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sábado, 31 de agosto de 2019

Torre dos Clérigos - Escalada em 1917 para promover uma marca de bolachas – Por dois artistas espanhóis de circo - “Os Homens Aranha” - Perante o espanto de 150.000 pessoas Um dos quais conhecido pelo Rei das Alturas

Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador - Seja um dos nossos seguidores deste site
Amantes que somos da escalada vertical, aproveitamos para aqui lhe recordar um feito extraordinário, que ocorreu na cidade do Porto, em Julho de 1917 - Com algumas imagens e um vídeo extraído de um filme - E o que é dito da espantosa façanha:

"Portugal vive os tempos liberais da Primeira República e com eles vem a oportunidade de experimentar coisas novas e irreverentes. Como escalar a Torre dos Clérigos sem qualquer proteção, por exemplo. Especialmente se for para promover uma marca de bolachas. Mesmo que não pareça, é uma história real, recordada agora no livro “Porto D’ Honra”. Foi editado este mês pela Esfera dos Livros e escrito por Manuel de Sousa, o autor da página de Facebook “Porto Desaparecido”.

Dois acrobatas espanhóis, José e Miguel Puertollano, pai e filho, escalaram o monumento mais icónico do Porto. Quando chegaram ao topo, tomaram chá acompanhado por bolachas Invicta, uma marca recente que estava a ser promovida na altura. Depois lançaram panfletos para as 150 mil pessoas que estavam na rua a assistir.
Melhor do que tudo, há imagens disso — o feito ficou gravado para a eternidade para se fazer um filme publicitário chamado “Chá nas Nuvens”, produzido por Raul de Caldevilla. As bolachas Invictas esgotaram rapidamentehttps://nit.pt/coolt/livros/sabia-que-a-torre-dos-clerigos-foi-escalada-para-promover-uma-marca-de-bolachas



"A ESCALADA Á TORRE DOS CLÉRIGOS DE 1917. Foi um feito extraordinariamente arriscado, inédito e literalmente Histórico. Dois homens, absolutamente arrojados, trepam é a palavra, por torre acima, qual avenida em perfeita planície, zero graus de inclinação. Sempre acreditei naquilo que meu pai me contou, portanto, neste caso, sempre as palavras valeram mais que mil imagens, que, não as possuía para mas mostrar. Somente agarrados, com a força das suas mãos e o impulso de seus pés, com a energia dos seus músculos, obstáculo após obstáculo, “degrau após degrau”, saliência após saliência” a subida vertiginosa fez-se, ali sem vertigens, sem quaisquer auxílios humano extra, sem quaisquer instrumentos auxiliares, sem uma única corda que seja para ajuda de elevação, sem protecção contra quedas, - nem gancho, nem cinto, nem rede. IMPRESSIONANTE. Assim meu pai me passou a ocorrência, assim hoje os vi. Bem lá no alto, subiram ainda mais alto, ao máximo ponto; ainda deu para fazer trapézio, fazer o pino, içar e acenar a Bandeira Nacional, lançar confettis e, até trepar pelo mastro mais elevado da bandeira; a última exibição no topo.
Contava-me meu pai que, a descida foi tão ou mais exibicionista do que a subida. Bem calculados e bem distribuídos os movimentos e o local onde assentavam os pés degrau após degrau com imensa e absoluta precisão, com a mesma energia como que treparam, com a mesma segurança, porém, talvez, com uma maior ansiedade, com muito maior perigo provocado por aquela razão; a da ansiedade da chegada a chão seguro para receberem os abraços e ovações dos milhares de mirones presentes. Importante história me foi contada para aquele GRANDE FEITO. https://sites.google.com/site/majosilveiro/escalada-a-torre-dos-clerigos-em-1917
  QUEM FORAM ELES?  -O HOMEM-ARANHA ERA DE GRANADA
Estes os corajosos escaladores - pai e filho: "José Puertollano nasceu em Granada em 1873. Mas quando em 1890 fundou o circo mais importante que a Espanha teve na época, o Circo Feijoo (que criou seu nome ao seu fundador, o galego Manuel Feijoo-Salas) que ainda não sabe o que é esse mudará a vida. No Corpus de 1892, esse ano a cidade se prepara para viver o frustrado IV Centenário da Descoberta acima do circo. O jovem José Puertollano aparece diante do circo e explica suas habilidades. É capaz de caminhar em alturas consideráveis ​​sem medo de cair. Um mito de Espanha desde o primeiro século XX acaba de nascer: nossa compatriota será, desde então, o REI DAS ALTURAS.

