“Amôlé Fotxi” – Diz o antigo conjunto musical “Os Leonenses” de São
Tomé – Por isso mesmo, o Estádio António
Coimbra da Mota, do Estoril Praia, ao fim da tarde deste último sábado,
parecia mais uma pequena sucursal de Alvalade, vestida de verde e branco, com
um entusiástico coro das claques sportinguistas, de que propriamente de vestes
canarinas, se bem que não faltassem ali lindos sorrisos a empolgar
os adeptos da mítica cidade dos famosos concursos de misses.
Reportando-me ao jogo: - Pelos vistos, as instruções de Jorge Jesus, foram
seguidas à risca e a Vitória leonina na 23ª jornada, passa teste num
pequeno reduto onde a equipa da Praia, costuma dificultar a vida aos grandes,
num jogo sem brilhantismo de maior mas o bastante para reforçar o terceiro
posto da tabela com 47 pontos –O golo do costa-riquenho Bryan Ruiz, aos 22
minutos, soltou os primeiros abraços, e, por último, já quase sobre o cair do
pano da segunda parte, a conversão de uma grande penalidade, por Bas Dost, faz
o corolário da jornada, permitindo também ao holandês consolidar-se na posição dos
melhores marcadores, com 18 golos.
Bryan Ruiz e Bas Dost
Jorge
Jesus – “Fizemos um bom jogo, melhor a segunda parte do que a primeira.
Melhorámos muito defensivamente, voltámos a ser mais conscientes das nossas
ideias defensivas e isso permite-nos também fazer depois os golos. Na primeira
parte só tivemos uma chance, na segunda criámos mais oportunidades na cara do
guarda-redes. Uma do Gelson, outra do Bas… Temos de ser uma equipa mais
matadora, mais eficaz. Tivemos boas saídas, mas o melhor momento de jogo da
equipa foi o defensivo. Estas vitórias seguidas dá mais estabilidade e
confiança. William gostei mais na segunda parte, na primeira perdeu-se algumas
vezes em termos posicionais. O Palhinha também vai ter um futuro risonho”
Benfica vence folgadamente o Chaves 3 –
1 – Com golaços de "tomates" à grego e à portuguesa, de Mitroglou e de Rafa Silva - Desfile de imagens, ao som da
música típica santomenses, dos lendários Untués, com alguns dos momentos, que levaram
ao rubro as bancadas do Estádio da Luz, perante 53.810 espetadores, vivamente festejados,
dentro e fora do relvado - No entanto, o ambiente ao intervalo, parecia ser mais tendente a esfriar a confiança e o entusiasmo . E até mesmo agitar os bancos das cabines onde inicialmente predominavam sorrisos de tranquilidade e de boa disposição, tanto dos jogadores suplentes, como da equipa técnica. liderada por Rui Victória Mas, depois, com o segundo golo, marcado logo no inicio da segunda parte, as claques voltaram acreditar Porém, não esquecer que, a equipa flaviense, nunca cedeu na sua pedalada, nunca abrandou o seu ímpeto atacante; mostrando, por várias vezes, que até podia ter logrado outro resultado. Pois, mas em futebol o que contam são os golos e a verdade
é que, quem ganhou, foram as águias que
somaram 57 pontos na 23ª jornada, garantido a posição da lanterna da frente
ECOS DA IMPRENSA
DN - No entanto, não foi fácil ao Benfica derrubar os flavienses: o
resultado folgado não faz jus às dificuldades que os encarnados sentiram, nesta
partida da 23.ª jornada da I Liga. Mitroglou abriu caminho ao triunfo, de
cabeça, assistido por Nélson Semedo (18'), e desfez as dúvidas, num remate
rasteiro, já perto do final (89')
A BOLA -O treinador do Benfica, questionado sobre
o facto de terem jogado primeiro que o FC Porto, afirmou que a sua equipa só
pensa nos seus jogos, desmarcando-se de palavras de pressão para o adversário
direto.
