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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Memórias do Bairro Alto - O que resta da antiga Ermida das Mercês, onde o Marquês Pombal foi batizado e sepultado? - Vestígios de esquecimento - Nesse edifício histórico, que tem tido vários usos, existem apenas, lá no alto, alguns traços da torre sineira onde as badaladas dos sinos chamavam pelos fiéis, e, num dos muros, junto ao rés do chão, uma singela lápide que passa praticamente despercebida


LISBOA HISTÓRICA E RELIGIOSA PROFANADAS

A CAPELA ONDE BAPTIZARAM O MARQUÊS POMBAL( E, TAMBÉM, ONDE MAIS TARDE O SEU CORPO FOI VELADO E SEPULTADO ATÉ À TRASLADAÇÃO), BEM COMO A CASA SETECENTISTA QUE A INTEGRAVAM. – SÃO HOJE, SIMPLESMENTE, MEROS ESBOÇOS DE UMA MEMÓRIA HISTÓRICA CAÍDA NO ESQUECIMENTO 



Quem entra  na  Rua do Século, vindo da Calçada do Combro,  abre-se à sua esquerda,  a Travessa das Mercês, em cuja esquina existia a Ermida das Mercês, na qual foi batizado, em 6 de Junho de 1699, Sebastião José de Carvalho e Melo, o célebre Marquês de Pombal, e onde também acabariam por estar  os seus ossos, num túmulo completamente abandonado, durante perto de um século, até que os republicanos em 1923 fizeram a sua transladação para a Igreja da Memória, no Alto da Ajuda.

Todo esse singular conjunto arquitectónico, acabou por ser atraiçoado e profanado na sua essência - num verdadeiro crime de lesa património), culminando por ter os usos mais estranhos àqueles para os quais foram concebidos – designadamente à instalação de uma esquadra, denominada a Esauqdra das Mercês, entretanto transferida para outro local. 
  
Exemplo dos interesses pessoais a sobreporem-se aos valores intemporais ou espirituais.Toda a parte interior do edifício, foi demolida e transformada. Houve obras clandestinas e foram acrescentados pisos para habitação. O rés-do-chão foi destinado a uma esquadra
O piso inferior (sobreloja) com entrada e face voltada para a Rua de “O Século”, já serviu de armazém industrial e também de depósito das sobras do jornal“A Capital”; actualmente é loja de um comerciante holandês. O 1º andar(onde chegou a estar instalada a sapataria da esquadra) é área de residência e de uma tipografia. Os restantes pisos, todos eles foram destinados a habitação.

Dessa antiga ermida, restam as paredes e uma lápide, inscrita num dos muros, que passa praticamente despercebida; e, lá no alto, ainda a estrutura da antiga torre sineira, onde as badaladas dos sinos chamavam pelos fiéis – Agora, o que soa, por ali, nalgumas noites silenciosas, mais do que as vozes soltas e agrestes, por vezes, são gritos que parecem denunciar alguma violência ou a quererem associar-se a algum coro de protestos (vindo do além) contra tanta ímpia tirania...Isto para já não falar do espírito dos mortos que foram sepultados no Cemitério das Mercês (sobre o qual se edificaram outros imóveis), que dava com as traseiras da antiga igreja, apenas separado pela Travessa dos Fiéis de Deus.
“O Marquês de Pombal morreu pacificamente na sua propriedade em 15 de Maio de 1782. Os seus últimos dias de vida foram vividos em Pombal e na Quinta da Gramela, propriedade que herdara de seu tio, o arcipreste Paulo de Carvalho e Ataíde, em 1713."

"Os restos mortais do Marquês de Pombal foram trasladados para Lisboa, onde chegaram a 1 de Junho de 1856, em honroso préstito. Celebraram-se solenes exéquias, sendo o cadáver depositado na capela das Mercês, pertencente aos marqueses de Pombal. Num mausoléu de mármore figurando um modesto caixão colocado sobre dois desengraçados elefantes, que se vê na capela-mor e no lado direito do altar, se encerra o que resta do grande e notável estadista. Em Maio de 1882 celebraram-se pomposas festas em comemoração do centenário da morte do marquês, tanto em Lisboa, como no Porto e na Universidade do Coimbra." 

 OS ANTIGOS BAIRROS ALFACINHAS RESCENDEM DE MISTÉRIOS E ESTÃO CHEIOS DE HISTÓRIAS.

Se as calçadas das suas ruas ou as pedras dos seus edifícios, pudessem falar, oh quantas memórias não teriam para nos contar?! – Porém, mesmo não tendo a certeza que a sua voz não se faça ouvir, avance-se ao seu encontro - de dia ou de noite! Ouçam-se os seus moradores (o que mais ali os prende, fascina ou perturba); atente-se no seu dia-a-dia; nos ruídos que lhes roubam horas de sono ou perscrute-se o silêncio nas horas mais mortas – talvez por isso as mais sedutoras e poéticas! Se o fizer, creia, não se arrependerá: muitas serão as surpresas, com que se deparará, não lhe dando por perdido o seu tempo.


