Jorge Trabulo Marques - Jornalista
terça-feira, 28 de fevereiro de 2023
Baptista-Bastos – Confissões do Jornalista e escritor nos anos 80 - - Considerado um dos maiores prosadores portugueses contemporâneos
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023
Inaugurada a 1ª Exposição da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, no Museu do Côa e no Centro Cultural de Foz Côa, até 30 de julho. "Foi uma abertura em grande e o programa promete! A Festa da Amendoeira em Flor espera por si até 5 de março" - Diz o Presidente do Município João Paulo Sousa
Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Imagens de Arlindo Homem
.V. Nova de Foz Côa recebeu, a meio da tarde de domingo, o Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, na inauguração da exposição Dark Safari, da CACE (coleção de arte contemporânea do estado)
A exposição “Dark Safari”, consta de uma mostra com mais de 40 obras de autores
portugueses e estrangeiros – E o Museu do Côa, é a primeira etapa na circulação
da referida coleção..
Com obras de Andy Warhol, Fernão Cruz, Helena Almeida, Hugo Canoilas, Jimmie
Durham, João Fonte Santa, Joaquim Rodrigo, Kiluanji Kia Henda, Luís Lázaro
Matos, On Kawara, Tiago Alexandre e Tiago Baptista, entre outros artistas,
“Dark Safari” ficará patente em dois polos, no Museu do Côa e no Centro
Cultural de Foz Côa, até 30 de julho.
O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, disse que a exposição “Dark Safari”,
dá início à circulação da CACE por todo o território nacional, garantindo que o
programa anual de aquisições cumpre a sua função principal, que é a de “colocar
a arte em fruição pública, em linha com a estratégia de democratização do
acesso à cultura, uma prioridade do Governo”.
“A escolha de Foz Côa para acolher esta primeira grande exposição da CACE tem
especial simbolismo: acontece num território de baixa densidade, distante das
áreas metropolitanas, e, além do mais, é muito enriquecedor apresentar o
trabalho de artistas contemporâneos num espaço que os coloca em diálogo com as
primeiras manifestações artísticas do Homem, daquilo a que hoje poderíamos
chamar de ‘arte pública'”, indicou o governante.
Segundo a curadora da CACE, Sandra Vieira Jürgens, esta exposição resulta de
uma parceria entre a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), a Fundação
Côa Parque e o município de Foz Côa, sendo a primeira de um novo ciclo de
exposições que será realizado até 2024 por vários espaços culturais do norte,
centro e sul do país.
A exposição “Dark Safari” conta com curadoria dos artistas Sara & André e
Manuel João Vieira.
“A grande maioria das peças que vai estar exposta foi adquirida pela Comissão
de Aquisição de Arte Contemporânea em 2020 e 2021”, indicou a curadora da CACE.
A CACE é uma coleção de natureza pública, iniciada pelo Estado em 1976, através
da antiga secretaria de Estado da Cultura e composta por obras realizadas em
diversos suportes (pintura, desenho, gravura, fotografia, escultura, vídeo,
instalação), na sua maioria, mas não exclusivamente de artistas portugueses.
Tutelada pelo Ministério da Cultura, através da DGPC, a CACE encontra-se
depositada e disponível em instituições como a Fundação de Serralves, a
Fundação do Centro Cultural de Belém, a Fundação Arpad Szenes – Vieira da
Silva, o Centro de Arte Contemporânea de Coimbra e o Museu de Aveiro, entre
muitas outras.
Tendo permanecido durante muito tempo uma coleção paralisada, sem novas
aquisições, e fechada em depósito, na maioria dos casos, a CACE foi reativada
em 2019, no âmbito de uma política pública de arte contemporânea que privilegia
a criação artística nacional e a sua fruição em todo o território.
O Governo aprovou em 16 de setembro a aquisição de 73 obras de arte de 64
artistas, em 2022, no valor de 800 mil euros, que tinha sido anunciado como
teto para este ano.
Entre as obras propostas para aquisição encontram-se trabalhos de Alice dos
Reis, Ana Hatherly, Ana Mata, André Guedes, António Caramelo, Carlos Bunga,
Catarina Lopes Vicente, Délio Jasse, Edgar Martins, Isabel Cordovil, Jonathan
Uliel Saldanha, Leonor Antunes (autora da peça mais cara da lista, “Tapete”, no
valor de 64 mil euros), Manuela Marques, Maria Lino, Nástio Mosquito, Paulo
Catrica e Rita GT, entre outros artistas.
