expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

domingo, 1 de abril de 2018

Em dia Pascal, Canto ao Meu Deus! Ao Meu Sol, Espelho de Deus e Fonte da Vida - Meu Deus! Meu Sol!... Vim Para Vos Adorar e Não Para de Vós Me Despedir


EM DIA PASCAL  - CANTO AO MEU DEUS E AO MEU SOL  - À HORA D'ELE SE PÔR, VIM PARA O ADORAR E NÃO D'ELE ME DESPEDIR  - CANTO A DEUS E À ABENÇOADA TERRA DO MEU TORRÃO NATAL E AO SOL QUE, LÁ DO  ALTO, ME ILUMINOU E ME VIU NASCER E CRESCER.





Pedra do Sol Cabeleira de Nª Srª 40º 59´ 39.94" N - 7º 10´ 35-46" W








Canto a Deus,
à terra e o sol que me viu nascer


A sós, em perfeita harmonia comigo próprio e com os astros,
longe do bulício da cidade, longe de tudo, do tumulto da vida e do mundo,
aspirando os odores de terra, das flores e das fragas,
canto o vosso cântico, ó Senhor Deus, meu Sol eterno!
Não, não estou só. Neste sítio tão calmo, de solidão e de espaço.
Tudo é igual a mim. Sou tudo o que me rodeia.
A abóbada do ar que me cobre. A luz que cai do alto e unge os meus olhos.
A pedra que piso e me faz pulsar o peito da adolescência perdida.
A débil névoa que me envolve e me transfigura.
Tudo habita em mim e eu habito o coração de tudo .
Oh, aqui, onde me encontro, não há tempo nem lugar definidos,
tudo é assombro, esplendor,
tudo faz parte do mesmo Deus,
tem a matriz do Criador,
só há eternidade, eternidade!


Canto o vosso cântico, ó Pai Sol. Ó Deus eterno!
Glória a  Vós, nas Alturas,  ó Divino  Astro!
Sois o deus mais Antiquíssimo do cosmos! A Essência
que  precedeu  a  própria existência! O Clarão
que iluminou o seu próprio caminho
quando tudo, antes, era um mar de trevas
e nele existia a noite mais escura e eterna, 
tudo era confuso e turvo,  um imenso vazio,
e, no turbilhão desse vazio, desse tempestuoso caos,
apenas reinava a solidão de um  mar infindo,
a infinita escuridão!

(...) 
Oh, desce,
desce amada luz!
Desce, pura, e impregnada de beleza!
Pois sempre que me prendo pelo teu fascínio,
todo o meu ser se transcende,
eleva-se à tua altura e é já divino!


(...) Oh abençoada terra natal!
Ó tu, sacro chão das minhas raízes, que tanto me atrais!
Só tu, que me gerastes, sabes o que eu sei dos teus segredos!
Sim, conheço, muitos deles, como a palma das minhas mãos!
Conheço, por exemplo, os teus silenciosos caminhos,
e, por entre eles, o perfume incomparável 
das amendoeiras e das giestas, em flor,
que, por tão inebriante, me deleita e delicia, até ao êxtase!
Sim, sempre que posso, lá estou!
Sou o habitual caminheiro que peregrina,
que não desiste de caminhar,
inebriado e sem destino, por ermas ladeiras e penhascos!
Calcorreio veredas e atalhos, subo e desço as fragas,
ou simplesmente vagueio, vagueio
como um sonâmbulo, perco-me!
Sinto a vertigem das alturas
e dos largos espaços! 


Oh, a maravilha das criptas, das abóbadas e arcadas,
das esferas e estátuas de santuários e catedrais
de tantas daquelas fantásticas fragas,
com formas tão estranhas, tão bizarras!
Gigantescos penedos,
que já, em criança, me fascinavam, eu admirava,
sentava-me e escorregava no seu musgo,
eram o meu assombro, o meu espanto,
quando, pelo meio delas,

descalço, deambulava,

Excerto  de um longo poema - Jorge Trabulo Marques

Pedra do Sol Cabeleira de Nª Srª 40º 59´ 39.94" N - 7º 10´ 35-46" W



Se estivesse na minha aldeia, no dia de hoje, não deixaria de visitar este e outros locais, onde, desde o principio deste século, pude descobrir vários ,calendários pré-históricos – Naturalmente que relacionados, tanto como o  principio das estações do ano, como de locais de culto.