«Sei quando tenho que intervir. O nosso trabalha
está feito, não nos preocupamos com essas questões. Aquilo que tínhamos a fazer
fizemos», disse Rui Vitória na conferência de imprensa após a vitória por 3-1
sobre o Chaves.
Daniel Sampaio, confessou-me que até agora tem trabalhado
muito a família mas muito sob a perspetiva dos adolescentes, na vida dos
filhos, "agora queria escrever um livro sobre o que é ser pai e mãe ao longo do
ciclo de vida” – Vai ser o nosso
convidado especial na celebração do Equinócio da Primavera, ao nascer do sol do
dia 20 de Março, às 07H00, junto ao altar sacrificial do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira
de Nª Sra, aldeia de Chãs, concelho de Vila Nova de Foz Côa.
Daniel Sampaio, autor
de 26 livros, cerca de 660 mil exemplares, 53 anos dedicados à psiquiatria, sobretudo aos jovens em risco
no Hospital de Santa Maria – O seu último livro chama-se "Sala de Espera",
foi publicado em 2016 e reúne uma série de crónicas, da revista 2 do Público,
dos anos 2014 e 2015, sobre temas muito variados; sobre a família, os adolescentes,
a escola, crítica de livros e de cinema, para um leque variado de leitores –
Num interessantíssimo conjunto de temas dos nossos
dias como a utilização excessiva dos computadores pelos mais
novos, alienação parental, guarda partilhada e responsabilidades parentais
em divórcios litigiosos, pais tóxicos e como podem os filhos reagir
ou por que razão está tão difícil a relação entre o professor e o aluno
nas nossas escolas, entre muitos outros.
Alinhamento Sagrado - Com os Equinócios da Primavera e Outono - Uma das maravilhas da pré-história, que ainda hoje pode ser contemplada milénios depois ao nascer do sol do dia em que as trevas e a luz se repartem equitativamente
Daniel Sampaio, foi um dos pioneiros
da introdução, em Portugal da terapia familiar. Rejubilou-se, em 26 de Outubro
do ano passado, como professor Doutor da Faculdade de Medicina de Lisboa, noGrande Auditório do Edifício Egas Moniz, oportunidade
que aproveitou para, na sua lição de despedida, na sua última aula, recordar aspetos
marcantes da sua enriquecida experiência, fazer um balanço de uma vida de entrega e de paixão ao ensino e à saúde mental de muitos jovens e casais que o procuraram, perante a presença de familiares,
amigos, jovens médicos e colegas do oficio, da partilha dos afetos e dos mesmos esforços
pela causa pública.
O breve diálogo, que aqui tenho o prazer de apresentar, registado
para vídeo, ocorreu num encontro casual, na Feira do Livro de Lisboa, com o prestigiado escritor e psiquiatra - pessoa que muito
admiro pela sua afabilidade e simplicidade, desde os meus tempos de repórter na
ex. RDP-Rádio Comercial – e foi aproveitado para que me falasse do seu mais
recente livro, de algumas das obras da sua extensa lista de títulos e do livro
que tinha em vista ou já em preparação.
“NINGUÉM MORRE SOZINHO” – Um dos livros
que destaca na sua longa e profícua carreira literária
Questionado sobre qual das obras destacaria,
refere “Ninguém Morre Sozinho”, considerado uma referência na área do suicídio
adolescente, assim como “Tudo o Que Temos Cá Dentro", um livro sobre os jovens e
a sua relação com a família, baseado na história real
de um jovem cuja namorada se tinha suicidado, e, mais recentemente, Labirinto
de Águas, um livro sobre os casais e as crises do casamento
Um dos titulo, que me prendeu especialmente atenção, e que estava na mesinha, onde concedia autógrafos, chama-se “Lavrar o Mar “– Explicou-me que é uma metáfora, que pretende falar do período da
adolescência o do relacionamento entre pais e filhos. “Sabemos que é a época
mais difícil para os pais, porque os filhos querem ter a sua independência, a
sua autonomia, e, muitas vezes há uma zona de conflitualidade entre pais e
filhos, sobre os adolescentes e as
várias situações do dia a dia
OS JOVENS ATUAIS SÃO MAIS INDEPENDENTES E AUTÓNOMOS
DE QUE OS DA SUA GERAÇÃO MAS TÊM OUTROS PROBLEMAS
Perguntei-lhe
como é que via os tempos da sua adolescência, com os atuais, respondeu-me:
“Não tem nada a ver: de uma forma geral,
pela positiva, porque os jovens de hoje têm mais independência de que há 50
anos atrás, nós talvez fossemos mais introspetivos, que houvesse menos
conflitos entre pais e filhos, os jovens de hoje têm muito mais liberdade, mais
autonomia, isso é uma grande conquista. E o relacionamento, entre pais e
filhos, apesar das dificuldades, é mais afetuoso, que era no meu tempo, em que
os pais eram muito distantes.
