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quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Celebração do Equinócio do Outono 22-09-2020 – Chãs- Foz Côa – “VIEMOS AQUI ESPREITAR A HISTÓRIA – Num ato de iminente cultura popular! Um modo de sentir, aquilo que, de mais vivo e mais puro existe na Terra e pode ser compreendido por todos os homens” – Sublinhou o poeta invisual Manuel Daniel, junto ao portal de um calendário pré-histórico e altar sacrificial no Maciço dos Tambores.

Jorge Trabulo Marques - Jornalista - 

   A manhã do primeiro dia do Outono, nos amplos espaços das quebradas da aldeia de Chãs, no concelho de V. Nova de Foz Côa, foi brilhante de sol, com algumas névoas brancas dispersas pela abóbada celestial, sim, aqui, no maciço granítico do planalto dos Tambores e Mancheia, onde termina a meseta ibérica, com os seus monumentais e majestosos penhascos, a partir do qual se erguem as íngremes ladeiras do xisto, o tal Reino Maravilhoso, sublimado por Miguel Torga, dir-se-ia que o inicio do Outono, foi primoroso, se bem que, a partir do principio da tarde, os céus se  viessem a  toldar com alguns sopros de vento

Manuel Daniel, disse naquele  antiquíssimo e sagrado  altar: " Continuamos a ser perseguidores das preocupações que ocuparam os homens primitivos”: “E aqui estamos: a interrogarmo-nos a nós próprios, a saber quem somos, o que queremos! O que fazemos!...” Palavras do poeta invisual, jornalista, advogado e dramaturgo, Manuel Daniel, na sua expressiva alocução, em resposta ao poemas lidos e aos elogios preferidos na auspiciosa manhã do primeiro dia do Outono, no maciço granítico do planalto dos Tambores e Mancheia, onde termina a meseta ibérica, com os seus monumentais e majestosos penhascos e enigmáticos megalíticos, seus ancestrais postos de observação astronómica e locais de culto.


A celebração, teve a cobertura de uma equipa de reportagem da RTP, através da sua delegação na Guarda, dirigida pelo jornalista, Jorge Esteves,  que  já aqui havia estado na divulgação das nossas primeiras celebrações, um excelente profissional, que,  desde há vários anos, vem desenvolvendo um notável trabalho de cobertura da nossa região,  a  cujo empenhamento, muito lhe devemos.  A reportagem foi transmitida por volta das 19 horas, no programa” Portugal em Direto" um espaço de informação nacional apresentado pela jornalista Dina Aguiar.

POUCOS MAS VIVENDO CALOROSAS EMOÇÕES  DE CONVÍVIO E DESLUMBRAMENTO – Nomeadamente, ao testemunharem a entrada dos  raios solares na gruta, que se abre em forma de semi-arco  na base de apoio do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nª Srª,  atravessando-a de nascente a poente, no momento em que o sol começa a  erguer-se por detrás do recinto amuralhado.

Na cerimónia evocativa, pudemos  contar com a presença pessoal do   Dr. Manuel Pires Daniel, que nos deu o prazer e alegria de associar à celebração,  acompanhado de sua esposa, Maria Alice e seu filho Pedro Daniel, o Vereador do Pelouro da Cultura de V. N de Foz Côa, Dr. João Paulo Lucas Donas Botto Sousa, o Reverendo Padre Diogo Martinho, Pároco da freguesia de Foz Côa, Pocinho, Santo Amaro e Mós, bem como Presidente da Junta de Freguesia, Carlos Sobral, além dos nossos amigos e colaboradores, António Lourenço, ex-autarca desta freguesia e atual Presidente da Associação Humanitária dos BV de V.N de Foz Côa, Dr. José Lebreiro, Adriano Ferreira, Ângelo Dinis e Agostinho –  Foram lidos poemas de autoria do homenageado e do Bispo da Diocese de S. Tomé e Príncipe, Dom Manuel dos Santos, recordando a vista que fez a este local, há cinco anos, além de outros versos alusivos ao sol..  

