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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Vem aí a Primavera – E anunciá-la já florescem giestas e amendoeiras - Olha a infinitude dos cèus, contempla as pétalas róseas e brancas, agradece a Deus e sê divino


TRANSCENDE-TE E SÊ DIVINO,POR INSTANTES, CONTEMPLA, SE PUDERES, O CENÁRIO IMPAR DAS GIESTAS EM FLOR - ALÉM DA PRIMAVERIL FLOR DA AMENDOEIRA -Vive o silêncio introspetivo da tua alma e transcende-te na quase invisibilidade com a tua aura porque todas as cores existem no arco-íris quando o céu se ilumina de Luz ou quando as trevas desaparecem e as auroras desabrocham sublimes de brilho e claridade - Sim, acalma-te que a vida humana é o maior milagre divino e não surgiu por obra do acaso!






domingo, 24 de fevereiro de 2019

Portugal e os três efes: Futebol, Fado e Fátima – Vistos pela sensibilidade artística de Arlindo Homem – Exposição fotográfica na Casa Quinhentista Manuel Guimarães, em Tomar. Não adie o prazer de visitar um conjunto de excelentes trabalhos do fotojornalista que soube captar a mais apaixonante trilogia dos portugueses - Além do seu riqussimo folclore e de outras tradições - O FACEBOOK - a moda universal - que, nesta exposição, veio mais em jeito de apresentação e a lembrar os muitos admiradores e amigos que o seguem nesta rede social e o especial destaque, carinho e atenção que conferem ao seu talento artístico


Jorge Trabulo Marques  -  Jornalista e foto-jornalista  - 



Abriu ao público, neste último sábado à tarde,  a exposição de Arlindo Homem,  patente na Casa Manuel Guimarães, em Tomar  de 23 a  31 de Março -  Ponto obrigatório, nesta cidade  para quem goste de admirar a arte fotográfica e poder ver ou certificar-se,  através de um conjunto de  excelentes imagens, de como, um país de vários séculos de história, situado no extremo mais ocidental da Europa, de costas para o velho continente mas de peito  aberto aos confins do eterno azul do oceano, sim,   COMO “O PORTUGAL DO SÉCULO XXI CONTINUA A SER PAÍS DE FÁTIMA, FUTEBOL E FADO  - AGORA ACRESCIDO COM OS APANHADOS DA  MODA UNIVERSAL DO FACEBOOK   




O olhar do fotógrafo Arlindo Homem com instantâneos únicos que espelham bem a sociedade portuguesa atual. Cada fotógrafo tem um olhar específico. No caso de Arlindo Homem, fotojornalista há 20 anos, realço a sua capacidade de captar a essência num instante, dada a sua sagaz intuição aliada à sua vasta experiência”, disse à agência Lusa João Nuno Reis, comissário da exposição.




João Gomes . - Momentos de poesia 

O evento artístico, sublinhado com momentos musicais e de declamação poética por Joao Gomes, contou com a presença da  presidente da Câmara Municipal de Tomar, Anabela Freitas, além de outras personalidades, bem como de uma assistência entusiástica, composta por  muitas pessoas amigas e admiradoras, e de outras pessoas atraídas pela curiosidade de  contemplarem a exposição, dados os profundos laços que  unem  o conceituado fotojornalista a esta cidade,  que para ele também   tem sido a expressão  do seu profissionalismo e a grande paixão pela fotografia, de que se destacam os seus muitos tesouros históricos e os famosos tabuleiros de Tomar, que ele, tão majestosament,  tem sabido fotografar..


A exposição reúne 21 fotografias, de 50X70 centímetros, todas a cores, que refletem o trabalho do fotojornalista, nas áreas do futebol, da religião católica e da música em Portugal, entre 2011 e 2018- Designadamente temas, como  a seleção nacional de futebol, a peregrinação anual da imagem N.S. de Fátima, o papa Francisco em Fátima, Gisela João, Marcelo Rebelo de Sousa, João Baião, Áurea, Luísa Amaro ou a romaria de N.S. da Agonia, em Viana do Castelo integram a exposição

Fui uma das pessoas que tive o privilégio  de partilhar do caloroso e amistoso convívio, de fruir da  intensa alegria e do encantamento proporcionado  durante  a sessão inaugural  da exposição fotográfica de Arlindo Homem, abrilhantada por animados momentos musicais e de  recitais de poesia  de muita verve e emoção.

Uma vez mais, pois,  o meu abraço amigo e os meus parabéns pela excelente mostra  que ali expuseste naquele espaço pelo qual perpassam também  memórias de um património arquitetónico, já bem antigo. 


