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quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Chãs - Foz Côa - festa na aldeia de Agosto já lá vai mas fica saudade dos alegres e felizes momentos


                       Jorge Trabulo Marques - Reportagem com video a editar



A festa na aldeia de Agosto já lá vai mas fica a saudade - O povo rezou, cantou e brincou - o Setembro está à porta e muitos dos emigrantes, já estão de abalada - Mas fica o registo dos bons momentos e de fé e de convívio A festa em honra de Nº srªa de Assunção, no passado dia 15 e 16, foi abrilhantada pela Banda Filarmónica de Torroselo - Meus Parabéns aos voluntariosos mordomos por tão alegres e festivos dias






Sim, o mês de Agosto, além de ser o pleno do Verão é também o da emigração: - Muitas das aldeias, praticamente desertas ao longo do ano, renovam-se, voltam animar-se. Já não é a mesma coisa de outros tempos, mas dá para matar as saudades aos que chegam e para alegrar um pouco mais a alma aos que estão. A aldeia de Chãs, do concelho de Vila Nova de Foz Côa, é mais um desses muitos exemplos de um país cada vez mais desertificado



terça-feira, 29 de agosto de 2023

templosdosol-chas-fozcoa e os braços abertos dos Artistas do PIA-Projectos de Intervenção Artística que aqui vieram recargar energias e dar largas à sua fantasia e alegria - Porém longe de imaginar, que, depois de ali peregrinar e saltitar de pedra em pedra e na sua companhia, o desequilibrar do baloiçar da máquina fotográfica sobre uma das fragas, acabaria por me perturbar o resto do dia


                                             Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador

Animada, expansiva  visita dos jovens artistas de PIA Projectos de Intervenção Artística ao Maciço dos Tambores, arredores da aldeia de Chãs, concelho de V. N de Foz Côa, onde deram largas à sua alegria e espontânea  sensibilidade artística, saltitando de fraga em fraga  - Local onde se  erguem os majestosos megálitos, conhecidos pelos Templos o Sol,  o Stonehenge Português,  calendários pré-históricos alinhados com as estações do ano – Com a promessa deste seu batismo físico e divertido,  os estimular a virem a participar numa das nossas futuras celebrações.



Depois terem apresentado na noite de sábado, dia 26 de Agosto 2013,  o espetáculo ENTREMUNDO.,  último espetáculo da 2ª edição do CôaCulto, corolário de uma iniciativa  do município foz-coense , que decorreu de 30 de junho a 26 de agosto de 2023., com sessões de cinema, música, dança, teatro, nas freguesias do concelho, aceitaram o meu convite de vir a conhecer e retemperar energias nestes amplos e mágicos espaços


MACIÇO DOS TAMBORES - É um local mágico e  dos poucos lugares da terra onde  a beleza e o esplendor solar se podem repetir à mesma hora e com a mesma imagem contemplativa de há vários milénios

Os investigadores, que mais se têm debruçado sobre o estudo da área e deste sítio, como Adriano Vasco Rodrigues, Sá Coixão, Moisés do Espírito Santos e Tom Graves, conferem-lhe especial significado e importância

De recordar, que, alguns especialistas, ligados às ciências exotéricas, defendem que estes centros de culto, que geralmente se apresentam  em  forma de círculo ou amuralhados, como é o caso do Santuário da Pedra da Cabeleira de Nº Srª,   são locais de cura, atravessados por  linhas ou energias geodésicas  especiais, que os saberes e a experiência de antigas civilização, que viviam em estreita ligação com a Natureza, escolheram para seu benefício próprio e  se dirigirem às suas divindades.



A queda numa pedra podia ter sido o último dia da minha vida mas Graças a Deus sou um homem prendado por várias eternidade – Sim, longe de imaginar, que.  depois de tão alegres, expansivos e felizes momentos, na companhia de sorridentes e amáveis jovens,  terminaria o domingo no interior de uma ambulância  para me conduzir ao posto de urgências - Mas graças a Deus sou um prendado por várias eternidade -Sobrevivi sozinho 38 dias na vastidão dos mares- https://canoasdomar.blogspot.com/2019/11/perdido-no-golfo-da-guine-37-dia-estou.html     E, já por vários acidentes, em terra -Um dos quais em S. Tomé, em Março de 2016 https://canoasdomar.blogspot.com/2016/03/sao-tome-acidente-na-escalada-do-pico.html 