VIEMOS AQUI ESPREITAR A HISTÓRIA –

Este, meus amigos, é um ato de iminente cultura popular! Isto é um modo de sentir, aquilo que, de mais vivo e mais puro existe na Terra e pode ser compreendido por todos os homens! “ – Começou por sublinhar, Manuel Daniel - Poeta, dramaturgo, jornalista e advogado, homem culto e humanista, talento  multifacetado e de rara sensibilidade, autor de uma vasta obra literária, natural de Meda, concelho limítrofe  do termo desta aldeia, figura muito querida e prestigiada  na nossa região, atualmente invisual, residente em V.N. de Foz Côa, desde há vários anos, onde  casou, exerceu advocacia e continuou a dedicar-se à causa pública.

Viemos aqui espreitar a história! Viemos aqui procurar um contato com aqueles  que já viveram aqui a sua vida e gastaram  aqui as suas preocupações!... E, sobretudo, interrogaram-se, como ainda hoje nos interrogamos por quatro grandes pilares: o ESPAÇO, A  VIDA E O ALÉM!

O Espaço, continua a ser uma grande preocupação do homem de hoje!.... E logo nesta altura, nos alvores da inteligência, quando o homem começou a ter conhecimento de si próprio, nessa altura o espaço foi a sua grande preocupação: onde estava, nesse Universo, nesse bocado do Mundo!

O tempo!... Também o homem, dos primeiros tempos, dos primeiros alvores do mundo , teve a preocupação do tempo.

O que se está aqui a passar, como medidor do tempo e da história, é um aparelho da própria naturalidade de tudo o que existe!... É uma máquina de verificar o tempo!

O tempo, realmente, tem sido uma luta constante do homem através dos séculos!... Através dessa contagem, o homem consegue desvenda muitos dos seus mistérios, quer nas suas viagens interplanetárias!.... Nas suas relações com os astros, com tudo… com o tempo! 

O que é o tempo?!.... Nós somos uma fração do tempo ou somos uma partícula invisível  desse tempo?...~

A VIDA!... o Homem, teve sempre a preocupação do que é a vida!.. E o que é a vida?.....É aquilo que nós somos! Aquilo que nos foi dado e o além!

Já é outra preocupação do homem! Tal qual como hoje!

O além existe?... Onde começa!....Onde acaba!... Quem está Aquele que é o Senhor do Além!... Onde está esse Senhor?!... Todos o procuramos!... Todos!.... Uns de uma maneira, outros de outra!... Uns chegam, até, ao fim da sua possível procura!... Outros sonham com ela, sem saberem como!

Este, é de facto, um  momento de interrogação para nós!

Continuamos a ser perseguidores dessas preocupações que ocuparam os homens primitivos: aqueles que conseguiram dará conta de si mesmos, através dos seus pensamentos reflexivos!

E aqui estamos: aqui estamos a interrogarmo-nos a nós próprios, a saber quem somos, o que queremos! O que fazemos!... As perguntas continuam a ser as mesmas desde sempre: o que quer dizer que o homem se repete constantemente a si próprio!

Meus amigos:

Estamos aqui numa confraternização cultural, que é muito útil para   todos e que nem tem principio nem tem fim !

Por aqui passaram. Certamente, grandes homens através destes séculos!

Pergunta-me, às vezes, o amigo Jorge Trabulo Marques, se o Miguel Torga, terá passado por aqui?... Terá andado nestes fraguedos!....

Eu aposto que sim, porque, uma vez em conversa com ele, ele me dizia que conhecia Foz Côa, melhor do que eu!....

Como caçador de perdizes, ele percorria lugares aparentemente inóspitos, como este!... Mas este é um lugar muito especial!... Há aqui forças que  nós desconhecemos!

Esta orografia é de uma riqueza maravilhosa!... Exemplar!... E nos cá estamos para contemplar neste pequeno espaço! Aquilo que o homem tem de melhor! … E, certamente, muitos mistérios, que nós adivinhamos! Certamente sentimentos mas não sabemos explicar!

Há aqui um mistério da Divindade!... Um mistério do Homem! E um mistério da vida!...