  Viajamos na mesma viatura de Lisboa a Tomar e vice-versa, com o teu irmão e mais dois amigos: por tudo isso, foi uma tarde de sábado inesquecível! -  Conhecemo-nos nas lides do fotojornalismo no futebol, pelo que, além de te ver fotografar, nos muitos momentos de amizade que  partilhamos lado a lado, junto aos relvados, pude comprovar o  zelozo cuidado, o teu expotàneo empenho em cultivares uma saudável e amistosa camaradagem,  prenhe de simplicidade e de calorosa  sinceridade - E, curiosamente, além  desta tua  extraordinária faceta humana,   aquela preocupação, muito profissional e muito tua,  em procurares os melhores ângulos  na busca do regito das  mais expressivas imagens, quer no plano documental como artístico,  


  
Obrigado, pois, pelos momentos de surpreendente  beleza, com que ali  pude rever e contemplar  a tua arte. Mas agora  de forma ainda mais bela e expressiva, pois sabes bem, como eu, que uma boa imagem, em tamanho pequeno, por mais qualidade que tenha, é sempre uma pequena fotografia, dificilmente poderá transmitir a verdade da emoção que o instante perpetua, senão quando sublinhada a uma dimensão mais próxima do real.

Claro que  toda a mostra fotográfica não foi em tamanho muito grande ou monumental, pois, se assim fosse e o espaço o não permitisse, naturalmente que terias de  expores menos fotografias e a incorreres no risco de  perderes em variedade documental  porém,  a dimensão com que ali expuseste os teus belos trabalhos, creio que foi a bastante,  em painéis de lúcida harmonia,  em colunas de silèncio e palmas ou de imbilidade esplendorosa, para dares ao observador a oportunidade de poder contemplar, de forma sóbria mas iluminada  de frémito ou de vibrátil tranquilidade, a feliz fusão da luz, a força da emoção e a pureza íntegra da perpetualidade de um tempo específico, de como  eternizaste o mágico clique ou o sortilégio e a  fixidez do intacto instante em memória  de linguagem perpétua e o estilo inconfundível e enquadrado do seu autor
   
Pois, como disse, ambos fazemos fotojornalismo, uma faceta que vim juntar ao de repórter e de jornalista da imprensa e da rádio, desde há 40 anos, pelo que, embora  conhecendo o nível poético e artístico dos seus trabalhos, ou mesmo a espontaneidade e os prodigiosos flagrantes, o registo espetacular  ou documental quando as situações o proporcionam e que tu  sabes captar de forma muito tua, inteligente e singular, sim, a sensibilidade intuitiva e genial, que aflora  à retina do teu olhar, em  fixares a suprema metamorfose da luz e  de a transformares em perpetua e apoetótica matriz ou  partitura do tempo passado com o tempo perene ou presente, ao misto e  latejante sentido ou sopro de oportunidade, ali constatei, sem margem para dúvidas, como és   capaz de perpetuar a quietude   ou o esplendor do instante e traduzi-lo em singular beleza e arte, quer  na multiplicidade dos enredos do quotidiano, quer do espetáculo desportivo, musical ou teatral,  quando não mesmo do imprevisto acidente,  a pose e o retrato de pessoas ou coisas,  as expressões mais bem conseguidas das nossas tradições musicais, profanas e religiosas, sim, em todas essas díspares vertentes,  pude comprovar que, o Arlindo Homem, é, sem dúvida alguma,  um grande profissional da fotografia e um Homem profundamente humano, místico, sensível e vertical. 

O GOSTO DE CONTAR HISTÓRIAS ATRAVÉS DE IMAGEM E  DE SENTIR AS PESSOAS FELIZES QUANDO AS CONTEMPLAM  

Segundo Arlindo, “o interesse pela fotografia, surgiu quando tinha 20 anos, num estágio na secção fotográfica da BA3 em Tancos”, mas porque “a fotografia é contar histórias, fonte e registo de memória, testemunhar momentos, fazer gente feliz… fotografia é paixão!” o fotojornalista não mais parou. Em 1992, viu pela primeira vez, as suas fotos serem incluídas no livro “Fátima 75 Anos” (Livro Oficial das Comemorações dos 75 anos do Santuário de Fátima). A partir daí as colaborações sucederam-se sendo “O Peregrino da Esperança”, da Editora Prime Books, o mais recente livro publicado a incluir trabalhos seus.

Arlindo Homem é fotojornalista na Agência Ecclesia, e colabora com outras entidades como a Academia Portuguesa de História, tendo fotografais suas publicadas em várias obras, entre elas, “Marcelo Rebelo de Sousa/  O Presidente dos Afetos”, de Cláudia Sebastião, e “Portugal Católico”, de José Eduardo Franco.


A EXPOSIÇÃO  JÁ ESTEVE PATENTE EM OUTROS ESPAÇOS ONDE TEVE IGUALMENTE CALOROSO ACOLHIMENTO
A imprensa conferiu-lhe especial destaque, de que citamos alguns excertos quer da que agora foi inaugurada: quer de anteiores, subordinadas aos temas: Futebol, Fátima, Fado…e Facebook’,  comissariada por João Nuno Reis,  nasquais  contou com excecional acolhimento.
 A apresentação da exposição, neste último sábado em Tomar,  esteve a cargo de  Rui Lavrador, diretor do Infocul, , projecto no qual Arlindo Homem também colabora















No discurso que proferiu, Rui Lavrador, destacou,  que “numa jogada arriscada e em pleno contra-ataque perante as correntes fúteis que pairam no digital, como por exemplo o Facebook, Arlindo Homem mostra através do clique do seu olhar o quão mágico podem ser o Futebol, a Fé, o Fado e até…o Facebook”, acrescentando que “Futebol é paixão que salta do relvado para as bancadas. É juntar amigos e rivais numa junção de ideais e onde no final do jogo vence a amizade. A amizade por alguém que pode ser das maiores demonstrações de Fé que poderemos ter e na qual Fátima assume papel relevante em Portugal e no Mundo. Mundo que se rendeu e viu o Fado ser elevado a Património da Humanidade. As palavras dos poetas, os trinados das guitarras e a alma do Povo unem-se e transformam a mais simples realidade num mundo infinito de possibilidades. É esse mundo infinito de possibilidades que o Facebook também nos oferece. Separar o trigo do joio depende de nós”.