DIÁRIO DE LISBOA – O EXTINTO VESPERTINO QUE, POR DUAS VEZES, PUBLICAMENTE, OUSOU AS PRIMEIRAS DENÚNCIAS – JÁ LÁ VÃO MAIS DE DUAS DÉCADAS. O ALARME PARECE JÁ TER CAÍDO NO ESQUECIMENTO - MAS NÃO DEVE SER IGNORADO


Não se compreende como toda essa profanação terá ocorrido, mas a verdade é que ocorreu. Mas damos voz a um dos mais prestigiados e combativos vespertinos - o Diário de Lisboa - que se publicou entre 1921 e 1990 - a cuja ignomínia se referiu em dois extensos artigos. O primeiro é de autoria de Raul Rego - Foi publicado em 19 de Julho de 1966. O segundo (não assinado e com alguns excertos daquele), em 17 de Fevereiro de 1971. E a que deu o seguinte título: - Uma casa setecentista destruída clandestinamente

"Ainda que pareça incrível, em Lisboa, continua a construir-se clandestinamente. E não apenas simples abarracamentos, mas construções de maior fundo: andares inteiros. Sem respeito pelo traçado conjunto arquitectónico, aumentam-se casas, abrem-se janelas, tapam-se frestas, desfazem-se documentos de pedra.

Até aqui, porém, a Câmara multava, é certo, mas pouco mais além disso ia. E, dono que se julgava ser só seu, o proprietário de verdadeiros patrimónios da cidade desfazia-lhe a história, o jeito, o gosto, a harmonia ao sabor dos seus privadíssimos interesses: a renda. Todavia, agora, o município, na medida do que pode fazer, ainda com extremas limitações, não se limita a multar: impõe um procedimento de reposição estabelecido na lei. E embora seja difícil refazer o que se desfez, no caso das obras clandestinas, a coisa passa a ser obrigatória, imposta, por aplicação da mesma lei, até aqui considerada pouco mais do que letra morta.

É o caso que nos foi confirmado por um porta-voz da C.M.L. – do proprietário do imóvel existente na Rua de “O Século”, esquina para a Travessa das Mercês (onde em tempos estava situada uma ermida que durante anos esteve aberta ao culto) ter sido intimado a repor tudo como estava primitivamente, em virtude de ter procedido a obras clandestinas.

O imóvel foi vendido em 1940 pela Casa Pombal ao Sr. Alberto Lourenço Lopes. Nele está instalada a 3ª esquadra da PSP, que igualmente recebeu obras de beneficiação. Tudo se fez sem que a C.M.L. tenha tido conhecimento do facto.

É curioso que já em tempos – mais concretamente em 19 de Julho de 1966 – o nosso jornal se referiu ao facto de andarem a fazer obras na capela fidalga da ermida das Mercês, onde foi baptizado o Marquês de Pombal. Sobre o perfil da edificação, Raul Rego, escreveu nessa altura: (ver texto integral de Raul Rego) (…) Pois foi esta casa do “museu da cidade” que as obras destruíram.

O mais curioso é que , clandestinamente, tudo se faz ali mesmo nas barbas da Polícia e exactamente por cima da esquadra das Mercês ( que ainda lá mora)ou se se quiser, 3ª esquadra da Polícia, na linguagem oficial."

MAS, JÁ ANTES, EM 19 DE JULHO DE 1966, O DIÁRIO DE LISBOA, SE PREOCUPAVA COM A SORTE DO REFERIDO EDIFÍCIO, ATRAVÉS DA PENA DE UM DOS SEUS MAIS PRESTIGIADOS JORNALISTAS – RAUL REGO, - , CUJO TEXTO AQUI TRANSCREVEMOS NA ÍNTEGRA, COM A DEVIDA VÉNIA:

CAPELA FIDALGA A ESQUADRA DE POLÍCIA OBRAS NA ERMIDA DAS MERCÊS ONDE POMBAL FOI BAPTIZADO 

Na Rua do “Século”, esquinando a frente para a travessa das Mercês e as traseiras viradas à Travessa dos Fiéis de Deus, ergue-se uma construção que foi ermida aberta ao culto e, de memória do homem, não é senão prédio de habitações, de comércio, de indústrias, onde se instalou, há muitos anos já, a esquadra das Mercês, a 3ª esquadra de Polícia, na linguagem oficial.

