Sábado de vigília pascal eu peregrino vos exalto de graça e alegria!
Do fundo da brecha que se abre do sepulcro e ressuscita! Aleluia!
Me elevo ao altar destes destroços que se abrem de luz e claridade!
Do corpo subtil que se ergue e transforma em outro corpo, aleluia!
Escutai-me, Senhor Deus! Sê o meu abrigo e o meu divino protetor!
Neste ermo amontoado e desértico, ao menos possa alcançar
um instante renascido pleno de paz e de luminosa eternidade!
Apontamento, em vídeo, da Procissão Pascal de 2012 e ainda outro da Festa
de Nª Srª de Assunção, assim como
algumas imagens da Primavera florida nesta região - As aldeias vão-se despovoando mas as festas
religiosas ainda continuam a ser os dias grandes nas pequenas aldeias de
Portugal, em vias de desertificação - É o único elo de a diáspora conviver com
familiares e amigos - Aldeia de Chãs. é um dos muitos exemplos num Portugal,
cada vez mais se vai desertificando envelhecendo e perdendo a genuína
identidade com as suas raízes
Natal, Páscoa, festa da padroeira, em Agosto, que marca também o regresso dos emigrantes em França, é quando a aldeia se renova e mostra, que, por enquanto, ainda existe - Até quando... Aqui deixo o registo de algumas imagens - especialmente dedicadas aos meus conterrâneos, que, por qualquer razão, não puderam aqui estar neste dia, revejam os que lhe são queridos e matem deste modo um pouco da saudade da ausência que não puderam suprir.
O apelo dos sinos da minha aldeia
Há muito sou um prisioneiro na grande cidade
porque o meu coração bate ao ritmo do sinos da minha aldeia
foi o primeiro som que ouviu ecoar na vastidão do céu,
ouviu-o ressoar ainda no ventre materno e quando nasceu.
Por isso, só ouvindo a ressonância do seu tanger,
só ouvindo as suas pancadas e o bater
do relógio da torre da igreja
à mistura com o ruídos dos chocalhos
e dos balidos das ovelhas, meu coração
deprimido freme e se agita, acalorado
faz as pazes consigo próprio, liberta-se
das adversidades e agruras da vida,
readquire a tão merecida e desejada tranquilidade,
a doce harmonia, que o envolve, a serenidade e paz !
É certo que o antigo campanário da minha infância, já não existe,
foi demolido com a velhinha igreja!... – Era em pedra talhada de granito,
e não em cimento armado, quase tombado, como o que lhe sucedeu!
- Que heresia essa, que impropério e atentado esse, Deus Meu!
Porém, os sinos são os mesmos – O repicar não se alterou.
Passou a ter o relógio que não existia – Nos sons, nada mudou.
O som é igual - Dlão! Dlão! Dling! Dling! Dlong! Dlão Dlão!
Sexta-Feira-Santa - Tempo de recolhimento, de silêncio
e reflexão
Após caminhada sobre os penhascos e as fragas do meu tempo|
Sinto confundir-me com a nudez das pedras, contemplo e reflito
Confiante de que, na liberdade e no fluido da luz,
abrindo meus braços aos céus possa imitar Jesus!
Sim, que, na limpidez e harmonia da matéria transparente
possa encontrar o significado da oração que me transcende!
Como derramada fonte que me eleva e consagra na minha cruz!
Em vida, cada um leva a sua cruz
até que a voz da eternidade o chame
para o lado de lá da outra margem.
Independentemente de ser ou não Cristão,
da qualquer crença que siga e professe,
nunca será demais abrir os braços aos céus e meditar
nos bons exemplos Naquele que se deixou crucificar
em defesa de um ideal de que julgava servir
D. Manuel dos Santos – Ex-Bispo da Diocese de S. Tomé e Principe
Do Livro Poemas de Vida e de Fé
Ponho um ramo de flores
na lembrança perfeita dos teus braços;
cheiro depois as flores
e converso contigo
sobre a nuvem que pesa no teu rosto;
dizes sinceramente
que é um desgosto.
Depois, não sei porquê nem porque não,
essa recordação
desfaz-se em fumo;
muito ao de leve foge a tua mão,
e a melodia já mudou de rumo.
Coisa esquisita é esta da lembrança!
Na maior noite,
na maior solidão,
sem a tua presença verdadeira,
e eu vejo no teu rosto o teu desgosto,
e um ramo de flores, que não existe, cheira!
