Companheiros de mais uma noitada ou atrevidos vampiros da
noite?...Não se surpreenda ou arrepie - o Agosto está no fim e, neste mês do
ano, acontece um pouco de tudo - Desde os incêndios mais devastadores (se bem que este ano estejam talvez mais reservados para Setembro) até
aos maiores espetáculos pimba, às mais solenes festas religiosas ou
férias mais divertidas - Sim, para quem as pode gozar. Mas, como reagiria, se às tantas das noite, o seu quarto de dormir
fosse invadido por morcegos? -
Só me faltava mais esta - Não basta a canzoada não parar de ladrar quando depois da meia noite saio de casa - Sim, porque, quando estou na minha aldeia, por vezes também sou perigrino da noite...E, de dia, quando deambulo pelos penhascos dos Templos do Sol e em certas caminhadas, encarno a figura de peregrino da luz. - Ontem encarnei as duas peronsagens: fui a pé ao Côa (8km - que maravilha estava a água!) e cheguei à noitinha sob uma chuva miudinha. Pelo caminho - a partir da Quinta do Monte - um mocho acompanhou-me até à Costeira da Taça, Ora levantando voo ora pousando. Saltitando de oliveira em oliveira ou de amendoeira em amendoeira. Porventura, algum mocho solitário com problemas de solidão.
São duas e tal da manhã, do dia 30 de Agosto, mais uma vez recebo a imperada visita, não de um morcego mas de dois morcegos, que, subitamente começam a voltear o meu quarto – Por baixo, no sótão, há um ninho de andorinha mas como a mãe já fez a criação, fica fora do ninho com os filhotes, pousados num fio. Num dos quartos, o mais pequeno, estão as gaiolas das minhas aves tropicais, em sossego, só durante o dia é que as coloco junto à janela.
Como se pode ver, embora professando o celibato, companhias não me faltam. Mas, para ser sincero, confesso que bem dispensava a presença dos morcegos.
Preferia que não fossem atraídos pela luz do meu quarto e andassem lá na sua vidinha noturna. Mas, se aqui entram, o problema é deles, não é meu. Desta vez, não apago a luz. Espero que aprendam a lição de que a noite não é só para morcego fazer as suas caçadas – Há também quem faça da noite as suas noitadas e há que respeitar os seus caprichos ou necessidades.Às quatro e pico da manhã, edito este post e o raio de um dos morcegos não despega do teto.
São duas e tal da manhã, do dia 30 de Agosto, mais uma vez recebo a imperada visita, não de um morcego mas de dois morcegos, que, subitamente começam a voltear o meu quarto – Por baixo, no sótão, há um ninho de andorinha mas como a mãe já fez a criação, fica fora do ninho com os filhotes, pousados num fio. Num dos quartos, o mais pequeno, estão as gaiolas das minhas aves tropicais, em sossego, só durante o dia é que as coloco junto à janela.
Como se pode ver, embora professando o celibato, companhias não me faltam. Mas, para ser sincero, confesso que bem dispensava a presença dos morcegos.
Preferia que não fossem atraídos pela luz do meu quarto e andassem lá na sua vidinha noturna. Mas, se aqui entram, o problema é deles, não é meu. Desta vez, não apago a luz. Espero que aprendam a lição de que a noite não é só para morcego fazer as suas caçadas – Há também quem faça da noite as suas noitadas e há que respeitar os seus caprichos ou necessidades.Às quatro e pico da manhã, edito este post e o raio de um dos morcegos não despega do teto.
Mas, recapitulando: Deixo
o computador, onde estava a selecionar umas quantas fotos para editar num dos meus
sites e pego na máquina fotográfica para registar os inesperados visitantes. Um, assustado pelo flashe,
escapa-se por uma das abertas da porta, por onde entrou, o outro, esse não quis
sair: depois de esvoaçar de um lado para o outro, pendurando-se ora no teto ora
na porta da janela, acabou por se familiarizar com a minha presença e de se pendurar junto à janela, quase por cima da mina cabeça - De orelhas arrebitadas e focinho bem afunilado, como
que observando todos os meus gestos. Obviamente
que não lhe faço mal e, nem
ele, com certeza, entrou no meu quarto armado em vampiro.