O meu abraço amigo aos profissionais do 112, composta por bombeiros da Associação Humanitária de V. N. de Foz Côa, que prontamente vieram ao meu encontro e me prestaram assistência, quando lhes telefonei. – Ao médico Dr. Girão e à equipa de enfermagem que me assistiu

Estou bem e livre de perigo. – Desequilibrei-me quando ia fazer mais uma fotografia – A idade já pesa mais de que os verdes anos da minha adolescência, quando por ali ia levar a marmita ao nosso pastor e cabriolava atrás das ovelhas, sim, a queda podia ter sido fatal se caísse de costas mas senti apenas o impacto do peito e de uma das mãos sobre a face escorregadia de um laje de granito, pelo que lá me safei de consequências maiores
Estou bem graças a Deus.

A PIA Projectos de Intervenção Artística, surge em Maio de 2002 em Pinhal Novo, enquanto plataforma profissional direccionada para as Artes Performativas e Visuais de Rua.

De carácter multidisciplinar, as suas criações abordam o Teatro Físico, enquanto a linguagem corporal como movimento primordial e base para a dramaturgia, ilustrado pelas Formas Animadas; o Novo Circo recorrendo de forma singular com noção e perfeito domínio de técnicas de equilíbrio, em especial as Andas; a Plasticidade Estética que explora o conceito da Instalação artística, na sua capacidade de transformação e percepção do espaço público, efemeridade num lugar, que lhe permita absorver as singularidades, tornando-a por um lado única nos diferentes meios onde passa, mas ao mesmo tempo com diferentes significados a partir da sua essência e do que ela desperta em quem a vê Pormenores em https://www.piacrl.com/PIA_Quem_Somos.html

 



segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Foz Côa – A 2ª edição do CôaCulto – Brilhante epílogo com espetacular performance ENTREMUNDOS de A PIA Projetos de Intervenção Artística – Iniciativa do Município, que decorreu de 30 de junho a 26 de agosto de 2023.


orge Trabulo Marques - Jornalista  - Com vídeo da reportagem

A peça teatral ENTREMUNDOS, trata-se de uma abordagem às culturas tradicionais dos Gigantes – De Teatro Físico, Objetos e Formas Animadas, envolvendo Marionetas de grande dimensão, que cruzando técnicas de construção e manipulação, convida a redescobrir e relembrar as perspetivas, formas e dimensões da visão de uma criança




Depois de percorrer todas as localidades do nosso concelho com cinema, música, dança, teatro, entre outras, a 2ª edição do CôaCulto, terminou onde havia começado - no centro histórico da nossa cidade.

À semelhança do ano passado, o CôaCulto contou com uma programação diversificada e de excelente qualida


de, abarcando a totalidade do concelho, numa ótica de descentralização e democratização da cultura.

O CôaCulto teve como objetivo, através da cultura, da sua diversificada componente artística, promover o convívio de todos os munícipes, amigos e visitantes do território e proporcionar o conhecimento das belezas naturais de todas as localidades do concelho e o seu património cultural.

De parabéns está pois o executivo da Câmara Municipal pela louvável iniciativa - João Paulo Sousa, Presidente do Município, que na noite de ontem também marcou a sua presença neste último evento, acompanhado pela Vereadora do Pelouro da Cultura, entre outros colaboradores e amigos, manifestou a sua satisfação pelo êxito do evento, recebendo calorosos aplausos pelas centenas de pessoas que assistiram no espetáculo, que tivera inicio na Praça do Município, por volta das 09.30 da noite, tendo depois descido até à Praça do Tabulado, onde voltou a exibir o seu reportório, após o que, todos os artistas voltaram a subir a rua até àquele emblemático espaço municipal

De recordar, que, nas suas declarações à imprensa, sobre o programa da II edição do CôaCulto, O Presidente João Paulo Sousa, destacara o projeto com estas palavras:

“O Côa Culto é no nosso entender uma verdadeira medida de coesão territorial na área da cultura. Com o Côa Culto pretendemos para além de democratizar o acesso à cultura, contribuir para a formação de públicos e para a valorização e divulgação do património cultural e humano do concelho como um todo. A cultura é no nosso entender uma arma poderosa a que todos os fozcoenses devem ter acesso, porque inquieta, questiona, estimula o pensamento crítico e abre caminho para o conhecimento.

