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domingo, 26 de fevereiro de 2017

Estoril 0 - Sporting 2 – Vitória leonina assegurada com a doutrina inspirada de Jorge Jesus - Passa barreiras no relvado Estádio António Coimbra da Mota


Por Jorge Trabulo Marques - Foto-Jornalismo   Colaboração especial em   https://www.facebook.com/footballdream.pt?ref=hl..... http://www.footballdream.pt/

“Amôlé Fotxi” – Diz o antigo conjunto musical  “Os Leonenses” de São Tomé – Por isso mesmo, o Estádio António Coimbra da Mota, do Estoril Praia, ao fim da tarde deste último sábado, parecia mais uma pequena sucursal de Alvalade, vestida de verde e branco, com um entusiástico coro das claques sportinguistas, de que propriamente de vestes canarinas, se bem que não faltassem ali lindos sorrisos  a empolgar os adeptos da mítica cidade dos famosos concursos de misses.  



  

Reportando-me ao jogo: - Pelos vistos, as instruções de Jorge Jesus, foram seguidas à risca e a Vitória leonina na 23ª jornada, passa teste num pequeno reduto onde a equipa da Praia, costuma dificultar a vida aos grandes, num jogo sem brilhantismo de maior mas o bastante para reforçar o terceiro posto da tabela com 47 pontos –O golo do costa-riquenho Bryan Ruiz, aos 22 minutos, soltou os primeiros abraços, e, por último, já quase sobre o cair do pano da segunda parte, a conversão de uma grande penalidade, por Bas Dost, faz o corolário da jornada, permitindo também ao holandês consolidar-se na posição dos melhores marcadores, com 18 golos.
Bryan Ruiz e Bas Dost


Jorge Jesus – “Fizemos um bom jogo, melhor a segunda parte do que a primeira. Melhorámos muito defensivamente, voltámos a ser mais conscientes das nossas ideias defensivas e isso permite-nos também fazer depois os golos. Na primeira parte só tivemos uma chance, na segunda criámos mais oportunidades na cara do guarda-redes. Uma do Gelson, outra do Bas… Temos de ser uma equipa mais matadora, mais eficaz. Tivemos boas saídas, mas o melhor momento de jogo da equipa foi o defensivo. Estas vitórias seguidas dá mais estabilidade e confiança. William gostei mais na segunda parte, na primeira perdeu-se algumas vezes em termos posicionais. O Palhinha também vai ter um futuro risonho”

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Benfica vence o Chaves 3 – 1- Com dois grandes tomates de Mitroglou, coroados por outra tomatada de Rafa Silva, garantindo triunfo folgado



Por Jorge Trabulo Marques - Foto-Jornalismo   Colaboração especial em https://www.facebook.com/footballdream.pt?ref=hl..... http://www.footballdream.pt/



Benfica vence folgadamente o Chaves 3 – 1 – Com golaços de "tomates" à grego e à portuguesa, de  Mitroglou e de  Rafa Silva - 
Desfile de imagens, ao som da música típica santomenses, dos lendários Untués, com alguns dos momentos, que levaram ao rubro as bancadas do Estádio da Luz, perante  53.810 espetadores, vivamente festejados, dentro e fora do relvado - No entanto, o  ambiente ao intervalo, parecia ser mais tendente  a esfriar a confiança e o entusiasmo . E até mesmo agitar os bancos das  cabines  onde inicialmente predominavam sorrisos de tranquilidade e de boa disposição, tanto dos jogadores suplentes, como da equipa técnica. liderada por Rui Victória Mas, depois, com o segundo golo, marcado logo no  inicio da segunda parte, as claques voltaram acreditar

Porém, não esquecer que, a equipa  flaviense, nunca cedeu na sua pedalada,  nunca abrandou o seu ímpeto atacante; mostrando, por várias vezes,  que até podia ter logrado  outro resultado. Pois, mas em futebol o que contam são os golos e a verdade é que, quem ganhou,  foram as águias que somaram 57 pontos na 23ª jornada, garantido a posição da lanterna da frente 



ECOS DA IMPRENSA

DN - No entanto, não foi fácil ao Benfica derrubar os flavienses: o resultado folgado não faz jus às dificuldades que os encarnados sentiram, nesta partida da 23.ª jornada da I Liga. Mitroglou abriu caminho ao triunfo, de cabeça, assistido por Nélson Semedo (18'), e desfez as dúvidas, num remate rasteiro, já perto do final (89')



A BOLA - O treinador do Benfica, questionado sobre o facto de terem jogado primeiro que o FC Porto, afirmou que a sua equipa só pensa nos seus jogos, desmarcando-se de palavras de pressão para o adversário direto.