NA ÚLTIMA SEXTA DE AGOSTO
ele, com certeza, entrou no meu quarto armado em vampiro.
A propósito: “O morcego é um animal mamífero da ordem
Chiroptera cujos membros superiores (braços e mãos) têm formato de asas
membranosas, tornando-os os únicos mamíferos naturalmente capazes de voar. No
Brasil, o morcego pode ser raramente chamado pelos seus nomes indígenas andirá
ou guandira.
"Os
morcegos têm a dieta mais variada entre os mamíferos, pois podem comer frutos,
sementes, folhas, néctar, pólen, artrópodes, pequenos vertebrados, peixes e sangue.
Cerca de 70% dos morcegos são insetívoros, alimentando-se de insetos, sendo
praticamente todo o restante frugívoros, ou seja, alimentam-se de frutas.
Somente três espécies se alimentam exclusivamente de sangue: são os chamados
morcegos hematófagos ou vampiros, encontrados apenas na América Latina."
"Os morcegos não são malvados como
parecem! - Eles são importantes para a natureza: ajudam na reprodução das
plantas e no controle de pragas. Eles têm fama de malvados. E não são muito bonitos.
Mas se os conhecer melhor você vai saber que, apesar da cara esquisita, têm um
papel importante na natureza e ajudam outros seres vivos".– Excerto de Bil
- O morcego é um animal mamífero da ordem Chiroptera ..
NA ÚLTIMA SEXTA DE AGOSTO
Era
para ter aproveitado a noite de Sexta para Sábado para ir até ao antigo solar
do Vale Cheinho, situada numa canada, entre a minha aldeia e a povoação de
Quintãs: gosto do lugar, e, quando mais escura estiver a noite, no meu ponto de
vista, mais apelativa se torna, mais mistério infunde – E quem é que não sente
o apelo das coisas ou dos lugares misteriosos?
Sim, conheço as ruinas do Vale Cheinho, desde a minha adolescência. E,
na minha aldeia, também toda a gente conhece as casas velhas de uma antiga
quinta, que tinha tudo, desde lagares de azeite e de vinho, fornos, cabanais
para o gado, só não tinha capela. Mas também só por lá passam, no caminho ao lado,
se for durante o dia. Depois do pôr do sol, nem sequer olham para dentro
do grande portal.
Corre a superstição de que, às tantas da noite, aparece por lá o homem do garruço vermelho e que era onde, antigamente, as feiticeiras se encontravam no seus sabats.
Seja como for, os jovens, sobretudo os filhos dos emigrantes, em gozo de férias, ávidos de novas aventuras e de levarem histórias para contar depois do regresso a França, já me apercebi que, não se importam de ir lá a qualquer hora – Salvo seja: de noite, só na minha companhia. E foi justamente o que sucedeu, há uns dias – alguns deles vestindo farpelas numa espécie Halloween antecipado – Divertiram-se, tocando tambores, houve pequenos sustos, enfim, lugar para variadíssimas emoções. Deixo aqui algumas dessas imagens, numa postagem propiciada pela visita dos morcegos esta noite a minha casa.
A CASA DA BICHARADA
Tal
como tive ocasião de referir, noutro post anterior, quando deixo a capital, onde
resido habitualmente e venho de visita à minha aldeia, instalo-me na antiga casa dos
meus país, que, aliás, já nem me pertence mas por cá me abrigo, graças ao favor
da minha sobrinha. Como está desabitada, faz-me o favor em troca de a poder arejar, lhe abrir as portas
e janelas. Pois a casa está quase como foi construída há mais de cem
anos.
O ano
passado deparei com uma cobra no sobrado, confesso que não gosto muito desses
bichos, tendo-a sacudida à vassourada. Os morcegos, por vezes, também
aqui os descubro a voltear quando acendo a luz mas, dou-lhes uns instantes de
escuridão e lá vão à vida deles e eu fico na minha.
Velha,
desabitada, é verdade: uma geleira no Inverno e uma estufa no Verão, com ninhos
de escorpiões e algumas teias de aranhas nas paredes graníticas do sótão, ao
qual aqui chamam de "loija".Todavia, mesmo no estado de abandono em
que se encontra, sinto-a e ouço-a repleta de muitas memórias. E
para mim, este é o aspeto mais importante
- Com ou sem morcegos.