No circo, Feijóo sentiu aquele que terminou por se tornar sua esposa, outro equilibrador sem medo, com o que fez como duplas mais incríveis da Espanha da época. O circo chegou a Estepona (Málaga) e uma função não pôde ser executada porque havia sido desencadeada uma tempestade sem precedentes. O vento forte ameaçava os telhados da igreja paroquial de Esteponera e o cata-vento já estavam dobrados. Provavelmente, o peso do ferro ameaçará derrubar os telhados, por isso José Puertollano se oferece para desmontá-lo. Ele acabou de perceber que poderia usar sua habilidade para mais do que o circo. Ele sai da empresa, fica para a Morar entre Estepona e Cádiz, na Linha de Conceição seu filho Miguel e inicia uma jornada, que valerá um membro da família e um novo nome: LOS ESCALA TORRES.

Anos depois, descobrimos na Galiza. Alfonso XIII visita Santiago de Compostela em 25 de julho de 1909 para apresentar uma oferta até o momento e inaugurar uma exposição histórica galega celebrada nesse ano sagrado. O jovem rei aguarda uma surpresa e, na Praça do Hospital (hoje do Obradoiro), vê-se como José Puertollano, nascido em Granada, com 85 metros de altura "MAJESTAD". O rei, o presidente do governo, Antonio Maura, e o prefeito de compositores, Francisco Piñeiro, observa ou pára-raios que coroam a Torre do Relógio da Catedral para a nossa compatriota, que se esconde em segredo para dar a conhecer o rei, pois O Cabildo da Catedral ou a proibição de subir; em todo o topo de Berenguela, foi recebido como "como torres de escala de Granada". Para fazer isso, ele subiu ao amanhecer, amarrou-se ao pára-raios,
Horas após essa fachada, Puertollano, nascido em Granada, desejável se aproximar do rei. Não sem dificuldades, ele conseguiu alcançar uma presença real e entregar um memorial ao rei com suas fachadas, além de solicitar a solicitação de Alfonso XIII para escalar como torres de Espanha. A partir desse momento, Puertollano alcançou seu objetivo: ganhar a vida com suas subidas. Uma arquitectura de Compostela ou contrato para pintar torres, pára-raios e milhares de outras tarefas que ele ocupou na Galiza até 1917 (oito anos). A família cresceu e com ela como virtudes que batizariam como HOMEM ARANHA. É o que diz uma imprensa de 1911.

Sendo mais barato que um andaime e causando um entretenimento popular sem precedentes, José Puertollano trabalha nas paróquias de Silleda, nas bases de Mondoñedo, Ourense e Lugo. Nas celebrações de San Froilán de 1910 da capital Luguesa fez delírio. A imprensa nacional ou repete e tem repercussão nacional quando subir para a Paróquia de El Grove para realizar seu trabalho. Como chefes industriais de Vigo e Corunha ou conhecidos até que a popularidade ou o uso de seus filhos Miguel e Glória em suas manifestações sejam incluídos. No início, realizando acrobacias no meio das exibições de filmes. Em março de 1912, em Noya (Corunha), sua esposa morre e o homem-aranha, que já é conhecido como tal, continua na Galiza até 1918.