«Sei quando tenho que intervir. O nosso trabalha está feito, não nos preocupamos com essas questões. Aquilo que tínhamos a fazer fizemos», disse Rui Vitória na conferência de imprensa após a vitória por 3-1 sobre o Chaves.

«Faltam onze jogos, doze para alguns. Até ao final do campeonato ainda se vão perder pontos», acrescentou o treinador das `águias´. http://www.abola.pt/clubes/ver.aspx?t=3&id=657859


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Daniel Sampaio - Escritor, Psiquiatra e Professor – Autor de “Ninguém Morre Sozinho”, de Lavrar o Mar” ; “Vivemos Livres Numa Prisão” - De 26 livros dedicados aos problemas da juventude – Diz que atualmente os jovens são mais livres que há 50 anos, mas bastante dependentes dos computadores – O próximo livro é dedicado aos pais

Daniel Sampaio - 2011
Jorge Trabulo Marques - Jornalista

Daniel Sampaio, confessou-me que até agora  tem trabalhado muito  a família mas muito sob a perspetiva dos adolescentes, na vida dos filhos, "agora queria escrever um livro sobre o que é ser pai e mãe ao longo do ciclo de vida” – Vai ser o nosso convidado especial na celebração do Equinócio da Primavera, ao nascer do sol do dia 20 de Março, às 07H00, junto ao altar sacrificial do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nª Sra, aldeia de Chãs, concelho de Vila Nova de Foz Côa.



Daniel Sampaio, autor de 26 livros, cerca de 660 mil exemplares, 53 anos dedicados à psiquiatria, sobretudo aos jovens em risco no Hospital de Santa Maria – O seu último livro chama-se "Sala de Espera", foi publicado em 2016 e reúne uma série de crónicas, da revista 2 do Público, dos anos 2014 e 2015, sobre temas muito variados; sobre a família, os adolescentes, a escola, crítica de livros e de cinema, para um leque variado de leitores – Num interessantíssimo conjunto de temas dos nossos dias como  a utilização excessiva dos computadores pelos mais novos, alienação parental, guarda partilhada e responsabilidades parentais em divórcios litigiosos, pais tóxicos e como podem os filhos reagir ou por que razão está tão difícil a relação entre o professor e o aluno nas nossas escolas, entre muitos outros.



Alinhamento Sagrado - Com os Equinócios da Primavera e Outono -  Uma das maravilhas da pré-história, que ainda hoje pode ser contemplada milénios depois ao nascer do sol do dia em que as trevas e a luz se repartem equitativamente 




Daniel Sampaio, foi um dos pioneiros da introdução, em Portugal da terapia familiar. Rejubilou-se, em 26 de Outubro do ano passado, como professor Doutor da Faculdade de Medicina de Lisboa, no Grande Auditório do Edifício Egas Moniz, oportunidade que aproveitou para, na sua lição de despedida, na sua última aula, recordar aspetos marcantes da sua enriquecida experiência, fazer um balanço de  uma vida de entrega e de paixão ao ensino e à  saúde mental de muitos jovens  e casais que o procuraram, perante  a presença de familiares, amigos, jovens médicos e colegas do oficio,  da partilha dos afetos e dos mesmos esforços pela causa pública.


O breve diálogo, que aqui tenho o prazer de apresentar, registado para vídeo, ocorreu num encontro casual, na Feira do Livro de Lisboa, com o prestigiado escritor e psiquiatra - pessoa que muito admiro pela sua afabilidade e simplicidade, desde os meus tempos de repórter na ex. RDP-Rádio Comercial – e foi aproveitado para que me falasse do seu mais recente livro, de algumas das obras da sua extensa lista de títulos e do livro que tinha em vista ou já em preparação. 

