domingo, 30 de novembro de 2025
Mestre Leal da Câmara - Nasceu em 30-11-1876. Famoso pintor e caricaturista português. O dia em que ambos fomos notícia
Campeões do Mundo Sub-17 recebidos em festa no aeroporto de Lisboa.Registos de imagens e breves diálogos com familiares, amigos e admiradores
Jorge Trabulo Marques - Video com registos de imagens e breves diálogos
Campeões do Mundo Sub-17 recebidos em festa no aeroporto de Lisboa.Registos de imagens e breves diálogos com familiares, amigos e admiradores A seleção sub-17 de futebol, campeã do mundo, chegou sábado a Portugal, depois de conquistar o título mundial inédito na quinta-feira (28), em Doha.
Ca
sábado, 29 de novembro de 2025
Pico Cão Grande em S. Tomé- A conquista inesquecível do pico mais aprumo da Terra, o emblemático símbolo basáltico de quem visita o sul desta maravilhosa Ilha, o mais atraente ícone do ecoturismo africano. que a minha equipa conquistou, pela primeira vez, em 12 de Outubro de 1975, depois de sucessivas tentativas, ao longo de quase cinco anos.
Jorge Trabulo Marques - Jornalista, ex-navegador solitário e escalador
Pico Cão Grande em S. Tomé- A conquista inesquecível do pico mais aprumo da Terra, o emblemático símbolo basáltico de quem visita o sul desta maravilhosa Ilha, o mais atraente ícone do ecoturismo africano. que a minha equipa conquistou, pela primeira vez, em 12 de Outubro de 1975, depois de sucessivas tentativas, ao longo de quase cinco anos.

Pessoalmente, pude sentir o grande prazer – misto de glória, apreensão e receio – de, com o Cosme Pires dos Santos (mas também graças ao apoio do Constantino Bragança e dos meus guias, do Sebastião e do Chico), desfraldarmos, no topo do seu cume, a 663 metros de altura acima do nível do mar a Bandeira Nacional de São Tomé e Príncipe, depois de nas sucessivas escaladas, antes da Independência, termos erguido a Bandeira Portuguesa, trepando as suas vertiginosas faces, que se erguem aprumo no mais denso manto da selva verde.
Já lá vão 50 anos todavia as memórias, permanecem ainda hoje tão vivas, tão vibrantes, como se o tivesse acabado de escalar – O que parecia custar aceitar era o não reencontro, a não partilha dessas mesmas emoções, com o valoroso Pires dos Santos – Mas, felizmente quis o destino que, finalmente, na tarde de 5 de Agosto, 2015, nos reencontrássemos, num abraço fraternal e amigo na companhia da sua mulher, e dois dos seus irmãos e do jornalista Adilson Castro.quinta-feira, 27 de novembro de 2025
Diário de um náufrago no Golfo da Guiné - Ao 38º Dia numa piroga - 27-11-1975 - pude acostar na Guiné Equatorial, numa pequena enseada da Ilha de Bioko
Diário de um náufrago no Golfo da Guiné - Ao 38º Dia numa piroga - 27-11-1975 - pude acostar na Guiné Equatorial, numa pequena enseada da Ilha de Bioko - Mas a noite viria a ser passada estendido no chão sobre uma vulgar esteira esteira dos calabouços de uma esquadra amontoado com outros presos, após um longo e exaustivo interrogatório, tendo sido conduzido algemado, no dia seguinte, para famigerada prisão Black Bech, por suspeita de espionagem - Onde quem entrava vivo, saía caixão - Todos os dias e anoites ouvia gritos lancinantes de tuturosas execussões
De miserável náufrago a perigoso prisioneiro - 38 dias de sofrimento na vastidão do Golfo da Guiné: depois de pisar areia macia, do recanto uma discreta praia, algures em Bococo e de ter sido humanamente recebido numa finca de cacau, neste mesmo dia à noite sou depois conduzido algemado a um escuro calabouço e, no dia seguinte, a uma sinistra cela do reino de terror de Francisco Macias Nguema

Mal me arrastava de fraqueza mas sentia-me como se estivesse a viver as aventuras de um inesperado Robinson Crusoe - E, mesmo ainda hoje, não sei se sentiria vontade de sair dali tão cedo. Porém, quando me apercebi de que havia um carreiro, muito batido, que ali desembocava e que poderia ser sinal de que a praia não era totalmente selvagem (de resto, pouco depois do nascer do sol e antes de a abordar, já ali tinha visto, na pequena língua do negro areal, um homem à cata de ovos de tartaruga) pelo que não tive outro remédio senão seguir aquele mesmo careiro, que me levaria a uma finca - à sede de uma plantação de cacau. Tal facto, ia-me custando a vida. Tomado por espião e depois de ter passado a primeira noite nos calabouços de uma esquadra, fui transferido algemado para ser encarcerado na então tenebrosa prisão de Black Beach, em Punta Fernando.