150.000 pessoas assistiram com espanto no Porto sua ascensão à Torre dos Clérigos.
Um ano antes, em 1917, ele selecionou suas habilidades em Portugal, onde foi expulso depois de ser acusado de espionagem. Uma primeira república portuguesa acreditada que Puertollano era um serviço de espionagem da Alemanha. Estamos no curso da Primeira Guerra Mundial e nossos vizinhos são aliados ingleses. Quando nosso compatriota José decide aceitar uma proposta de Raúl de Caldevilla, suba Torre de Clérigos no Porto para promover uma marca de biscoitos “Petit beurre Invicta” jogam panfletos em quase 150.000 pessoas reunidas lá para assistir a um evento tão interessante e surpreendente quanto o vídeo mostra. no site do Museu de Cinema “Cinemateca Portuguesa” .No início do filme, veja como Raúl de Caldevilla dá um cheque a nossas acrobatas de Granada. Com essas imagens, um filme de Caldevilla registrou um anúncio público intitulado "Um chá nas nuvens". No dia 25 de novembro do mesmo ano, o espetáculo seria repetido na capital portuguesa com uma subida na Basílica da Estrela.
Mas outras promoções permitem os russos nervosos e, finalmente, pedem ao Puertollano que deixa o país vizinho http://www.revistaalhondiga.com/hombre-arana-granadino/

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Equinócio do Outono 2019 - 23 de Setembro - Hemisfério Norte - Celebração às 08.00 no Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nª Srª . aldeia de Chãs, Vila Nova de Foz Côa - Com esplendorosos momentos de luz e poesia

VAMOS SAUDAR O PRIMEIRO DIA DO OUTONO RECORDANDO A BELA POESIA DE JOÃO DE DEUS - Com poemas extraídos livro CAMPO DE FLORES,  que a sua neta, amavelmente  me autografou e ofereceu   - E DO POETA MANUEL DANIEL, natural de Meda, concelho limítrofe  do termo desta aldeia - Atualmente invisual
O Equinócio de outono em 2019 verifica-se em Portugal a 23 de Setembro, exatamente às 08:50. Esta é a hora oficial para o início do outono. - Nós vamos saudá-lo às 08.00 horas no Templo Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nª Srª

Jorge Trabulo Marques - Jornalista e Investigador 


SOL ÍNTIMO

Os olhos sempre que os pus
Fitos no astro do dia
(Parece que se introduz
Tanta luz na fantasia ... )
Sabem o que acontecia?
 Fechava os olhos e via
Do mesmo modo essa luz.

Assim foi certa visão
Que tive por meus pecados!
Nunca uma breve impressão
Em meus olhos descuidados
Deu tamanhos resultados ...
Que é vê-la de olhos fechados,
 Ainda no coração!

João de Deus 
In  CAMPO DE FLORES

NASCER DO SOL NA PEDRA NO SANTUÁRIO RUPESTRE DA PEDRA DE Nª SRª DA  CABELEIRA, ASSINALA  A ENTRADA DO OUTONO 2019


O equinócio de outono é a designação que a astronomia atribui ao fenómeno natural que assinala o final do verão e a chegada da nova estação. É o instante preciso em que o sol cruza o plano do equador celeste, o que decorre em setembro no hemisfério norte e em março no hemisfério sul. https://www.calendarr.com/portugal/equinocio-de-outono/
Os equinócios ocorrem duas vezes por ano, na primavera e no outono, nas datas em que o dia e a noite têm igual duração. A partir daqui até ao início do outono, o comprimento do dia começa a ser cada vez maior e as noites mais curtas, devido ao Sol percorrer um arco mais longo e mais alto no céu todos os dias, atingindo uma altura máxima no início do Solstício de Verão. É exatamente o oposto no Hemisfério Sul, onde o dia 20 de março marca o início do Equinócio de Outono. http://oal.ul.pt/equinocio-da-primavera-2019/




VENHA PARTILHAR OS MAIS ESPLENDOROSOS MOMENTOS DE POESIA E DE ENCANTAMENTO  -

O enorme penedo está orientado no sentido nascente-poente e possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no seu eixo no momento em que o Sol se ergue no horizonte, proporcionando uma imagem invulgar