Miguel Torga, Diário I (1941)
Diz a liturgia Cristã, que " o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor marca a abertura de nossa Semana Santa e carrega, em si, a síntese do que celebramos como católicos: acolhemos e exaltamos a soberania e a majestade de Cristo, nosso Messias. Mas a sua realeza se dá não como no mundo. Cristo é Rei, soberano, que mostra seu poder no trono da Cruz, apagando toda mancha do pecado, e ressurgindo glorioso, pela nossa salvação.
Importante notarmos que em nossa vida espiritual podemos fazer o mesmo que os judeus fizeram, caso não compreendamos a lógica da realeza de Cristo: aclamá-lo com Rei e Senhor, e ao mesmo tempo, pelas nossas atitudes, crucificarmos a Jesus e afastarmos de nós qualquer menção à Cruz e conversão de vida. Vida e obras devem concordar!
Além disso, vale destacar que os Ramos que levamos às nossas casas não podem se tornar, para nós, objetos de superstição. Os Ramos servem para nos recordar a dinâmica de Jesus Cristo, Rei e crucificado. São, sim, um poderoso sacramental em nossas vidas, levando a bênção para nossos lares, porém, os Ramos só serão bênção se ousarmos entronizar, em nossos corações e vidas, o Cristo Rei, tal e qual celebramos na liturgia deste Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor.
Jorge Trabulo Marques - Com videos dos poemas de Alda Espírito Santo e Manuel Daniel - Foram também lidos outros peomas, que contamos vir a editar
Tributo à saudosa Mãe da Pátria Santomense , a poetiza - Alda Espírito Santo, 30-04-19 26 – 09-03-2020 - Poema lido por Ilídio Sacramento, natural das maravilhosas Ilhas Verdes do Equador
Escritora, poetisa, política, destacou-se na luta contra o fascismo e o colonialismo. Foi uma figura emblemática da luta pela independência de São Tomé e Príncipe. Reconhecida pela sua verticalidade, coerência e coragem, esta cidadã constitui uma referência incontornável nos grandes valores que estiveram na origem da luta do povo são-tomense pela libertação do jugo colonial-fascista e pelo progresso social.
Foram lidos poemas de três poetizas santomenses, Alda Graça Espirito Santo, Conceição Lima e Olinda Beja, bem como de Manuel Daniel, de Dom Manuel dos Santos, ex- Bispo da diocese de S. Tomé e Príncipe, Manuel Alegre, Maria Assunção Carqueja, esposa do Prof Adriano Vasco Rodrigues, a quem ficamos a dever o primeiro estudo da Pedra da Cabeleira de Nª Sra. De Natália Correia, Manuel Alegre e de uma poetisa ucraniana, cujos resgistos sonros contamos publicar na medida do possivel.
POETA MANUEL DANIEL - ERA UM DOS NOSSOS PEREGRINOS - Não o podemos também esquecer --Os seus poemas fazem parte das nossas celebrações
Deixou-nos, em 22 de Janeiro de 2021 - Foi uma das vitimas da Convid 19 - Natural de Meda, tendo residido, desde há vários anos, em V.N. de Foz Côa, onde fez grande parte da sua vida - Advogado, escritor, jornalista, poeta, dramaturgo, autor de 40 peças de teatro, nomeadamente para crianças, 20 das quais ainda inéditas - Espírito solidário e associativo, de sensibilidade relevante, em associações de solidariedade social, nomeadamente no Lar da Santa Casa da Misericórdia e na Associação Humanitária dos bombeiros de Foz Côa na qual foi seu Presidente da Assembleia Geral, 20 anos, desde 1979 a 1999
A manhã raiara coberta de uma etérea neblina, porém, apesar da sua beleza, parecia ir ofuscar e não propiciar o mais surpreendente raiar do sol no primeiro dia da primavera, no hemisfério Norte. E, naturalmente, quem ali se desloca é para poder desfrutar dessa maravilha de Deus.
Sim, por via de algumas névoas e neblina, perderam-se os momentos iniciais da entrada dos raios solares na venerável gruta que atravessa o majestoso monumento megalítico, contudo, mesmo assim, o luminoso astro divino, ainda se abriu e nos propiciou a tão abençoada e desejada imagem, que purifica, transmite alegria e encantamento aos olhos dos peregrinos que ali se deslocam
Um punhado de amigos, mas todos imbuídos por uma forte e calorosa espiritualidade, numa cerimónia simples, mas prenhe de esplendor e magia
Além da participação, da já habitual colaboração de José Lebreiro e de Agostinho Soares, pudemos contar com a amável presença amiga de Ilídio Sacramento, natural de S. Tomé e Príncipe e de sua esposa, Diana, de nacionalidade americana, que aqui se deslocaram expressamente para nos abraçar e partilhar da alegria deste nosso tradicional evento - Residentes nos no Canadá, desde há vários anos, onde contraíram matrimónio e tiveram lindos filhos e lindos netos . Ambos possuidores de um prestigiado currículo profissional.