Recordou a ligação entre ambos, dizendo que “não é do Alentejo mas foi lá que os nossos caminhos se cruzaram. Inicialmente distantes, as estradas em que cada um caminhava foram aproximando-se e hoje damos os primeiros passos. O futuro…esse fica nas mãos de Deus e na vontade de Fátima. Porque na peregrinação, mais importante do que os passos, são os valores que carregamos. Cabe-nos nunca os perder”.

Depois de recordar algumas das menções e prémios de carreira, relembrou que “Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente dos Afectos, e o Papa Francisco que de Afectos promove a fé, são dois nomes maiores que sabem o que é ser ‘apanhado’ pelo olhar, também ele, emocional de alguém que nem com a máquina na mão é muito racional. O Clique é o momento em que o afecto dispara e o momento eterniza”. Explicou ainda que “a sua inserção na equipa que lidero foi natural, sem planeamento ou pedidos de parte a parte. Conheço-lhe as manhas, os defeitos e as virtudes. Sei como elogiar ou criticar o que me apresenta. Sei como o guiar, porque ele assim também o permite”, deixando o conselho aos presentes e a todos os que visitem a exposição, “mais do que imagens, apreciem a Arte. Porque a Fotografia é a Arte que não precisa de descrição e que dá a cada um a possibilidade de a descrever consoante o que a alma capta”. https://infocul.pt/cultura/futebol-fatima-fado-e-facebook-de-arlindo-homem-inaugurada-em-tomar/

"Cada fotógrafo tem um olhar específico. No caso de Arlindo Homem, fotojornalista há 20 anos, realço a sua capacidade de captar o instante, dada a sua experiência e desenvoltura técnica", disse à agência Lusa o comissário da exposição, João Nuno Reis, técnico na área do Património Cultural.
Sobre o título escolhido, o comissário da mostra referiu que "joga com um chavão conhecido 'Fado, Fátima e Futebol', a que se junta o F de 'Facebook', a rede social onde tudo se discute e observa, e onde Arlindo Homem divulga também o seu trabalho".
A exposição "privilegia a forma como capta o instantâneo", disse João Nuno Reis, que citou algumas das fotografias expostas, designadamente da seleção nacional de futebol, da peregrinação anual da imagem N.S. de Fátima, em 2015, do papa Francisco em Fátima, em maio de 2017, da fadista Gisela João, a par de fotografias do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do ator João Baião, da cantora Aurea ou da guitarrista Luísa Amaro,
A exposição inclui fotografias da romaria de N.S. da Agonia, em Viana do Castelo, em 2016, do cortejo dos Tabuleiros, em Tomar, em 2017, de uma "corrida de touros de gala à antiga portuguesa", na praça do Campo Prqueno, em Lisboa, em 2017, ou de um baile de máscaras, em fevereiro último, no Palácio Pimenta, em Lisboa, a par de eventos oficiais como as exéquias do ex-Presidente da República Mário Soares, no Mosteiro dos Jerónimos, em janeiro do ano passado, ou a visita oficial dos reis de Espanha a Lisboa, em novembro de 2016.
Arlindo Homem tem fotografias publicadas em vários livros, entre os mais recentes cite-se "Fátima 1917-2017. 100 anos da História das Aparições", de José de Carvalho, "Fátima sou peregrino", de António Rego, "Fátima Lugar Sagrado Global", de José Eduardo Franco e Bruno Cardoso Reis, e de "São Francisco de Paula. O Santo Terrível como um leão", de Giovanni Sole.
Arlindo Homem é fotojornalista na área do desporto, trabalhando entre outros meios, na agência noticiosa católica Ecclesia, e a exposição vai estar patente até ao próximo dia 22. https://www.dn.pt/lusa/interior/fotografo-arlindo-homem-expoe-futebol-fatima-fado-e-facebook-em-lisboa-9327910.html

O QUE É DITO ACERCA DOS TRÈS EFS

Os três “efes” de há 50 anos, quando Paulo VI visitou Portugal durante a ditadura do Estado Novo, modernizaram-se e Fátima apostou no marketing, o fado procurou novos sons e o futebol profissionalizou-se.
“Fátima soube adaptar-se aos tempos através do marketing, o fado evoluiu para novas sonoridades e o futebol profissionalizou-se e tem conseguido conquistas importantes, como o recente título europeu”, argumenta a historiadora Irene Flunser Pimentel, para defender a atualidade dos três ‘efes’, frequentemente referidos como os "pilares" da ditadura do Estado Novo.