 

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Graças aos Céus e a Deus devo o milagre de ter nascido e ainda vivido

                              Jorge Trabulo Marques - No heterónimo de Peregrino-da-Luz 

                             Pelos  solitários penhascos dos arredores que me viram nascer 

Aqui, rendido aos mistérios sob a infinita cúpula do céu
o Universo cintila sob a vasta arcada que me inebria a alma,
se propaga, me transcende os sentidos e me transporta
como que para longínquos espaços ou distantes galáxias.
Sim, nunca te canses de vibrar o maravilhoso milagre da vida.
Não desesperes, viva a vida com harmonia e tranquilidade.
Respira em cada noite ou em cada santo dia da tua vida
a sublime e fluída graça que Deus das alturas te ofereceu!

Obrigado Jesus, porque és meu amigo!
Obrigado Jesus, porque gostas de mim!
1. Quando me levanto e falo contigo,
eu sei que Tu estás em mim.
Quando amo os outros como Tu gostas,
eu sei que Tu estás em mim.
2. Quando trabalho de boa vontade,
eu sei que Tu estás em mim.
Quando obedeço e falo a verdade,
eu sei que Tu estás em mim.


sábado, 19 de agosto de 2023

Foz Côa - Romagem de Nª Srª da Veiga, nos dias 19 e 20 e ao longo da próxima semana de Agosto - Duas vezes por ano - Depois de Março vêm as festividades de Agosto -Neste mês estival o ritual da romaria da festa da padroeira agita a capital de dois patrimónios da Humanidade

Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

A Imagem da  Peregrina Nº Srª da Veiga, volta a percorrer no seu andor os trilhos, desde a sua emblemática capelinha, que se ergue na margem esquerda do Rio Douro, no lugar das Cortes, sobranceira ao maravilhoso vale do Pocinho, por caminhos que levarão todos os peregrinos, que acompanham,  até à igreja matriz da paróquia 



Tal como é reconhecido, o Culto e devoção à Nossa Senhora da Veiga praticado pelos habitantes do concelho de Vila Nova de Foz Côa e dos concelhos limítrofes. Presentemente o culto acontece em dois momentos do ano. Em março, antes da Páscoa, os devotos em romaria descem até à capela para ir buscar a Santa para permanecer na Igreja Matriz de Vila Nova de Foz Côa durante uma semana.


Mais recentemente os festejos celebrados no mês de setembro foram transferidos para agosto, devido à chegada dos emigrantes. Neste mês estival o ritual da romaria repete-se: durante uma semana a festa da padroeira agita Vila Nova de Foz Côa, enfeitam-se as ruas com flores de papel, dança-se ao som de bailes e presta-se devoção à Santa na Igreja Matriz até ao dia em que volta à sua capela de origem nas Cortes da Veiga. Corresponde a um local de ocupação humana anterior à atual localização de Vila Nova de Foz Côa, que é uma vila nova fundada na baixa Idade Média. O culto assinala esta ligação histórica da comunidade a uma anterior localização na veiga, mais próxima das águas do Douro.

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

É Festa na aldeia - “Tocam os sinos da torre da igreja/ (… )Na nossa aldeia que Deus a proteja! Vai passando a procissão” – Assim sucedeu mais uma vez na festa de Nº Srªa de Assunção na minha aldeia – Chãs – de Foz Côa e noutras aldeia do concelho e da região.

Jorge Trabulo Marques - Jornalista  - Logo que possivel editaremos videos com mais imagens



Este é o evento mais aguardado do povo da freguesia de chãs - A Festa de Nª Srª de Assunção - É também o dia em que muitas famílias se reúnem, com os vários membros que vivem noutras terras ou emigram nomeadamente para França e Brasil -



A procissão foi abrilhantada pela Banda Filarmónica de Seia Presidiram ao ato religioso o Padre José Fonseca Soares e o Cónego António Leal, um filho da terra, a quem coube o sermão proferido junto à capela de Nº Srª da Assunção, que começou por recordar que “este ugar tem um dominador comum: (…) todos os anos, por esta altura, é alguém que vos une aqui: uma pessoa que tem um nome que todos nós conhecemos. Que se chama Maria de Nazaré, que hoje todos evocamos com o titulo de Nª Srª de Assunção.