Uma vez mais o nosso abraço amigo por tão calorosa e amistosa partilha, assim como também a outros nossos amigos, que, conquanto não pudessem estar presentes, tiveram a gentileza e amabilidade de nos dirigirem mensagens de estimulo. Nomeadamente, Pedro Daniel e António Lourenço, ex-autarca desta freguesia, ao longo de mais de 30 anos, e ao qual tanto esta aldeia lhe deve pelo seu abnegado entusiasmo e dedicação
Jorge Trabulo Marques - Coordenador do evento - Videos a não perder
Vamos saudar a Primavera, dia 20 , ao nascer do sol, no recinto amuralhado do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, que se ergue no maciço dos Tambores, já conhecido como o Stonehenge Português.
A cerimónia tem início às 07.00 horas da manhã, momento em que o sol atravessa a gruta do enorme penedo . Confiantes de que as condições meteorológicas o permitam.
A esposa de António Ponces de Carvalho, e ele próprio, bisneto do grande
poeta português, deram-nos o prazer e a honra de se associarem, na celebração
do Equinócio do Outono, em 23 de Setembro de 2019, que decorreu, nos arredores da aldeia de Chãs, freguesia do Concelho de V. N. de Foz Côa, junto ao altar sacrificial do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nª Srª, ladeado pela chamada Pedra da Audição, ou das orações, com duas grutas, uma das quais fazendo lembrar uma enorme orelha, como que escutando e concentrando as vibrações vindas da imensidade do Universo ou espalhando as vozes, os cânticos ou orações, de quem ali ergue a sua voz com uma ressonância surpreendente.. https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2019/09/celebrado-o-equinocio-do-outono-23-09.html
Templos-do-sol - Foz Côa, com o Bispo Dom Manuel dos Santos, em 2015,
então Bispo da Diocese de S. Tomé e Príncipe - Recordando o magnifico exemplo
pastoral, no equinócio do Outono, daquele ano. Cantou e encantou-nos com
os seus belos poemas e as suas amáveis bênçãos – Na próximo dia 20, às 07,
vamos celebrar o Equinócio da Primavera, neste mesmo santuário
A sua amável presença, deu ainda mais brilho à Luz de Deus – Ocorreu uns dias antes da apresentação do seu livro de poesia, "Aqui onde estou os meus sonhos são verdes", em Fátima e no Auditório Santo António Maria Claret, no Santuário do Coração de Maria, em Setúbal.
Momentos inolvidáveis de um magnifico e muito preenchido dia na vida de Dom Manuel dos Santos. Corajoso e sensível Poeta, devotado Peregrino e Pastor . Dom Manuel António Mendes dos Santos, deixou a Diocese de São Tomé e Príncipe, em julho de 2022, depois de 15 longos anos de sacerdócio. Atualmente, está cargo de uma paroquia no Algarve Nasceu em São Joaninho, Distrito de Viseu, no dia 20 de Maio de 1960, filho de uma família numerosa, com três irmãos e quatro irmãs. Em 1978 ingressou no Seminário Menor da Diocese de Lamego e, mais tarde, passou para o Seminário da Congregação dos Missionários Claretianos em Carvalhos, Vila Nova de Gaia
Durante o ato evocativo serão lidos poemas de vários autores O templo sacrificial, orientado no sentido nascente- poente, ergue-se no alto de um maciço rochoso, próximo de um antigo castro, no perímetro do Parque Arqueológico e a curta distância da Pedra do Solstício.
O imponente megálito tem a forma de um gigântico crânio, atravessado, na sua base, por uma gruta em forma de semi- arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada pelo seu eixo no preciso momento em que o nascer do sol, começa a erguer-se sobre aquele maciço granítico, conhecido pelo Tambores, cenário mítico, para assinalar a já tradicional entrada da estação mais florida do ano
Diversas
têm sido as personalidades e estudiosos, que nos têm dado o prazer da sua
presença - Além das colaborações do nosso município e da autarquia, do arqueólogo
Sá Coixão, do Prof. Moisés Espírito Santo, do astrónomo Máximo Ferreira, do
poeta Manuel Pires Daniel, Dom Manuel dos Santos, então Bispo de S. Tomé, do
investigador inglês Tom Graves, bisnetos de João de Deus, entre outras figuras.
