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sábado, 21 de dezembro de 2013

Inverno começa hoje - Com a maior noite do ano. Oportunidade para um balanço do que fizemos e para onde vamos ou de se "saber quem somos e o que fazemos" O poeta Manuel Daniel diz que "são riqueza os amigos, oiro puro", num poema de sua autoria. Por sua vez, Miguel Serras Pereira, diz em "Este Caminho (Vila Nova de Foz Côa)": "amei a sombra de outra luz quando o interior da luz era mais puro"



O "STONHENGE PORTUGUÊS" - EXISTE E SITUA-SE NO MACIÇO DOS TAMBORES-MANCHEIA - Com alinhamentos sagrados para todas as estações do ano 









Não deixe de  ler o post Solstício do Inverno 2013 - 21 de  Onde encontrará os vídeos de todos os alinhamentos sagrados









O Inverno entra oficialmente às 17. 11 horas de hoje. A maioria das pessoas não se dá conta destes fenómenos. Sabe que o tempo arrefece e que o Inverno está à porta mas nem se apercebe  do dia em que ele entra. Mas entra hoje. .Estas efemérides que, para os antigos povos, assumiam a maior importância, passam praticamente despercebidas nos nossos dias  - Ao começo das  estações do ano, os   media, só dispensam algum interesse, quando entra a  Primavera e o Verão. O inverno é sinónimo de frio e de dias cinzentos e os jornais preferem outras noticias - E, quantas delas, bem mais tristes  ou  traumatizantes - Mas pondo de parte essa questão, o que importa registar é que hoje, no Hemisfério Norte (e aqui, em Portugal continental, felizmente com uma belíssima noite de luar) é de facto o dia mais pequeno do ano - Para os nossos irmãos brasileiros, acontece precisamente o contrário: têm a noite mais pequena e o dia, além de maior, talvez até de mais calor. Se bem que a temperatura, seja influenciada por outros factores. E, então, de que modo é nosso desejo assinalarmos este dia?... Claro, com mais uma visita aos Templos do Sol, tal como referimos na postagem de ontem 


O HOMEM PERANTE O UNIVERSO
Vou repetir aqui as palavras do poeta  Manuel Pires Daniel - Ele pronunciou-as na celebração do solstício do Verão, há dois anos, mas continuam a ter perfeita atualidade para o solstício do Inverno, deste ano. 

“No fundo, com tudo isto, nós queremos interrogar o Universo para saber quem somos e o que fazemos aqui. Em todo este esforço à volta da contemplação do sol, do fenómeno da vida e dos movimentos dos astros, em tudo isto há uma interrogação latente: que é o homem que se está a perguntar a si mesmo, quem é ele e o que faz sobre a terra. Queremos saber através destas celebrações, ainda que o não pensemos, a nossa total identidade”



MANUEL DANIEL –  UMA VIDA INTENSA E MULTIFACETADA – ADVOGADO, POETA, ESCRITOR, DRAMATURGO E O HOMEM AO SERVIÇO DA CAUSA PÚBLICA

  Manuel Daniel, natural de Meda, figura bem conhecida e muito estimada no seu  concelho e de Vila Nova de Foz Côa, onde se fixou desde 1971, aliás, em toda a nossa região, é um amigo das celebrações dos Templos do Sol - Por várias vezes, nos deu a sua preciosa colaboração. E, quando não pode participar (por razões de saúde) há-de arranjar forma de nos estimular com as suas amistosas palavras, que muito lhe agradecemos 




Em resposta a um e-mail, dando-lhe anteconhecimento da noticia que publicamos no post anterior, sobre a solstício do Inverno, presenteou-nos com  palavras amigas e mandou-nos um caloroso poema sobre amizade, que aqui tomamos a liberdade de transcrever, dado ajustar-se à presente quadra natalícia,  que é também, digamos, uma festa solsticial, não apenas para se comemorar uma efeméride Cristã mas, sobretudo, para se refletir no significado que a mesma contém, em que os valores da amizade e da solidariedade, devem nortear os coroações humanos.  