Momentos também de animada diversão



Foi assim na véspera de 14 para 15 
A aldeia vai-se deserfiticando mas ganha novo colorido  com o regresso dos emigrantes, já que,  quem vive do campo, senão fosse o vinho generoso era quase trabalhar para aquecer. Mas quem é que quer deixar morrer a tradição?!... Com muito esforço e a carolice de uns poucos, os chamados mordomos, lá se vai fazendo todos os anos.   




Procissão - Poema de António Lopes Viera - Imortalizado por João Villaret

Tocam os sinos da torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Mesmo na frente, marchando a compasso,
De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço,
Logo o trombone faz popó, popó.

Olha os bombeiros, tão bem alinhados!
Que se houver fogo vai tudo num fole.
Trazem ao ombro brilhantes machados,
E os capacetes rebrilham ao sol.

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Olha os irmãos da nossa confraria!
Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia
Tantos bigodes e tais sobrancelhas!

Ai, que bonitos que vão os anjinhos!
Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos.
E o mais pequeno perdeu uma asa!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Pelas janelas, as mães e as filhas,
As colchas ricas, formando troféu.
E os lindos rostos, por trás das mantilhas,
Parecem anjos que vieram do Céu!

Com o calor, o Prior aflito.
E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito
Que estes passeios de Nosso Senhor!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Já passou a procissão.

António Lopes Ribeiro

domingo, 13 de agosto de 2023

O Parque Arqueológico do Vale do Côa – Comemorou os seus 27 anos – -O Vale Sagrado vai voltar a ter águas correntes e ser passado a vau, as mesmas águas onde me banhava em criança -A demolição de ensecadeiras no rio Côa avançam - Diz Aida Carvalho. Presidente da Fundação Côa Parque, que recentemente foi presenteada com um livro de memórias da Associação Humanitária dos Bombeiros V. de V. N de Foz Côa, por António Lourenço, que deixa a presidência desta instituição ao cabo de 20 anos de abnegada e carinhosa dedicação

                                       Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador

Meus Parabéns – Aos arqueológos e técnicos auxiliares. Aos Jovens da Escola Secundária Adão Carrapatoso de Foz Côa e seus professores, que estiveram unidos numa luta e objetivo comum: defender um dos maiores tesouros da Humanidade -


Aida Carvalho, Presidente da Fundação Côa Parque – entidade gestora do Museu do Côa e Parque Arqueológico do Vale do Côa – continua empenhada nas continuidade das escavações, designadamente no sítio de arte paleolítico do Fariseu [rocha 9] e na Cardina-Salto do Boi, onde foi evidenciada uma ocupação pelo Homem de Neanderthal desde 100.000 anos.


Em recentes declarações à imprensa, diz que após 27 anos, o plano de demolição de ensecadeiras no rio Côa avançam - A remoção das ensecadeiras que ficaram da suspensão da barragem no Côa é aguardada há décadas. Será o maior projeto em Portugal para repor a conectividade fluvial, de 50 quilómetros ao longo do rio., após a suspensão da construção da barragem em 1995.

  Sendo assim,  o Vale Sagrado do Rio Côa, vai voltar a ter águas correntes, as mesmas águas  onde me banhava em criança,  na margem da antiga quinta Santa Maria, onde meu pai nasceu, então represas apenas em pequenas açudes para passagem das velhas barcas de travessia e fornecerem águas aos moinhos, de podiam apanhar enguias e saborosas conchas e variados peixes – No tempo em que não eram poluídas  e afetadas pelas águas pantanosas armazenadas pelo regolfo da barragem do Pocinho, mas sobretudo pela chamada ensecadeira 

António Lourenço, que recentemente deixou a Presidência da Associação Umanitária dos Bombeiros de V. Nova de Foz Côa, dias depois foi recebido por Aida Carvalho, Presidente da Fundação Côa Parque, à qual ofereceu um livro de memórias da instituição a que presidiu durante 20 anos, oportunidade para uma troca de opiniões de proteção do património arquológico  paisagístico do concelho e da região.