A recente vaga de emigração, motivada pela crise que o país tem vivido, é também, segundo a historiadora, uma das razões que tem contribuído para a atualidade da trilogia, uma vez que a religiosidade, o fado e futebol “são fatores que remetem para a saudade de Portugal”.
“Salazar não era adepto de fado, nem de futebol, mas não há dúvida de que o regime utilizou, e bem, figuras como a Amália Rodrigues e o Eusébio”, afirma a historiadora em entrevista à agência Lusa, lembrando que o homem que liderou Portugal entre 1933 e 1968, manteve com a Igreja “uma relação cordial, mas nunca de grande proximidade”.

(…) Nos 50 anos das “aparições”, Paulo VI tornou-se no primeiro papa a visitar o santuário de Fátima. Meio século depois Francisco será o terceiro papa a marcar presença na Cova da Iria, depois de três visitas de João Paulo II, e de uma de Bento XVI.
Com o país envolvido numa guerra colonial, a ‘colagem’ do Estado Novo ao desporto surge nos anos 60, numa “fase em que Salazar está envelhecido, amargurado e enredado numa guerra desgastante em África”.

As duas Taças dos Clubes Campeões Europeus conquistadas pelo Benfica, nas épocas de 1960/1961 e 1961/1962, às quais se somam três presenças em finais, e o terceiro lugar da seleção portuguesa no Mundial de 1966, contribuíram de forma decisiva para a massificação do futebol, “num regime avesso a espetáculos de multidões”.
“Salazar não gostava de multidões, não era um ditador carismático como Hitler ou Mussolini”, refere a investigadora, considerando que “a ditadura não foi nada boa para o desporto, que é sempre uma via de afirmação social das camadas mais populares”. https://desporto.sapo.pt/futebol/primeira-liga/artigos/portugal-do-seculo-xxi-continua-a-ser-pais-de-fatima-futebol-e-fado

O mito dos três efes

Quase como se fosse uma verdade inquestionável, há quem diga que Portugal é um país de “três efes” – Fátima, Futebol e Fado. A ideia surge frequentemente associada ao Estado Novo. Diz-se que Salazar uniu os portugueses em torno da religião católica, além de ter impulsionado o Futebol, sobretudo através das conquistas do Benfica e do Sporting, e de ter mantido uma relação próxima com Amália Rodrigues, maior expoente do Fado.

Para os historiadores Francisco Pinheiro e Ricardo Serrado, a ideia de que o “Portugal dos três efes” era uma marca do Estado Novo é um mito. Os dois autores consideram que se trata de uma criação recente, que nasceu no pós-25 de abril, com o objetivo de associar o país salazarista a estes três fenómenos sociais – a época da mudança de regime é, aliás, pródiga em trilogias, porque este foi também o momento de Democratizar, Descolonizar e Desenvolver. – Excerto de https://portugaldostresefes.wordpress.com/o-mito-dos-tres-efes/




domingo, 17 de fevereiro de 2019

BIBI “PIAF” - 1988 - O MUSICAL QUE ATRIZ E CANTORA, BIBI FERREIRA, CONSAGROU NO BRASIL E EM PORTUGAL- ENTREVISTA E OS SONS NA ESTREIA DA SUA PEÇA NO TEATRO DO CASINO ESTORRIL MEU TRIBUTO À DIVA DO MUSICAL DA LÍNGUA PORTUGUESA – 0 Adeus 96 anos


JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA 

 
 MEU TRIBUTO À DIVA DO MUSICAL DA LÍNGUA PORTUGUESA  – 0 Adeus  aos 96 anos  – Partiu para a eternidade, mas o seu legado artístico,  o seu talento  e seu estilo invulgar, também continuará a brilhar no firmamento das mais brilhantes estrelas  da canção e do teatro


REGISTO GRAVADO EM 1988 - EXCERTOS



De seu nome, Abigail Izquierdo Ferreira, mais conhecida como Bibi Ferreira, nascida no Rio  de Janeiro, em 1 de junho de 1922, cidade onde faleceu em  13 de Fevereiro de 2019  - De ascendência portuguesa, espanhola, a sua longa carreira, consagrou-a como   umas das atrizes mais admiradas do seu pais, quer como intérprete das mais diferentes personagens, quer como cantora, apresentadora  e compositora:

O teatro é  um jogo: é sempre uma incógnita: é tomar uma caravela e ver se    terra no outro lado; a gente faz a coisa para o sucesso mas nunca se sabe se vai agradar  - Declarou-me, em 1988, a legenda  do musical e dos  palcos do Brasil , momentos antes da estreia da sua peça  Edith Piaf, no teatro do Casino Estoril, após um grande sucesso pelo seu país.


Jorge Trabuo Marques - Jornalista~- Antigo repórter da R´´adio Comercial-RDP

GLOBO "Ela amanheceu normal, acordou tomou seu café da manhã e tudo. Depois ela só se queixou que estava se sentindo um pouco com falta de ar. Então como tem enfermeira, tem tudo, tiramos a pressão, o pulso estava fraco. Imediatamente chamamos o Pró-Cardíaco. Eles vieram muito rápido, muito rápido mesmo, ambulância, médico, tudo, mas quando chegaram ela já tinha partido. Ela morreu dormindo, tranquila", explicou Tina.


A Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa informou que o velório vai ser no Theatro Municipal do Rio. A cerimônia, aberta ao público, ocorre de 10h às 15h. Depois, o corpo de Bibi deve ser cremado.  – MAIS PORMENORES EM  Bibi Ferreira, diva dos musicais brasileiros, morre aos 96 anos

BIBI FERREIRA, A MAIOR ESTRELA DO TEATRO, LUSO-BRASILEIRO, PARTIU PARA A ETERNIDADE AOS 96 ANOS  - ENTREVISTEI-A HÁ 31 ANOS -  POR UM  ESTRANHÍSSIMO  MAS COMOVENTE ACASO, DOIS DIAS DEPOIS DA SUA MORTE, DESCOBRI O  REGISTO NO MEU VASTO ARQUIVO, DE REPÓRTER NA EXTINTA RÁDIO COMERCIAL-RDP

Tal como foi noticiado, Bibi Ferreira, diva dos musicais brasileiros, atriz, diretora, cantora, compositora e apresentadora morreu em seu apartamento, no Rio de Janeiro, no passado dia 13 de Fevereiro, no seu  apartamento na  zona sul do Rio
De seu nome completo Abigail Izquierdo Ferreira, mais conhecida como Bibi Ferreir, nascida no Rio de Janeiro, em 1 de junho de 1922, cidade donde partiria para a eternidade - De ascendência portuguesa, espanhola e argentina. Era filha da bailarina Aída Izquierdo  e de Procópio Ferreira, artista que brilhou por décadas no teatro e nas telas. –

Curiosamente, tenho um amigo, com este nome, nascido em Castelo Melhor, do concelho de V. Nova de Foz Côa – Quem sabe se não haverá por ali algum rasto familiar.

ESTRANHA COINCIDÊNCIA

Dois dias da sua morte, descubro a gravação, não sei porque estranha coincidência - Quando procedia à digitalização de algumas entrevistas e apontamentos de reportagem do meu vasto arquivo, como repórter da Rádio Comercial, deparo com  a entrevista e o registo do espetáculo, em que foi cabeça de cartaz, em 1988, no Teatro do Casino Estoril

De seguida, vou ao meu computador, ver se ainda era viva, quando descubro que tinha falecido há dois dias - Confesso, que, além de emocionado, me questionei de tão invulgar acaso. – Mas, enfim, não se sabe como e porquê. serão, por certo,  das tais coincidências, que o fundo das memórias do subconsciente vai buscar para depois subirem ou aflorarem  à tona do consciente,

Residindo, nessa altura, num andar  próximo  do Casino Estoril, com a minha companheira Elizabeth – nascida numa antiga colónia francesa   - e , tendo recebido um amável convite do meu amigo Dr. Lima de Carvalho, aproveitámos para assistir à estreia  do espetáculo de Bibi Ferreira ,tanto mais que  tinha como principal  personagem do peça,  a vida de Edith Piaf, um dos mais notáveis ícones da música francesa,  tendo, por isso,   gravado uma boa parte do mesmo espetáculo – Porém, dada a sua extensão, para o editar no Youtube, tive que lhe  fazer alguns cortes, uma vez que a versão inicial só aceitava o som e não o peso das imagens..

VAI EM 31 ANOS QUE  BIBI FERREIRA APRESENTOU EM PORTUGAL O ESPETÁCULO "PIAF" DE PAM GEMS., COMO CABEÇA DE CARTAZ


Depois de ter se apresentado muitas vezes em Lisboa, nomeadamente no Parque Mayer (55-60), a grande atriz Bibi Ferreira volta a Portugal, EM 1988.. Contracenando com Henriqueta Maya - Helena Isabel – Carlos Quintas- Vitor Ribeiro – Norberto Barroca – Dulce Guimarães – Diogo Dória – Nuno Melo  - Luis Aleluia -  Luís Vicente  e Luís Esparteiro
Volta, uns anos depois, com outro espetáculo  onde recorda os maiores sucessos de Edith Piaf  - Bibi Canta Piaf -  que teve uma curta série no Teatro Tivoli

Em 2012, ano em que comemora 90 anos, Bibi Ferreira protagoniza um espetáculo onde lembra as grandes comédias musicais que fez. Depois segue com um passeio pela música popular brasileira, apresentando canções de diversos géneros e décadas, desde o repertório romântico de Elizeth Cardoso à música de Sergio Ricardo, passando por Tom Jobim e Vinicius de Moraes, Chico Buarque e Paulo Pontes, entre outros. Destaque ainda para a interpretação de temas de Amália Rodrigues e de Edith Piaf, outra grande mulher vivida em palco por Bibi Ferreira.

ESTES OS ESPETÁCULOS EM QUE PARTICIPOU EM LISBOA– NA DÉCADA 50/60


1957 — "Há Horas Felizes!" - Teatro Variedades[3]

1957 — "Curvas Perigosas" - Teatro Maria Vitória[4]

1958 — "Com o Amor Não se Brinca" - Teatro Maria Vitória[5]

1958 — "Minha Filha é de Gritos!" - Teatro Maria Vitória[6]

1958 — "Por Causa Delas…" - Teatro Maria Vitória[7]

1959 — "Encosta a Cabecinha e Chora..." - Teatro Maria Vitória[8]

1959 — "Tudo na Lua" - Teatro Maria Vitória [9]

1960 — "Taco a Taco" - Teatro Maria Vitória [10


 ALGUNS DOS DADOS BIOGRÁFICOS DIVULGADOS PELA IMPRENSA

PÚBICO  -(...)  Abigail Izquierdo Ferreira nasceu no Rio de Janeiro, em 1922. Aos três anos entrava já num espectáculo a cantar zarzuelas em espanhol, integrada na companhia Revista Espanhola Velasco, onde a mãe trabalhava como bailarina. Cantou ainda em óperas e bailados e chegou a fazer parte do Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, antes de ir estudar para Londres, onde se dedicou às artes dramáticas.


Em 1936 estreou-se no cinema, no filme Cidade-Mulher, de Humberto Mauro, em que cantava o samba Na Bahia, de Noel Rosa e José Maria de Abreu. A sua última participação no grande ecrã, foi a fazer de si própria em O teatro na Palma da Mão (2011), de Flávio Rangel.

Na televisão, participou na minissérie Marquesa de Santos (1987), de Wilson Aguiar Filho, personificando a rainha Carlota Joaquina.

Em 1941, estreou no Brasil a peça cómica La Locandiera, de Carlo Goldoni, protagonizando Mirandolina. Três anos depois fundou a sua própria companhia, na qual fez Sétimo Céu. Deu ainda aulas de interpretação e direcção no Teatro Duse e na Fundação Brasileira de Teatro, no Rio de Janeiro, na década de 1950. - Excerto



Bibi Ferreira cantou ainda em óperas e bailados e chegou a fazer parte do Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, antes de ir estudar para Londres, onde se dedicou às artes dramáticas.

Em 1936 estreou-se no cinema, no filme “Cidade-Mulher”, de Humberto Mauro, em que cantava o samba “Na Bahia”, de Noel Rosa e José Maria de Abreu.
A última participação de Bibi Ferreira no grande ecrã, foi a fazer de si própria em “O teatro na palma da mão” (2011), de Flávio Rangel.
Na televisão participou na minissérie “Marquesa de Santos” (1987), de Wilson Aguiar Filho, personificando a rainha Carlota Joaquina.
Em 1941, estreou no Brasil a peça cómica “La Locandiera”, de Carlo Goldoni, protagonizando Mirandolina.
Três anos depois fundou a sua própria companhia na qual fez “Sétimo céu”.
Bibi Ferreira deu aulas de interpretação e direção no Teatro Duse e na Fundação Brasileira de Teatro, no Rio de Janeiro, na década de 1950.
Em 1957, trouxe o seu repertório de revista para Portugal, apresentando-se no Parque Mayer, com “Horas Felizes” e “Curvas perigosas”, no Teatro Variedades e no Maria Vitória, respetivamente.
No ano seguinte, continuou no Parque Mayer, em Lisboa, para protagonizar três comédias no Teatro Maria Vitória, entre as quais “Com o amor não se brinca” e, em 1959, no mesmo teatro, protagonizou dois sucessos: “Encosta a cabecinha e chora…” e “Tudo na Lua”.
“Taco a taco”, de novo no Maria Vitória, em 1960, foi a última peça que a atriz representou no Parque Mayer.
Bibi voltou ao Brasil em 1960 e começou a trabalhar com a televisão, em teleteatros como o que apresentava no programa Bibi ao Vivo, da TV Tupi.
Na década seguinte, em plena ditadura, dirigiu Maria Bethânia e Ítalo Rossi, Paulo Gracindo e Clara Nunes, no musical “Brasileiro, Profissão: Esperança”, no Rio de Janeiro.
Em 1975, estreou “Gota d’Água”, de Chico Buarque e Paulo Pontes, pelo qual recebeu os prémios Molière e Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA), ao interpretar Joana.
“Deus lhe pague”, onde contracenou com Walmor Chagas e Marília Pera, entre outros, foi outro dos espetáculos que representou, mas foi “Piaf, a vida de uma estrela de canção”, estreado em 1983, o espetáculo mais coinhecido de Bibi Ferreira.
Na década de 1990, voltou ao palco com “Brasileiro, Profissão: Esperança” e a um musical dedicado à cantora francesa.
Em 1996, foi homenageada no Prémio Sharp de Teatro. Três anos depois dirigiu a “Carmen”, de Bizet.
“Bibi vive Amália” foi a peça escrita pelo português Tiago Torres da Silva que Bibi Ferreira protagonizou numa homenagem a Amália Rodrigues, em 2001, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, e numa digressão pelo Brasil.
Em novembro de 2012, apresentou-se de novo em Lisboa, num espetáculo integrado no