Em Foz Côa, a exposição “Dark Safari” sucede à mostra “Graças Morais: Mapas da
Terra e do Tempo”, que foi a mais visitada de sempre desde a existência do
Museu do Côa (2010), atingindo 37.000 visitantes, “um número recorde”, como
afirmou a presidente da Fundação Côa Parque, Aida Carvalho. – Noticia de PT
BEIRAS
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023
Vila Nova de Foz Côa- Concelho onde as amendoeiras em flor florescem no Inverno, dão cor e alegria aos frios campos e fazem bela poesia no coração dos poetas - Orlando Marçal e Manuel Daniel - Dois desses vários exemplos poéticos
Jorge Trabulo Marques – Jornalista e filho destas terras do concelho de Vila Nova de Foz Côa
com sol iluminando altos montes.
firmei enlevos divinais, insontes,
mais belos que a epopeia gloriosa!
Cantava em mim, qual arpa misteriosa,
a natureza em flor: e a voz das fontes,
fendendo a vastidão dos horizontes,
erguia a melopeia harmoniosa.
Que lindo sonho - d'etereal noivado,
almas fruindo a mesma claridade,
embalando um grande amor sem igual...
Um filho no teu colo, outro a meu lado,
abrindo os olhos para a imensidade...
- Bendita sejas sempre, oh meu ideal!"
Na rota da 39 edição das amendoeira em flor no concelho de Foz Côa – Também floresce no planalto e nas ladeiras daquela que já foi vila e sede de concelho entre 1298 e 1855. Era constituído pelas freguesias da vila e de Castelo Melhor. Tinha, em 1801, 1 206 habitantes –Atualmente, esta freguesia, com uma área de 54,51 km² de área, apenas conta com 386 habitantes – Também aqui a desertificação vai galopando no chamado país profundo - Atualmente, esta freguesia, com uma área de 54,51 km² de área, apenas conta com 386 habitantes – Também aqui a desertificação vai galopando no chamado país profundo -
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023
Foz Côa – E as festividades da Amendoeira em Flor – De 17 a 5 de Março 2023 – Capital de 2 Patrimónios da Humanidade Alto Douro Vinhateiro e o Vale do Côa
Jorge Trabulo Marques - Jornalista
Tal como é reconhecido “as suas paisagens naturais tocam os céus com a sua beleza em que os rios Douro e Côa desenham um quadro pitoresco único e onde a vinha, a oliveira e a amendoeira são as figuras principais neste quadro. Nestes territórios ocupados desde tempos imemoriais, pode-se admirar um legado patrimonial que percorre todas as idades do Homem”
Pudendo, não perca
a oportunidade de poder assistir ou mesmo participar nas
festividades da Amendoeira em Flor no concelho de Vila Nova de Foz Côa, as mais emblemáticas da floração das
amendoeiras
As festividades, vão decorrer nos fins de
semana entre 17 de fevereiro e 05 de março de 2023, uma iniciativa que já conta
com mais de 40 anos de existência.
“O pavilhão da EXPOCÔA será transformado num acolhedor e confortável salão de
festas no período da noite, para receber artistas locais e nacionais. Neste
recinto haverá, ainda, restauração, venda de produtos locais, bares e muita
animação”, vincou o autarca.
O programa das festividades elaborado para 2023 apresenta um cartaz variado com espetáculos tais como Fernando Mendes (17 de fevereiro), Diogo Piçarra (18 de fevereiro), Zé Amaro (03 de março) e Nininho Vaz Maia (04 de março).
“Apostamos num cartaz de festas diversificado e eclético destinado aos mais
diversos públicos”, explicou Pedro Duarte.
O desfile etnográfico que junta as freguesias e associações deste concelho fecha as festividades, sendo considerado pela autarquia “a cereja no topo do bolo”, porque toda a comunidade se junta à iniciativa. O desfile está agendado para o dia 05 de março.
Para além da festa, o município de Foz Côa oferece aos visitantes história,
cultura, natureza, tradições, gastronomia e vinhos, a que se alia uma vasta
programação cultural e de animação num território onde as primeiras flores da
amendoeira começaram a “rebentar” e a transformar a paisagem deste rincão duriense.
Pintor-escultor, Luís Oitavem Rodrigues – O Adeus do Luso-galego, que durante quase uma vida serviu a Embaixada de Espanha, em Lisboa, deixou-nos, após doença prolongada no IPO - Pintor e escultor nas horas de silêncio e de lazer, rodeado pelo carinho familiar e dos seus gatos.
Luís Ángel Oitaven Rodrigues, faleceu na madrugada da passada segunda-feira, no IPO, 2023-02-06, onde se encontrava em tratamento – Nasceu em 1955-01-24 . Completara 68 anos, no passado dia 24 de Janeiro .O seu corpo, partirá, nesta sexta-feira daquele Hospital para o crematório de Alcabideche, onde deverá ser cremado por volta das 16 horas - À sua familia, com quem também tive o prazer de conviver as minhas mais sentidas condolências
Nota - (atualização desta noticia - 10-02-2023 - Tivémos oportunidade de nos associarmos ao velório, que teve lugar numa das salas daquele crematório, que reuniu, além dos familares, mais próximos, também um expressivo grupo de pessoas amigas, que ali foram prestar a sua sentida homenagem e confortar os seus entes queridos.
Em 2015, Luís Oitaven Rodrigues, que desempenhou as funções de secretário no Departamento da Agricultura na Embaixada de Espanha, durante vários anos, viu-se forçado a ir para a reforma, quando este departamento foi encerrado - E a ter que ir residir em Cárceres para não perder direitos sociais, nomeadamente o subsídio de desemprego – Sim, tendo partido com profunda mágoa, ao ter que se separar do lar, do convívio familiar e dos seus gatos, que também tanto amava e com os quais partilhava as longas horas de pincel na mão voltado para as suas telas, onde a inspiração ia brotando espontaneamente.
Porém, lá teve que deixar a sua casa, nem resignado nem vencido mas encorajado, visto que foi sempre um exemplo de tenacidade e de nunca cruzar os braços, face aos problemas de saúde, que, por várias vezes, teve de enfrentar.
Pintor e escultor nas horas de silêncio e de lazer – Um autodidata, que nos confessava dialogar com o silêncio das pedras que esculpia ou das telas que pintava. Dizendo-nos que ia procurar um sítio que fosse isolado, que lhe permitisse realizar plenamente o seu trabalho artístico, tirando o máximo partido do exilio forçado.
Estando já de algum modo habituado ao diálogo silencioso com as suas telas ou quando as pedras lhe lançam o convite para as apanhar nas encostas dos montes ou montanhas, no leito dos rios e na margem das praias ou arribas, sim, de modo a passarem de matéria inerte e formas vivas e esculturais, confessava-se preparado para a nova fase da sua vid
“Para mim é o voltar de uma página: sinto mágoa ter que partir mas, por outro lado, sinto que tenho muita força A minha vida sempre foi um pouco solitária. No casamento, não quer dizer que não seja feliz, mas sempre gostei do silêncio e do isolamento – Confessava-nos, momentos antes do jantar de despedida, que ia ter no lugar por baixo de um toldo no pequeno quintal de sua casa – Que é mais jardim de que outra coisa e o retiro acolhedor para dialogar com as pedras que esculpe,
“Eu sou um autodidata, tanto na pintura como na escultura. É a minha maneira de me expressar e de transmitir ao mundo as minhas emoções Desde pequeno, sempre gostei de desenho. Cada peça que eu faço, custa-me desfazer dela. Quanto ao valor da minha arte, não sei. Quanto me perguntam o preço, eu não sei dizer. A arte deve ser vendida àquelas pessoas que realmente a apreciem.” – Confessou-nos, na intimidade do seu lar, junto dos que são mais queridos: a esposa, filha e filho, nora, os seus quadros, esculturas
Entretanto, após algum tempo, voltaria a Lisboa e ao seu antigo lar, rodeado do carinho da esposa e demais familiares - Quase uma vida ao serviço de Espanha - Tal como a de seu pai - Um galego, que não conheceu outra profissão que não a de servir a coroa espanhola na Embaixada em Portugal - Porém,, num tempo em que a precarização laboral se institucionaliza, em que fazer 12 horas seguidas passa a ser uma rotina e não uma exceção, em que pessoas passam a ser meros números estatísticos e todos os valores, desde a dedicação, ao esforço e à fidelidade, já não bastam para garantir o pão de cada dia, que dizer ou então que perguntar: - Que mal maior virá a seguir ou ainda estará para acontecer?!...
Seu sogro, de nacionalidade portuguesa, pai de sua mulher, também poderia ter sido um próspero construtor cível, se o Estado Novo, lhe tivesse pago as obras que lhe encomendou, pois construi-as e não lhas pagou, além das perseguições políticas da PIDE, que lhe moveu – Nado e criado, em Lisboa, vê-se obrigado a ter que abandonar o lar (mulher e os dois filhos) e partir para Espanha, onde o espera uma espécie de longo exílio.