A observação do alinhamento solar decorre, entre as 08.00 e 08.30, no lugar de Quebradas-Tambores, num rochoso planalto sobre o Vale da Ribeira de Piscos, em cujo curso se situam alguns dos principais núcleos de gravuras rupestres classificados como Património da Humanidade. Oportunidade excelente para celebrar o primeiro dia da estação mais  desejada e florida do ano e principiar bem um santo dia. Num local agreste mas encantador - Longe do habitual bulício urbano, em perfeita comunhão com a Natureza e com os olhos postos numa das mais esplendorosas imagens solares




Quis um feliz caso, que eu pudesse ser o privilegiado dessa fabulosa descoberta, em 2001, tal como a dos monumentos megalíticos que se seguiram, especialmente o da Pedra do Solstício, mercê de continuada investigação, este alinhado com o solstício do Verão, junto do qual, graças a algumas boas vontades, têm decorrido outras celebrações.

 O objetivo destes eventos, não visa  promover qualquer espécie de culto ou de sacrifício, como talvez os povos, que se abrigavam por estas penedias, o terão feito,  mas tão somente o de recuperar, o que,  esses ancestrais costume ou rituais, teriam de mais belo, energético, sagrado e purificador: o estreitamento com as maravilhas concedias pela Mãe-natureza, de que a sociedade atual, tanto se tem divorciado, em favor do supérfluo,  do superficial e do ruidoso

Deus deu-me a graça de me revelar o maravilhoso segredo que esta e outras pedras guardavam, em 2001 e 2002, esquecido na poeira dos milénios  – Além da Pedra do Solstício, alinhada com o pôr-do-sol no primeiro dia do Verão, existe também a  Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, que o povo da minha adeia, há muito conhece: o que desconhecia é que, além de santuário, era também um calendário solar pré-histórico   - 

A pedra fica situada no Maciço dos Tambores-Mancheia, no perímetro do Parque Arqueológico do Vale do Côa, arredores da aldeia de Chãs, concelho de Vila Nova de Foz Côa 

Este enorme megálito com 4, 5 metros de altura e sensivelmente o mesmo de comprimento, é atravessado pelos raios solares do nascer do dia e está alinhado com os Equinócios da Primavera e do Outono  O fenómeno pode ser observado no próximo dia 20, instantes depois da sete horas da manhã

Venha, pois, descobrir e viver momentos de rara beleza e de esplendor!  Partilhar connosco da alegria e do brilho de um espetáculo solar de sublime transcendência, que a leitura de uns belos versos vêm ainda mais sublimar  - 
Podendo desfrutar de uma imagem  verdadeiramente invulgar aos olhos rendidos e pasmados de quem queira gozar do privilégio de se postar frente ao eixo do monumental megálito, assistindo  e vendo abrir-se através de uma graciosa câmara, em forma de uma surpreendente pupila ocular, rasgada de poente a nascente, a que no antigo Egipto chamavam de Olho de Hórus,  o piscar faiscante de um feixe  de  luminosos raios solares, como se de repente, algo de um outro mundo,  lhe  pudesse ofertar  o mais belo cristal ou manjar dos deuses
ESTA É OUTRA MARAVILHA EXISTENTE NAQUELA ÁREA – ALINHADA COM O PÔR-DO-SOL NO SOLSTÍCIO O VERÃO






Na verdade, sítios há que são uma tentação, um verdadeiro centro de emanações e de eflúvios, propensos ao deleite, ao esquecimento e à sublimação. Muitas destes espaços graníticos, são um permanente convite, áurea unção e arroubamento aos sentidos.