Há novos desafios: a Internet é um novo
desafio, temos muito jovens que estão bastante dependentes dos computadores, que é uma coisa, que é
preciso estarmos atentos a isso e também existem, muitas vezes, dificuldade no
relacionamento entre pais e filhos: consumo de álcool, consumo de tóxicos: são
novos desafios, nos últimos anos, que é preciso encontrar respostas
O PRÓXIMO LIVRO É DEDICADO AOS PAIS
Confessou-se que agora queria escrever um
livro sobre os pais: “tenho trabalhado muito
a família mas muito sob a perspetiva dos
adolescentes, na vida dos filhos, agora queria escrever um livro sobre o é ser
pai e mãe ao longo do ciclo de vida: ou seja, quando se começa por ser pai de um bebé, depois pai de uma criança,
depois pai de um adolescente depois pai de uma adulto, até à velhice. Este é o
projeto. Vai começar agora no Verão"
Por que é que se debruçou sobre estas questões? – questionei por fim:
Foi um bocado relacionado com a minha vida
profissional, porque eu, há muitos anos. Eu comecei por me dedicar justamente
ao tratamento de adolescentes, porque, os pedopsiquiatras dedicavam-se
sobretudo às crianças, e eu, como sou psiquiatra de adultos, comecei a perceber
que havia ali uma zona, entre os 15 e os
18 anos que era uma terra de ninguém. E, portanto, comecei a estudar particularmente,
essa idade, entre os 15 os 20 anos e depois especializei-me nessa época da vida
e fui ganhando paixão por essa época e também experiência e também experiência para
tratar esse tema
Com os netos - Revista Nova Gente
DANIEL SAMPAIO.27/12/2015Quando era adolescente escrevia num jornal, o Diário de Lisboa
Juvenil. Pensava que um dia seria jornalista ou escritor, e que as pessoas de
sessenta anos eram velhíssimas e correriam grande perigo de ser atropeladas.
Fiz muitas coisas na vida: tenho três filhos, escrevi 22 livros, plantei só uma
árvore, uma cerejeira na Escola Secundária Daniel Sampaio (de que sou patrono).
Incursões na política foram poucas, mas sempre apoiei o meu irmão, que foi dez
anos Presidente da República. Hoje sou sexagenário e tenho outros planos:
escrever mais livros (espero que muita gente leia o novo, Labirinto de mágoas,
sobre o casamento); ensinar cada vez melhor na Faculdade de Medicina de Lisboa
(onde sou catedrático de Psiquiatria); estar bem com a família e os amigos, com
tempo para brincar com os sete netos; e continuar a ler e a ouvir música
clássica.http://www.publico.pt/autor/daniel-sampaio
"SALA DA ESPERA" - De seguida tomámos a liberdade de aqui transcrever duas suas interessantíssimascrónicas, das que foram reunidas sob o título em epígrafe
1-Março 2015 – Reviver o passado
Muitos casais que me procuram por
dificuldades no, seu relacionamento conjugal revivem o seu passado, sem que daí
resulte qualquer benefício para os problemas de agora.
