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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

OS ANOS 80 DO“ROCK EM STOK” – RÁDIO COMERCIAL-RDP - DE LUIS FILIPE BARROS - O PROGRAMA REFERÊNCIA INESQUECÍVEL DA RÁDIO EM PORTUGAL –


EXCERTO DE UMA EMISSÃO, NA QUAL CHEGUEI A COLABORAR COMO ASSISTENTE DE REALIZAÇÃO - Jorge Trabulo Marques 

O prazer de fazer rádio  - Era assim, Luís Filipe Barros e  o seu programa, Rock em Stock: comunicativo, espontâneo, bem  humorado, inteligente  e participativo.  Uma referência inesquecível para fãs, bandas musicais, discográficas  e também para quem, como eu  com ele participou, como assistente de realização, durante alguns meses, do qual tenho o gosto de aqui recordar, alguns dos momentos de uma das habituais  emissões, que guardo no meu vasto arquivo sonoro de inúmeras  entrevistas e apontamentos de reportagem, que pude realizar como repórter da RDP - Rádio Comercial

 Rock em Stock, sem dúvida, um dos programais mais carismáticos e   históricos da rádio em Portugal -  Seu autor e realizador, Luís Filipe Barros, considerado um ícone da rádio dos anos 80: um nome incontornável do meio radiofónico nacional e, tal como tem sido reconhecido, “o  grande impulsionador e divulgador de novos projetos musicais, nacionais e internacionais. Foi ainda um dos grandes impulsionadores do “boom” do rock português, no início dos anos 80, ao passar bandas até então algo desconhecidas, como Xutos & Pontapés, UHF, GNR, Roxigénio ou Rui Veloso.



Rock em Stock, foi para o ar, pela primeira vez, em  dia 9 de Abril de 1979 na antena FM Stereo da Rádio Comercial. Era o início de uma história que, até Junho de 1993 – com uma longa interrupção pelo meio – se faria de nomes como os GNR, Rui Veloso, Ultravox, Devo, AC-DC, Metallica, Ramones, Sex Pistols, entre outras das bandas que “passaram” pelo programa da tarde da Comercial.

“Após o primeiro final do programa, em 1982, fez durante um ano o “Café com Leite”, também na Rádio Comercial. Em 1984, abraça o “Ondas Luisianas”. O ano de 1987 seria o do renascimento do “Rock em Stock”, programa que lidera até 1993, data em que a Rádio Comercial foi vendida. Depois de uma passagem pela Antena 3, é nomeado director-adjunto de programas da RDP, mas em 1995, volta a assumir o microfone para fazer “O Sol da meia noite”, já na Antena 1. Em 2004, LFB reassume o comando do “Ondas Luisianas“, programa repleto de pop, rock dos anos 80, e que “tem captado um público fiel na internet”, diz o radialista.”

“Luís Filipe Barros é considerado um ícone da rádio dos anos 80, sendo que o seu percurso profissionais vai muito para além do “Rock em Stock”. Após o primeiro final do programa, em 1982, fez durante um ano o “Café com Leite”, também na Rádio Comercial. Em 1984, abraça o “Ondas Luisianas”. O ano de 1987 seria o do renascimento do “Rock em Stock”, programa que lidera até 1993, data em que a Rádio Comercial foi vendida. Depois de uma passagem pela Antena 3, é nomeado director-adjunto de programas da RDP, mas em 1995, volta a assumir o microfone para fazer “O Sol da meia noite”, já na Antena 1. Em 2004, LFB reassume o comando do “Ondas Luisianas“, programa repleto de pop, rock dos anos 80, e que “tem captado um público fiel na internet”, diz o radialista. Luis Filipe Barros: "Eu fazia o 'Rock em Stock' para mim" - JPN


 Rock em Stock": O Rock chegou à rádio há 30 anos


9 de abril 2009  - Rock em Stock Foi no dia 9 de Abril de 1979 que Luís Filipe Barros deu, pela primeira vez, a voz ao “Rock em Stock”, na antena FM Stereo da Rádio Comercial. Era o início de uma história que, até Junho de 1993 – com uma longa interrupção pelo meio – se faria de nomes como os GNR, Rui Veloso, Ultravox, Devo, AC-DC, Metallica, Ramones, Sex Pistols, entre outras das bandas que “passaram” pelo programa da tarde da Comercial.