“NINGUÉM MORRE SOZINHO” – Um dos livros que destaca na sua longa e profícua carreira literária

Questionado sobre qual das obras destacaria, refere “Ninguém Morre Sozinho”, considerado uma referência na área do suicídio adolescente, assim como “Tudo o Que Temos Cá Dentro", um livro sobre os jovens e a sua relação com a família, baseado na história real de um jovem cuja namorada se tinha suicidado, e, mais recentemente, Labirinto de Águas, um livro sobre os casais e as crises do casamento

Um dos titulo, que me prendeu especialmente atenção, e que estava na mesinha, onde concedia autógrafos, chama-se “Lavrar  o Mar “– Explicou-me que  é uma metáfora, que pretende falar do período da adolescência o do relacionamento entre pais e filhos. “Sabemos que é a época mais difícil para os pais, porque os filhos querem ter a sua independência, a sua autonomia, e, muitas vezes há uma zona de conflitualidade entre pais e filhos, sobre os adolescentes e as várias situações do dia a dia  

OS JOVENS ATUAIS SÃO MAIS INDEPENDENTES E AUTÓNOMOS DE QUE OS DA SUA GERAÇÃO MAS TÊM OUTROS PROBLEMAS

 Perguntei-lhe como é que via os tempos da sua adolescência, com os atuais, respondeu-me:

Não tem nada a ver: de uma forma geral, pela positiva, porque os jovens de hoje têm mais independência de que há 50 anos atrás, nós talvez fossemos mais introspetivos, que houvesse menos conflitos entre pais e filhos, os jovens de hoje têm muito mais liberdade, mais autonomia, isso é uma grande conquista. E o relacionamento, entre pais e filhos, apesar das dificuldades, é mais afetuoso, que era no meu tempo, em que os pais eram muito distantes.

Há novos desafios: a Internet é um novo desafio, temos muito jovens que estão bastante dependentes  dos computadores, que é uma coisa, que é preciso estarmos atentos a isso e também existem, muitas vezes, dificuldade no relacionamento entre pais e filhos: consumo de álcool, consumo de tóxicos: são novos desafios, nos últimos anos, que é preciso encontrar respostas




O PRÓXIMO LIVRO É DEDICADO AOS PAIS

Confessou-se que agora queria escrever um livro sobre os pais:  “tenho trabalhado muito  a família mas muito sob a perspetiva dos adolescentes, na vida dos filhos, agora queria escrever um livro sobre o é ser pai e mãe ao longo do ciclo de vida: ou seja, quando se começa por  ser pai de um bebé, depois pai de uma criança, depois pai de um adolescente depois pai de uma adulto, até à velhice. Este é o projeto. Vai começar agora  no Verão"

Por que é que se debruçou sobre estas questões? – questionei por fim:

Foi um bocado relacionado com a minha vida profissional, porque eu, há muitos anos. Eu comecei por me dedicar justamente ao tratamento de adolescentes, porque, os pedopsiquiatras dedicavam-se sobretudo às crianças, e eu, como sou psiquiatra de adultos, comecei a perceber que havia ali uma zona, entre os 15 e os  18 anos que era uma terra de ninguém. E, portanto, comecei a estudar particularmente, essa idade, entre os 15 os 20 anos e depois especializei-me nessa época da vida e fui ganhando paixão por essa época e também experiência e também experiência para tratar esse tema

Com os netos - Revista Nova Gente
DANIEL SAMPAIO. 27/12/2015 Quando era adolescente escrevia num jornal, o Diário de Lisboa Juvenil. Pensava que um dia seria jornalista ou escritor, e que as pessoas de sessenta anos eram velhíssimas e correriam grande perigo de ser atropeladas. Fiz muitas coisas na vida: tenho três filhos, escrevi 22 livros, plantei só uma árvore, uma cerejeira na Escola Secundária Daniel Sampaio (de que sou patrono). Incursões na política foram poucas, mas sempre apoiei o meu irmão, que foi dez anos Presidente da República. Hoje sou sexagenário e tenho outros planos: escrever mais livros (espero que muita gente leia o novo, Labirinto de mágoas, sobre o casamento); ensinar cada vez melhor na Faculdade de Medicina de Lisboa (onde sou catedrático de Psiquiatria); estar bem com a família e os amigos, com tempo para brincar com os sete netos; e continuar a ler e a ouvir música clássica. http://www.publico.pt/autor/daniel-sampaio

"SALA DA ESPERA" - De seguida tomámos a liberdade de aqui transcrever duas suas interessantíssimas crónicas, das que foram reunidas sob o título em epígrafe

 1-Março 2015 – Reviver o passado
Muitos casais que me procuram por dificuldades no, seu relacionamento conjugal revivem o seu passado, sem que daí resulte qualquer benefício para os problemas de agora.