Margarida, de 43 anos, professora, de
«baixa» prolongada por depressão, falou-me assim: «Sinto-me presa à minha
infância. Os meus pais eram muito exigentes, eu não podia falhar. Ainda hoje me
lembro da negativa que tive a Estudo do Meio, uma coisa que se dava na primária
e a que nunca achei muita graça. Parecia que tinha sido o fim do mundo! E foi
assim pela vida fora. Sempre que falho sinto a sombra dos meus pais sobre a
minha cabeça. Agora, quando eles caminham para os 70 anos, ainda não estou à
vontade quando nos encontramos. Sinto o seu olhar crítico em tudo! Neste
momento, em que o meu casamento está a falhar e procuro a ajuda do Professor,
ainda menos desejo estar com eles. Tenho a sensação de que me vão culpar pelo
insucesso conjugal! E não me admirava que me atribuíssem a culpa de tudo,
esquecendo que o meu marido arranjou outra pessoa ... »
Pedro, de 38 anos, programador informático,
vive há dois anos em segunda união de facto. Separou-se da primeira mulher por
conflitos do quotidiano: «A Marta criticava-me todos os dias, acusava-me de ser
fraco, de não me impor no emprego e de não ser firme com o Afonso, o nosso
filho. Exatamente as mesmas críticas que o meu pai me fez toda a vida! Sempre
me disse que eu tinha medo de tudo e que por isso não se admirava por eu ser
gozado na escola, nem se surpreendia com os meus fracassos amorosos na
adolescência. Agora tudo se repete com a Leonor, lá está ele a dizer que ela é
uma mulher espantosa e que eu não sei a sorte que tive! É como se eu
transportasse as críticas do meu pai a cada segundo que passa ... Talvez com
vinte anos de psicanálise se resolva ... »
Tentei dizer à Margarida e ao Pedro que o
passado é importante, mas que não podemos ser reféns de factos ocorridos há
dezenas de anos. O passado é decisivo para construirmos a nossa identidade, mas
jamais a conseguiremos consolidar se não formos capazes de ser autónomos em
relação à nossa família de origem. Ao Pedro expliquei que vinte anos de
psicanálise deveriam ser excessivos e muito caros, com a agravante de aos 58
anos ser bem mais difícil conseguir uma relação conjugal com futuro ...
Margarida e Pedro são bons exemplos de
filhos que persistem presos a relações tóxicas com os seus progenitores,
impeditivas da construção de relacionamentos gratificantes com os parceiros
amorosos. No fundo, é como se ambos continuassem a necessitar da «autorização»
parental para poderem viver a sua vida de adultos, esquecendo-se de que a
permissão não está nos seus pais mas sim na sua pouca autónoma dimensão
interna.
Margarida e Pedro ignoram que é urgente
verificar a limitações dos seus pais, senhores talvez empenhados e que tentaram
fazer o melhor possível. Na verdade, já não precisam da validação parental para
se empenharem em projetos tão importantes como a sua realização conjugal, nem
necessitam do conhecimento da realidade de outrora trazida pelos seus
progenitores. E crucial que se conheçam melhor a si mesmos, a partir dos
problemas do aqui e agora, sem que se preocupem com o ajuste de contas com um
passado já distante.
Pode acontecer que os parceiros amorosos
de Margarida e de Pedro sejam alvo de conflitos relacionais que nem sempre têm
a ver com a sua maneira de ser. E importante que também deixem de ser vítimas da prisão
familiar dos seus companheiros.
18 de Janeiro de
2015 - Porque sim: A terapia com a família
Feira do Livro,Lisboa 2011
Neste ano de 2015
completam-se 30 anos de publicação, em Portugal, do primeiro livro de terapia
familiar. Foi em 1985 que eu e o José Gameiro publicámos Terapia Familiar, nas
Edições Afrontamento. Esta obra está hoje, como é evidente, um pouco desatualizada,
mas na altura constituiu um marco na divulgação da terapia familiar sistémica
como forma de intervenção em saúde mental. Vários cursos, realizados nos anos
seguintes, utilizaram o livro como manual de aprendizagem e muitos formandos
elaboraram trabalhos tendo como base as nossas páginas.