Estive também na primeira linha da sua defesa, com vários artigos no jornal Ecoa e até colaborando na descoberta de outras gravuras e vestígios na companhia de Adriano Ferreira e de seu filho


Em 10 de agosto de 1996, o então primeiro governo de António Guterres inaugurava formalmente, o primeiro parque arqueológico português, assegurando uma virtual proteção legal ao que já então constituía o complexo de arte rupestre do Vale do Côa.
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A arte do Côa foi classificada como Monumento Nacional em 1997 e, em 1998, como Património da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)

Como uma imensa galeria ao ar livre, o Vale do Côa apresenta mais de 1.200 rochas, distribuídas por 20 mil hectares de terreno com manifestações rupestres, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há mais de 25.000 anos, e distribuídas por quatro concelhos: Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel e Mêda

De acordo com a responsável, o PAVC e a Fundação souberam adaptar-se às novas procuras, diversificando as modalidades de visitação: viatura todo-o-terreno, caiaques, passeios a cavalo e, recentemente, através da embarcação eletrosolar.


“Depositámos uma grande esperança na retoma turística, porque acreditamos que existe um enorme potencial de crescimento na procura dos produtos turísticos com base em valores culturais como as ‘Gravura do Côa’”, afirmou.


Já em declarações à Lusa, o antigo diretor do PAVC, António Martinho Batista, disse que, após a revelação pública dos achados rupestres do Vale Côa, em novembro de 1994, a aceleração da história, nascida de um inusitado mediatismo em que se contrapunham a salvação das gravuras rupestres frente à construção de uma barragem no Baixo Côa, levou à identificação de um vasto grupo de sítios, na sua maioria com arte paleolítica, o que desde logo passou a ser uma das grandes descobertas arqueológicas mundiais, em finais do milénio.

Após estas relevantes descobertas, e reconhecidas em todo o mundo, rapidamente também a barragem em construção no Baixo Côa passou à história, em finais de 1995, o que implicou mais tarde a concessão de uma grossa indemnização à empresa construtora.

“Depois desta fase, a sociedade civil e os movimentos de massas que então nasceram, impuseram aos governos uma paragem reflexiva nas políticas expansionistas com base no betão e nas grandes obras que pouco tinham em conta as necessidades de uma população cada vez mais envelhecida, num interior cada vez mais desertificado”, recordou o arqueólogo

Martinho Batista, lembrou que os primeiros dez anos foram de “brasa”, com inesquecíveis nas batalhas do património que levaram o nome do Vale Côa e do país a todos os cantos do planeta.

Para o arqueólogo, no todo, o PAVC e o Museu do Côa constituem um projeto consolidado e assim deverá continuar nos próximos anos, sem sobressaltos de maior.

“Basta que se continue a gerir bem o que foi conquistado nos últimos 25 anos”, vincou.


Por seu lado, o também arqueólogo João Zilhão, outro nome incontornável ligado à criação do PACV, ex-diretor do antigo Instituto Português de Arqueologia, primeiro diretor do parque, que foi responsável pela elaboração do processo de candidatura à classificação de Património Mundial, garantiu à Lusa que não há hoje qualquer dúvida sobre o grande significado científico e valor patrimonial da arte rupestre do Vale do Côa.

“Há 25 anos, discutia-se sobre a importância que ela podia ter, ou não, para o desenvolvimento da região”, sublinhou.

“Hoje, chegamos a Vila Nova de Foz Côa e a primeira coisa que vemos são os cartazes do município e de outras entidades proclamando com orgulho que Foz Côa é o único concelho do país com dois monumentos do património mundial, o Douro vinhateiro e a sua arte paleolítica. Acho que isso diz tudo sobre o quão de bom senso foi a decisão de abandonar o projeto de construção da barragem

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Galopim de Carvalho – De Parabéns! – O pai dos dinossauros, nasceu no dia 11 de Agosto de 1931, em Évora – Completa hoje 92 anos -Depois das pegadas dos dinossauros, aos passos continuados de um monge da escrita - “Como sou um grande surdo, passo o tempo em casa a escrever"






Prof. Galopim de Carvalho – Depois das pegadas dos dinossauros, aos passos continuados de um monge da escrita - “Como sou um grande surdo, passo o tempo em casa a escrever" - Autor de mais dezena e meia de livros – A seguir à "Evolução do Pensamento Geológico", vem aí “Évora, Anos 30 e 40” – Memórias da Guerra Civil de Espanha. Na vida há um tempo para tudo e agora a vida do investigador Galopim de Carvalho, professor jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, é quase conventual.- - Confessava-me, na feira do livro de Lisboa, em 2014 

