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domingo, 24 de fevereiro de 2019

Portugal e os três efes: Futebol, Fado e Fátima – Vistos pela sensibilidade artística de Arlindo Homem – Exposição fotográfica na Casa Quinhentista Manuel Guimarães, em Tomar. Não adie o prazer de visitar um conjunto de excelentes trabalhos do fotojornalista que soube captar a mais apaixonante trilogia dos portugueses - Além do seu riqussimo folclore e de outras tradições - O FACEBOOK - a moda universal - que, nesta exposição, veio mais em jeito de apresentação e a lembrar os muitos admiradores e amigos que o seguem nesta rede social e o especial destaque, carinho e atenção que conferem ao seu talento artístico


Jorge Trabulo Marques  -  Jornalista e foto-jornalista  - 



Abriu ao público, neste último sábado à tarde,  a exposição de Arlindo Homem,  patente na Casa Manuel Guimarães, em Tomar  de 23 a  31 de Março -  Ponto obrigatório, nesta cidade  para quem goste de admirar a arte fotográfica e poder ver ou certificar-se,  através de um conjunto de  excelentes imagens, de como, um país de vários séculos de história, situado no extremo mais ocidental da Europa, de costas para o velho continente mas de peito  aberto aos confins do eterno azul do oceano, sim,   COMO “O PORTUGAL DO SÉCULO XXI CONTINUA A SER PAÍS DE FÁTIMA, FUTEBOL E FADO  - AGORA ACRESCIDO COM OS APANHADOS DA  MODA UNIVERSAL DO FACEBOOK   




O olhar do fotógrafo Arlindo Homem com instantâneos únicos que espelham bem a sociedade portuguesa atual. Cada fotógrafo tem um olhar específico. No caso de Arlindo Homem, fotojornalista há 20 anos, realço a sua capacidade de captar a essência num instante, dada a sua sagaz intuição aliada à sua vasta experiência”, disse à agência Lusa João Nuno Reis, comissário da exposição.




João Gomes . - Momentos de poesia 

O evento artístico, sublinhado com momentos musicais e de declamação poética por Joao Gomes, contou com a presença da  presidente da Câmara Municipal de Tomar, Anabela Freitas, além de outras personalidades, bem como de uma assistência entusiástica, composta por  muitas pessoas amigas e admiradoras, e de outras pessoas atraídas pela curiosidade de  contemplarem a exposição, dados os profundos laços que  unem  o conceituado fotojornalista a esta cidade,  que para ele também   tem sido a expressão  do seu profissionalismo e a grande paixão pela fotografia, de que se destacam os seus muitos tesouros históricos e os famosos tabuleiros de Tomar, que ele, tão majestosament,  tem sabido fotografar..


A exposição reúne 21 fotografias, de 50X70 centímetros, todas a cores, que refletem o trabalho do fotojornalista, nas áreas do futebol, da religião católica e da música em Portugal, entre 2011 e 2018- Designadamente temas, como  a seleção nacional de futebol, a peregrinação anual da imagem N.S. de Fátima, o papa Francisco em Fátima, Gisela João, Marcelo Rebelo de Sousa, João Baião, Áurea, Luísa Amaro ou a romaria de N.S. da Agonia, em Viana do Castelo integram a exposição

Fui uma das pessoas que tive o privilégio  de partilhar do caloroso e amistoso convívio, de fruir da  intensa alegria e do encantamento proporcionado  durante  a sessão inaugural  da exposição fotográfica de Arlindo Homem, abrilhantada por animados momentos musicais e de  recitais de poesia  de muita verve e emoção.

Uma vez mais, pois,  o meu abraço amigo e os meus parabéns pela excelente mostra  que ali expuseste naquele espaço pelo qual perpassam também  memórias de um património arquitetónico, já bem antigo. 