“Hoje ouço emissões do Rock em Stock dessa altura. As pessoas diziam:”éh pá , olha o ‘Berros’, porque falava alto e muito depressa”, começa por recordar Luís Filipe Barros,
Facilmente reconhecível pela forma frenética como comunicava, o radialista privilegiava a música mais recente de artistas e grupos pouco conhecidos por cá, acompanhando tudo o que se passava no estrangeiro, nomeadamente o movimento Punk, a New Wave, o Glam Rock, ou o Electro Pop.
As entrevistas a algumas das grandes figuras da cena musical da época eram outro dos cartões de visita do programa:”Tenho o Peter Gabriel, da primeira vez que veio a Portugal, o Ian Gillan sem os Deep Purple, os Spandau Ballet, os Devo”, lembra LFB.
Um programa “inesquecível” para fãs e bandas
Certo é que o programa marcou uma geração e uma nova forma de fazer rádio. E foi capaz de influenciar, de alguma forma, o trabalho de alguns radialistas da actualidade, como João Porto ou Miguel Chagas.
Miguel Chagas considera Luís Filipe Barros, “um mestre. A força, garra, dinamismo e entrega com que ele apresentava e apresenta os seus programas são impares. Foram muitas horas de ouvido colado ao rádio para ouvir ‘o maior’ no ‘Rock em Stock’, no ‘Lança Chamas’ e no ‘Ondas Luísianas’… Até ao dia em que perdi as estribeiras e vim assistir ao programa ao vivo. Sim, estive ao vivo no ‘Rock em Stock’. Lindo!”, recorda o locutor da rádio M80.

No caso de João Porto, a experiência foi mais próxima:”foi num sábado desses longínquos anos 80 que fui visitar o Barros e pedir-lhe para assistir ao programa. E lá estive a assistir e a ajudar com os discos, já que ao sábado ele não tinha assistente de programa. Foi, por isso, uma visita que nunca mais esqueci e gostei tanto que lhe pedi se podia ir no sábado seguinte. A resposta foi sim. E daí em diante, durante cerca de dois anos, quase todos os sábados, lá estava o João Porto na Sampaio e Pina”, recorda João Porto.
Miguel Chagas destaca a forma de locução adoptada por LFB aos comandos do programa. “Porque numa altura em que os locutores/DJs de rádio eram “cinzentos”, ele mostrou que existe uma paleta de cores que se podem e devem usar na locução, na música, no estar frente ao ouvinte”.
Uma forma de estar que acabou por influenciar João Porto. “Essa experiência no ‘Rock em Stock’ funcionou como uma espécie de estágio para mim e lá aprendi muito do como se fazia a rádio na altura”, acrescenta o locutor da RFM.
Dos microfones do estúdio para os do palco, Rui Reininho, vocalista dos GNR, resume em poucas palavras o “legado” do “Rock em Stock”. “Nem nós nem ele (Luís Filipe Barros) caímos, e isso é muito bom”. https://jpn.up.pt/2009/04/09/rock-em-stock-o-rock-chegou-a-radio-ha-30-anos/


Luís Filipe Barros é considerado um ícone da rádio dos anos 80, sendo qeu o seu percurso profissionai vai muito para além do “Rock em Stock”. Após o primeiro final do programa, em 1982, fez durante um ano o “Café com Leite”, também na Rádio Comercial. Em 1984, abraça o “Ondas Luisianas”. O ano de 1987 seria o do renascimento do “Rock em Stock”, programa que lidera até 1993, data em que a Rádio Comercial foi vendida. Depois de uma passagem pela Antena 3, é nomeado director-adjunto de programas da RDP, mas em 1995, volta a assumir o microfone para fazer “O Sol da meia noite”, já na Antena 1. Em 2004, LFB reassume o comando do “Ondas Luisianas“, programa repleto de pop, rock dos anos 80, e que “tem captado um público fiel na internet”, diz o radialista.



Luis Filipe Barros: "Eu fazia o 'Rock em Stock' para mim"852
Divulgou o rock português como nunca antes o tinham feito, marcando toda uma geração. Em entrevista ao JPN, Luis Filipe Barros recorda a experiência do "Rock Em Stock".
JPN: O “Rock em Stock” divulgava o que de mais recente existia a nível internacional, mas também passou muito rock português. Foi isso que distinguiu o programa??

LFB: Eu fiz a primeira experiência com o Rui Veloso e os UHF. Um ano depois de termos começado, e as pessoas começarem a notar na música no programa, começaram a aparecer mais bandas entusiasmadas, ao ver que estávamos a apoiar essas duas bandas e os resultados tinham sido bons. Depois começaram a mandar maquetes e mais maquetes. Ao principio, tínhamos tudo sob controlo. Mas depois começaram a aparecer muitas bandas. Depois também apareceu o Júlio Isidro também na onda média a passar as bandas que a gente não queria, mas indicava: “é melhor ir falar com o Júlio”. Ele tinha um programa na altura, que tinha muito mais força que nós, que era o “Passeio dos Alegres”, ao domingo. As bandas que eram rejeitadas no “Rock em Stock” iam ter com ele

É verdade que muitas bandas, quando lançavam um novo disco ou single, colocavam um autocolante a dizer que tinham estado no “top” do “Rock em Stock”?
Pois, isso começou com os estrangeiros principalmente. Deve ter passado também com as portuguesas.Com as bandas estrangeiras, as editoras das lojas de discos punham o sticker na altura a dizer primeiro lugar no Rock em Stock. A venda estava garantida.
Era algo com muito impacto…
Não havia mercado em Portugal. Primeiro, não havia programas dirigidos a jovens. Apareceu o “Rock em Stock” nessa altura. De repente, as pessoas passaram a tomar conhecimento com as bandas lá de fora. Começou a haver um negócio, uma nova indústria em Portugal. Com o “Rock em Stock”, aumentou-se a venda de aparelhos FM e gira-discos. Depois vieram os jornais de música. E começaram os concertos. Notava-se que havia um público para tudo isto. E tudo foi iniciado por nós, sem pensarmos nisso. Então começaram a vir bandas a Portugal