Aparentemente, mais lembra terra de ninguém, parda e vazia paisagem de um qualquer pedaço lunar, porém, estou certo que não haverá alguém que, ao pisar o milenar musgo ressequido destas  cinzentas  fragas, ao inebriar-se com os seus bálsamos, subtis fragrâncias, e volvendo o olhar em torno dos vastos  horizontes que se  rasgam  por largos espaços, fique indiferente ao telúrico pulsar, à cósmica configuração e  representação divina, que ressalta em cada fraguedo ou ermo penhasco 

BIOGRAFIA - João de Deus nasceu em São Bartolomeu de Messines em 8 de Março de 1830, filho de Isabel Gertrudes Martins e de Pedro José dos Ramos, modestos proprietários dali naturais e residentes. O pai, também comerciante, era conhecido entre os seus patrícios por Pedro Malgovernado, não que merecesse o cognome pelo mau governo da sua casa, mas pela facilidade em satisfazer as vontades dos filhos, com os quais gastava mais do que podia.[2]
O seminário e os anos de Coimbra
João de Deus era o quarto de catorze irmãos, não lhe permitindo a situação sócio-económica da família aspirar a uma carreira universitária. Estudou latim na sua terra natal e ingressou no Seminário de Coimbra, então o único caminho para prosseguir estudos aberto aos menos abonados. Em 1850, aos 19 anos de idade, não tendo vocação para a vida eclesiástica, ingressou na Universidade de Coimbra como estudante de Direito.[1]
Preferindo as belas artes à ciência do direito, envolvido na vida boémia coimbrã, teve na universidade um percurso académico conturbado, com diversas interrupções e reprovações por faltas. Apenas se formou dez anos depois de ter ingressado, em 13 de Julho de 1859, e mesmo assim por instâncias e ameaças dos seus condiscípulos, entre os quais se incluía a melhor intelectualidade da época.

Logo no ano de ingresso na universidade revelou o seus dotes líricos, escrevendo versos que circularam manuscritos no meio académico e com os quais obtinha modestos rendimentos que ajudavam na sua parca subsistência. De 1851 conhece-se o poema Pomba e a elegia Oração, a qual foi a sua primeira obra publicada, tendo saído a público na Revista Académica em 1855, tendo merecido imediata aclamação pública.[1] – Prossegue em https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_de_Deus_de_Nogueira_Ramos



Neta de João de Deus, o autor da Cartilha Maternal (1876), e filha do pedagogo João de Deus Ramos, foi inscrita na toponímia de Lisboa a também educadora Maria da Luz Ponces de Carvalho, pelo Edital de 03/07/2008, no eixo pedonal entre as Malhas 19 e 20.1 do Plano de Urbanização do Alto do Lumiar que passou a ser um Jardim, com uma área de 0,37 ha, na então Freguesia da Charneca e hoje, de Santa Clara.
Maria da Luz de Deus Ramos Ponces de Carvalho (Lisboa/27.06.1918 – 08.12.1999/Lisboa), nascida alfacinha na freguesia de São Sebastião da Pedreira,  foi a principal continuadora da obra de seu avô e de seu pai, exercendo a partir de 1943 trabalho educativo nos Jardins-Escolas João de Deus e leccionando em simultâneo a disciplina de Educação Sensorial no Curso de Educadoras de Infância pelo Método João de Deus.
Bacharel dos cursos de preparação de Professores Adjuntos do Ensino Técnico e Profissional da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e ainda, com o curso de Ciências Pedagógicas da mesma Universidade, participou ainda em 1943 na fundação do primeiro Curso de Educadores de Infância que muito contribuiu para impulsionar a educação Pré-Escolar e Pré-Primária. Maria da Luz Ponces de Carvalho também fundou a Escola Superior de Educação assim como, em 1979,  o Comité Português da OMEP – Organização Mundial de Educação Pré-Escolar, entidade que em julho de 2000 a tornou seu Membro Honorário.
Eleita Presidente da Direcção da Associação de Jardins-Escolas João de Deus no ano de 1955 – que manteve até ao seu falecimento – ainda editou em 1997 um Guia Prático da Cartilha Maternal (1997) para facilitar um melhor conhecimento e uso do Método João de Deus e da Cartilha Maternal.

