RUI VELOSO – ANOS 80 – MEU
TRIBUTO À VOZ MAIS POPULAR DO NORTE NO
DIA MUNDIAL DA RÁDIO - A BREVE ENTREVISTA QUE ME CONCEDEU MOMENTOS
ANTES DE ATUAR NO ESPETÁCULO DO COLISEU EM LISBOA – “O rock é uma componente essencial
da minha música” – Declarou-me. Mas naquela noite ia tocar quase todas as
baladas dos seus discos, músicas calmas Frisando que “as pessoas têm a mania que as
músicas rápidas é que são as boas, não sei porquê”.
APROVEITO PARA
TRANSCREVER A POSTAGEM, QUE LHE DEDIQUEI, ENTRE OUTRAS NESTE SITE, EM NOVEMBRO
DE 2010
COM ESTE TÍTULO: - PARABÉNS
RUI VELOSO - EM TERRAS INTEIRAS DE PIMBAS, EM QUE TODOS SE IMITAM, CONTINUAS A
SER ÚNICO NA ARTE DE CANTAR E DE SER MÚSICO À
TUA MANEIRA http://www.vida-e-tempos.com/2010/11/parabens-rui-veloso-em-terras-inteiras.html

Sem dúvida, no começo dos anos 80, foi uma
grande pedrada nos convencionalismos do charco. Dos convencidos que inovavam
mas repetiam-se e imitavam-se até ao enfado. Era uma música que trazia uma nova
lufada e incarnava simultaneamente uma personagem da nova geração, que,
desiludida, já dos políticos e, para curtir a falta de guita nas algibeiras,
despontava para as "curtes" ou "speeds". Marcou o
começo de um período e um outro estilo. E o pronúncio dos shoppings e dos
grandes centros comerciais que desertificam a cidade, a massificam e
desumanizam ainda mais, os alvores do flagelo dos ácidos que corroem e matam
como a "estricnina". E (com a sua "camponesa")
até do abandono dos campos. Ele meio agarotado meio romântico de um tempo pós
exageros revolucionários, pós mazelas e fascismos da guerra colonial e
prenúncio dos democratismos fingidos e hipócritas. Que parece jamais ter
sarado. Aliás, se agravaram com a peste dos mercado global e dos liberalismo
selvagens. .Que cada vez mais se reflete nos bairros da fome, da merda, da
solidão e da miséria. E que então parecia já rever-se no próprio intérprete.
Que o denunciava meio a sério meio a brincar. Talvez com mais eficácia das
então já estafadas e comprometidas baladas militantes.

Ele continua a ser a estrela brilhante da
noite ou da manhã que ao mesmo tempo que traz o brilho, alegria; é ainda aquela
que é o bordão do pastor e atenta vigia
Com pena
minha, não o tenho acompanhado nos seus concertos mas sei que continua a ser a
mesma pessoa. Romântico, risonho, folgazão e desprendido quanto baste. Já não
há canções de amor capazes de durarem um dia ou uma noite inteira. Curte uma
trip de beijos e depressa fareja outra na esquina. Não vai nos ácidos mas gosta
de um bom Porto doce e fininho. E, tal como o chico, conhece à distância os
tripados da Ribeira. O seu olhar e o sorriso - onde ainda há muita ternura,
bondade e franqueza - não o desmentem. Elevou-se e popularizou-se no panorama
musical português - e até já foi distinguido com uma das mais altas
condecorações -, no entanto, nem por isso o estrelato lhe subiu à cabeça e lhe
modificou a sua maneira de ser. Os egoísmos e a falsa modéstia não moram no
rosto dele. O Rui é do melhor que o nosso Genuíno Povo tem.

Conheci-o, pela primeira vez, em 1980.
Como o tempo passa!… Ainda o estou a ver a chegar a uma estação de rádio,
acompanhado do David Ferreira: ia ser entrevistado pelo Júlio Isidro, creio que
no programa da Grafonola Ideal. Depois vi-o no programa televisivo “Febre de
Sábado de Manhã. Por essa altura, tive oportunidade de falar com ele. E também
mais vezes: uma das quais, a poucos dias do seu casamento: encontrei-o, já não
sei a onde e teve a amabilidade de me mostrar a sua nova casa: era para os
lados da Avenida da República. Ainda a estava por mobilar. Mas agora já há uns
anos que não o vejo pessoalmente. Espero que um dia calhe. Para lhe dar um
grande abraço: mas que, desde já, aqui já lhe envio, com os desejos de
mais canções, de boa música e muitas felicidades e alegrias - para ele, para os
que acompanham e os que ouvem e admiram. Que os longínquos astros o continuem a
iluminar e a propiciar muitos amigos e admiradores e que nunca se sinta
sozinho: senão na letra da canção mas não no sentimento, nas suas qualidades
artísticas, nas daqueles que o acompanham, na sua extraordinária sensibilidade
e talento, nada falte ao seu generoso coração.

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