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quarta-feira, 17 de março de 2021

Equinócio da Primavera 20-03-2021 - Olho de Hórus Egípcio, em Portugal - O mais antiquíssimo símbolo solar, venerado no Egito, pode ser contemplado ao vivo, dia 20-03-21, às 07h00, no Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nª Srª, Chãs. V.N. de Foz Côa, um dos vários postos de observação astronómica, da pré-história, ali existentes


Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

Video da celebração

O Equinócio da Primavera 2021, ocorre no dia 20 de Março às 09:37 horas - Instante em que o Sol, no seu movimento anual aparente, passa no equador celeste. A palavra de origem latina aequinoctium agrega o nominativo aequus (igual) com o substantivo noctium, genitivo plural de nox (noite). Assim significa “noite igual” (ao dia), Este instante marca o início da Primavera no Hemisfério Norte. Esta estação prolonga-se por 92,7465 dias até ao próximo Solstício que ocorre no dia 21 de Junho às 03:32 horas.

Se as condições atmosféricas o permitirem, os participantes "poderão ali viver momentos de raro esplendor, alegria e misticismo, tal como, em tempos idos, os antepassados, que ali se fixaram, os teriam vivido, quando ali celebravam e saudavam os seus ídolos

nto, com tal inclinação a poente, que parece desafiar as leis da gravidade e deste mundo.ª




Manuel Daniel, numa homenagem em 20/03/2014 e que esteve neste local, no Equinócio do Outono passado, já não está entre nós, faleceu no passado dia 21 de Janeiro, no Hospital da Guarda, vitima da Covid-19

É justamente esta a imagem que poderá ser contemplada, quando a graciosa gruta em semi-arco é iluminada pelos raios do nascer do sol, no primeiro dia da Primavera, segunda-feira, dia 20, para quem se encontrar  frente ao auspicioso frontal, em forma de leque, do antiquíssimo Santuário Rupestre, amuralhado à sua volta, ao qual a tradição oral da aldeia atribuiu o nome de Pedra da Cabeleira de Nª Srª, dada a existência de uma pintura rupestre, a lembrar os traços de uma cabeleira negra (entendida como símbolo solar, tal como pequeno circulo que tem gravado no frontispício) mas que a imaginação popular associou à passagem de Nª Srª a caminho do Egito, quando ali se refugiara, deixando as marcas dos seus cabelos gravados no topo central de um pequeno nicho, no interior do lado direito da surpreendente cripta, que atravessa o majestoso e imponente megálito de 5m de altura, por 4 m de comprimento, com tal inclinação a poente, que parece desafiar as leis da gravidade e deste mundo.ª


Como é já do conhecimento público, são vários os alinhamentos sagrados, que se encontram em várias partes do mundo, sendo mais famoso o de Stonheng, na Inglaterra – No alto do maciço dos Tambores, a curta distância de um antigo castro e no interior do perímetro do Parque do vale do Côa,  erguem-se alguns desses fabulosos monumentos, direcionados com os equinócios e solstícios, arredores  da aldeia de Chãs, junto aos quais se têm saudado a entrada de cada estação do ano, homenageando poetas e escritores, com a leitura dos seus versos ou trechos literários das suas obras –

Arqueoastronomia é o conhecimento astronómico dos povos antigos. - Tal como é reconhecido, são várias as civilizações da existência humana, desde que o homem é homem, e os astros, ao longo dos milénios, foram sempre as referências especiais para a organização dos povos, quer na posição dos núcleos de habitações, com o movimento aparente do sol e de outros astros, quer como forma de orientação para as recolha de frutos, caça, pesca, suas expressões artísticas, suas festas e rituais com os ciclos das estações - É justamente este o estudo que temos vindo a desenvolver, desde há vários anos, em templos-do-sol-Chãs-Foz-Côa, com contributos de vários investigadores, desde astronomia a outras áreas

"Enquanto, a astronomia, identifica e estuda os corpos celestes, a chamada arqueoastronomia reúne esses dois campos específicos do saber - Arqueologia e Astronomia - tendo por objetivo estudar o conhecimento astronómico dos povos antigos e suas possíveis implicações em tais sociedades".

Lá estaremos, no interior do recinto amuralhado e junto ao altar do majestoso templo solar, na manhã de Sábado, às 07h00, a deslumbrar-me-nos com os raios solares atravessando a pequena gruta, em forma de arcada ocular, que espelha o símbolo de Olho de Hórus, um dos amuletos mais importantes do antigo Egito Antigo, usados como representação de força, vigor, segurança e saúde. 



Na verdade, sítios há que são uma tentação, um verdadeiro centro de emanações e de eflúvios, propensos ao deleite, ao esquecimento e à sublimação. Muitas destes espaços graníticos, são um permanente convite, áurea unção e arroubamento aos sentidos.

Locais sagrados e de cura, cruzados por energias benfazejas terrestres, que os homens da era da pedra lascada edificaram, cultuaram e veneravam, com os seus ritos ancestrais, festejando os ciclos da Natureza, a que estavam intimamente ligados - 40º 59´ 39.94" N - 7º 10´ 35-46" W –

Conhecidos por alinhamento sagrados, sendo o mais famoso o de Stonehenge, estrutura formada por círculos concêntricos de pedras, uma das mais impressionantes construções megalíticas do mundo. Datada de 3100 anos a.C a 2075 anos a.C.