Para além de ter participado em inúmeras conferências, congressos, seminários e colóquios, em constante defesa dos direitos da criança e em prol da educação em Portugal foi agraciada com os graus de Comendador (1985) e de Grande-Oficial da Ordem de Instrução Pública (1990).https://toponimialisboa.wordpress.com/2015/10/12/o-jardim-da-neta-de-joao-de-deus/
HOJE SEUS OLHOS JÁ NÃO PODEM CONTEMPLAR A LUZ DO DIA  - ESTÁ COMPLETAMENTE CEGO  -  Os seus belos versos fazem parte das tradicionais celebrações evocativas nos Templos do Sol   - São indispensáveis.

MANUEL DANIEL –  UMA VIDA INTENSA E MULTIFACETADA – ADVOGADO, POETA, ESCRITOR, DRAMATURGO E O HOMEM AO SERVIÇO DA CAUSA PÚBLICA

 A sua vida tem sido pautada pela dedicação mas também pela descrição. Atualmente, debatendo-se com extrema slimitaçoes da sua vista, por via de ter ficado completamente cego, no entanto, pese tão dura limitação, nem por isso a verbe do poeta se esgota  e, dentro do que lhe é possível, com apoio amigo da família, lá vai compondo os seus versos e editando livros.  Em cujos poemas  perpassa o que de melhor têm a poesia portuguesa -  Domina com mestria os mais diversos géneros poéticos e neles se expressa, a par de um  profundo sentimento de religiosidade, o amor à terra, à natureza, aos espaços que lhe são queridos,  suas inquietações e interrogações, sobre a efemeridade da vida  e o destino do Homem - Em Manuel Pires Daniel, não há jogo de palavras mas palavas que vêm  do coração, que brotam  naturalmente, como água da  melhor fonte, que corre das entranhas  do xisto ou do granito da nossa terra.





Manuel Joaquim Pires Daniel, nasceu  em Vila de Meda (hoje cidade) em 18 de Novembro de 1934. Sem dúvida,  um admirável exemplo de labor e de tenacidade, de apaixonado pelas letras  e de sentido e dedicação ao bem comum. Mal concluiu a instrução primária, aos 11 anos, ei-lo a fazer-se à vida  -   Era ainda uma criança mas já tinha de começar a pensar no futuro.


Uma vida intensa e preenchida - A partir dos 20 anos de idade , propôs-se  e fez os exames do ensino secundário e frequentou, como voluntário, o curso de 1973-1978 da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, por onde veio a ser licenciado.


Advogado, escritor, poeta, dramaturgo,  estudioso, um homem de cultura, tendo dedicado muitos anos da sua vida  à função pública e à  vida autárquica.  A par de vários livros de poesia, colaborações de artigos e poemas na imprensa regional e nacional, bem  como em jornais brasileiros,  prefácios e a coordenação em várias obras, é também autor de 40 peças de teatro, nomeadamente para crianças, 20 das quais ainda inéditas. Muitos dos seus poemas foram lidos por Carmem Dolores e Manuel Lereno, aos microfones da extinta Emissora Nacional, em “ Música e Sonho”,  de autoria de Miguel Trigueiros – Considerado, na época, o programa radiofónico mais prestigiado  - Mesmo assim objeto de exame censório, tal como atestam os arquivos.


Mas não menos relevantes são as letras que vêm a ser musicadas e gravadas  em discos e cassetes -   Interpretadas por  Ramiro Marques, em EP nas canções   “Amor de Mãe” e “Amor de Pai”, pela Imavox, em 1974 – E, também, anos mais tarde, as letras para um “Missa da Paz” e coletâneas temáticas sobre “Natal e Avós” E, com  música de Carlos Pedro, as “Bolas de Sabão”, “Ciganos”, “Silêncio” e outros pomas.
MANUEL DANIEL - NUMA HOMENAGEM AO POETA FERNANDO ASSIS PACHECO - No Solstício do Verão de 2011 - Na Pedra dos Poetas - Nessa altura, seu olhos ainda podiam contemplar os  largos e belos espaços onde aqui ergueu a sua voz