Margarida, de 43 anos, professora, de «baixa» prolongada por depressão, falou-me assim: «Sinto-me presa à minha infância. Os meus pais eram muito exigentes, eu não podia falhar. Ainda hoje me lembro da negativa que tive a Estudo do Meio, uma coisa que se dava na primária e a que nunca achei muita graça. Parecia que tinha sido o fim do mundo! E foi assim pela vida fora. Sempre que falho sinto a sombra dos meus pais sobre a minha cabeça. Agora, quando eles caminham para os 70 anos, ainda não estou à vontade quando nos encontramos. Sinto o seu olhar crítico em tudo! Neste momento, em que o meu casamento está a falhar e procuro a ajuda do Professor, ainda menos desejo estar com eles. Tenho a sensação de que me vão culpar pelo insucesso conjugal! E não me admirava que me atribuíssem a culpa de tudo, esquecendo que o meu marido arranjou outra pessoa ... »

Pedro, de 38 anos, programador informático, vive há dois anos em segunda união de facto. Separou-se da primeira mulher por conflitos do quotidiano: «A Marta criticava-me todos os dias, acusava-me de ser fraco, de não me impor no emprego e de não ser firme com o Afonso, o nosso filho. Exatamente as mesmas críticas que o meu pai me fez toda a vida! Sempre me disse que eu tinha medo de tudo e que por isso não se admirava por eu ser gozado na escola, nem se surpreendia com os meus fracassos amorosos na adolescência. Agora tudo se repete com a Leonor, lá está ele a dizer que ela é uma mulher espantosa e que eu não sei a sorte que tive! É como se eu transportasse as críticas do meu pai a cada segundo que passa ... Talvez com vinte anos de psicanálise se resolva ... »

Tentei dizer à Margarida e ao Pedro que o passado é importante, mas que não podemos ser reféns de factos ocorridos há dezenas de anos. O passado é decisivo para construirmos a nossa identidade, mas jamais a conseguiremos consolidar se não formos capazes de ser autónomos em relação à nossa família de origem. Ao Pedro expliquei que vinte anos de psicanálise deveriam ser excessivos e muito caros, com a agravante de aos 58 anos ser bem mais difícil conseguir uma relação conjugal com futuro ...

Margarida e Pedro são bons exemplos de filhos que persistem presos a relações tóxicas com os seus progenitores, impeditivas da construção de relacionamentos gratificantes com os parceiros amorosos. No fundo, é como se ambos continuassem a necessitar da «autorização» parental para poderem viver a sua vida de adultos, esquecendo-se de que a permissão não está nos seus pais mas sim na sua pouca autónoma dimensão interna.

Margarida e Pedro ignoram que é urgente verificar a limitações dos seus pais, senhores talvez empenhados e que tentaram fazer o melhor possível. Na verdade, já não precisam da validação parental para se empenharem em projetos tão importantes como a sua realização conjugal, nem necessitam do conhecimento da realidade de outrora trazida pelos seus progenitores. E crucial que se conheçam melhor a si mesmos, a partir dos problemas do aqui e agora, sem que se preocupem com o ajuste de contas com um passado já distante.

Pode acontecer que os parceiros amorosos de Margarida e de Pedro sejam alvo de conflitos relacionais que nem sempre têm a ver com a sua maneira de ser. E importante que também deixem de ser vítimas da prisão familiar dos seus companheiros.

 18 de Janeiro de 2015  - Porque sim: A terapia com a família

Feira do Livro,Lisboa 2011

Neste ano de 2015 completam-se 30 anos de publicação, em Portugal, do primeiro livro de terapia familiar. Foi em 1985 que eu e o José Gameiro publicámos Terapia Familiar, nas Edições Afrontamento. Esta obra está hoje, como é evidente, um pouco desatualizada, mas na altura constituiu um marco na divulgação da terapia familiar sistémica como forma de intervenção em saúde mental. Vários cursos, realizados nos anos seguintes, utilizaram o livro como manual de aprendizagem e muitos formandos elaboraram trabalhos tendo como base as nossas páginas.