LER POSTAGEM COMPLETA EM https://canoasdomar.blogspot.com/2024/11/ao-38-dia-numa-piroga-27-11-1975-pude.html
Sporting 3- Club Brugge 0 – Equipa leonina em noite cantada e vitoriosa , na 5ª jornada da Liga dos Campeões Europeus,
Jorge Trabulo Marques - Football Dream
A equipa liderada por Rui Borges, logrou uma vitória folgada, ao bater por 3-0 os belgas do Club Brugge e empolgar a noite outonal no Estádio de Alvalade, nesta quarta-feira, dia 26 , com mais de 41 mil espectadores.
Soube resistir à pressão inicial da equipa visitante e dominar a partida com um resultado expressivo e merecido – Ao minuto nove surgiu algo inesperado que parecia antever uma noite complicada, quando a Morten Hjulmand é exibido o cartão vermelho direto depois de uma falta sobre Stankovic. Vá lá que o árbitro Stieler, tomou a decisão sensata – depois de consultar a VAR e reverteu a decisão para o cartão amarelo.
Os golos foram matracados por Geovany Quenda, aos 24 minutos, Luis Suárez, aos 31, e Francisco Trincão, aos 70 – Assim sendo, os bicampeões portugueses, que já tinham vencido em casa o Kairat (4-1) e o Marselha (2-1).além dos três triunfos um empate frente à Juventus (1-1), e uma derrota com o Nápoles (2-1), segue no 8º lugar, o último que garante o apuramento direto, com 10 pontos, mas em igualdade com algumas das equipas em zona de play-off.- Segundo é referido pela imprensa desportiva
terça-feira, 25 de novembro de 2025
Meu 25 de Nov 1975 - 36º dia Perdido no Golfo da Guiné - Há muito desisti de olhar para a bússola. Ora navego para um lado ora navego para outro. Tento evitar que a canoa fique completamente à deriva ou atravessada à vaga.
Algures no Golfo da Guiné, 25 de Novembro de 1975 Há 49 anos - Jorge Trabulo Marques 25 de Nov 1975 - 36º dia Perdido no Golfo da Guiné - Há muito desisti de olhar para a bússola. Ora navego para um lado ora navego para outro. Tento evitar que a canoa fique completamente à deriva ou atravessada à vaga. Tenho a costa de África já próxima para meu espanto!..(..) Mas já é noite!...Estou a velejar!... Estou-me a precipitar como um suicida.... Mas tenho fome!!... Não posso demorar mais tempo
À medida que as forças me vão fraquejando, são mais os pensamentos que me assolam de que as palavras que expresso para o meu diário. Embora com os olhos pregados nos contornos de terra à vista, assim vai decorrer mais um dia perdido no mar, sem todavia a poder alcançar. Mas, só ao 38º dia é que a poderia finalmente pisar.
Sim, mais propenso a pensar de que a expressar as minhas emoções ou observações para o modesto gravador, que religiosamente guardo num simples contentor de plástico, que em terra servira de caixote de lixo – Estou completamente desligado do resto do mundo. A bússola permite-me saber a direcção que tomo mas não sei onde estou. Vou ao sabor dos ventos e das correntes. Que nem sempre me levam pelo melhor rumo. O remo improvisado, continua a ser pouco ou nada eficaz. Não posso comunicar seja com quem for. Senão com a vontade de Deus. E também não tenho a certeza se me vê ou se me ouve. Mas eu existo, e, a bem dizer, sou um náufrago. E o drama que vai no coração de quem anda perdido no mar, é intraduzível em palavras - Aqui ficam, pois, as que foram faladas (para o diário) e alguns dos pensamentos que ficaram guardados na minha memória. OLHA O CÉU E REZA DEUS A TUA ORAÇÃO – Que tão imenso e distante é , cujo teto é o teu único abrigo e o vasto mar o teu único caminho em todos os sentidos do circular horizonte

| Assando uma ave |
Diário de Bordo 2 Esta amanhã, a moral pode considerar-se elevadíssima! Comi a ave que ontem apanhei... Cozia-a com um toco de uma vela de cera que ainda aí tinha... E apanhei mais um peixito...Tenho aqui a costa de África já muito próxima... e montanhosa para meu espanto....