 AMIGOS
  

Amigos, cada um faça por tê-los,
que são algo de bom na nossa vida.
Os parentes não fui eu a escolhê-los.
mas os amigos, com os seus desvelos,
são anjos na subida e na descida.

Fui eu que os escolhi? Ou eles? Nem sei..
Um gesto cordial, a mão na mão....
E assim as amizades que criei,
sem contratos, nem códigos, nem lei,
tomaram-me para sempre o coração.

São riqueza os amigos, oiro puro,
valores que nenhum banco negoceia.
Jóias, porém, melhores do que um seguro,
que, quando o Sol se foi e é tudo escuro,
nos trazem o esplendor da lua cheia.

Manuel Daniel


 Advogado, escritor, poeta, dramaturgo,  estudioso, um homem de cultura, tendo dedicado muitos anos da sua vida  à função pública e à  vida autárquica.  A par de vários livros de poesia, colaborações de artigos e poemas na imprensa regional e nacional, bem  como em jornais brasileiros,  prefácios e a coordenação em várias obras, é também autor de 40 peças de teatro, nomeadamente para crianças, 20 das quais ainda inéditas. Muitos dos seus poemas foram lidos por Carmem Dolores e Manuel Lereno, aos microfones da extinta Emissora Nacional, em “ Música e Sonho”,  de autoria de Miguel Trigueiros – Considerado, na época, o programa radiofónico mais prestigiado  - Mesmo assim objeto de exame censório, tal como atestam os arquivos.

Mas não menos relevantes são as letras que vêm a ser musicadas e gravadas  em discos e cassetes -   Interpretadas por  Ramiro Marques, em EP nas canções   “Amor de Mãe” e “Amor de Pai”, pela Imavox, em 1974 – E, também, anos mais tarde, as letras para um “Missa da Paz” e colectâneas temáticas sobre “Natal e Avós” E, com  música de Carlos Pedro, as “Bolas de Sabão”, “Ciganos”, “Silêncio” e outros poemas.

OBRIGADO PELO SEU CALOROSO POEMA E POR ESTAS SUAS PALAVRAS AMIGAS.

"Nos dias de Equinócio ou de Solstício, tenho sempre uma lembrança especial da sua pessoa, pelo exemplo que resuma do seu esforço no sentido de valorizar o observatório milenar que descobriu e vai revelando persistentemente no Santuário Rupestre dos Tambores, nas Chãs.

    Lamento não possuir capacidade visual para poder acompanhar as suas iniciativas, e não deixo de me sentir reconhecido pelo trabalho que vem desenvolvendo por um impoetante valor histórico das nossas terras.

    Ao aproximar-se o Soltício de Inverno e, com ele, a celebração do Natal de Cristo, onde tem início a revelação da Civilização de Amor, num abraço que gostosamente lhe envvio, aqui faço seguir o meu simcero desejo de que tenha Festas Felizes e que o Novo Ano lhe proporcione as maiores alegrias e a felicidade que deseja e merece.

Um forte  abraço do
    Manuel Daniel


Côa




ESTE CAMINHO
(Vila Nova de Foz Côa)








Amei a sombra de outra luz
quando o interior da luz era mais puro
e se alargava ao largo do teu rosto
a memória de todos os caminhos

Um leva sonho imenso
subia das últimas  casas e dos campos
onde amei a luz que nasce e se faz sombra
ou a indizível paz
que apenas há e se esconde na loucura

Amei o terraço da colina
suspensa sobre o rio onde não fomos
- Amei as águas desse rio à nossa espera
que nos deixavam ou deixámos para trás
e onde um dia flutuou  este caminho


Miguel Serras Pereira


Poema extraído do livro "TRINTA EMBARCAÇÕES para regressar devagar"

Miguel Serras Pereira nasceu no Porto, em Junho de 1949. Passou a inferência em Abrantes, tendo continuado os estudos em Lisboa. Em 1968/1969 foi dirigente da Pró Associação da Faculdade de letras, recebendo nessa altura um poema seu o Prémio da Poesia Almeida Garrett, na modalidade de "revelação" (atribuído por um júri composto por Eugénio de Andrade, Egito Gonçalves e Óscar Lopes  - Ver mais elementos em 

Douro

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