  Viajamos na mesma viatura de Lisboa a Tomar e vice-versa, com o teu irmão e mais dois amigos: por tudo isso, foi uma tarde de sábado inesquecível! -  Conhecemo-nos nas lides do fotojornalismo no futebol, pelo que, além de te ver fotografar, nos muitos momentos de amizade que  partilhamos lado a lado, junto aos relvados, pude comprovar o  zelozo cuidado, o teu expotàneo empenho em cultivares uma saudável e amistosa camaradagem,  prenhe de simplicidade e de calorosa  sinceridade - E, curiosamente, além  desta tua  extraordinária faceta humana,   aquela preocupação, muito profissional e muito tua,  em procurares os melhores ângulos  na busca do regito das  mais expressivas imagens, quer no plano documental como artístico,  


  
Obrigado, pois, pelos momentos de surpreendente  beleza, com que ali  pude rever e contemplar  a tua arte. Mas agora  de forma ainda mais bela e expressiva, pois sabes bem, como eu, que uma boa imagem, em tamanho pequeno, por mais qualidade que tenha, é sempre uma pequena fotografia, dificilmente poderá transmitir a verdade da emoção que o instante perpetua, senão quando sublinhada a uma dimensão mais próxima do real.

Claro que  toda a mostra fotográfica não foi em tamanho muito grande ou monumental, pois, se assim fosse e o espaço o não permitisse, naturalmente que terias de  expores menos fotografias e a incorreres no risco de  perderes em variedade documental  porém,  a dimensão com que ali expuseste os teus belos trabalhos, creio que foi a bastante,  em painéis de lúcida harmonia,  em colunas de silèncio e palmas ou de imbilidade esplendorosa, para dares ao observador a oportunidade de poder contemplar, de forma sóbria mas iluminada  de frémito ou de vibrátil tranquilidade, a feliz fusão da luz, a força da emoção e a pureza íntegra da perpetualidade de um tempo específico, de como  eternizaste o mágico clique ou o sortilégio e a  fixidez do intacto instante em memória  de linguagem perpétua e o estilo inconfundível e enquadrado do seu autor
   
Pois, como disse, ambos fazemos fotojornalismo, uma faceta que vim juntar ao de repórter e de jornalista da imprensa e da rádio, desde há 40 anos, pelo que, embora  conhecendo o nível poético e artístico dos seus trabalhos, ou mesmo a espontaneidade e os prodigiosos flagrantes, o registo espetacular  ou documental quando as situações o proporcionam e que tu  sabes captar de forma muito tua, inteligente e singular, sim, a sensibilidade intuitiva e genial, que aflora  à retina do teu olhar, em  fixares a suprema metamorfose da luz e  de a transformares em perpetua e apoetótica matriz ou  partitura do tempo passado com o tempo perene ou presente, ao misto e  latejante sentido ou sopro de oportunidade, ali constatei, sem margem para dúvidas, como és   capaz de perpetuar a quietude   ou o esplendor do instante e traduzi-lo em singular beleza e arte, quer  na multiplicidade dos enredos do quotidiano, quer do espetáculo desportivo, musical ou teatral,  quando não mesmo do imprevisto acidente,  a pose e o retrato de pessoas ou coisas,  as expressões mais bem conseguidas das nossas tradições musicais, profanas e religiosas, sim, em todas essas díspares vertentes,  pude comprovar que, o Arlindo Homem, é, sem dúvida alguma,  um grande profissional da fotografia e um Homem profundamente humano, místico, sensível e vertical. 

O GOSTO DE CONTAR HISTÓRIAS ATRAVÉS DE IMAGEM E  DE SENTIR AS PESSOAS FELIZES QUANDO AS CONTEMPLAM  

Segundo Arlindo, “o interesse pela fotografia, surgiu quando tinha 20 anos, num estágio na secção fotográfica da BA3 em Tancos”, mas porque “a fotografia é contar histórias, fonte e registo de memória, testemunhar momentos, fazer gente feliz… fotografia é paixão!” o fotojornalista não mais parou. Em 1992, viu pela primeira vez, as suas fotos serem incluídas no livro “Fátima 75 Anos” (Livro Oficial das Comemorações dos 75 anos do Santuário de Fátima). A partir daí as colaborações sucederam-se sendo “O Peregrino da Esperança”, da Editora Prime Books, o mais recente livro publicado a incluir trabalhos seus.

Arlindo Homem é fotojornalista na Agência Ecclesia, e colabora com outras entidades como a Academia Portuguesa de História, tendo fotografais suas publicadas em várias obras, entre elas, “Marcelo Rebelo de Sousa/  O Presidente dos Afetos”, de Cláudia Sebastião, e “Portugal Católico”, de José Eduardo Franco.