Tento, mas em vão...A vela continua a pender, quase inerte, espanejando debilmente, a brisa é muito fraca...O sol bate-me em cheio... A água das chuvas que guardo no bidão de plástico, tem uma colorarão amarelada, é mal gostosa, não me mata a sede. A garganta fica-me sequiosa, arde-me de secura...Os lábios gretam-se-me, devido ao calor que é abafadiço, escaldante, insuportável!..
A canoa voa velozmente, qual pássaro notívago. A vela mal se distingue por entre o emaranhado das sombras que preenchem o vazio da noite, no entanto, noto que vai enfunada e que estica retesadamente a corda da escota.Os meus olhos e os meus ouvidos mantêm-se ativamente sincronizados e jogam entre si o rumo que deve tomar a pequena quilha galopante da propa desta espécie de embarcação fantasma. Assentado no fundo da canoa, recostando-me a uma das travessas, apelo a todas as minhas forças para segurar o tosco remo improvisado e dar o rumo em direcção à zona onde deixei de ver os contornos de terra. Não pude navegar de dia, quero aproveitar o vento que sopra de noite. Mas só vejo trevas à minha volta. Vultos negros, sombras disformes e confusas a preencherem o imenso deserto vazio que paira em torno de mim. Meus olhos fixam-se no pequeno círculo fosforescente da pequena bússola que trago no pulso em forma de balão. Nada mais enxergam que a pequeníssima agulha a oscilar tremulamente. Se ao menos descobrisse alguma estrela que me servisse de orientação. É assim que me oriento nas noites em que posso navegar. Mas a noite é cerrada e já as ofuscou. No entanto, não quero desistir. Bem me bastaram as horas de espera e de calmaria ao longo do dia. Com a terra sempre à vista e nem um sopro de vento que me empurrasse para lá. As correntes levavam-me sempre ao lado, autêntico suplício de Tântalo. Tremenda ansiedade e sofrimento.
Marechal Francisco Costa Gomes –Recordar o Presidente Português obreiro da democracia e pacifista : mais de metade dos cientistas do Mundo estão ocupados em meios de combate em vez de se empenharem com “os problemas da fome, do analfabetismo, do meio-ambiente e da saúde - Entrevista repartida em dois videos
Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Desde 1970 - A Honra e o Prazer de ter entrevistado em sua casa um Homem Valoroso, Generoso e Pacífico - Registo sonoro dividido em dois videos - Mas há outros excertos que não me foi possível ainda recuperar
Foi o décimo-quinto Presidente da República Portuguesa, o segundo após a Revolução de 25 de Abril. Natural de Chaves, 30 de Junho de 2014. Faleceu em Lisboa, aos 77 anos, em 31 de Julho de 2001 - De família numerosa, de onze irmãos (dos quais três vão falecer antes de chegar à idade adulta), muito cedo Francisco da Costa Gomes fica órfão de pai, ainda antes de completar 8 anos. Após terminar a instrução primária, em Chaves, aos 10 anos entra no Colégio Militar, provavelmente falta de posses, para que possa aí prosseguir os estudos, prosseguindo a carreira de armas. Sobre a profissão militar o próprio diria mas tarde: «se pudesse não teria seguido.».
Entrevista - Registo sonoro de uma antiga cassete - De entre as centenas de entrevistas e apontamentos, que ainda guardo no meu extenso arquivo em memórias de um repórter
F.C.G - Bom, a preocupação deriva de várias coisas: em primeiro lugar do facto de julgar que nós estamos realmente de baixo da uma ameaça terrível que pode, de um momento para o outro destruir por completo a vida sobre este belo planeta, que é a Terra. É isso. Pode-se dizer que as pessoas mais lúcidas e aquelas que se têm dedicado mais a este assunto, desde 54, desde o rebentamento da primeira bomba atómica, começaram a prever esta situação. Mas, não há dúvida nenhuma, que, durante as duas primeiras décadas, praticamente o assunto da era atómica, foi completamente ignorado, as armas atómicas foram completamente ignoradas! Ninguém sabia nada do que se passava, espacialmente nos países onde a luta começava a ter um cariz de competição muito forte, e, nos anos 70, o mundo começou a ser surpreendido com a ideia de que, já havia nessa altura, armas suficientes para destruir várias vezes a humanidade.