Trinta anos depois, a terapia familiar sistémica evoluiu muito. Já não temos a ideia, um pouco romântica, de que uma intervenção bem feita, proposta por um terapeuta experiente, poderia conduzir a uma grande mudança. Nem temos a convicção de outrora, de que certas perturbações psiquiátricas derivavam de comunicações distorcidas nas famílias de origem. Hoje sabemos que as doenças da mente resultam da interação complexa de fatores biológicos, psicológicos e sociais, e que a intervenção deve reunir uma série de procedimentos terapêuticos ajustados a cada caso, de modo a potenciarmos sinergias para podermos ser cada vez mais eficazes.

A terapia familiar sistémica, todavia, continua a ser fundamental em muitas situações. Refiro-me a problemas relacionados com crianças, adolescentes e suas famílias, bem como as questões originadas pelas interações com sistemas sociais como a escola, o grupo juvenil e os tribunais (sobretudo na relação com o divórcio dos pais). Ouvindo a família e interagindo com ela, o terapeuta fica na posse de informações essenciais para a condução da terapia, ao mesmo tempo que mobiliza e ajuda as famílias na sua missão de cuidar.

Quando oiço dizer, na televisão, que faltam camas de internamento para tratar as perturbações psiquiátricas da infância e da adolescência não posso deixar de concordar. Em vários distritos existe apenas um pedopsiquiatra. Alguns psicólogos que se ocupam dos casos, apesar do seu meritório trabalho, necessitariam do apoio de médicos para poder levar a cabo um atendimento correto. Em muitas situações, teria sido importante falar com a família, em vez de propor um internamento, porque todas as organizações familiares, em maior ou menor grau, têm possibilidade de responder às crises e de encontrar alternativas ao seu funcionamento. A minha experiência de 35 anos de trabalho com famílias mostra que, muitas vezes, basta sermos capazes de estruturar uma conversa - em que todos os membros da família podem fazer ouvir a sua voz e escutar a de outro - para que aquele grupo de pessoas que vive em conjunto passe a ser capaz de conseguir um nível mais tranquilo de comunicação, de onde vão emergir soluções para os seus problemas

Num caso recente de que tive conhecimento, em que: uma adolescente de 16 anos se recusa a frequentar a escola, a intervenção tem consistido em sessões mensais com pai e mãe, conduzidas por dois médicos, enquanto a jovem é seguida individualmente por uma psicóloga. Segundo relato dos pais, as intervenções terapêuticas surgem descoordenadas, sobretudo os progenitores não se sentem ajudados a lidar com a filha. Seria muito mais simples se todos falassem em conjunto, numa sessão de terapia familiar sistémica!

A terapia familiar deveria ser hoje chamada «terapia com a família», no sentido em que precisamos de a mobilizar e depois ajudar, qualquer que seja a sua configuração atual.

1986 -Jorge Sampaio 
Daniel Sampaio: “A psiquiatria não me fez entender o amor mas tornou-me mais humano”

EXPRESSO - 23/10/2016 - Na véspera de completar 70 anos, saiu do Hospital de Santa Maria. Contaram-me que estava triste.

É natural, entrei no hospital com 18 anos e saí com 70. Entrei como estudante de Medicina, fiz o curso, a especialidade, toda a carreira académica até professor catedrático e acabei como diretor do Serviço de Psiquiatria. Sim, estava emocionado.
Parece um homem que não se desfaz em lágrimas como as que o seu irmão habituou o país. Como lidou com a emoção?
Nesta despedida até houve lágrimas. Pequenas. Sou contido para quem não me conhece, não sou muito alegre nem exuberante, mas consigo ser muito próximo das pessoas. O grande problema da reforma é que o quotidiano não será feito junto delas. A adrenalina do hospital também me faz falta. No dia seguinte à despedida foi a minha festa de 70 anos, com os amigos e a família. Depois senti um vazio que estou a tentar preencher.-

Há dez anos dizia que o sexagenário era um idoso e não pensava reformar-se. Sente-se velho?
Não. A Medicina tornou a vida mais longa e talvez devêssemos rever o limite obrigatório de 70 anos. Os terapeutas familiares dizem que temos de nos adaptar aos diferentes ciclos da vida e acredito que sou capaz. Espero ter mais tempo para escrever.
É o que fará primeiro?
Tenho um livro pensado, que começo a seguir à lição de jubilação. Vou falar do que é ser pai, desde o projeto, passando por todas as fases, até ser pai de um adulto. Acompanhar a função parental ao longo da vida.
Escreveu 26 livros, cerca de 660 mil exemplares, um sucesso num país como Portugal. No seu círculo de amizades há grandes escritores. Nunca foi tentado pelo romance?
Uma pessoa muito importante na minha escrita foi o editor Zeferino Coelho, com quem trabalho há 25 anos. Ele sempre disse que a minha imagem não é de romancista, é de quem escreve sobre adolescentes, pais e escolas, e quando escrevi livros que se afastaram destes temas tive menos êxito. Não fecho essa porta, mas já tive mais vontade. Quando escrevi “Tudo o Que Temos Cá Dentro”, baseado na história real de um jovem cuja namorada se tinha suicidado, pensei nisso, mas percebi que perderia influência junto do público Excerto de Expresso | Daniel Sampaio: “A psiquiatria não me fez entender o amor