Então o que levou o Luís a terminar com o programa em 1982?
Eram muitas pressões, que era uma coisa que não estávamos habituados. Depois apareciam-me quinhentas bandas a pedir para passar a música. E dessas, só gostava de uma. As editoras, ao verem que o programa tinha sucesso, queriam que a sua música passasse. Essa foi uma das razões para eu terminar com o programa em 1982. A pressão era tanta, tanta, tanta, que eu disse “esperem aí que eu já vou tratar do vosso assunto”: Acaba-se com o programa.
Então o que o Luís fez depois desta primeira paragem do programa Rock em Stock
Estive durante um ano no programa de rádio matinal “Café Com Leite”, também na Rádio Comercial. Depois voltei com uma hora à tarde, com outro programa que era as “Ondas Luisianas”, com música rock. Depois da meia noite até à uma, era as “Ondas Luisianas” versão da noite, com música electro pop, com os Depeche Mode , os The Cure – que tinham abandonado aquela fase mais gótica -, o Bryan Adams, o Bruce Springsteen que na altura (1984) apareceu com o “Born in USA”, os U2, etc. Depois juntei as duas horas à noite, e fundi o hard-rock com a electro pop.

E havia muita diferença relativamente ao “Rock em Stock”?
Eu acho que era a evolução na altura. O Rock em Stock já tinha ficado para trás. A New Wave já tinha acabado praticamente, por volta de 1982, 1983.
E depois, quando surgiu então a oportunidade de voltar ao programa “Rock em Stock”?
Quando começa a rebentar nos EUA, o Glam Rock em 1987. Dos Gun´s Roses até aos Nirvana. Foi aí que eu apostei na música mais dura. Se as pessoas julgavam que o regresso do “Rock em Stock” seria à base dos êxitos mais antigos, ou à procura desses êxitos para continuar no programa… Não, surpreendi as pessoas e dei um passo em frente para a música mais dura. Qual era a rádio que passava às quatro da tarde Anthrax, Metallica ou Guns´s Roses? Não havia programa da tarde em Portugal, ou no mundo que passasse esse tipo de música. Foi um risco que corri, mas foi uma aposta ganha. Fui buscar uma nova adolescência ao programa na altura. [risos]

Porquê a escolha de um ritmo frenético para a apresentação do programa , que lhe valeu o apelido de “Berros”?
Eu fui muito influenciado pela rádio inglesa na altura. Quando era adolescente ouvia a rádio Caroline. Foi a primeira estação pirata que houve no mundo e que transmitia a música que a BBC não transmitia, que era a única estação que havia em Inglaterra. Era uma estação que era feita num barco com uns disc-jockeys, uns locutores que falavam muito depressa a imitar os americanos. E eu ouvia essa estação em Portugal no rádio a pilhas.A forma como eles falavam influenciou-me bastante.
O programa tinha um alinhamento fixo com orientações específicas?
Nenhum. Por exemplo, a gente hoje vê que a banda tal é conhecida através deste single e do outro. E em Portugal, as pessoas só conheciam outras músicas que eram as músicas que e passava. Porque eu escolhia. Eu nunca seguia as orientações das editoras. Por isso é que passava várias músicas de bandas que são só conhecidas em Portugal, enquanto o êxito dessa banda lá fora, em França, Inglaterra, Holanda, Suíça ou EUA, foi outra música. Depois, eu era capaz de tocar a mesma música quatro vezes numa hora. Porque era o prazer que eu tinha. Eu estava-me borrifando para que as pessoas dissessem que eu estava a apertar com aquela música e a tentar influenciar. Não, eu fazia o programa para mim. Se pensasse que havia gente do outro lado a ouvir o programa, eu acho que não era capaz de fazer metade do que fiz.

Então dominava o desconhecido para o ouvinte, quando começava o programa?
Bem, eu começava o programa com a música da semana, escolhida por mim. Depois dali para a frente, era como nas discotecas. Eu não tinha uma pré-lista. Levava cerca de 60 álbuns e tocava na altura o que me dava na cabeça.

Em todos esses anos de “Rock em Stock”, o Luís deve ter certamente histórias engraçadas para partilhar…
Sim.Lembro-me de ter recusado dar uma entrevista aos Supertramp. Porque eles não queriam dar entrevistas a ninguém em Portugal a não ser ao programa. De maneira que eu não quis dar a entrevista em solidariedade com os jornalistas portugueses. É chato. Eles eram também percursores do nosso trabalho [risos].
Qual o balanço que faz dos 30 anos deste programa?
Nestes trinta anos, pareço um Paul McCartney, quando falam dos Beatles de há 40 ou 50 anos, com as devidas distâncias, claro [risos]. Mas é agradável saber que fizemos um programa que valeu a pena e que ficou na memória de muita gente. Luis Filipe Barros: "Eu fazia o 'Rock em Stock' para mim" - JPN


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