- Isto para já não falar dos nossos habituais colaboradores, nomeadamente,
António Lourenço, José Lebreiro, Agostinho Soares, Pedro Daniel e Adriano
Ferreira
s.
A primeira referência a este enorme fraguedo, foi feita por Adriano Vasco Rodrigues, no seu estudo publicado em 1982, sobre a História Remota de Meda., de cuja investigação aqui transcrevemos, com a devida vénia, um pequeno excerto: “Também na freguesia de Chãs, que foi outrora anexa de Longroiva e agora pertence ao concelho de Vila Nova de Foz Côa, localizei, a curta distância da povoação, na Lapa de Nossa Senhora, no interior de um penedo com forma de crânio, um nicho contendo algo que parece a pintura de uma cabeleira humana”
“O penedo tem o seu assento sobre uma vasta superfície rochosa granítica. A face poente está desbastada como uma enorme testa. Na parte interior rasga-se uma abertura com cerca de um metro de diâmetro, que dá entrada para uma espaçosa câmara com o exterior por outra abertura rasgada na face ocidental.
Aqui lhe recordo alguns dos maravilhosos momentos, em anos anteriores, da celebração do equinócio da Primavera, da tradicional saudação , na aldeia de Chãs, do concelho de Foz Côa. A cerimónia tem início às 07.00 horas da manhã, momento em que o sol atravessa a gruta da Pedra da cabeleira de Nossa Senhora, num dos quatro calendários solares pré-históricos, existentes no Maciço dos Tambores, já conhecidos como "Stonehenge Português
No Hemisfério Norte, o equinócio de primavera deste ano ocorre em 20 de março de 2024, às 21h25 GMT. Dia em que o dia e a noite se repartem entre as trevas e a luz, a partir do qual os dias vão crescendo até 20 de Junho, solstício do Verão.
Em cerimónia simples, mas de expressivo simbolismo, pendor místico e histórico, à mais desejada e florida estação do ano, vai ser assinalada, no próximo dia 20, entre as 07.00 e a 07.30 da manhã, frente ao portal do antigo altar sacrificial do santuário rupestre, conhecido por Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, com momentos de poesia, bem-dizendo e suplicando ao Sol da Vida, ao esplendor da Sublime Estrela, espelho de Deus, que propicie à Humanidade, dias mais felizes e tranquilos
O enorme penedo, orientado no sentido nascente-poente, possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento e sensivelmente a mesma altura, que é iluminada pelo seu eixo, no momento em que o Sol, depois de iluminar o vale xistoso do Côa, começa assomar e a brilhar nos penhascos graníticos deste maciço, que se ergue como uma fortaleza natural, na margem direita da Ribeira Centeeira, também conhecida como a falha sísmica do Graben de Longroiva., que, depois de correr de Sul para Norte, e ao voltar-se para leste, num apertadíssimo e ingre canhão xistoso, de ambos os lados, passa a chamar-se Ribeira dos Picos, em cuja foz existe um dos mais belos núcleos de gravuras rupestres do paleolítico.
.É, pois, esse momento, esplendoroso, que poderá ser uma vez mais observado. Graças a duas colaborações fundamentais: à compreensão dos proprietários dos terrenos, onde os dois megálitos se localizam (a Pedra do Solstício e a Pedra do Equinócio), nas pessoas da médica Teresa Marques e do seu marido, Fernando José Baltazar), bem como da inestimável colaboração de António Lourenço, José Lebreiro e de outros bons amigos, a que se têm juntado também as colaborações da Junta de Freguesia e da CM de Foz Côa, do nosso concelho.
O Maciço dos Tambores, a curta distância da aldeia de Chãs, nas imediações de uma área castreja, uma vez mais é o cenário mítico para assinalar a entrada das estações do ano, nesta caso, a da Primavera, em cerimónias que se vêm repetindo, desde há mais de 20 anos, num local que já entrou definitivamente no calendário mediático das principais celebrações evocativas, com o objetivo de saudar a Mãe-Natureza, indo ao encontro das mais antigas tradições e cultos medievos dos vários povos, de cuja passagem se encontram abundantes vestígios, múltiplos sítios de habitação, desde o neolítico, calcolítico, em vários períodos civilizacionais, quer na área do Castro do Curral da Pedra, quer no Castelo Velho,, a tantos outros sítios, tendo sido recolhidos vários utensílios: