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domingo, 12 de fevereiro de 2017

Poema de Friedrich Hölderlin - A minha vida, ó céu da Pátria


Oh, sim, às vezes só quero irmanar-me com a liberdade destas formas dispersas e transcender-me!...Por isso, agora que me interrogo e revejo – à distância do tempo e do lugar - aqui, tranquilamente, recostado no isolamento do leito do meu humilde quarto, sem dormir há dois dias a fio, ouvindo as vozes dos coros do silêncio gregorianos, neste fim de tarde e vésperas de anoitecer, pergunto-me. Ó Celestial Reconciliador,  se a Divina Paz não se alcança com a festa do Espírito e a Claridade dos Cânticos…

Regresso à Pátria

Ó brisas suaves! Arautos da Itália!
E tu, amado rio com os teus choupos!
Montanhas ondulantes!Ó vós todos!
Cumes soalheiros, sois de novo vós?

Ó lugar tranquilo! Em sonhos surgias de longe
À minha alma saudosa após dia sem esperança;
E tu, minha casa, e vós companheiras 
Tão familiares, árvores da colina!

Há quanto tempo, há quanto tempo!, a paz da infância
Se foi, e a juventude, o amor e o prazer;
Mas tu, minha Pátria, santa e
Paciente, tu ficaste.

E, para isso, para que sofram contigo, contigo
Se alegrem, é que tu, queria!, educas
Os teus  e os advertes em sonhos, quando longe
Vagueiam e erram, os infiéis.

E quando no peito ardente  do jovem
Os arbitrários desejos se acalmam
E calam perante o Destino, é então
Que o purificado prefere a ti dares-se.

Adeus , pois, dias da juventude, caminho de rosas
Do amor , e vós todos, caminhos do vagamundo,
Adeus! E tu recebe e abençoa de novo
A minha vida, ó céu da Pátria

Holderlin


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