Jorge Trabulo Marques -Autor da Descoberta e Coordenador do Evento
O Equinócio da Primavera, 2021, No Hemisfério Norte, ocorre dia 20 de Março, a um Sábado, às 09h 37 - Vamos saudá-lo, às 07h.00 - 07h 30, ao nascer do sol, no portal do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Sra, maciço dos Tambores
"Tambores devia integrar roteiros turísticos em Foz Côa - O sítio dos Tambores, em Chãs, Foz Côa, onde se fazem festas do Equinócio e do Solstício, devia integrar os roteiros turísticos da região, - Foi sublinhado pelo Diário As Beiras, em Setembro de 2010 Destaque em https://www.asbeiras.pt/2010/09/tambores-devia-integrar-roteiros-turisticos-em-foz-coa/ -
Machados e percutores |
Em cerimónia simples, mas de expressivo simbolismo, pendor místico e histórico, à mais desejada e florida estação do ano - Vai ser assinalada, no próximo dia 20, entre as 07.00 e a 07.30 da manhã, frente ao portal do antigo altar sacrificial do santuário rupestre, conhecido por Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, com momentos de poesia, bem-dizendo e suplicando ao Sol da Vida, ao esplendor da Sublime Estrela, espelho de Deus, que propicie à Humanidade, dias mais felizes e tranquilos
A celebração dos Equinócios e dos Solstícios, nos chamados Templos do Sol, no afloramento granítico dos Tambores, arredores da aldeia se Chãs, de Foz Côa, já se impuseram, naturalmente, no calendário das festividades dos ciclos das estações do ano, como uma redescoberta dos saberes ancestrais esquecidos, num retorno à terra, às mais genuínas tradições do homem com a Natureza, da qual tanto se vai divorciando, em favor de uma sociedade apologista do culto individual, egoísta e mercantilista, movida unicamente por fúteis exibicionismos e aparências
Prof Doutor Moisés Espírito Santo, deslumbrado pelo fascínio e misticismo do lugar, já aqui se deslocou por duas vezes: no Solstício do Verão e no
Equinócio do Outono -
Num estudo que fez sobre a toponímia da área, e que ofereceu à comissão organizadora
das celebrações, o conhecido Catedrático da Universidade Nova de Lisboa,
associou os vários nomes dos da área envolvente ao culto do sol।
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JORNAL PÚBLICO SET 2008 |
O autor da Sociologia das Religiões, diz ter dado particular atenção aos nomes dos sítios e das
pedras dos calendários. Frisando que, o que ali observou e pôde interpretar “não consta nos livros de História de Portugal” onde - segundo afirma -, “crassa ignorância e uma verdadeira fobia quanto à cultura dos nossos antepassados lusitanos. Os historiadores e arqueólogos procuram fazer-nos crer – acrescenta o investigador - “que os lusitanos eram uma horde de selvagens, atrasados e ignorantes, quando foram o povo que «durante mais tempo se opôs aos romanos», conclui o Catedrático, citando Estrabão - Veio acompanhado com uma equipa de reportagem do Jornal PÚBLICO, em Stembro de 2008 https://www.publico.pt/2008/09/24/jornal/o-equinocio-em--chas-277176
POETA JOÃO DE DEUS – EVOCADO - No Equinócio do Outono 2019 - COM A PRESENÇA DO BISNETO ANTÓNIO PONCES DE CARVALHO E A SUA ESPOSA, E O TRINETO DE 4 ANOS
Magnifico exemplo pastoral de Dom Manuel dos Santos, Bispo de S. Tomé e Príncipe, no Equinócio do Outono, em 23 de Setembro de 2015, Chãs. Foz Côa – Na sua visita à Pedra da Cabeleira de Nª Srª, tendo sido - recebido e cumprimentado pela Presidente da Junta de freguesia. Diretor do Museu do Côa e, por fim, pelo Presidente da Câmara Municipal
- A sua visita a este antiquíssimo santuário, embora norteada por espírito académico ou curiosidade científica, porém, sendo ele possuidor de elevada formação religiosa mas também de fina sensibilidade poética, multirracial e multicultural, acabou por ser, indubitavelmente, um magnífico gesto de coragem e de tolerância pelo respeito e defesa dos valores patrimoniais da nossa mais recuada ancestralidade, quer de matriz mística, cultural ou histórica.