Biografia:
Psiquiatra conceituado e terapeuta familiar, Daniel Sampaio nasceu em 1946, em Lisboa. Fez os seus primeiros anos de escolaridade na Escola Sport União Sintrense e viveu em Sintra até aos seus 15 anos, altura em que se mudou para Lisboa, onde continuou os seus estudos no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, do qual saiu no ano lectivo de 1963-64.

Iniciou o curso de Medicina em 1964 na Faculdade de Medicina de Lisboa, onde se formou em 1970, tendo concluído a especialidade em Psiquiatria em 1976. Obteve o doutoramento em Medicina, na especialidade de Psiquiatria, em 1986. É Professor Catedrático de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Lisboa e tem coordenado, no Hospital de Santa Maria, unidades de intervenção para adolescentes em crise. Foi um dos introdutores da Terapia Familiar em Portugal, a partir da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar, que fundou em 1979.
Publicou diversos livros sobretudo sobre a adolescência e os seus problemas, destacando-se entre eles, “Vozes e Ruídos – Diálogos com adolescentes”, em 1993, e “Inventem-se Novos Pais”, em 1994. Com este livro, o professor Daniel Sampaio ajuda os pais a interpretar esses sinais, a elaborar a resposta certa. E ainda “A Cinza do Tempo”, em 1997, que reúne cerca de 60 crónicas publicadas pelo autor na imprensa entre 1993 e 1997. São, no fundo, algumas reflexões de Daniel Sampaio sobre o ensino, a família, a droga, o suicídio juvenil, a adolescência, etc.
Editou ainda “A Arte da Fuga”, em 1999, a mais célebre e polémica obra de Daniel Sampaio, “Tudo o Que Temos Cá Dentro”, em 2000, que retrata a questão do suicídio e baseia-se em factos reais, num caso clínico de um adolescente que perdeu uma amiga que se suicidou e, em 2002, “Lições de Abismo”, onde fala sobre a sua experiência enquanto psiquiatra no Hospital de Santa Maria. Tem tido um papel fundamental em intervenções várias em diversos meios de comunicação, tais como nos jornais, rádio e televisão, sempre numa abordagem da adolescência. Tem-se dedicado ao estudo dos problemas dos jovens e das suas famílias através de trabalhos de investigação na área da psiquiatria e da adolescência.


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Os sagrados altares da Natureza, chamam por ti - Vem contemplá-los




Vem amigo, juntar-te aos que buscam sair do bulício atormentado dos dias,
e procuram, no recolhimento das verdes florestas, nos ermos desertos
ou solitárias e eternas pedras, o silencio sagrado e o benévolo refúgio
para que da mente brotem pensamentos mais elevados e sublimes
- Mesmo que pouco luminoso esteja o dia e a cúpula dos céus, se cubra
de espessas névoas ou da cor do chumbo, vem escutar o silêncio
dos que se alegram com os abençoados cânticos da sagrada Natura.




domingo, 19 de fevereiro de 2017

Sporting vence o Rio Ave 1- 0 – Que perdeu em Alvalade mas não se deixou naufragar na noite em que Rui Patrício voltou a brilhar ao completar o notável feito de 400 jogos de leão ao peito


Por Jorge Trabulo Marques - Foto-Jornalismo   Colaboração especial em https://www.facebook.com/footballdream.pt?ref=hl..... http://www.footballdream.pt/


Sporting 1- Rio Ave 0 – Leões venceram por margem magra a 22ª jornada mas não sofreram golos e o que contam são os três pontos somados, que passaram a ser 44, ainda aquém do Benfica e do Porto mas ainda há muito campeonato pela frente, nada está decidido e certamente muitas surpresas ainda haverá até à última jornada


Vitória conquistada ao 20 minuto pelo argentino, Alan Ruiz. Soube a pouco mas foi muito saboreada pelos quarenta e tais mil adeptos que emolduravam entusiasticamente as bancadas, além dos largos milhares   que acompanhavam o jogo pela televisão nos cafés, restaurantes ou em casa.