Todo o século XIX, acompanhou a ermida a sorte da família Pombal”(…) Na capela vazia, se encontrava o caixão com os restos mortais de Sebastião José de Carvalho e Melo, morto na Casa de Pombal, em 1782”
Está em obras o prédio, ainda com o seu ar de igreja, apesar de profanada há muito. É como se o santo tivesse virado ímpio, mas sempre por detrás de carinha seráfica. E o facto é que se continua a falar da ermida das Mercês, mas devoção onde vais tu!
Foi erguida no século XXVII, tendo passado por diversas transformações e aguentado muitas ondas e movimentos de terra, das ruas e das gentes. Revoltaram-se as terras de Lisboa em 1755 e a casa e a ermida permaneceram intactas, não lhes mexeu também o caramatelo municipal que andou por ali muitas vezes, e, desde que a esquadra lá está, serena nas suas paredes.

Calada, toda sossego, muito metida consigo mesmo essa casa virada a três ruas, muito teria que contar se um dia alguém se resolvesse a escrever suas memórias, indo arrancá-las aos arquivos municipais e à lembrança das gerações e gerações de moradores ou passantes desde que os Carvalhos enfatuados da Rua Formosa a ergueram. Quantas carruagens ali viraram para ir impetrar, mais adiante, os favores ou a misericórdia dum senhor omnipotente e que tinha pêlos no coração. O silêncio recatado da ermida até parecia encapuchá-la, de forma que ninguém soubesse que o vira menino de dias, a chorar magoado quando o sacerdote lhe derramou a água lustral e lhe meteu na boca o salda fortaleza cristã. Que ninguém o soubesse!

Bem perto, um pouco mais abaixo, nessa Travessa André Valente, em cotovelo, morou um poeta valdevinos e lá morreu.


Chamava-se Manuel Maria Barbosa du Bocage e foi sepultado em cemitério bem próximo onde apodreceu também outro vate chamado Nicolau Tolentino. Há setenta anos os ossos foram removidos a monte para os campos santos de então e sobre as covas de cultores das musas cresceram prédios

Distinguir mais vizinhos ilustres? Onde está hoje o “Século” era o palácio dos viscondes de Lançada, com o salão famoso de D. Maria Krus por onde passou tudo quanto tinha nome na política, nas letras e na sociedade de há cem anos: Garrett; José Estêvão, que morava mais acima, Rodrigo da Fonseca, Fontes e tantos outros. Em frente da porta clássica da capela, na Travessa das Mercês, foi a redacção da “Revolução de Setembro” de António Rodrigo Sampaio, o homem temível do “Espectro”.Dão para essa frente as traseiras do enorme palácio dos Castro Marim e Olhão, de formosa arquitectura e grande pesporrência mas deixado em meio por a vaidade e os olhos dos edificadores serem maiores do que as suas bolsas. É um dos formigueiros de Lisboa com dezenas e dezenas de inquilinos e entre os mais célebres, além da “Revolução de Setembro” já citada, lembremos o Correio Geral, durante muitos anos, a Confederação Geral do Trabalho, o jornal “Batalha” e, paredes meias, as Juventudes Monárquicas.

A Rua do “Século”, a Calçada do Combro, a Travessa das Mercês, essas permaneceram durante séculos quase tão imóveis nas suas vestimentas como a ermida dos Carvalhos. Mas para Norte houve transformações de tomo, como a daquele convento dos Teatinos onde viveram Rafael Bluteau, D. José Barbosa, Tomás Caetano do Bem e D. António Caetano de Sousa que ali escreveu os monumentais 22 volumes da “História Genealógica”.Acha-se transformado em Conservatório Nacional. Todos esses investigadores, nos seus hábitos negros, de olhos no chão, foram gente familiar à ermida e ali terão celebrado ofícios divinos ou por ali terão passado a caminho de algum tríduo, de um arquivo ou a acorrer a moribundo nas vacas da agonia.

A capela dos Carvalhos

Há três séculos que foi construída essa capelinha pequena, anexa a um prédio simples e os dois se interpenetrando e ocupando a parte poente do quarteirão que começava na Rua do Carvalho, hoje de luz Soriano, com o cemitério das Mercês. Edificação simples, sem adornos supérfluos, com uma torre sineira à esquerda do frontão que tem simplicidade e elegância. As costuras, todas em boa cantaria , corriam o pano do lado do Evangelho pela Rua do “Século” fora até à Travessa dos Fiéis de Deus, a cornija lavrada aguentando, na parte traseira, na excrescência posterior, quadrangular, espécie de nova e larga torre. O cunhal que vira à Travessa dos Fiéis de Deus foi cavado, na parte fundeira, torneado, para dar passagem cabonde a essa via.

O que terá levado os Carvalhos e Ataídes, moradores no seu palácio vasto, onde se encontra desde há anos, a Casa da Madeira, a levantar a ermida, não se sabe. Ela servira de culto e era mostra na sua grandeza. Nos panejamentos e paramentos , como nas pedras de armas, dominava sempre a estrela de oito pontas. Amos e criados, vizinhos e relações assistiam aos ofícios nessa capela.