F.C.G. Eu julgo que ainda há uma grande tensão mais forte do que aquela que devia existir, porque há uma desconfiança mútua, não só do ponto de vista político, com sob o aspeto militar, que inibe e que faz com que não se possam adiantar e definir determinados assuntos com a lógica, e, sobretudo, com a necessidade que os mesmos impõem. Veja, por exemplo, este facto que agora se deu, ultimamente, insólito: pois, estamos todos à espera que, de um momento para o outro, se possa assinar o acordo que elimine os mísseis intermediários e os mísseis táticos da europa. Pois bem, qual é a atitude que a Nato toma perante esta decisão? É que… sim, senhora …vamos acabar com os mísseis mas temos que reforçar as forças convencionais.
Ora, eu acho que esta atitude é uma atitude absolutamente negativa! O que nós precisamos não é de reforçar as forças convencionais é de reduzir também as forças convencionais! Porque, um dos maiores problemas que existem no Mundo – e sem a redução dos orçamentos militares, se não será possível resolvê-lo – é o problema da fome, é o problema do analfabetismo, é o problema do meio-ambiente, o da saúde, enfim, são uma série de problemas que realmente fazem com que, a maioria da população mundial, dia a dia, veja os seus problemas acrescidos, agudizados e não sinta que há uma luz, que não há uma pequena ação solidária dos países – que os têm, que, no fundo, os têm assegurado – para melhorar esta esta situação.
F.C.G. – Bom, eu acho que foi realmente um período muito confuso! Muito perturbado! A revolução fez-se, mas, claro, dadas as circunstâncias em que ela teve de se efetuar. Não houve uma preparação, sobretudo para se poder transitar do regime que havia para um outro, onde as liberdades e os direitos humanos, estavam salvaguardas e estavam em plena pujança, e isso deu como resultado, que, houve, de facto, durante os primeiros tempos – no primeiro Governo (em todos os governos mais ou menos provisórios – deficiências muito grandes, que, só o trabalho e só a boa vontade e dedicação de muitos, conseguiram, não digo suprir, mas pelo menos atenuar.
a 20 de Junho de 1984 pela Polícia Judiciária, no âmbito deste processo. Da FP, com uma pena de 18 anos .De recordar, que o principal operacional do Movimento das Forças Armadas. nunca assumiu a criação das FP-25 nem a militância no grupo. Do tempo total de pena cumpriu apenas cinco anos. Em entrevista, concedida há Lusa, em 2010, Otelo confessou que, no dia em que recebeu a notícia da criação deste partido revolucionário armado, a encarou com "apreensão e perturbação com a ideia". Otelo: FP-25 foram "choque grande e um prejuízo tota
F.C.G – Eu, como tive ocasião de dizer no Tribunal, só conheço regularmente, a ação do Tenente-Coronel Otelo, quando ele parte ou do Conselho da Revolução
F.G.C – Não posso dizer que é injusta ou justa. Eu não sei as causas que levaram à prisão de Otelo. Penso que – nisso acredito, acredito na Justiça Portuguesa -, que o juiz que fez o inquérito e que promoveu a sua detenção, tinha as suas razões. Podem não ser razões que não sejam razões suficientemente fortes para justificar a prisão durante tanto tempo de Otelo.
A entrevista, que, honrosamente me concedeu, continuaria com ainda com várias perguntas, desde a sua próxima deslocação a Tóquio, no âmbito das conferências do Conselho Mundial da Paz, assim como de como recordava as funções que desempenhou, em Angola, 1970-72, como comandante-chefe da Região Militar de Angola – Perguntei-lhe, que, tendo também estado, como militar nesta ex-colónia, no meu tempo (1966) se constava que havia quem, dentro do Quartel general, passasse informações do MPLA – Costa Gomes, negou que, de sua parte, alguma vez tivesse tomado essa atitude, não passando de calúnias e de falsidades. Pena não puder reproduzir as suas palavras, visto, no dia seguinte ter ido fazer uma entrevista ao Monsenhor Moreira das Neves, em sua casa, e, inadvertidamente, ao usar a mesma cassete, apagado o resto da entrevista. Contudo, ainda disponho de uma outra entrevista, esta feita no torno de uma conferência, em que ele também participara, que igualmente conto editar oportunamente em vídeo.