ALMAS POÉTICAS E PAGÃS - DESDE QUE O HOMEM É HOMEM
"Em todas as Eras tem havido mulheres e homens cujas almas tem sido profundamente tocadas pela Natureza, pessoas para as quais as estrelas falam do seu gracioso silêncio, para as quais a Lua não é só um corpo celeste, para as quais as plantas e os densos bosques são como catedrais da alma” – Este pensamento é atribuído aos pagãos mas, a bem dizer, a todos o corações poéticos. O Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira, alinhado com o nascer do sol dos Equinócios da Primavera e do Outono, é um dos lugares onde, desde as mais recuadas eras, os povos celebram o ciclo das estações e se entregam ao culto da Mãe-Natureza.
Ele esteve entre nós e deu ainda mais brilho à Luz do Senhor - Dom Manuel dos Santos, Bispo de São Tomé, que, então, se deslocou a Portugal para o lançamento do seu mais recente livro poético, , "Aqui onde estou os meus sonhos são verdes" - que teve lugar no dia 4 de Outubro no Auditório Santo António Maria Claret, no Santuário do Coração de Maria,, em Setúbalt, no Santuário do Coração de Maria,, em Setúbal
–Pouco depois dos raios solares terem atravessado o lendário megalítico, ele tomou nos seus braços a centenária cruz de madeira, que lhe oferecemos, e deu a sua bênção a uma cestinha dos mais saborosos e perfumados frutos desta região - Momentos inolvidáveis de um magnifico e muito preenchido dia na vida de Dom Manuel dos Santos, Bispo de São Tomé e Príncipe - Corajoso e sensível Poeta, devotado Peregrino e Pastor - Que acabaria ainda por visitar o Museu e Quinta da Erva Moira, assim como o Museu do Parque Arqueológico do Côa, onde teve honras de visitante especial, quer pelos cumprimentos e explicações que recebeu do seu Diretor, o Prof, Martinho Baptista, quer pelo acompanhamento que teve durante a visita pela arqueóloga Carla Magalhães
Quem é que, das gerações mais velhas, na aldeia, não se recorda dos passeios, isolados ou em grupos, à Pedra da Cabeleira de Nª Srª?... Um local, que era praticamente uma visita obrigatória, pelo pároco da freguesia ou missionários, em sessões ou passeios de catequese ou pelos professores da escola primária, com grupos de alegre e sorridentes alunos, que ali se juntavam no interior do recinto amuralhado, em saudável convívio, tendo como atração, o pasmo suscitado pelo penedo, que, ainda mesmo hoje, parece desafiar as leis da gravidade e do equilíbrio, assim como do enigma que infunde a pintura rupestre (um entrançado a negro) existente num nicho do seu interior e a que a lenda do povo atribui ser a cópia dos cabelos da Virgem Santíssima, que ali teriam ficado desenhados, ao encostar-se lá dentro, na sua fuga para o Egipto – Assim entendeu também, já nas últimas décadas, o Reverendo Cónego José da Silva, que, além de participar nas festividades, aos ciclos das estações, para ali gostava de se deslocar, tendo sido até objeto de homenagem, um ano antes da sua morte.
O saudoso Poeta Manuel Daniel, falecido, em janeiro passado - Este neste local, no Equinócio do Outono de 2010
Profundo estudioso, um homem de cultura, tendo dedicado muitos anos da sua vida à função pública e à vida autárquica, cujos olhos, desde há alguns anos, tinham deixado de ver a luz do dia, despediu-se da vida,–aos 86 anos -
Uma vida intensa e multifacetada, pautada pela dedicação mas também pela descrição. Desde, há alguns anos, vinha debatendo-se com extremas limitações da sua vista, por ter ficado completamente cego, no entanto, nem por isso, dentro do que lhe era possível e com apoio amigo da família, lá ia compondo os seus versos e editando livros. Em cujos poemas perpassa o que de melhor têm a poesia portuguesa - Dominando com mestria os mais diversos géneros poéticos e neles se expressando, a par de um profundo sentimento de religiosidade, o amor à terra, à natureza, aos espaços que lhe são queridos, suas inquietações e interrogações, sobre a efemeridade da vida e o destino do Homem
Os seus belos versos faziam parte das tradicionais celebrações evocativas nos Templos do Sol , onde tivemos a alegria e o prazer de contar com a sua amável presença, por várias vezes, sendo a última no Equinócio do Outono, dia 22 de Setembro 2020, onde foram lidos poemas de sua autoria e o homenageámos. - Ele que também, até, já havia participado na homenagem, que prestámos, na Pedra dos Poetas, Fernando Assis Pacheco, cuja imagem aqui recordamos - Justamente no mesmo local, onde o então jornalista e poeta, erguera os braços, um mês antes da sua morte, aquando de uma reportagem no Vale do Côa.