Meu encontro com o professor e investigador na 93ª edição da feira do livro de Lisboa, em junho passado, numa sessão de autógrafos da âncora Editora, do seu mais recente livro, Fora de Portas - Memória e Reflexões - Com uma abordagem inicial à  fase jovem da vida do autor, desde a escola primária ao serviço militar e aos primeiros anos de docência na Faculdade de Ciências de Lisboa, especialmente os acontecimentos inseridos numa análise crítica dos cenários em que foram vividos ou presenciados

Na segunda parte, ele assume-se como relator de situações ocorridas no decurso do seu relacionamento com os vários níveis da administração do Estado, enquanto diretor do Museu Nacional de História Natural, e, também, como cidadão, entre outras questões

Na mesma sessão, igualmente pela Âncora Editora, estava também Manuel Pedroso Marques,  coronel do Exército,  natural de Lisboa, que participou, como capitão, numa ação militar e civil contra a ditadura em 1961.autografando o seu livro , Os Diálogos Improváveis-

Uma obra que fala  da crise da democracia, do passado e do futuro, na voz e nas vontades que solicitam o leitor a identificar e a identificar-se sob o ponto de vista político. Falam da globalização (suas dificuldades e perspetivas), do Brexit e dos referendos como modo democrático de consulta ou forma populista de decidir; falam da questão social - uma discussão em aberto, sem fim, como as desigualdades, o poder do laicismo, o entendimento democrático ou não do nacionalismo, e as pressões dos supra e dos subnacionalismos

 

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

MÁRIO CESARINY – o Poeta e Pintor nasceu a 09/08/1923 - A Reportagem surrealista que fez comigo para a RDP-Rádio Comercial – Com a empregada de NATÁLIA CORREIA, uma cabo-verdiana e outras mulheres nas marchas de Stª António de Lisboa, em 1991

                                                              Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

Mário Cesariny de Vasconcelos, nasceu em Lisboa,  em 9 de Agosto de 1923 — Faleceu nesta mesma cidade, aos 84 anos, em 26 de Novembro de 2006  -Tendo-lhe dedicado este meu singelo  poema https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2008/11/os-poetas-nao-morrem-mario-cesariny-e.html
 Poeta e Pintor, considerado o principal representante do surrealismo português. Além do seu trabalho na área da antologista, de compilador e historiador.



Mário Cesariny – Diálogo mais real do que surrealista, 1991  - com a criada cabo-verdiana, da poetiza Natália Correia, em noite das marchas de Santo António, 

Tive oportunidade e o prazer de ser amigo de Mário Cesariny de Vasconcelos, de ter partilhado com ele variadíssimos e inesquecíveis momentos de agradável convívio, com um dos mais singulares poetas pintores e do surrealismo português - "Passados 17 anos, sobre a sua morte - "é uma voz que ainda ecoa" e o seu surrealismo uma revolta que ainda não perdeu o sentido” - Entre os amigos mais chegados, a sua presença continua tão forte quanto antes. Como naqueles tempos passados em redor de uma mesa de café a falar de literatura, de política, de arte, de tudo.

        Outro dos seus grandes amigos e confidente era o mestre Cruzeiro Seixas 



                        

O Carismático Poeta e Pintor admirava o meu espírito aventureiro e eu, desde que o conheci, passei também admirar a imagem e a voz de um rosto e de uma personalidade, verdadeiramente invulgar, de um grande poeta de corpo inteiro, frontal e direto sem a pretensão de humilhar ou de superiorizar, mas tão somente ser real e verdadeiro.

Gostava de ouvir as minhas narrativas das escaladas a prumo do Pico Cão Grande em São Tomé e as minhas travessias em frágeis pirogas nos mares do Golfo da Guiné. E também apreciava os meus apontamentos insólitos de reportagens e entrevistas na extinta RDP- Rádio Comercial – Um dia haveria de ser ele a substituir o repórter com a empregada de Natália Correia, deslindando segredos, de almoços e jantares, no lendário Botequim e em sua casa e outras revelações - Quem haveria de imaginar tão inesperado acaso!

Aprendi com ele esta elementar verdade : Sê o vosso fermento, a vossa inquietação e a vossa própria luxúria - Assumi até os vossos próprios fantasmas; sê íntegros e verdadeiros, tal como sóis. Se assim procederes, o apregoado diabo anticatólico ou anticristão, farisaico, não entrará em vós e não terá no vosso corpo e no vosso espírito, o vosso melhor aliado


Mário Cesariny de Vasconcelos, sem dúvida, uma das mais singulares e surpreendentes figuras do surrealismo português, tanto na poesia como na pintura, tive o prazer de ser seu amigo, de ter partilhado com ele varridíssimos e inesquecíveis momentos de agradável convívio.