Pois bem, que a continuemos!...A  interrogação faz parte da nossa maneira de ser!...

Os poetas, serão, talvez, as pessoas que conseguirão examinar!.. Explicar!... Refletir!....

Como diz um escritor italiano, Giovanni Papin , os poetas são os felinos do futuro! Porque são dos tais que dão uns passos à frente dos seus irmãos!... Mas, eles conseguem, de facto, ser uma espécie de profetas, e, através dos eus pensamentos, fazer com que o mundo fque um pouco mais iluminado! E seja mais feliz  e os homens mais irmãos!

Muito obrigado

O  Dr. Manuel Daniel não é apenas uma memória viva para todos nós, como é um amigo de há muitos anos.  – Declarou, o Dr.João Paulo Lucas Donas Botto Sousa, Vereador da C.M. de V. N. de Foz Côa

É bom estar sempre presente nestas iniciativas  - E, nesse sentido, é sempre bom estarmos presentes,   nesta  janela aberta ao Vale da Vilariça, esta falha tectónica que existe aqui

E que possibilitou também, que esta realidade nos leva ao mundo da ancestralidade

Falámos aqui, há muitos anos do nossos antepassados, mas também porque estamos a homenagear  uma pessoa

Eu não considero isto uma homenagem  porque o D. Manuel Daniel vale muito mais de que esta singela homenagem

Eu considero apenas uma sinalização deste homem ter estado sempre presente em todas as iniciativas culturais   da nossa terra, do nosso concelho E, portanto, o dr. Manuel Daniel, é uma memória viva cultural! Uma memória viva, que, no fundo, nos deixa a todos com muita saudade de todos os poemas, de todas as peças teatrais ! De tudo aquilo que ele produziu culturalmente no concelho de Foz Côa 

Eu não tenho palavras, porque é muito difícil falar de um amigo: e , portanto, o Dr. Manuel Daniel não é apenas uma memória viva para todos nós, como é um amigo de há muitos anos. E, como nós temos a possibilidade falar de um amigo publicamente, muitas vezes não temos as palavras mais adequadas para dizer a grandeza de um homem que é o Dr Manuel Daniel

OPORTUNIDADE PARA REFLEXÃO - Este o sentido das palavras proferidas  pelo  Padre Diogo Martinho

Quando eu estava ali a apreciar o enquadramento do sol, o  ritual  do que aqui aconteceu, ia-me lembrando do curso de teologia: no fundo, a cultura náo para de acontecer mas a cultura é o de que mais estagnado existe, justamente indo ao encontro do que se disse aqui: as perguntas são sempre as mesmas 

E estar aqui, na presença de alguém que é produtor da cultura, ou pelo menos dizedor da cultura, com pessoas que apreciam esta mesma cultura, é para mim uma alegria muito grande

Eu vou estar a pensar nisso, durante muitos dias, porque, de facto, desde sempre, o nosso Deus, Cristão, Católico, foi evoluindo  no início da fé por causa das antigas religiões

Este Senhor, Bom Deus, sempre foi associado ao Deus Sol; aliás, o Natal, todos sabemos, não que dizer que Jesus tenha nascido no dia 25, mas essa festa evoluiu por uma festa ao Deus Sol

Portanto, este Senhor do Céu e da Terra, nos abençoe a todos ! E que a cultura seja sempre um elemento transformador

Muitas vezes, as comunidades perdem isso!,,, O que interessa é que as pessoas não parem de buscar a verdade 

O que aqui encontramos o que de mais humano temos, neste símbolos, neste sinais, nesta ligação à natureza Nos aqui encontramos tudo isso, que não é santificado: aqui é a vida concreta! A vida que vale a pena viver! 

Muitas vezes, termos altos voos sem nos ligarmos ao essencial! E isso está sempre em altas quedas também

Por sua vez, o Presidente da Junta Carlos Sobral, ao agradecer a presença de todos, recordou os dias em que, em criança. Correu estas fragas muitas vezes, na altura em que não se dava ainda o devido

 

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