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sábado, 18 de setembro de 2021

Celebração do Equinócio – 22-09-21 às 08H00 – Saudando a estação das colheitas, com momentos de poesia e recordando a memória de Bruno Navarro, Presidente da Fundação Côa Parque – Falecido em 30-01-21 - aos 44 anos – Uma figura que deixou as melhores recordações nesta nossa região e no país.

Jorge Trabulo Marques - Jornalista e cordenador do evento  

Ver também o anterior https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2021/09/equinocio-do-outono-22-09-2021-e.html
 A entrada da estação mais nostálgica e romântica do ano, das colheitas e dos frutos, momento em que a Terra é iluminada  de igual forma no hemisfério sul como no hemisfério norte, vai ser celebrada, no próximo dia 22, às 08.00, no afloramento granítico  dos Tambores, aldeia de Chãs, de Vila Nova de Foz Côa,  no interior do recinto amuralhado do Santuário Sacrificial da Pedra da Cabeleira de Nª Sra – Com momentos de poesia e recordando a memória de duas personalidades, muito estimadas e admiradas na nossa região, falecidas em Janeiro passado, com uma diferença de escassos dias - Bruno Navarro e Manuel Daniel 


O enorme penedo, que é suposto ter servido de antigo local de culto e de posto de observação astronómico,  está orientado no sentido nascente-poente e possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no seu eixo no momento em que o Sol se ergue  no horizonte, proporcionando uma imagem invulgar.


Celebração do Equinócio do Outono  – 22-09-21 às 08H00 -   Nos templos do Sol, saudamos os ciclos da Natureza, com momentos de poesia, iluminados pelo esplendor solar e por  sons musicais, desde violinos, violas ou gaitas de fole, sempre que nos é possível, mas também honramos  e recordamos os belos exemplos humanos nas mais diversas facetas culturais e sociais

Desta vez, a nossa saudação especial, vai para a memória de  Bruno Navarro, Presidente da Fundação Côa Parque e membro do Centro Universitário de História das Ciências e da Tecnologia da Faculdade de Ciências de Lisboa, que a prestigiada  Faculdade classificou  de  “um historiador e investigador de reconhecido mérito do nosso centro de investigação, com quem colaborou desde sempre, com empenho, dedicação e generosidade”.

 Faleceu no dia 30 de Janeiro deste ano, aos 44 anos, devido a doença súbita, considerado um historiador de elevadíssima qualidade, dedicado e devotado dirigente da Fundação Côa Parque, desde 2017 ,  a que deu  especial visibilidade e projeção – Trabalho esse enaltecido também  pela Associação dos Arqueólogos Portugueses, considerando, que,  graças às suas elevadas qualidades humanas e capacidades de gestão, depressa conseguiu conquistar as boas graças dos cerca de 50 trabalhadores que integram os quadros da Fundação Côa Parque, bem como a aceitação generalizada da Comunidade Arqueológica"

Bruno Navarro,  nasceu em Coimbra, em 1977, mas viveu na freguesia de Freixo de Numão, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, até terminar os estudos liceais. Licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde fez também mestrado em História Contemporânea. Doutorou-se, depois, pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, com uma tese sobre o contributo da engenharia portuguesa para a construção do império colonial no final do século XIX e primeiras do século XX.


RECORDAMOS TAMBÉM A MEMÓRIA DO POETA MANUEL DANIEL  

Esteve neste local, há um ano, associando-se à singela homenagem que lhe prestámos – Era um dos nossos queridos amigos dos Templos do Sol – Uma personalidade muito querida e admirada da nossa região – Deixou-nos, 4 meses depois, em 21 de Janeiro de 2021, vitima da Covid-19

Declarou, então, estas expressivas palavras, acompanhado de sua esposa e um dos filhos, por enfermar de profundas limitações visuais


Jorge Esteves - Dedicado Repóter da RTP

Viemos aqui espreitar a história! Viemos aqui procurar um contato com aqueles que já viveram aqui a sua vida e gastaram aqui as suas preocupações!... E, sobretudo, interrogaram-se, como ainda hoje nos interrogamos por quatro grandes pilares: o ESPAÇO, A VIDA E O ALÉM!