Sem dúvida, um autêntico altar, que se ergue no extremo de um recinto amuralhado e com vista predominante sobre o maciço rochoso dos "Tambores", próximo de um antigo castro e dentro do perímetro do Parque Arqueológica, a curta distância da Pedra do Solstício, orientada no sentido nascente-poente.
Prof Adriano Vasco Rodrigues, à RTP |
O monte dos Tambores, a curta distância da aldeia de Chãs, nas imediações de uma área castreja, uma vez mais é o cenário mítico para assinalar a entrada das estações do ano, nesta caso, a da Primavera, em cerimónias que se vêm repetindo, desde há quase 20 anos, num local que já entrou definitivamente no calendário mediático das principais celebrações evocativas, com o objectivo de saudar a Mãe-Natureza, indo ao encontro das mais antigas tradições e cultos medievos dos vários povo, de cuja passagem se encontram abundantes vestígios, múltiplos sítios de habitação, desde o neolítico, calcolitico, em vários períodos civilizacionais, quer na área do Castro do Curral da Pedra, quer no Castelo Velho,, a tantos outros sítios, tendo sido recolhidos vários utensílios: machados de pedra polida, percutores, troféus, amuletos em osso, restos de cerâmica, , mós de rolo, fossetes, insculturas e a pintura rupestre, em forma de cabeleira solar, existente num nicho interior deste monumento megalítico, do qual herdou o nome
Pedra da Audição, ao lado da Pedra da Cabeleira, há muito cristianizada |
Como já vai
sendo habitual, o convite é dirigido não só à população da aldeia, do concelho
e da região, mas também a estudiosos, investigadores, aos adoradores do sol e a
todos aqueles que se interessem em aprofundar o passado histórico e cultural
destas terras, em celebrar os ciclos da natureza, as tradições e os seus cultos
ancestrais.
E, de facto,
vários especialistas, de reputada craveira, já por aaui passaram e nos deram
valiosos contributos. Desde Adriano Vasco Rodrigues - quem primeiro se debruçou
sobre a importância do referido monumento, a Sá Coixão - a que o nosso concelho
deve o levantamento da carta arqueológico dos principais sítios de reconhecido
interesse, bem como importantes escavações. Aos técnicos do Parque
Arqueológico, que nos acompanharam nos primeiros eventos . Mas também outros
especialistas, de reconhecido mérito e prestígio, ali estiveram.
Refiro-me ao astrónomo Máximo Ferreira ao sociólogo, Moisés Espírito Santo. Cujas observações, no plano interpretativo da toponímia da área, nos disponibilizou, já um curiosíssimo estudo, a que já demos publico conhecimento
. Além da presença destas figuras, que nos deram valiosos testemunhos, também já ali esteve o escritor e radiestesista, Tom Graves - Um conceituado investigador inglês, que vive na Austrália, e que se deslocou, de tão longe, para, expressamente, estudar e conhecer aqueles monumentos megalíticos, assim como outros vestígios arqueológicos existentes. E, na verdade, pelo que pudemos constar, ao acompanharmo-lo, durante os três dias em que nos honrou com a sua visita, suspendeu-nos com interessantíssimas análises e descobertas
Mas, para nossa satisfação, também já outros reputados estudiosos, nos manifestaram o desejo da sua colaboração - tais como Mila Simões de Abreu (a tão popular heroína do Côa, docente da UTAD e, actualmente, convidada na famosa Universidade de Cambridge), bem como, Fernando Coimbra, da Universidade Conimbricense. Claro que todos estes meritórios contributos, são motivo de regozijo para nós. No entanto, estamos abertos a todas as opiniões, sejam elas quais forem, de modo a fazer-se luz sobre um passado, todo ele ainda envolto em muitas brumas e mistérios.
Sons de violino e de viola d' arco com momentos de poesia - De Dom Manuel dos Santos, Bispo da Diocese de São Tomé e Príncipe, recitados pelo próprio e por José Lebreiro, António Lourenço e Tomé Janeiro - durante a celebração evocativa do Equinócio do Outono 2015, que teve inicio às 08.00 horas, no altar sacrificial do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nº Senhora, nos arredores da aldeia de Chãs, Foz Côa
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