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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Vila Nova de Foz Côa- Concelho onde as amendoeiras em flor florescem no Inverno, dão cor e alegria aos frios campos e fazem bela poesia no coração dos poetas - Orlando Marçal e Manuel Daniel - Dois desses vários exemplos poéticos

 Jorge Trabulo Marques – Jornalista e filho destas terras  do concelho de Vila Nova de Foz Côa

O concelho de Vila Nova de Foz Ca, embora bem longe do Mediterrâneo,  faz parte da zona da chamada terra quente e do douro vinhateiro, caraterizado por um micro-clima  que não sente os rigores das invernias de outras terras do distrito da Guarda, a que pertence, onde a Primavera é como que antecipada pelo maravilhoso espetáculo da floração das amendoeiras, que  fazem sonhar os enamorados e poetas e  também são o encanto das gentes da lavoura  e de todos quantos por aqui vivem ou visitam estas terras 
"Nessa manhã olímpica e radiosa,
com sol iluminando altos montes.
firmei enlevos divinais, insontes,
mais belos que a epopeia gloriosa!
Cantava em mim, qual arpa misteriosa,
a natureza em flor: e a voz das fontes,
fendendo a vastidão dos horizontes,
erguia a melopeia harmoniosa.

Que lindo sonho - d'etereal noivado,
almas fruindo a mesma claridade,
embalando um grande amor sem igual...

Um filho no teu colo, outro a meu lado,
abrindo os olhos para a imensidade...
- Bendita sejas sempre, oh meu ideal!
"
De Orlando Marçal - "Mocidade - Natural de V. N. de Foz Côa

A UMA AMEDOEIRA – POEMA DE MANUEL PIRES DANIEL

Porque hás-de ser teimosa, amendoeira,
cobrindo-te de flores, de branco e rosa,
se nada nos conduz tanta canseira?
Vale a pena insistir e ser teimosa?!

Vê bem....O lavrador, desesperado,
não tem compensação para os produtos,
e já não te dá mais cuidado,
nem retira dos ramos os teus frutos.

Pelos vistos, não tens qualquer valia.
P'la amêndoa que nos dás ninguém dá nada.
Se eu fosse a ti, para o ano não floria...
Ficava muda e queda, ensimesmada....

E só tal não faria, se um sinal
nos desse alguma esperança renascida
que fizesse alegrar o amendoal!
e te desse razões para estar florida.

Manuel Pires Daniel 



Na rota da 39 edição das  amendoeira em flor  no concelho de Foz Côa – Também floresce no planalto e nas ladeiras daquela que já foi vila e sede de concelho entre 1298 e 1855. Era constituído pelas freguesias da vila e de Castelo Melhor. Tinha, em 1801, 1 206 habitantes –Atualmente, esta freguesia, com uma área de 54,51 km² de área, apenas conta com 386 habitantes – Também aqui a desertificação vai galopando no chamado país profundo  - Atualmente, esta freguesia, com uma área de 54,51 km² de área, apenas conta com 386 habitantes – Também aqui a desertificação vai galopando no chamado país profundo  -

A 39ª edição da quinzena, a decorrer entre 21 de fevereiro e 8 de março, além de proporcionar aqui vive a tradicional festa da natureza florida, que antecipa a Primavera, é também motivo de atração para os milhares de visitantes que aqui acorrem – Em qualquer das 17 freguesias do concelho de Vila Nova de foz Côa, é possivel admirar encantadores panorâmicas  de amendoeiras floridas  
.Por sua vez, além dos diversos eventos programados, o município tem outros atrativos como o impressionante Museu do Côa, os patrimónios mundiais do Vale do Côa e do Douro Vinhateiro, sem esquecer a gastronomia e o “terroir” de alguns dos melhores vinhos do mundo.
 Refere  o historial do município, que “Almendra, topónimo nitidamente árabe, quererá dizer-nos que teve, em certo período da história, fixação daquela gente infiel aos ideais cristãos? Qual o topónimo da terra antes da presumível influencia árabe? Talvez nunca o saibamos!
As origens de Almendra devem remontar à Idade do Ferro. O que é hoje a área envolvente da Igreja Matriz, deve ter-se constituído como núcleo fortificado no I milénio antes de Cristo. Numa área para Norte da mesma Igreja, no denominado «Chão do Morgado», consta ali ter existido um castelo ou fortificação que muitos dizem ser medieval ou tardo-medieval (a exemplo do castelo de Foz Côa). Muitos vestígios de pedra de aparelho, fragmentos de tégula, imbrices e dolium, certificam ali a existência de uma provável «Villa Romana» senão de uma «vicus». Outros vestígios de Villae romanas ou simples casais encontram-se espalhados pelo termo de Almendra.

(...)Em 960, o Castelo de Almendra pertencia a D. Chama ou Châmoa que o entregou à Condessa Mumadona, sua tia, fundadora do convento vimaranense. No século seguinte, em 1059, o castelo de Almendra continuava ainda a pertencer ao mesmo mosteiro. Nos fins do século XII muda de proprietário, surgindo, em 1183, entre os bens da Ordem Militar do Pereiro, numa Bula do Papa Lúcio III.No século seguinte, por volta de 1270, Almendra já era vila e foi doada a D. Gil Martins, pai de D. Martim Gil, mais tarde alferes-mor de D. Dinis.

O estatuto de vila não constituiu na época um título pacífico, uma vez que, quase de imediato, em 1298, o concelho de Castelo Rodrigo irá contestar a sua autonomia, em virtude de a considerar parte integrante do seu termo. Segue-se um período de conflito entre Castelo Rodrigo e D. Gil Martins, que irão recorrer alternadamente das sentenças do monarca. Finalmente, em 1312, Castelo Rodrigo obtém uma sentença favorável que lhe permitiu englobar de novo Almendra no seu termo. A integração no termo de Castelo Rodrigo durará, no entanto, apenas algumas décadas, pois ainda no século XIV retomará a sua condição de concelho. Em 1358, D. Pedro I confirma-o, acto repetido por D. Fernando em 1367 ao ratificar os foros e privilégios Almendrenses. O mesmo monarca, pouco depois, em 1370, reintegrará Almendra no concelho de Castelo Rodrigo, mas denominando-a, contudo, de julgado, o que pelo menos indica a existência de jurisdição própria ainda que sob juiz de nomeação régia.- Rferencias obtidas do site da Câmara Municipal de V. Nova de Foz Côa, a cujo concelho pertence


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