VIEMOS AQUI ESPREITAR A HISTÓRIA –

Este, meus amigos, é um ato de iminente cultura popular! Isto é um modo de sentir, aquilo que, de mais vivo e mais puro existe na Terra e pode ser compreendido por todos os homens! “ – Começou por sublinhar, Manuel Daniel - Poeta, dramaturgo, jornalista e advogado, homem culto e humanista, talento  multifacetado e de rara sensibilidade, autor de uma vasta obra literária, natural de Meda, concelho limítrofe  do termo desta aldeia, figura muito querida e prestigiada  na nossa região, atualmente invisual, residente em V.N. de Foz Côa, desde há vários anos, onde  casou, exerceu advocacia e continuou a dedicar-se à causa pública.


"O Dr. Manuel Daniel não é apenas uma memória viva para todos nós, como é um amigo de há muitos anos. – Sublinhou  o Dr. João Paulo Lucas Donas Botto Sousa, Vereador da C.M. de V. N. de Foz Côa

OPORTUNIDADE PARA REFLEXÃO - Este o sentido das palavras proferidas pelo Padre Diogo Martinho: estar aqui, na presença de alguém que é produtor da cultura, ou pelo menos dizedor da cultura, com pessoas que apreciam esta mesma cultura, é para mim uma alegria muito grande

Profundo estudioso, um homem de cultura, tendo dedicado muitos anos da sua vida à função pública e à vida autárquica, cujos olhos, desde há alguns anos, tinham deixado de ver a luz do dia, despediu-se da vida,–aos 86 anos - Faleceu no Hospital da Guarda, onde havia sido internado,

Uma vida intensa e multifacetada, pautada pela dedicação mas também pela descrição. Desde, há alguns anos, vinha debatendo-se com extremas limitações da sua vista, por ter ficado completamente cego, no entanto, nem por isso, dentro do que lhe era possível e com apoio amigo da família, lá ia compondo os seus versos e editando livros. Em cujos poemas perpassa o que de melhor têm a poesia portuguesa - Dominando com mestria os mais diversos géneros poéticos e neles se expressando, a par de um profundo sentimento de religiosidade, o amor à terra, à natureza, aos espaços que lhe são queridos, suas inquietações e interrogações, sobre a efemeridade da vida e o destino do Homem

Na poesia de Manuel Pires Daniel, não há jogo de palavras mas palavras que vêm do coração, que brotam naturalmente, como água da melhor fonte, que corre das entranhas do xisto ou do granito da nossa terra.

Um coração de poeta, muito admirado e querido, cuja sua obra intelectual, se estende em todos os géneros literários, perfeitas maravilhas de naturalidade , de graça, finura e sensibilidade, que encanta, sorri e toca profundamente quem glosa a sua poesia ou a sua prosa.

Os seus belos versos faziam parte das tradicionais celebrações evocativas nos Templos do Sol , onde tivemos a alegria e o prazer de contar com a sua amável presença, por várias vezes, sendo a última no Equinócio do Outono, dia 22 de Setembro 2020, onde foram lidos poemas de sua autoria e o homenageámos. - Ele que também, até, já havia participado na homenagem, que prestámos, na Pedra dos Poetas, Fernando Assis Pacheco, cuja imagem aqui recordamos - Justamente no mesmo local, onde o então jornalista e poeta, erguera os braços, um mês antes da sua morte, aquando de uma reportagem no Vale do Côa.


O paisagista inspirado, por genuíno temperamento de artista, que soube conservar e realçar todo o encanto da graça virginal da alma campesina e do realismo forte destas terras; o panteísta nato que extasia e enche de ternura, de empolgante enlevo e emocionante saudade, o espírito de quem o lê, sulcado por emoções, lavradas por suave harmonia e o doce e inebriante perfume de terra virgem, plena de misticismo e de mistérios sedutores e fecundos

O autor dos maravilhosos espectáculos rurais e da natureza envolvente, que mais terão impressionado a retina dos seus olhos, enquanto a mesma não foi toldada pelas trevas do fatalismo cruel da cegueira, mas que, mesmo assim, tão minuciosamente continuava a desenvolver, entremeando-os de episódios encantadores e de uma saudável originalidades bem genuína

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