maravilhado de todos aqueles que têm assistido às nossas festas e celebrações, junto desses mesmos altares.
Adriano Vasco Rodrigues |
Assim, como Tom Graves: o radiestesista e escritor inglês,
vindo
"Eu sou a Luz do Mundo, diz o Senhor" |
Diz o distinto investigador - Moisés Espírito Santo - "Visitei o monte dos Tambores para observar o calendário rupestre e dei particular atenção aos nomes dos sítios e das pedras que constituíram o calendário. Vou interpretá-los neste artigo"Diz o distinto investigador - Moisés Espírito Santo - "
Houve um tempo, já recuado, ou seja o tempo da cultura megalítica, em que, gigantescas pedras foram erigidas e transformadas em dolmens, cromeleques, menires, megálitos, e, mais tarde - em posteriores civilizações - , toscamente estilizadas e talhadas em enormes estátuas, como sejam as, actualmente famosas estátuas da Ilha da Páscoa, enigmáticas figuras gigantes com os olhos voltadas ao céu, ou ainda, nos Andes, a não menos impressionante estátua de Tihahuanaco, ou da gigantesca porta do sol, talhadas num único bloco de andesite, presume-se que da cultura Asteca, expressando a mais estreita aliança entre o céu e a terra e a união do espírito com a matéria - Isto para já não falar do circulo de Stonehenge. das famosas pirâmides do Egito e de outros imponentes altares do género, noutros pontos das Américas, da Europa (Grécia, Inglaterra, por exemplo)China, Índia, e em tantos outros pontos do mundo. Os templos do sol, no afloramento granítico dos Tambores, Mancheia e Quebradas, fazem parte dessa majestosa herança.
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