Ano do Brasil em Portugal”, no qual interpretou temas variados de repertório brasileiro, sem esquecer de novo as canções de Amália.
Fez a digressão de despedida em 2017, “Bibi, por toda a minha vida”.
Ao longo da carreira Bibi Ferreira recebeu perto de 30 prémios, entre os quais, por quatro vezes, o principal galardão para teatro de imprensa do Brasil e, por duas vezes, o prémio Molière, do seu país.  Morreu Bibi Ferreira - PT Jornal





quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

O ASSALTO AO CARRO CELULAR DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL DE LISBOA, QUE IA LEVAR RECLUSOS AO HOSPITAL DE CAXIAS – Nos anos 80 - Enquanto o guarda dorme, o marginal imagina na cabeça para ver qual é o programa fuga e a coisa realmente realiza-se! - CONFISSÕES DE UM DOS CÚMPLICES, REVELA OS DETALHES DO PLANO QUE ACABARIA POR PROVOCAR A MORTE DE UM GUARDA PRISIONAL E VÁRIOS FERIDOS COM GRAVIDADE - Entrevista divulgada pela primeira vez

JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA 
 


LIVRO AO LADO – Com entrevistas de minha autoria mas não aquela que AQUI revelo pela primeira vez



Título: Cadernos de Reportagem Fevereiro/ Março 1984
"Quando mato alguém fico um bocado deprimido"
Criminosos entrevistados na cadeia por Jorge Trabulo Marques
Direcção Fernando Dacosta
Relógio D'Água Editores Lda

Dir-se-ia que entrevistei a nata do crime portuguesa, além de um elemento da ETA, em Las Palmas : Desse lote destaco as que fiz a Manuel Alentejano, Muleta Negra, Dragão,  Zé da Tarada e muitos outros tarados - Um dos quais me encostou o cano da pistola à garganta  à saída do metro dos Restauradores: "eu sou o pai do rapaz que tu entrevistaste quando foi apanhado a roubar numa montra" - Sim, era verdade, numa rusga à civil que acompanhei com a PSP)  - "Perdoo-te porque gostei da entrevista que me fizeste num dia de Natal" 

  Mas não só entrevistei cadastrados; no meu arquivo ainda guardo o registo de  centenas de entrevistas a pessoas anónimas, sob os mais variados pretextos  e às mais diferentes  personalidades . Incluindo as mais altas patentes militares - num convívio da Academia Militar

A  entrevista que  hoje aqui divulgo, pela primeira vez, era para ser incluída no apontamento que ontem dediquei ao dia mundial da Rádio, tendo optado por  editar a a que fiz ao Rui Veloso, nos anos 80

A CRIMINALIDADE VIOLENTA BAIXOU EM PORTUGAL - Ainda bem

Referem noticias de que a "Criminalidade em Portugal baixou "significativamente" – Mas nos anos 80, a violência criminosa, deixou rastos das piores memórias, notabilizou-se pelos episódios mais graves e insólitos: desde fugas maciças das cadeias a  assaltos armados e mortíferos a carros celulares – Entrevistei alguns desses perigosos figurantes: entre os quais um dos cúmplices do assalto à carrinha celular  e   o autor da fuga de Alcoentre  - DN A última evasão prisional, de dois presos de Leiria, parece uma brincadeira quando comparada com a maior fuga coletiva, de 124 presos, em 1978, ou a dos Cavacos de Pinheiro da Cruz, em 1986” - . – E é  verdade

CONFISSÕES DE UM DOS  AUTORES DA FUGA E MORTE   NO ASSALTO AO CARRO CELULAR , REVELA OS DETALHES  DO PLANO QUE ACABARIA POR PROVOCAR  A MORTE DE UM GUARDA PRISIONAL E VÁRIOS FERIDOS COM GRAVIDADE  - Entrevista divulgada pela primeira vez 

A ENTREVISTA, não  chegou a ser transmitida na extinta Rádio Comercial-RDP, onde era repórter, em virtude de, uns dias depois, ter  sido procurado pela mesma pessoa, com ameaças de morte, para não o fazer.   

Houve ali dinheiro, pá! Umas massas e coisa e tal! E um planeamento!.. O Garrido, o guarda, não era para ser morto! Não era para ser morto ninguém! É pá! Lamento!!.. Nunca matei ninguém! Nunca roubei ninguém! Passei uns cheques sem cobertura, sim senhor! É pá! Mas a coisa tinha que se dar!... Porque havia alguém internacional! Neste caso era o Kadir!... O Kadir era um rapaz com quem eu me dava bem dentro da cadeia! Magnificamente Era um gaijo simpático! Toda a malta sabe como é que isso se processa!.. Os estrangeiros são totalmente diferentes dos Portugueses! Não compreendem a nossa língua! Abanam a cabeça,  como o chinês

Enquanto o guarda dorme, o marginal imagina na cabeça para ver qual é o programa fuga e a coisa realmente realiza-se! Isto não quer dizer que os guardas são otários! É tão otário o preso, como é otário o guarda!... É assim mesmo! Mas, de qualquer das maneiras, a coisa realizou-se! Houve mortes, realmente! Eu ainda tratei o motorista! Que levou duas balas!

Mas você creia numa coisa! É que, os Serviços prisionais, não vivem só de palavras! Não vivem só de irem à TV  a dizer meia dúzia de larachas, como eu já assisti ao Sr. Dr. Fernando Duarte, que é uma pessoa que eu considero muito!, - parece-me a mim que está  afastado do serviço – para irem lá falar  da escola de Leiria, pá! Isso não interessa!