Lá foi baptizado o futuro Conde de Oeiras e Marquês de Pombal, em 6 de Junho de 1699. Nascera em 13 de Maio desse ano no Palácio da Rua Formosa, filho de Manuel de Carvalho e Ataíde, capitão de cavalaria e fidalgo da Casa Real e de sua mulher . D. Teresa Luísa de Mendonça e Melo

Na capela terão oficiado muitas vezes o irmão do marquês, beneficiado da Sé, Paulo de Carvalho e Mendonça, e seu tio Paulo de Carvalho, lente da Universidade e arcipreste da patriarcal. O primeiro foi inquisidor-geral.

Todo o século XIX, acompanhou a ermida a sorte da família Pombal, que alugou a diversas famílias o prédio da Travessa das Mercês. Na capela vazia, se encontrava o caixão com os restos mortais de Sebastião José de Carvalho e Melo, morto na Casa de Pombal, em 1782.

Esteve lá dezenas e dezenas de anos, esquecido. Da porta ao lado, resvés do cunhal poente da capela, se entrava e entra ainda hoje para a esquadra de Polícia que era um dos inquilinos, e cujas instalações tomavam o segundo piso da capela já profanada. Só o caixão, a meio do piso térreo, e a solidão pesada, enchiam o ambiente em que outrora houvera esplendores, orgulho, luzes de velas e cânticos religiosos.

Em 1923, os ossos dos marquês saíram finalmente da capela onde fora baptizado para a igreja da Memória, em Belém, no sítio onde em noite tenebrosa o Rei D. José escapara por milagre a uma espera de pistolas e bacamartes. Foi o atentado que deu azo ao marquês para aniquilar a nobreza e lhe britar os ossos e o orgulho.

Saiu o caixão do marquês e a casa Pombal alugou o piso térreo da capela á Companhia Aciática, com ferros e aços, e que depois se consagrou também a produtos químicos. Ainda agora o recinto se acha completamente cheio de bidões e ferros. Quando lá entrámos sobre um acervo de caixotes, um galaroz entoou hino de guerra, a chamar o gerente que se achava fora, junto das obras .

Outros inquilinos vieram e se substituíram no resto das instalações. Sobre a esquadra encontra-se ainda a sapataria da Polícia e, ao lado, instalaram-se a fotogravura União e mais quatro inquilinos além do actual proprietário sr. Alberto Lourenço Lopes que comprou o prédio, em 1940, à Casa Pombal.

A esquadra vai ter entrada pela Rua do “Século”

Vai grande a movimentação no pequeno mundo que os Carvalhos da Rua Formosa ergueram há três séculos. A construção é estalada a todo o comprimento e a meia altura da Rua do “Século” para lhe meterem forte viga de cimento. Outras vigas e pilares vão sendo incrustadas e erguidos para sustentarem a esquadra, o armazém de produtos químicos e os demais inquilinos.
O armazém de piso rebaixado irá até mais de meio do prédio. Muitas terras têm sido levadas para descer a construção dando altura para, no conjunto, ser introduzido mais uma sobreloja para a esquadra, cuja entrada ficará a fazer-se pela Rua do “Século”. Presentemente, só vemos vigas e pilares, paredes ancoradas, novas portas que se abrem no pano de muro virado a poente e janelas que se rasgam a meia altura. Mais de quinhentas sacas de cimento foram atiradas para lá. A estrutura do edifício ficará , todavia, a ser a mesma que lhe deram os arquitectos da família Carvalho, e a frontaria da ermida das Mercês permanecerá a mesma, naquele seu ar calmo, sonso, todo religião, quando nem réstias de lausperene ou de missa cantada, nem um altar, nem uma simples vela de cera, por lá passam há mais de meio século. Onde se afundou já o tempo do grande Marquês, dos frades, dos inquisidores dos poetas! Por detrás da face da igreja estão o armazém do comerciante e as instalações da Polícia" - A entrada para a esquadra continuou a fazer-se pela Travessa das Mercês.

AS LEMBRANÇAS DA VELHINHA ERMIDA, PARECE QUE JÁ SE DESVANECERAM NO TEMPO. OS MORADORES DO PRÉDIO E VIZINHOS, COM QUEM FALAMOS, BEM VIVAS, AS RECORDAÇÕES DO INCÓMODO DA EXTINTA   DA ESQUADRA

. As pessoas, com quem falámos, disseram-nos que já ouviram falar que no prédio rosa existiu uma capela onde o Marquês de Pombal foi baptizado. Mas apenas isso. Tudo o mais está associado à vida da esquadra, sobre a qual nos contaram vários episódios, a que nos referirmos noutro post, quando ainda a dita esqudra, ali funcionava

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