(atualizaçao)
A tarde esteve um pouco ventosa e não permitiu os ensaios desejáveis. Mesmo assim, a noite foi de verão e de belos momentos de música e de ópera - Esperava-se que o vento pregasse alguma partida, e, para evitar que isso pudesse suceder, procurou-se a área mais abrigada do Museu do Côa. Contudo, a noite acabou mesmo por ser serena e por contar com uma apreciável assistência, que não regateou aplausos à Orquestra do Norte, sob a direção de José Ferreira Lobo, interpretando composições de Georges Bizet e Jules Massenet, bem como de se render aos dotes vocais de Cristina Oliveira
A tarde esteve um pouco ventosa e não permitiu os ensaios desejáveis. Mesmo assim, a noite foi de verão e de belos momentos de música e de ópera - Esperava-se que o vento pregasse alguma partida, e, para evitar que isso pudesse suceder, procurou-se a área mais abrigada do Museu do Côa. Contudo, a noite acabou mesmo por ser serena e por contar com uma apreciável assistência, que não regateou aplausos à Orquestra do Norte, sob a direção de José Ferreira Lobo, interpretando composições de Georges Bizet e Jules Massenet, bem como de se render aos dotes vocais de Cristina Oliveira
“Entre
a simplicidade e a tragédia, este é um programa que nos pode encantar pela
simples musicalidade, pela vocalidade efervecente de Massenet, pelas simples melodias de Bizet” – Referia o programa e, a bem dizer, assim foi: expresso na musicalidade da magnífica exibição da
Orquestra do Norte, em vários temas dos dois famosos compositores. - Música essa que serviu igualmente de acompanhamento às
interpretações da soprano Cristina Oliveira, que, não obstante de
algum modo a voz se perder num espaço aberto, nem por isso deixou
de atingir momentos de notável virtuosismo –Correspondendo,
assim, ao que era prometido no cartaz: "Bizet pinta as cores da tragédia com uma paleta sinfónica notável e muito viva que serve de música de cena à peça original . Servirá também de complemento em pé de igualdade para as extraordinárias áreas confiadas ao soprano , que vão da esfusiante alegria inicial até
ao drama da partida, em Massenet, e à morte trágica de Puccini".
Depois
da estreia da 3ª Edição das Noites de Ópera no Douro, nos Jardins da Casa
da Prelada, no Porto, em Julho e, no principio de Agosto, em Amarante,
foi a vez de Vila Nova de Foz Côa, ser contemplada, com as composições de
Georges Bizet Jules Massenet - Estes espetáculos pretendem ser uma
ponte que atravessa várias correntes de um mesmo rio – a grande música
vocal – da ópera à opereta e ao jazz, de Verdi a Cole Porter, dos
Beatles a Spyros Manesi
- A Orquestra do Norte conta com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura e tem colaborado com setenta e uma autarquias, fundações, empresas patrocinadoras e instituições culturais.
Prof.
Adriano Vasco Rodrigues – Nas Noites de Óppera a convite de Fernando Real
Foi
para nós a melhor surpresa da noite e cremos que também para outras pessoas e
entidades que o reconheceram. - Gostámos da Noite de Ópera mas ficámos ainda
mais contente, quando deparámos com a presença do Prof. Adriano Vasco
Rodrigues e o cumprimentámos no final do espetáculo. Disse-nos que não quis
deixar de corresponder ao convite do seu
antigo aluno, Fernando Corte Real, presidente de Fundação Côa Parque. Estava a passar uns dias de férias, em Moncorvo,
terra natal de sua falecida esposa, Maria da Assunção Carqueja, pelo que não lhe
foi difícil dar um saltinho até Foz Côa, na companhia a sua filha e do genro e
de mais um casal amigo.
De recordar que, o historiador, arqueólogo e
etnógrafo e antigo deputado da AR, é natural da Guarda, freguesia da Sé. Contudo, a sua infância decorreu em Longroiva (Mêda),
onde fez a escolaridade básica – Autor de mais de uma centena de obras, muitas
das quais sobre a etnografia e
arqueologia da nossa região – E de muitas e importantes descobertas arqueológicas.
E, dentre essas, bem poderiam ter sido as famosas gravuras paleolíticas do Côa,
quando, na década, de cinquenta, um pastor
o alertou para a existência de uma “cabras nas rochas do Côa”, só que, quando combinou com ele para deslocar-se ao local,
o dito pastor teve outros afazeres e faltou.
HOMENAGEM MERECIDA NO EQUINÓCIO DO OUTONO
Por trás de um grande homem, está sempre a presença de uma grande mulher - foi o caso Maria Assunção Carqueja, esposa de Adriano Vasco Rodeigues, falecida em 9 de Setembro de 2013 - Naturalmente que, tendo sido ele quem, em 1952, primeiro estudou e classificou o Santuário da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, e, dado o interesse que tem manifestado pelos Templos do Sol, não podería deixar de se falar daquelas já míticas pedras, ao mesmo tempo que aproveitámos a oportunidade de o convidar a participar na celebração do equinócio do Outono, sendo nosso desejo, lermos alguns poemas de sua esposa, a Profrª Maria da Assunção Carqueja, que, em vida, nos deu o prazer da sua visita, juntamente com Vasco Rodrigues. Além de vários livros de poesia, é também autora de valiosas obras de investigação, designadamente de Moncorvo.