Trinta anos
depois, a terapia familiar sistémica evoluiu muito. Já não temos a ideia, um
pouco romântica, de que uma intervenção bem feita, proposta por um terapeuta
experiente, poderia conduzir a uma grande mudança. Nem temos a convicção de
outrora, de que certas perturbações psiquiátricas derivavam de comunicações
distorcidas nas famílias de origem. Hoje sabemos que as doenças da mente
resultam da interação complexa de fatores biológicos, psicológicos e sociais, e
que a intervenção deve reunir uma série de procedimentos terapêuticos ajustados
a cada caso, de modo a potenciarmos sinergias para podermos ser cada vez mais
eficazes.
A terapia familiar
sistémica, todavia, continua a ser fundamental em muitas situações. Refiro-me a
problemas relacionados com crianças, adolescentes e suas famílias, bem como as
questões originadas pelas interações com sistemas sociais como a escola, o
grupo juvenil e os tribunais (sobretudo na relação com o divórcio dos pais).
Ouvindo a família e interagindo com ela, o terapeuta fica na posse de
informações essenciais para a condução da terapia, ao mesmo tempo que mobiliza
e ajuda as famílias na sua missão de cuidar.
Quando oiço dizer,
na televisão, que faltam camas de internamento para tratar as perturbações
psiquiátricas da infância e da adolescência não posso deixar de concordar. Em
vários distritos existe apenas um pedopsiquiatra. Alguns psicólogos que se
ocupam dos casos, apesar do seu meritório trabalho, necessitariam do apoio de
médicos para poder levar a cabo um atendimento correto. Em muitas situações,
teria sido importante falar com a família, em vez de propor um internamento,
porque todas as organizações familiares, em maior ou menor grau, têm
possibilidade de responder às crises e de encontrar alternativas ao seu
funcionamento. A minha experiência de 35 anos de trabalho com famílias mostra
que, muitas vezes, basta sermos capazes de estruturar uma conversa - em que
todos os membros da família podem fazer ouvir a sua voz e escutar a de outro -
para que aquele grupo de pessoas que vive em conjunto passe a ser capaz de
conseguir um nível mais tranquilo de comunicação, de onde vão emergir soluções
para os seus problemas
Num caso recente
de que tive conhecimento, em que: uma adolescente de 16 anos se recusa a
frequentar a escola, a intervenção tem consistido em sessões mensais com pai e
mãe, conduzidas por dois médicos, enquanto a jovem é seguida individualmente
por uma psicóloga. Segundo relato dos pais, as intervenções terapêuticas surgem
descoordenadas, sobretudo os progenitores não se sentem ajudados a lidar com a
filha. Seria muito mais simples se todos falassem em conjunto, numa sessão de
terapia familiar sistémica!
A terapia familiar
deveria ser hoje chamada «terapia com a família», no sentido em que precisamos
de a mobilizar e depois ajudar, qualquer que seja a sua configuração atual.
1986 -Jorge Sampaio
Daniel Sampaio: “A psiquiatria
não me fez entender o amor mas tornou-me mais humano”
EXPRESSO - 23/10/2016 -Na véspera de completar 70
anos, saiu do Hospital de Santa Maria. Contaram-me que estava triste.
É natural, entrei no hospital com 18 anos e saí com 70. Entrei como estudante
de Medicina, fiz o curso, a especialidade, toda a carreira académica até
professor catedrático e acabei como diretor do Serviço de Psiquiatria. Sim,
estava emocionado.
Parece um homem que não se desfaz em lágrimas como as que o seu
irmão habituou o país. Como lidou com a emoção?
Nesta despedida até houve lágrimas. Pequenas. Sou contido para quem não me
conhece, não sou muito alegre nem exuberante, mas consigo ser muito próximo das
pessoas. O grande problema da reforma é que o quotidiano não será feito junto
delas. A adrenalina do hospital também me faz falta. No dia seguinte à
despedida foi a minha festa de 70 anos, com os amigos e a família. Depois senti
um vazio que estou a tentar preencher.-
Há dez anos dizia que o sexagenário era um idoso e não pensava
reformar-se. Sente-se velho?