O HOMEM PERANTE O UNIVERSO   - 23/06/2011  “No fundo, com tudo isto, nós queremos interrogar o Universo para saber quem somos e o que fazemos aqui. Em todo este esforço à volta da contemplação do sol, do fenómeno da vida e dos movimentos dos astros, em tudo isto há uma interrogação latente: que é o homem que se está a perguntar a si mesmo, quem é ele e o que faz sobre a terra. Queremos saber através destas celebrações, ainda que o não pensemos, a nossa total identidade” Palavras do Dr. Manuel Daniel, pronunciadas, há dois anos, na abertura do colóquio “Os Templos do Sol “ – É justamente com o objetivo de refletirmos nestas mesmas interrogações, que hoje aqui estamos de novo a celebrar o Solstício deste Verão e prestarmos justíssimas homenagens a quatro figuras admiradas no nosso concelho e na  nossa região – Obviamente, que há outras que mereciam igual destaque – Mas, se Deus assim o permitir, não deixaremos de o fazer em próximas celebrações.








quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Envolto em ténue névoa, fluindo em etéreo véu de brancura e mistério,

HÁ SEMPRE UMA LUZ QUE NOS RECONFORTA - MESMO QUANDO A SOLIDÃO OU A INJUSTIÇA NOS ATORMENTA OU BATE À PORTA



Sob a solidão e o vasto e infinito e diluido teto dos céus, 
caminhando ou repousando quedo
sobre o sagrado solo que me viu nascer, 
minha alma solitária sofre silenciosamente, 
quase a mesma dor, como se ainda navegasse errando 
debaixo da mesma abóboda celestial 
dos distantes e tormentosos mares 
do Equador da África Ocidental!
Por isso, Ó Bom Deus!.. Meu Guia e Bom Pastor!
Na impossibilidade de lá poder voltar, 
Aliviai a  dor do meu angustiado coração
e  consolai-me  ao menos com a imensa saudade
que paira e continua pesando na minha mente


Canto a Deus
a terra e o sol que me viu nascer

Envolto em ténue névoa,
fluindo em etéreo véu de brancura e mistério,
a sós, em perfeita harmonia comigo próprio e com os astros,
longe do bulício da cidade,
longe de tudo, do tumulto da vida e do mundo,
aspirando os odores de terra, das flores e das fragas,
canto o vosso cântico, ó Senhor Deus, meu Sol eterno!
Não, não estou só. Neste sítio tão calmo, de solidão e de espaço.
Tudo é igual a mim. Sou tudo o que me rodeia.
A abóbada do ar que me cobre. A luz que cai do alto e unge os meus olhos.
A pedra que piso e me faz pulsar o peito da adolescência perdida.
A débil névoa que me envolve e me transfigura.
Tudo habita em mim e eu habito o coração de tudo .
Oh, aqui, onde me encontro, não há tempo nem lugar definidos,
tudo é assombro, esplendor,
tudo faz parte do mesmo Deus,
tornei-me seu corpo puríssimo,
uni-me à sua divindade,
tudo tem a matriz do Criador,
Diante de mim próprio, só há eternidade, eternidade! 

Só vejo beleza, só vejo claridade!



sábado, 17 de agosto de 2019

Peregrino da Noite - Buscando a claridade divina


QUE DEUS ME DEIXE CONTINUAR A SER O PEREGRINO NOTURNO QUE SOU PARA VOS LOUVAR NAS NOITES MAIS ESCURAS DE BREU, ENLUARADAS DE PRATA OU COM O MAIS RASGADO CÉU BRANCO E AZUL 

 


Sim, ó azul escuro e profundo! És imortal, ó imensa cúpula
dos altos Céus!....Sozinho, às desoras, neste negro ermo, 
te contemplo ó Luz celestial! 
Envolve-me, com o teu misterioso manto! 
O etéreo azul escuro de Deus!
Não perguntes donde venho, 
quem eu sou, porque estou aqui e onde vou!...
Sim, não rezo nem peço nada – Sozinho, a sós, Procuro-te
e escuto o silencio da Tua Voz