O que interessa é que, os serviços, quando ponham um recluso   em liberdade! Ponham-no mesmo a sério com garantias! Para um quarto e com alimentação e que o trabalho seja mesmo a sério! Não é só aquele papel de trabalho fuleiro! – Como a gente diz: que é da padaria do sr. fulano tal!.

A malta passa fome! A malta não tem dinheiro e é necessário voltar a roubar para comer e para beber

Mas o que lhe digo uma coisa! É que, o Diretor que a Penitenciária tem, que a malta chama na gíria, o Leão da Estrela!...não é gajos para essas, pá!

Também há lá muita gente que  não prejudicou a sociedade e há muita gente cá fora, que anda a passear de autocarro

É um problema muito grande quando os reclusos sabem o dia das consultas! E a partir daí começaram a fazer o plano!  E transmitiram para as pessoas o dia, que o carro celular saía.. Então eles, através daquelas gradezinhas, introduziam um papelzinho ! Punham uma indicação no carro em que eles iam

Eu acho que os serviços prisionais nunca devem indicar a ninguém qual é o trajeto do carro celular! Eu vou-lhe explicar porquê?  É necessário falar com os médicos para que as consultas não sejam marcadas nos mesmos dias: cirurgia à terça!  Oftalmologia! Porque a malta cá fora sabe! 



Ainda bem que, a criminalidade violenta diminuiu, porém, há outro fenómeno que recrudesceu: o extremismo racial e religioso, em toda a parte:  e sem distinção de cor.  

Recentemente, o Ministro da Administração anunciou, no Parlamento, uma descida considerável no número de crimes violentos e graves
Portugal tem vindo a ser reconhecido como um dos países mais seguros do mundo e 2018 reforçou essa tendência com uma nova baixa muito significativa, perto de 9%, dos últimos valores ainda não finais disponíveis, da criminalidade violenta e grave”, disse Eduardo Cabrita. https://tvi24.iol.pt/sociedade/crime/criminalidade-em-portugal-baixou-significativamente

Guarda prisional “conheceu os piores criminosos de Vale de Judeus – Eu entrevistei alguns deles em várias cadeias.

Real Soares foi guarda prisional durante 30 anos. Testemunhou uma grande fuga, privou com homicidas e tentou controlar traficantes de droga. Vive perto da cadeia, mas não quer abandonar Alcoentre. “Esta já é a minha casa”, confessou a O MIRANTE

(…) Está reformado há dez anos, mas Tina, a esposa, ainda trabalha no refeitório daquele que já foi considerado o estabelecimento prisional mais seguro do país.

´”E verdade que lidou com os reclusos mais perigosos, mas gosta de recordar os “bons rapazes”: muitos deles criminosos condenados a penas pesadas, mas que as cumpriam sem tiques de submissão. “Ainda tinham vida dentro deles e refilavam...”. Mas Real Soares não era o guarda “bacano”: “Verbalmente eu podia ser bastante duro, mas não gostava de complicar. Havia quem gostasse de o fazer”. 

Por isso, aconteciam os motins... “Há muita tensão dentro das cadeias. Lembro-me que existia um chefe que obrigava os reclusos a andarem com o colarinho apertado mesmo em dias de muito calor, quando isso nem sequer estava no regulamento”. 

(…)  violência sempre existiu, assim como a violação dos novos que chegavam: “Não havia muito que pudéssemos fazer. A não ser que eles se queixassem e, claro, eles não se queixavam, com medo de represálias”. Os dramas e os terríveis episódios da vida dentro da cadeia, Real Soares sempre deixou do lado de fora de casa. “Não eram coisas que eu gostasse de contar à mesa de família”. Contou-as num livro que chamou “30 anos de vida nas prisões e outras estórias”, uma edição de autor, que ofereceu aos amigos. 
Em três décadas, conheceu a “pior geração de bandidos”, ali a meio dos anos 80, mas também a passagem para outra realidade - a do tráfico de drogas. “Conheci homicidas, mas estes geralmente cumprem as regras da prisão. Os traficantes são um conflito em si mesmos”.

Fugitivos foram beber café e regressaram à cadeia - Dos 124 reclusos que escaparam pelo túnel, a grande maioria foi capturada nos dias que se seguiram à fuga. “As pessoas de Alcoentre garantem que alguns deles até foram tomar café e regressaram, pelo túnel, à prisão”. Um dos locais por onde um dos fugitivos terá passado foi precisamente o Café Ponderosa, ao km 57, na EN1. “Só os cabecilhas da fuga é que tinham tudo planeado e meios para desaparecerem, uma vez cá fora. Alguns, ainda hoje, não se sabe para onde foram nem o que lhes aconteceu”, conta Real Soares.https://omirante.pt/semanario/2016-09-15/sociedade/2016-09-15-Ele-conheceu-os-piores-criminosos-de-Vale-de-Judeus


A maior fuga de sempre envolveu 124 presos e um túnel de 35 metros
A última evasão prisional, de dois presos de Leiria, parece uma brincadeira quando comparada com a maior fuga coletiva, de 124 presos, em 1978, ou a dos Cavacos de Pinheiro da Cruz, em 1986.  https://www.dn.pt/portugal/interior/a-maior-fuga-de-sempre-envolveu-124-presos-e-um-tunel-de-35-metros-4229652.html