Por trás de um grande homem, está sempre a presença de uma grande mulher - foi o caso Maria Assunção Carqueja, esposa de Adriano Vasco Rodeigues, falecida em 9 de Setembro de 2013 - Naturalmente que, tendo sido ele quem, em 1952, primeiro estudou e classificou o Santuário da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, e, dado o interesse que tem manifestado pelos Templos do Sol, não podería deixar de se falar daquelas já míticas pedras, ao mesmo tempo que aproveitámos a oportunidade de o convidar a participar na celebração do equinócio do Outono, sendo nosso desejo, lermos alguns poemas de sua esposa, a Profrª Maria da Assunção Carqueja, que, em vida, nos deu o prazer da sua visita, juntamente com Vasco Rodrigues. Além de vários livros de poesia, é também autora de valiosas obras de investigação, designadamente de Moncorvo.
FOZ CÕA, EM AGOSTO, MAIS
AZUL, MOVIMENTADA, COLORIDA, MUSICAL E DESCONTRAÍDA
Dos ares de Vila Nova de Foz Côa, já bem-dizia, Joaquim Azevedo, em 1877, na História eclesiástica de Lamego, citada pelo Cónego Marrano, no seu livro sobre “Nossa Senhora da Veiga", que Vila Nova é mui saudável, sem obstar a intemperança do ar, por extremo frio de Inverno, sem ter lenha, no Verão ardente com excesso sem água, frutas ou hortaliça, ainda que de tudo abunda, por vir cada dia de fora. Os naturais costumam chegar a velhice mui avançada, alguns passam de cem anos; um existiu em 1794, que militou na guerra da Liga e acompanhou o exército que entrou em Madrid." - Claro, que, nos tempos atuais, talvez não sejam tantos os que vão além dos cem anos, mas serão, certamente, mais os que chegam aos oitenta, dado que o índice de longevidade é maior de que há um século.
Ora, justamente, para que, em tempos de crise,
não falte o ânimo e aspirações a uma longa vida saudável, aí está o corolário de um programa diversificado que pretendeu ir ao encontro de todos os “sabores”
– Sim, Foz Côa, por esta altura, tem mais cor e movimento. Ares puríssimos, sob a cúpula de um imenso céu azul, já que por aqui não há qualquer ponta de poluição e o sol de Agosto tem o condão de lhe dar ainda
mais luminosidade e brilho, ao mesmo tempo que os espaços se abrem e distendem por largos horizontes. Além
disso, tal como a maior parte das vilas e aldeias do interior, é pelo mês de
Agosto que os emigrantes dão a nota colorida da sua presença e do seu
entusiasmo – Isto para já não falar dos milhares de turistas, que por aqui
passam – Ou haverá alguma dúvida de que, Vila Nova de Foz Côa, é já uma rota de
turismo, obrigatório, para quem quer conhecer as maiores maravilhas, deste
jardim à beira-mar plantado, que é
este nosso Portugal?!...
Sim, na capital de dois patrimónios da Humanidade, o mês de Agosto, tem a sua dinamização e a sua matriz muito especial: numa
terra, onde os calores abundam, sobretudo no pino do verão, não há como
saborear as noites quentes – E o Município, à
semelhança dos anos anteriores, não descurou um programa a condizer com a
estação e as exigência dos munícipes,
mas também dos turistas que visitam a cidade, bem como dos muitos emigrantes,
que por esta altura, vêm visitar as suas famílias e matar saudades da sua terra.
Desde cinema ao ar livre, festival e acampamento
da juventude, nos locais mais frescos e verdes, aos mais variadíssimos
espetáculos: fado, folclore e música clássica, não é por falta de programa que
as noites quentes de Agosto, perdem suavidade e bom gosto.
Foz Côa: Os Homens
passam, as obras ficam – Diz : José Silvério Maximino de Almeida
Foi Presidente da Junta de Freguesia de Vila
Nova de Foz Côa, durante três mandatos, que exerceu com muito empenho e
dedicação. Desde a construção do edifício da Junta de Freguesia, Parque das
Merendas, caminhos vicinais, e tantas outras obras de interesse para a maior
freguesia do Concelho. Nascido e criado na Rua das Flores, atualmente a residir
na Av. Gago Coutinho, desta mesma cidade.
Bairrista, assumido, no bom sentido da palavra, é um dos rostos mais
populares de Foz Côa – Pese a sua avançada idade, continua a ter uma vida muito
ativa, nomeadamente como membro da Santa Casa da Misericórdia, local, dinamizador
do Rancho Folclórico de Vila Nova de Foz Côa – da Associação de Cultura Popular, da qual
foi seu fundador. Onde está o rancho, lá está o José Silvério, com a sua
bonomia, generosidade e dedicação, a emprestar o seu entusiasmo, a sua longa
experiência de vida, o amor às boas causas da sua terra e à divulgação e
promoção da cultura Foscoense.
Num feliz acaso, encontrámo-lo, agora pelo
Verão, a meio de uma tarde ensolarada, sentado na soleira da porta das
traseiras da igreja matriz, esperando o Rev. Padre Ferraz, com o qual se ia encontrar, tanto mais que, sendo
católico praticante, é também das
pessoas que está sempre na primeira das fileiras para dar a sua colaboração, no
que for preciso à sua Igreja. A breve entrevista, que nos concedeu, recorda-nos
os anos de intenso labor autárquico em prol da sua freguesia, o prazer que teve
em trabalhar com o então Presidente Gouveia e o orgulho sentido de quem deu o
melhor de si, às boas causas, já que, como ele diz, os homens passam mas as
obras ficam. E, certamente, também o seu nome – Pois quem é que, em Foz Côa,
não conhece o Sr. José Silvério, e o seu espírito magnânimo e voluntarista?
Por - Jorge Trabulo Marques - Jornalista
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