Não. A Medicina tornou a vida mais longa e talvez devêssemos rever o limite
obrigatório de 70 anos. Os terapeutas familiares dizem que temos de nos adaptar
aos diferentes ciclos da vida e acredito que sou capaz. Espero ter mais tempo
para escrever.
É o que fará primeiro?
Tenho um livro pensado, que começo a seguir à lição de jubilação. Vou falar do
que é ser pai, desde o projeto, passando por todas as fases, até ser pai de um
adulto. Acompanhar a função parental ao longo da vida.
Escreveu 26 livros, cerca de 660 mil exemplares, um sucesso num
país como Portugal. No seu círculo de amizades há grandes escritores. Nunca foi
tentado pelo romance?
Uma pessoa muito importante na minha escrita foi o editor Zeferino Coelho, com
quem trabalho há 25 anos. Ele sempre disse que a minha imagem não é de
romancista, é de quem escreve sobre adolescentes, pais e escolas, e quando
escrevi livros que se afastaram destes temas tive menos êxito. Não fecho essa
porta, mas já tive mais vontade. Quando escrevi “Tudo o Que Temos Cá Dentro”,
baseado na história real de um jovem cuja namorada se tinha suicidado, pensei
nisso, mas percebi que perderia influência junto do público Excerto de Expresso | Daniel Sampaio: “A psiquiatria não me fez
entender o amor
Biografia:
Psiquiatra conceituado e terapeuta familiar, Daniel Sampaio nasceu em 1946,
em Lisboa. Fez os seus primeiros anos de escolaridade na Escola Sport União
Sintrense e viveu em Sintra até aos seus 15 anos, altura em que se mudou para
Lisboa, onde continuou os seus estudos no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, do qual
saiu no ano lectivo de 1963-64.
Iniciou o curso de Medicina em 1964 na Faculdade de Medicina de Lisboa,
onde se formou em 1970, tendo concluído a especialidade em Psiquiatria em 1976.
Obteve o doutoramento em Medicina, na especialidade de Psiquiatria, em 1986. É
Professor Catedrático de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Lisboa e tem
coordenado, no Hospital de Santa Maria, unidades de intervenção para adolescentes
em crise. Foi um dos introdutores da Terapia Familiar em Portugal, a partir da
Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar, que fundou em 1979.
Publicou diversos livros sobretudo sobre a adolescência e os seus
problemas, destacando-se entre eles, “Vozes e Ruídos – Diálogos com
adolescentes”, em 1993, e “Inventem-se Novos Pais”, em 1994. Com este livro, o
professor Daniel Sampaio ajuda os pais a interpretar esses sinais, a elaborar a
resposta certa. E ainda “A Cinza do Tempo”, em 1997, que reúne cerca de 60 crónicas
publicadas pelo autor na imprensa entre 1993 e 1997. São, no fundo, algumas
reflexões de Daniel Sampaio sobre o ensino, a família, a droga, o suicídio
juvenil, a adolescência, etc.
Editou ainda “A Arte da Fuga”, em 1999, a mais célebre e polémica obra de
Daniel Sampaio, “Tudo o Que Temos Cá Dentro”, em 2000, que retrata a questão do
suicídio e baseia-se em factos reais, num caso clínico de um adolescente que
perdeu uma amiga que se suicidou e, em 2002, “Lições de Abismo”, onde fala
sobre a sua experiência enquanto psiquiatra no Hospital de Santa Maria. Tem
tido um papel fundamental em intervenções várias em diversos
meios de comunicação, tais como nos jornais, rádio e televisão, sempre numa
abordagem da adolescência. Tem-se dedicado ao estudo dos problemas dos jovens e
das suas famílias através de trabalhos de investigação na área da psiquiatria e
da adolescência.