A EXPOSIÇÃO  JÁ ESTEVE PATENTE EM OUTROS ESPAÇOS ONDE TEVE IGUALMENTE CALOROSO ACOLHIMENTO
A imprensa conferiu-lhe especial destaque, de que citamos alguns excertos quer da que agora foi inaugurada: quer de anteiores, subordinadas aos temas: Futebol, Fátima, Fado…e Facebook’,  comissariada por João Nuno Reis,  nasquais  contou com excecional acolhimento.
 A apresentação da exposição, neste último sábado em Tomar,  esteve a cargo de  Rui Lavrador, diretor do Infocul, , projecto no qual Arlindo Homem também colabora















No discurso que proferiu, Rui Lavrador, destacou,  que “numa jogada arriscada e em pleno contra-ataque perante as correntes fúteis que pairam no digital, como por exemplo o Facebook, Arlindo Homem mostra através do clique do seu olhar o quão mágico podem ser o Futebol, a Fé, o Fado e até…o Facebook”, acrescentando que “Futebol é paixão que salta do relvado para as bancadas. É juntar amigos e rivais numa junção de ideais e onde no final do jogo vence a amizade. A amizade por alguém que pode ser das maiores demonstrações de Fé que poderemos ter e na qual Fátima assume papel relevante em Portugal e no Mundo. Mundo que se rendeu e viu o Fado ser elevado a Património da Humanidade. As palavras dos poetas, os trinados das guitarras e a alma do Povo unem-se e transformam a mais simples realidade num mundo infinito de possibilidades. É esse mundo infinito de possibilidades que o Facebook também nos oferece. Separar o trigo do joio depende de nós”.

Recordou a ligação entre ambos, dizendo que “não é do Alentejo mas foi lá que os nossos caminhos se cruzaram. Inicialmente distantes, as estradas em que cada um caminhava foram aproximando-se e hoje damos os primeiros passos. O futuro…esse fica nas mãos de Deus e na vontade de Fátima. Porque na peregrinação, mais importante do que os passos, são os valores que carregamos. Cabe-nos nunca os perder”.

Depois de recordar algumas das menções e prémios de carreira, relembrou que “Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente dos Afectos, e o Papa Francisco que de Afectos promove a fé, são dois nomes maiores que sabem o que é ser ‘apanhado’ pelo olhar, também ele, emocional de alguém que nem com a máquina na mão é muito racional. O Clique é o momento em que o afecto dispara e o momento eterniza”. Explicou ainda que “a sua inserção na equipa que lidero foi natural, sem planeamento ou pedidos de parte a parte. Conheço-lhe as manhas, os defeitos e as virtudes. Sei como elogiar ou criticar o que me apresenta. Sei como o guiar, porque ele assim também o permite”, deixando o conselho aos presentes e a todos os que visitem a exposição, “mais do que imagens, apreciem a Arte. Porque a Fotografia é a Arte que não precisa de descrição e que dá a cada um a possibilidade de a descrever consoante o que a alma capta”. https://infocul.pt/cultura/futebol-fatima-fado-e-facebook-de-arlindo-homem-inaugurada-em-tomar/

"Cada fotógrafo tem um olhar específico. No caso de Arlindo Homem, fotojornalista há 20 anos, realço a sua capacidade de captar o instante, dada a sua experiência e desenvoltura técnica", disse à agência Lusa o comissário da exposição, João Nuno Reis, técnico na área do Património Cultural.
Sobre o título escolhido, o comissário da mostra referiu que "joga com um chavão conhecido 'Fado, Fátima e Futebol', a que se junta o F de 'Facebook', a rede social onde tudo se discute e observa, e onde Arlindo Homem divulga também o seu trabalho".
A exposição "privilegia a forma como capta o instantâneo", disse João Nuno Reis, que citou algumas das fotografias expostas, designadamente da seleção nacional de futebol, da peregrinação anual da imagem N.S. de Fátima, em 2015, do papa Francisco em Fátima, em maio de 2017, da fadista Gisela João, a par de fotografias do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do ator João Baião, da cantora Aurea ou da guitarrista Luísa Amaro,
A exposição inclui fotografias da romaria de N.S. da Agonia, em Viana do Castelo, em 2016, do cortejo dos Tabuleiros, em Tomar, em 2017, de uma "corrida de touros de gala à antiga portuguesa", na praça do Campo Prqueno, em Lisboa, em 2017, ou de um baile de máscaras, em fevereiro último, no Palácio Pimenta, em Lisboa, a par de eventos oficiais como as exéquias do ex-Presidente da República Mário Soares, no Mosteiro dos Jerónimos, em janeiro do ano passado, ou a visita oficial dos reis de Espanha a Lisboa, em novembro de 2016.
Arlindo Homem tem fotografias publicadas em vários livros, entre os mais recentes cite-se "Fátima 1917-2017. 100 anos da História das Aparições", de José de Carvalho, "Fátima sou peregrino", de António Rego, "Fátima Lugar Sagrado Global", de José Eduardo Franco e Bruno Cardoso Reis, e de "São Francisco de Paula. O Santo Terrível como um leão", de Giovanni Sole.
Arlindo Homem é fotojornalista na área do desporto, trabalhando entre outros meios, na agência noticiosa católica Ecclesia, e a exposição vai estar patente até ao próximo dia 22. https://www.dn.pt/lusa/interior/fotografo-arlindo-homem-expoe-futebol-fatima-fado-e-facebook-em-lisboa-9327910.html