Sim, o carismático artista, admirava muito os meus trabalhos de reportagens e entrevistas na extinta RDP- Rádio Comercial, nas mais diversas circunstâncias: - Desde as obtidas no interior das prisões, nas ruas da cidade e em casa das mais diversas personalidades
Quando me encontrava, nas suas e também minhas deambulações noturnas, aí vinha a pergunta sacramental: Ó Jorge! Tens aí a maquineta? (o gravador) – Claro que era o meu indispensável instrumento de trabalho que trazia sempre no meu saco, fosse para onde fosse .


E, não tardou a dar o seU contributo: começando por falar com uma das mulheres, que nos ladeavam, sobre o casamento. e, pouco depois, veja-se também a curiosa coincidência!... – Ao nosso lado, a escassos metros, quem haveria de estar?... Uma cabo-verdiana em acalorada discussão, sobre o festivo ambiente das marchas - E quem era essa mulher? - A empregada de Natália Correia, no lendário Botequim, com a qual haveria de travar um diálogo, a bem dizer, verdadeiramente surreal, deslindando segredos de almoços e jantares, naquele mais famoso espaço de tertúlia da capital, além de outros episódios da vida pessoal de quem, no seu dia a dia, tinha de enfrentar extremas dificuldades de sobrevivência, habitando tugúrios onde as ratazanas roíam as mãozinhas e as orelhas das criancinhas



Mário Cesariny de Vasconcelos, nasceu em Lisboa, a 9 de Agosto de 1923 — faleceu nesta mesma cidade, no dia 26 de Novembro de 2006 - Poeta e pintor, considerado o principal representante do surrealismo português, além de antologista, compilador e historiador (polémico) das atividades surrealistas em Portugal. "Passados 11 anos, sobre a sua morte - "é uma voz que ainda ecoa" e o seu surrealismo uma revolta que ainda não perdeu o sentido” – Entre os amigos mais chegados, a sua presença continua tão forte quanto antes. Como naqueles tempos passados em redor de uma mesa de café a falar de literatura, de política, de arte, de tudo

NO DIA EM QUE O POETA ERGUEU UM CARTAZ DE PROTESTO - À extinção do Cineteatro-Éden, que iria dar lugar a um Hotel


 Mário Cesariny, foi, sem dúvida, uma das mais singulares e surpreendentes figuras do surrealismo português, tanto na poesia como na pintura, Tive o prazer de ser seu amigo, de ter partilhado com ele varridíssimos e inesquecíveis momentos de agradável convívio.


No dia em que ele não quis  embandeirar com “A Necrofilia do poder” que “vem aplaudir a próxima destruição do maior e melhor apetrechado teatro que se construi em Portugal - 

Sucedeu no dia em que, Sophia de Mello Breyner Andresen, foi apresentar um livro de poemas, no antigo Éden Cineteatro, nos Restauradores, em Lisboa, edifício desenhado pelo arquiteto Cassiano Branco, um dos mais conhecidos marcos da arquitetura de estilo art déco em Portugal, com plateia, balcão e capacidade para mais de 2000 espectadores, inaugurado a 25 de setembro de 1914, abrindo com a opereta "O Burro do Sr. Alcaide", da autoria de Gervásio Lobato e D. João da Câmara, e interpretações de José Ricardo, Palmira Bastos[10] e Joaquim Costa, encerrou a 31 de janeiro de 1989 com a última sessão de cinema do filme "Os Deuses Devem Estar Loucos II" –

Só não estava louco o militante do surrealismo português, o artista mais genuíno do Surrealismo em Portugal, desde pintura à poesia, tudo nele era a genuína expressão do sonho, do automatismo e da espontaneidade, embora tivesse passado por marginal, quando ali se plantara no hall do famoso Cineteatro, antes do consumado o já previsto encerramento, eis que ali está plantado, naquele dia especial um dos mais cotados poetas portuguesas, outra figura não menos relevante da poesia portuguesa.