Vem amigo, juntar-te aos que buscam sair do bulício atormentado
dos dias,
e procuram, no
recolhimento das verdes florestas, nos ermos desertos
ou solitárias e
eternas pedras, o silencio sagrado e o benévolo refúgio
para que da mente
brotem pensamentos mais elevados e sublimes
- Mesmo que pouco
luminoso esteja o dia e a cúpula dos céus, se cubra
de espessas névoas ou da cor do chumbo, vem escutar o silêncio
dos que se alegram com os abençoados cânticos da sagrada Natura.
Sporting 1- Rio Ave 0 –
Leões venceram por margem magra a 22ª jornada mas não sofreram golos e o que contam
são os três pontos somados, que passaram a ser 44, ainda aquém do Benfica e do
Porto mas ainda há muito campeonato pela frente, nada está decidido e
certamente muitas surpresas ainda haverá até à última jornada
Vitória conquistada ao
20 minuto pelo argentino, Alan Ruiz. Soube a pouco mas foi muito saboreada
pelos quarenta e tais mil adeptos que emolduravam entusiasticamente as bancadas,
além dos largos milhares que acompanhavam o jogo pela televisão nos
cafés, restaurantes ou em casa.
Esperava-se que, a seguir
ao primeiro, viessem outros e fosse o princípio de uma goleada, mas o Ave nunca
se deixou naufragar no rio, fez jogo de alto gabarito e, se não marcou, tal ficou a dever-se à mestria de Rui Patrício,
que, ao completar o notável feito de 400 jogos de leão ao peito, ainda por cima
foi decisivo a segurar o precioso resultado nesta jornada, graças ao seu
extraordinário talento, que Jorge Jesus,
classifica do melhor guarda-redes português – E quem duvida? Alguma vez,
Portugal tinha sido campeão europeu, sem Rui Patrício?... Venha o primeiro a desmenti-lo.
Parabéns, Rui! E que a sorte acompanhe sempre o teu génio e a tua audácia, seja
nas balizas do teu clube, seja nas da Seleção Nacional
ECOS DA IMPRENSA - Jorge
Jesus acredita que tem no seu plantel o melhor guarda-redes português. O
treinador do Sporting acredita que a posição de destaque de Rui Patrício na
baliza dos ‘leões’ e da seleção nacional se deve ao seu trabalho em específico.
“[Rui
Patrício] é o melhor guarda redes português. Considero-o eu e considera o
Fernando Santos [selecionador nacional]. Tem melhorado muito o seu potencial,
fruto também do seu acreditar e do seu trabalho. Quanto mais anos passar,
melhor guarda-redes ele vai ser. É uma questão da posição, que quanto mais
velho um guarda-redes é, melhor ele fica e o Rui [Patrício] não vai fugir à
regra”, referiu o técnico, na conferência de antevisão do jogo com o Rio Ave,
este sábado.Jorge Jesus: “Rui Patrício é o melhor guarda-redes
português
Certamente que deve
ter sido a estrelinha de Eusébio, que, dos confins do além, fez incidir o seu
brilho sobre o relvado do Estádio da Luz e conferiu a necessária proteção sobrenatural
à equipa que tantas glórias lhe fez rejubilar o coração – Pois não é por acaso
que a sua imagem continua a ser o ícone preferido – qual oração estampada nas bandeiras ou nos
cartazes que se agitam.
Os alemães jogaram, e até sufocaram, tiveram um penalti nos
pés, mas não o marcaram porque estava lá o brasileiro Ederson para lhes trocar
as voltas, a essa e outras bolas, que levavam lume e brasa – E também, porque,
nas hostes benfiquistas, havia um grego, o genial Mitroglou, sempre oportuno e inspirado, a fazer vibrar as
bancadas.
Face aos
episódios, que, na noite passada, fizeram história no jogo Benfica- Dortmund 1-0 indubitavelmente,
um tal desfecho, com uma vitória em casa por 1-0 na primeira mão, sem
sofrer golos (com penalti falhado e tantas bolas com a marca de golo e passearem
ao lado, sim, com tão claro domínio da equipa adversária) naturalmente que parece ser mais obra dos acontecimentos supra-normais e dos mistérios do
inexplicável, de que propriamente da realidade terrena: é que, além de permitir
acalentar o sonho da equipa das águias poder subir mais um degrau na escalada
para o topo da grande competição europeia, a bem dizer, não traduz o que verdadeiramente se passou nas quatro linhas.
Não é que o Benfica
não justificasse o resultado, claro que houve mérito encarnado, que soube
bater-se, com excecional arte e valentia, até ao apito final dos quatro minutos
do prolongamento, garantindo, assim, através de um único golo, uma vitória muito
saborosa e festejada pela alma benfiquista, que até encaixou que nem uma luva nas suas justas aspirações.
Na verdade, e analisando o jogo noutra perspetiva, torna-se cada vez mais
difícil, aos clubes portugueses, poderem competir com o poderio financeiro dos
grandes clubes europeus para contratarem as grandes vedetas – Pois, mas em futebol,
as coisas nem sempre são tão lineares, como a matemática e, muitas vezes, até são bem mais complicadas que os jogos da bolsa,
mesmo quando os árbitros se colocam literalmente a favor de uma das partes –
creio ter sido a arbitragem do italiano, que apitou o jogo Benfica- Dortmund: nestes
desafios, nem há imparcialidade nem virgindade nas intenções; além do
inexplicável milagre da sorte (sim,
desta vez a noite foi de sorte de luz para o Benfica), há múltiplos fatores que
ultrapassam o entendimento e que podem decidir um desafio, creio que terá sido
o que aconteceu neste jogo do Benfica com a equipa germânica
ECOS DA IMPRENSA - … Mas
pode e deve, por vezes, ser considerada um resultado do outro mundo. Foi o caso
do Benfica-Dortmund: com exceção da incontornável final de Berna com o
Barcelona, em 1961, raras vezes no seu historial europeu os encarnados sofreram
tanto e viram conjugados em seu favor tantos fatores favoráveis para poderem
festejar no fim. Na noite dos 500 jogos de Luisão, Mitroglou foi o símbolo da
eficácia absoluta e EDERSON foi o herói com direito a maiúsculas, num jogo em que
uma substituição defensiva de Vitória, ao intervalo, deu à equipa o fôlego de
dez minutos, suficiente para ir à Alemanha em vantagem. E para acentuar a crise
de identidade de um Dortmund que, valha a verdade, depois dos últimos jogos
parece obrigado a ir à bruxa.http://www.maisfutebol.iol.pt/liga-campeoes/ederson/lc-benfica-dortmund-1-0-cronica
JN - O Benfica venceu, em casa, o Borussia de Dortmund
por 1-0, na primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, e bem pode
agradecer a Mitroglou, que marcou o único golo de um encontro em que o sinal
mais foi quase sempre dos alemães.
Oh, sim, às vezes só quero irmanar-me com
a liberdade destas formas dispersas e transcender-me!...Por isso, agora que me
interrogo e revejo – à distância do tempo e do lugar - aqui, tranquilamente, recostado
no isolamento do leito do meu humilde quarto, sem dormir há dois dias a fio,
ouvindo as vozes dos coros do silêncio gregorianos, neste fim de tarde e
vésperas de anoitecer, pergunto-me. Ó Celestial Reconciliador, se a Divina Paz não se alcança com a festa do
Espírito e a Claridade dos Cânticos…
Regresso à Pátria
Ó brisas suaves! Arautos da Itália!
E tu, amado rio com os teus choupos!
Montanhas ondulantes!Ó vós todos!
Cumes soalheiros, sois de novo vós?
Ó lugar tranquilo! Em sonhos surgias de longe
À minha alma saudosa após dia sem esperança;
E tu, minha casa, e vós companheiras
Tão familiares, árvores da colina!
Há quanto tempo, há quanto tempo!, a paz da infância