Esperava-se que, a seguir ao primeiro, viessem outros e fosse o princípio de uma goleada, mas o Ave nunca se deixou naufragar no rio, fez jogo de alto gabarito e, se não marcou, tal  ficou a dever-se à mestria de Rui Patrício, que, ao completar o notável feito de 400 jogos de leão ao peito, ainda por cima foi decisivo a segurar o precioso resultado nesta jornada, graças ao seu extraordinário talento, que  Jorge Jesus, classifica do melhor guarda-redes português – E quem duvida? Alguma vez, Portugal tinha sido campeão europeu, sem Rui Patrício?... Venha o primeiro a desmenti-lo. Parabéns, Rui! E que a sorte acompanhe sempre o teu génio e a tua audácia, seja nas balizas do teu clube, seja nas da Seleção  Nacional

ECOS DA IMPRENSA - Jorge Jesus acredita que tem no seu plantel o melhor guarda-redes português. O treinador do Sporting acredita que a posição de destaque de Rui Patrício na baliza dos ‘leões’ e da seleção nacional se deve ao seu trabalho em específico.

“[Rui Patrício] é o melhor guarda redes português. Considero-o eu e considera o Fernando Santos [selecionador nacional]. Tem melhorado muito o seu potencial, fruto também do seu acreditar e do seu trabalho. Quanto mais anos passar, melhor guarda-redes ele vai ser. É uma questão da posição, que quanto mais velho um guarda-redes é, melhor ele fica e o Rui [Patrício] não vai fugir à regra”, referiu o técnico, na conferência de antevisão do jogo com o Rio Ave, este sábado. Jorge Jesus: “Rui Patrício é o melhor guarda-redes português


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Benfica vence Dortmund 1- 0 - Com golo milionário de Mitroglou e “Milagre de Eusébio” e talvez da Sra. da Aparecida que inspirou Ederson, a defender um penalti e a desviar outras bolas com marca germânica selada

Por Jorge Trabulo Marques - Foto-Jornalismo   Colaboração especial em https://www.facebook.com/footballdream.pt?ref=hl..... http://www.footballdream.pt/




Certamente que deve ter sido a estrelinha de Eusébio, que, dos confins do além, fez incidir o seu brilho sobre o relvado do Estádio da Luz e conferiu a necessária proteção sobrenatural à equipa que tantas glórias lhe fez rejubilar o coração – Pois não é por acaso que a sua imagem continua a ser o ícone preferido –  qual oração estampada nas bandeiras ou nos cartazes que se agitam.

Os alemães jogaram, e até sufocaram, tiveram um penalti nos pés, mas não o marcaram porque estava lá o brasileiro Ederson para lhes trocar as voltas, a essa e outras bolas, que levavam lume e brasa – E também, porque, nas hostes benfiquistas, havia um grego, o genial  Mitroglou,  sempre oportuno e inspirado, a fazer vibrar as bancadas.   

Face aos episódios, que, na noite passada, fizeram história no jogo Benfica- Dortmund 1-0 indubitavelmente, um tal desfecho, com uma  vitória em casa por 1-0 na primeira mão, sem sofrer golos (com penalti falhado e tantas bolas com a marca de golo e passearem ao lado, sim, com tão claro domínio da equipa adversária) naturalmente que parece ser mais obra dos acontecimentos supra-normais  e dos mistérios do inexplicável, de que propriamente da realidade terrena: é que, além de  permitir acalentar o sonho da equipa das águias poder subir mais um degrau na escalada para o topo da grande competição europeia, a bem dizer, não traduz o que verdadeiramente se passou nas quatro linhas.

Não é que o Benfica não justificasse o resultado, claro que houve mérito encarnado, que soube bater-se, com excecional arte e valentia, até ao apito final dos quatro minutos do prolongamento, garantindo, assim, através de um único golo, uma vitória muito saborosa e festejada pela alma benfiquista,  que até  encaixou que nem uma luva nas suas justas aspirações.


Na verdade, e analisando o jogo noutra perspetiva, torna-se cada vez mais difícil, aos clubes portugueses, poderem competir com o poderio financeiro dos grandes clubes europeus para contratarem as grandes vedetas – Pois, mas em futebol, as coisas nem sempre são tão lineares, como a matemática e, muitas vezes,  até são  bem mais complicadas que os jogos da bolsa, mesmo quando os árbitros se colocam literalmente a favor de uma das partes – creio ter sido a arbitragem do italiano, que apitou o jogo Benfica- Dortmund: nestes desafios, nem há imparcialidade nem virgindade nas intenções; além do inexplicável milagre da  sorte (sim, desta vez a noite foi de sorte de luz para o Benfica), há múltiplos fatores que ultrapassam o entendimento e que podem decidir um desafio, creio que terá sido o que aconteceu neste jogo do Benfica com a equipa germânica   


ECOS DA IMPRENSA - … Mas pode e deve, por vezes, ser considerada um resultado do outro mundo. Foi o caso do Benfica-Dortmund: com exceção da incontornável final de Berna com o Barcelona, em 1961, raras vezes no seu historial europeu os encarnados sofreram tanto e viram conjugados em seu favor tantos fatores favoráveis para poderem festejar no fim. Na noite dos 500 jogos de Luisão, Mitroglou foi o símbolo da eficácia absoluta e EDERSON foi o herói com direito a maiúsculas, num jogo em que uma substituição defensiva de Vitória, ao intervalo, deu à equipa o fôlego de dez minutos, suficiente para ir à Alemanha em vantagem. E para acentuar a crise de identidade de um Dortmund que, valha a verdade, depois dos últimos jogos parece obrigado a ir à bruxa.http://www.maisfutebol.iol.pt/liga-campeoes/ederson/lc-benfica-dortmund-1-0-cronica

JN - O Benfica venceu, em casa, o Borussia de Dortmund por 1-0, na primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, e bem pode agradecer a Mitroglou, que marcou o único golo de um encontro em que o sinal mais foi quase sempre dos alemães.

A primeira parte traduziu-se num domínio claro do conjunto germânico, que teve três grandes ocasiões de golo, sem conseguir converter nenhuma: numa delas, aos 11 minutos, Aubameyang, em posição frontal e só com Ederson pela frente, atira por cima. : Golo de Mitroglou vale vitória do Benfica sobre o Dortmund http://www.jn.pt/desporto/interior/golo-de-mitroglou-vale-vitoria-do-benfica-sobre-o-dortmund-5667803.html#ixzz4YjCUodER 


domingo, 12 de fevereiro de 2017

Poema de Friedrich Hölderlin - A minha vida, ó céu da Pátria


Oh, sim, às vezes só quero irmanar-me com a liberdade destas formas dispersas e transcender-me!...Por isso, agora que me interrogo e revejo – à distância do tempo e do lugar - aqui, tranquilamente, recostado no isolamento do leito do meu humilde quarto, sem dormir há dois dias a fio, ouvindo as vozes dos coros do silêncio gregorianos, neste fim de tarde e vésperas de anoitecer, pergunto-me. Ó Celestial Reconciliador,  se a Divina Paz não se alcança com a festa do Espírito e a Claridade dos Cânticos…

Regresso à Pátria

Ó brisas suaves! Arautos da Itália!
E tu, amado rio com os teus choupos!
Montanhas ondulantes!Ó vós todos!
Cumes soalheiros, sois de novo vós?

Ó lugar tranquilo! Em sonhos surgias de longe
À minha alma saudosa após dia sem esperança;
E tu, minha casa, e vós companheiras 
Tão familiares, árvores da colina!

Há quanto tempo, há quanto tempo!, a paz da infância
Se foi, e a juventude, o amor e o prazer;
Mas tu, minha Pátria, santa e
Paciente, tu ficaste.

E, para isso, para que sofram contigo, contigo
Se alegrem, é que tu, queria!, educas
Os teus  e os advertes em sonhos, quando longe
Vagueiam e erram, os infiéis.

E quando no peito ardente  do jovem
Os arbitrários desejos se acalmam
E calam perante o Destino, é então
Que o purificado prefere a ti dares-se.

Adeus , pois, dias da juventude, caminho de rosas
Do amor , e vós todos, caminhos do vagamundo,
Adeus! E tu recebe e abençoa de novo
A minha vida, ó céu da Pátria

Holderlin