E também apreciava os meus apontamentos insólitos de reportagens e entrevistas na extinta Rádio Comercial RDP - Um dia haveria de ser ele a substituir o repórter com a empregada de Natália Correia, deslindando segredos, de almoços e jantares, no lendário Botequim e em sua casa e outras revelações  - Quem haveria de imaginar tão inesperado acaso!

Sim, não podia deixar de acompanhar um velho amigo, com quem tantas vezes tive o prazer de conviver, quer em sua casa, quer nas esplanadas daquele avenida ou mesmo noite da boémia lisboeta e nos mais diversos sítios - Tendo até registado poemas acabados de criar: tal sucedeu, entre outras ocasiões, ao descer a Avenida, já noite tardia, de regresso daquela estação de rádio, e, como tinha geralmente comigo, um gravador para o que desse e viesse, ele, ao ver-me, perguntou-me: tens aí a maquineta?!... Então grava mais este poema” – E lá o debitava espontaneamente!
E também apreciava os meus apontamentos insólitos de reportagens e entrevistas na extinta Rádio Comercial RDP - Um dia haveria de ser ele a substituir o repórter com a empregada de Natália Correia, deslindando segredos, de almoços e jantares, no lendário Botequim e em sua casa e outras revelações  - Quem haveria de imaginar tão inesperado acaso!

A NEGA AZEDA À REPORTAGEM DE SOPHIA DE MELLO BRYNER, FEZ-ME ABANDONAR A CESSÃO

Foi por um feliz acaso que me apercebi da presença de Mário Cesariny, pois quando ele entrou, já eu tinha subido ao espaço do primeiro andar, onde ia decorrer a cerimónia do lançamento do livro. Mas acabei por me vir embora: afinal, ninguém se sentava e toda a gente rodeava, a conhecida poetiza, com muitas pessoas, mais propensas a darem nas vistas, a mostrar os seus fatos e gravatas, a exibir as suas toaletes, enfim, mais a idolatrá-la de que a querer ouvir falar – Foi, então, que, para minha surpresa, me apercebi daquele insólito protesto de Mário Cesariny e me solidarizei com o seu desencanto, procurando apaziguar-lhe a sua indignação.

O espaço estava a abarrotar de convidados, todos de pé, e, ao aproximar-me de Sophia, pedi-lhe umas breves palavras sobre o seu novo livro para editar numa noticia. E, naquela altura, não era como agora, com a panóplia de dezenas de rádios e vários canais de televisão, apesar de já ser famosa. Não me ocorre ter visto ali mais alguém com gravador. Mas escusou-se a responder. Pelos vistos, todo o tempo estava a ser tomado para corresponder aos muitos sorrisos e salamaleques, com que a olhavam, pelo que, ao meu muito pedido, correspondeu-me olhando-me, com um certo ar altivo e ríspido: em vez de me responder, atira-me com esta observação: “O que me quer perguntar?!...Não estou aqui para dar entrevistas!!! “ – Não ponho em causa o valor da sua obra, mas foi dos momentos que mais me dececionou, das muitas entrevistas que fiz na minha vida de repórter, às mais diversas personalidades, desde Azeredo Perdigão, a Costa Gomes, Adelino Palma Carlos, Vergilio Ferreira, Fernando Namora, Fernanda de Castro, Carlos Botelho, Jorge de Mello, Amália Rodrigues, a tantas e varridíssimas personalidades, nas mais diferentes áreas

UMA CENA, QUASE IDÊNTIFCA Na última Feira do Livro de Lisboa

Curiosamente, onde fui fotografar e entrevistar vários autores, pois, embora já há muito tenha deixado as lides profissionais, nem por isso deixo de fazer o gosto da fotografia e do jornalismo, sim, quando me aproximei de Miguel Sousa Tavares, pedindo-lhe autorização para o fotografar, ele vira-se para mim, quase com a mesma reação: pese ter-lhe mostrado a carteira profissional de jornalista, pergunta-me, com ar de incómodo: para que é que você me quer fotografar? 

Não faço a fotografia, como gostaria de fazer, senão logo a seguir ao escritor e poeta, José Luís Peixoto, que estava ali numa banca ao lado da mesma editora, igualmente numa sessão de autógrafos, e que, com sorriso amável e amigo, correspondeu ao meu pedido – Mas, enfim, se todos os feitios fossem iguais, talvez nem houvesse poetas e nem o colorido da poesia.