Diário de um náufrago no Golfo da Guiné - Ao 38º Dia numa piroga - 27-11-1975 - pude acostar na Guiné Equatorial, numa pequena enseada da Ilha de Bioko - Mas a noite viria a ser passada estendido no chão sobre uma vulgar esteira esteira dos calabouços de uma esquadra amontoado com outros presos, após um longo e exaustivo interrogatório, tendo sido conduzido algemado, no dia seguinte, para famigerada prisão Black Bech, por suspeita de espionagem - Onde quem entrava vivo, saía caixão - Todos os dias e anoites ouvia gritos lancinantes de tuturosas execussões
De miserável náufrago a perigoso prisioneiro - 38 dias de sofrimento na vastidão do Golfo da Guiné: depois de pisar areia macia, do recanto uma discreta praia, algures em Bococo e de ter sido humanamente recebido numa finca de cacau, neste mesmo dia à noite sou depois conduzido algemado a um escuro calabouço e, no dia seguinte, a uma sinistra cela do reino de terror de Francisco Macias Nguema

Mal me arrastava de fraqueza mas sentia-me como se estivesse a viver as aventuras de um inesperado Robinson Crusoe - E, mesmo ainda hoje, não sei se sentiria vontade de sair dali tão cedo. Porém, quando me apercebi de que havia um carreiro, muito batido, que ali desembocava e que poderia ser sinal de que a praia não era totalmente selvagem (de resto, pouco depois do nascer do sol e antes de a abordar, já ali tinha visto, na pequena língua do negro areal, um homem à cata de ovos de tartaruga) pelo que não tive outro remédio senão seguir aquele mesmo careiro, que me levaria a uma finca - à sede de uma plantação de cacau. Tal facto, ia-me custando a vida. Tomado por espião e depois de ter passado a primeira noite nos calabouços de uma esquadra, fui transferido algemado para ser encarcerado na então tenebrosa prisão de Black Beach, em Punta Fernando.
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