"Jesus é uma cópia de Hórus, Deus sol egípcio"- Eu procuro seguir--lhe os passos



    Sim, sítios há em que a natureza fala e é benéfica, edifica as suas cúpulas e consagra os seus templos ao Grande Espírito Universal; noutros, pelo contrário, é muda e hostil, avara e maléfica. Aquelas pedras, a que me refiro, são um prodígio de generosidade! Autêntico milagre do inanimado silencioso para o animado vibrátil e etéreo musical. Que, as aves, tão bem entendem e conhecem! Pois, quantas vezes, não são atraídas pelo misterioso fascínio e musicalidade dessas mesmas pedras! E para quê?... Apenas para repousarem, fazerem, ali, os seus ninhos, e se protegerem dos depredadores?  Ou, por exemplo, ali pousarem ainda, porque a intuição as chama por uma razão mais profunda e misteriosa?!... Eu inclino-me, também, para esta segunda hipótese: Ou seja, para que, em total afinidade e compreensão com a linguagem das pedras, e pousando, naturalmente, nas  faces  esculturais ou nos traços ainda disformes de algumas das rústicas e rugosas arestas, os ácidos dos seus excrementos, as possam ajudar a  polir as caprichosas formas, tão expressivas, sublimares e espirituais! - Tal como o fazem os ventos, as chuvas e o raio, de molde a perpetuar-lhes e aperfeiçoar-lhes, essas suas, tão  inacreditáveis fisionomias, que tantas vezes exteriorizam, ou as magnificentes catedrais, que denotam revelar, até  no interior das mais singelas grutas, e pontos do mais inacessível acesso.

TOM GRAVES VEIO DA AUSTRÁLIA PARA ESTUDAR AS PEDRAS DO SOL

O autor de Agulhas de Pedra - A Acupunctura da Terra , famoso livro de investigação, sobre a influência da terra na alma e vida do ser humano, deslocou-se, em 2007, ao Maciço do Tambores,, para ali confirmar a sua teoria de que «Em toda a parte existe uma interacção entre as pessoas e o lugar – e o lugar também tem as suas escolhas.» . Veio para uma curta visita mas acabou por permanecer três dias – de 6 a 8 de Outubro. Além da visita que fez aos Templos Pré-históricos dos Tambores, em Chãs, deu uma aula de radistesia arqueológica aos alunos do Curso de Museologia e Gestão do Património, na Escola Secundária Tenente Coronel Adão Carrapatoso, em Foz Côa, que foi atentamente seguida e muito apreciada


ALINHAMENTO SAGRADO COM O PÔR-DO-SOL NO SOLSTÍCIO DE VERÃO  - Esta extraordinária imagem, configurando uma gigantesca esfera terrestre ou a esplendorosa configuração de um enorme globo solar projetando os seus dourados raios, a poente, foi registada, pela primeira vez, cerca das 20.45 horas do dia 21 de Junho de 2003 e repete-se todos os anos, ao fim do dia mais longo do ano e à mesma hora, desde que  as condições atmosféricas o permitam.

A partir do ponto onde o sol então se pôs ( e voltará a pôr-se) começa o Verão e, de igual modo, a grande estrela-fiel inicia o movimento aparente da sua declinação para o Hemisfério Sul – E, até atingir esse ponto extremo, no Solstício do Inverno, distam vários quilómetros: ou seja, desde o ponto do horizonte, onde ele se vai pôr, em perfeito alinhamento com a crista do esférico bloco e o centro do pequeno círculo que se encontra cavado, a alguns metros a oriente, na mesma laje da sua base de apoio.


Porém, o enorme megálito que a mesma imagem documenta, deverá ser observado segundo a posição que parece ter sido ali erigido, retocado e direcionado. Feita a observação noutro ângulo, quer do lado sul ou do lado norte, deforma-se e assemelha-se a um estranho busto. Porventura, configurando, sabe-se lá, senão um outro simbolismo ou interpretação, ainda não decifrada.

 MAIS PORMENORES  EM

Sim, ó bustos vivos do mundo aparentemente mudo e apagado!


Estranhos morros, que, à primeira vista, mais lembram terra de ninguém, parda e erma paisagem de um qualquer pedaço lunar. Porém, estamos certos de que não haverá ninguém que, ao pisar o milenar musgo ressequido destas tisnadas fragas, ao inebriar-se com os seus bálsamos, as subtis fragrâncias que evoluem das giestas, das ervas e pedras, volvendo o olhar em torno dos vastos horizontes que se rasgam por largos espaços, fique indiferente ao telúrico pulsar, à cósmica configuração e representação divina, que ressalta em cada fraguedo ou ermo penhasco - 

Este é, pois, o fim de um extenso reino terrestre (conhecido pela meseta ibérica) que atravessa a fronteira de Espanha e vem perder-se aqui, numa autêntica fortaleza amuralha, apontada a Norte, configurando a proa de um autêntico navio fantasma, recheado na sua coberta e nalguns dos seus flancos, das mais caprichosas formas rochosas, mas absolutamente bloqueado pela acção poderosíssima dos sedimentos xistosos, metamórficos que, as convulsões mais fundas e primevas do interior da terra, trouxeram à superfície, com a nudez dos seus mais alcantilados montes e fundos vales, onde a acção modeladora dos milénios e o trabalho hercúleo do homem, tem feito verdadeiras obras primas! - Esse é o Douro vinhateiro, o Reino Maravilhoso, mitificado e idolatrado pelas raízes e vivência, observação e sensibilidade excepcional de Miguel Torga. E esta é, também, uma das fronteiras naturais, onde dois mundos geográficos e geológicos, confluem, cada qual cioso das suas riquezas , das suas peculiaridades e maravilhas

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