O QUE É DITO ACERCA DOS TRÈS EFS

Os três “efes” de há 50 anos, quando Paulo VI visitou Portugal durante a ditadura do Estado Novo, modernizaram-se e Fátima apostou no marketing, o fado procurou novos sons e o futebol profissionalizou-se.
“Fátima soube adaptar-se aos tempos através do marketing, o fado evoluiu para novas sonoridades e o futebol profissionalizou-se e tem conseguido conquistas importantes, como o recente título europeu”, argumenta a historiadora Irene Flunser Pimentel, para defender a atualidade dos três ‘efes’, frequentemente referidos como os "pilares" da ditadura do Estado Novo.

A recente vaga de emigração, motivada pela crise que o país tem vivido, é também, segundo a historiadora, uma das razões que tem contribuído para a atualidade da trilogia, uma vez que a religiosidade, o fado e futebol “são fatores que remetem para a saudade de Portugal”.
“Salazar não era adepto de fado, nem de futebol, mas não há dúvida de que o regime utilizou, e bem, figuras como a Amália Rodrigues e o Eusébio”, afirma a historiadora em entrevista à agência Lusa, lembrando que o homem que liderou Portugal entre 1933 e 1968, manteve com a Igreja “uma relação cordial, mas nunca de grande proximidade”.

(…) Nos 50 anos das “aparições”, Paulo VI tornou-se no primeiro papa a visitar o santuário de Fátima. Meio século depois Francisco será o terceiro papa a marcar presença na Cova da Iria, depois de três visitas de João Paulo II, e de uma de Bento XVI.
Com o país envolvido numa guerra colonial, a ‘colagem’ do Estado Novo ao desporto surge nos anos 60, numa “fase em que Salazar está envelhecido, amargurado e enredado numa guerra desgastante em África”.

As duas Taças dos Clubes Campeões Europeus conquistadas pelo Benfica, nas épocas de 1960/1961 e 1961/1962, às quais se somam três presenças em finais, e o terceiro lugar da seleção portuguesa no Mundial de 1966, contribuíram de forma decisiva para a massificação do futebol, “num regime avesso a espetáculos de multidões”.
“Salazar não gostava de multidões, não era um ditador carismático como Hitler ou Mussolini”, refere a investigadora, considerando que “a ditadura não foi nada boa para o desporto, que é sempre uma via de afirmação social das camadas mais populares”. https://desporto.sapo.pt/futebol/primeira-liga/artigos/portugal-do-seculo-xxi-continua-a-ser-pais-de-fatima-futebol-e-fado

O mito dos três efes

Quase como se fosse uma verdade inquestionável, há quem diga que Portugal é um país de “três efes” – Fátima, Futebol e Fado. A ideia surge frequentemente associada ao Estado Novo. Diz-se que Salazar uniu os portugueses em torno da religião católica, além de ter impulsionado o Futebol, sobretudo através das conquistas do Benfica e do Sporting, e de ter mantido uma relação próxima com Amália Rodrigues, maior expoente do Fado.

Para os historiadores Francisco Pinheiro e Ricardo Serrado, a ideia de que o “Portugal dos três efes” era uma marca do Estado Novo é um mito. Os dois autores consideram que se trata de uma criação recente, que nasceu no pós-25 de abril, com o objetivo de associar o país salazarista a estes três fenómenos sociais – a época da mudança de regime é, aliás, pródiga em trilogias, porque este foi também o momento de Democratizar, Descolonizar e Desenvolver. – Excerto de https://portugaldostresefes.wordpress.com/o-mito-dos-tres-efes/




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