Costa Gomes morava na Av. João XXI, próximo do cruzamento da Av. de Roma, em Lisboa. Nessa tarde, que me recebeu, estava sozinho e, curiosamente, os móveis da sala, estavam todos cobertos com lençóis brancos, visto ir para obras, mais parecendo a enfermaria de um hospital. Mesmo assim, teve a gentileza de me receber, já que a entrevista havia sido marcada uns dias atrás e ele não quis faltar ao compromisso. - 
Militar sempre preocupado com a paz, de perfil civilista, indo ao pormenor de, sintomática e simbolicamente, restringir o uso da farda apenas às ocasiões em que tal lhe era exigido, é no entanto, na Guerra colonial, de entre os grandes cabos de guerra, o mais renitente em utilizar a força bélica em grandes e pequenas operações, e, paradoxalmente, o que mais êxito teve em termos operacionais e bélicos.
Costa Gomes foi, com uma antecedência assinalável, em 1961, o primeiro chefe militar a defender claramente que a solução para a guerra colonial era política e não militar, não obstante cumpriu com brilhantismo as suas funções como comandante militar da 2.ª Região Militar de Moçambique, entre 1965 e 1969 (primeiro, como segundo-comandante, depois, como comandante) e, seguidamente, como comandante da Região Militar de Angola.
Após o 28 de Setembro de 1974, com o afastamento do general Spínola, Costa Gomes é nomeado para a Presidência da República, onde lhe caberá a difícil missão de conciliador de partes em profunda desavença, com visões radicais do mundo, algumas verdadeiramente inconciliáveis. Levará sobre os seus ombros tudo quanto se irá passar até à crise de 25 de Novembro de 1975, onde lhe coube o papel capital de impedir a radicalização dos conflitos poupando o país a enfrentamentos violentos e uma possível guerra civil. Costa Gomes é considerado um dos principais obreiros da instauração da democracia em Portugal.
“A figura que sai das páginas de Luís Nuno Rodrigues é a de um general renitente. Da obra ressalta, desde logo, que a carreira militar de Costa Gomes deriva não tanto de um gosto pelas armas, mas sobretudo de uma evolução imposta pelas necessidades materiais da família. Do Colégio Militar à Academia Militar, o percurso de Costa Gomes resulta de uma evolução natural imposta pelas condicionantes familiares. A carreira militar não satisfazia em pleno Costa Gomes, que acabou por frequentar a Universidade do Porto, aí concluindo a licenciatura em Ciências Matemáticas (1939-1944). Este facto não o impediu de percorrer, ainda jovem, um extraordinário caminho como militar, ganhando prestígio no meio castrense, não deixando, contudo, de evidenciar uma renitência: a renitência ao uso e ao abuso da violência. Para o futuro marechal Costa Gomes, a violência (a força armada) só devia ser aplicada enquanto fosse útil ao equilíbrio e à paz na sociedade. O uso excessivo da violência, assim como a utilização da violência de forma inútil, eram-lhe repugnantes.
Marechal Francisco Costa Gomes - Uma das grandes personalidades, militares e cívicas, Membro da Junta de Salvação Nacional desde a madrugada de 26 de Abril, e, como chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas em 30 de Abril de 1974. O primeiro Presidente da República Portuguesa a discursar perante a Assembleia Geral das Nações Unidas - Em Janeiro de 1975 está presente na assinatura do Acordo de Alvor, entre o governo e os movimentos de libertação angolanos, relativo à independência de Angola. Depois de dar posse ao IV Governo Provisório, também chefiado por Vasco Gonçalves (25 de Março de 1975), preside à assinatura, em 11 de Abril de 1975, do primeiro pacto MFA-Partidos.Adicionar legenda |
Ao ocupar a cadeira presidencial, uma das suas primeiras preocupações parece ser a de garantir a estabilidade, apesar da conjuntura revolucionária que se vive. Demonstra-o, primeiro, ao reconduzir Vasco Gonçalves para o cargo de chefe do governo (III Governo Provisório, em 1-10-1974). Depois, durante a viagem que efectua aos EUA onde procura não só estabelecer contactos com vista à cooperação entre os dois países, sobretudo económica, como também tranquilizar a comunidade internacional quanto ao rumo da transição portuguesa” – Excerto de . Biografia completa - Museu da Presidência da República