Mas a celebração Pascal, que é também um evento com raízes aos cultos pagãos da  Primavera, já a fizemos no dia indicado pela astronomia - Sim a igreja católica celebra hoje o dia de Páscoa – Depois do dia de Natal, é o segundo dia santo mais importante da religião cristã. Porém, enquanto as festividades natalícias, são  em dias fixos do calendário, o mesmo não sucede com a celebração da Páscoa, que é calculada para coincidir com o primeiro domingo a seguir à primeira lua cheia da Primavera, no hemisfério norte, ou do Outono, no hemisfério sul.

A simbologia cristã define-a como sendo a passagem da morte para a vida,  incorporada na Ressurreição de Jesus de Nazaré, que havia sido morto na cruz, ou seja, comporta o significado da vitória da luz sobre as trevas, do que fere e mata a vida,  um tempo de reflexão para uma nova vida de acordo com os princípios da doutrina de Cristo – Mas este é, também, de certo modo  um remoto significado pagão, a cujas origens, quer as festividades natalícias, quer as pascais, entroncam em antiquíssimos princípios, muito mais anteriores  ao nascimento e da morte de Jesus Cristo, relacionados com as festividades dos  ciclos da natureza: o Natal ocorre na mesma semana do Solstício do Inverno e a Páscoa, só raramente coincide com a mesma semana do Equinócio da Primavera (referem estudiosos, que só de duzentos em duzentos anos, porque se convencionou fixara sua data com o calendário lunar após a entrada desta estação  - De algum modo, para mostrar  algum aparente distanciamento  dos ancestrais cultos pagãos.

Pois, segundo é referido por estudiosos  " muito antes da Páscoa ser considerada a festa da ressurreição de Cristo, a Páscoa anunciava o fim do inverno e a chegada da primavera.

A Páscoa sempre representou a passagem de um tempo de trevas para outro de luzes, isto muito antes de ser considerada uma das principais festas da cristandade. A palavra "páscoa" – do hebreu "peschad", em grego "paskha" e latim "pache" – significa "passagem", uma transição anunciada pelo equinócio de primavera (ou vernal), que no hemisfério norte ocorre a 20 ou 21 de março e, no sul, em 22 ou 23 de setembro.

De fato, para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário voltar para a Idade Média e lembrar dos antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou Esther – em inglês, Easter quer dizer Páscoa.

Ostera (ou Ostara) é a Deusa da Primavera, que segura um ovo em sua mão e observa um coelho, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em redor de seus pés nus. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Persephone. Na mitologia romana, é Ceres.
Os pássaros estão cantando, as árvores estão brotando. Surge o delicado amarelo do Sol e o encantador verde das matas.

A celebração de Ostara comemora a fertilidade, um tradicional e antigo festival pagão que celebra o evento sazonal equivalente ao Equinócio da primavera.
Algumas das tradições e rituais que envolvem Ostara incluem fogos de artifícios, ovos, flores e coelho.

Ostara representa o renascimento da terra, muitos de seus rituais e símbolos estão relacionados à fertilidade. Ela é o equilíbrio quando a fertilidade chega depois do inverno. É o período que a luz do dia e da noite têm a mesma duração. Ostara é o espelho da beleza da natureza, a renovação do espírito e da mente. Seu rosto muda a cada toque suave do vento. Gosta de observar os animais recém-nascidos saindo detrás das árvores distantes, deixando seu espírito se renovar.

Ostara foi cristianizada como a maior parte dos antigos deuses pagãos.


Os símbolos tradicionais da Páscoa vêm de Ostara. Os ovos, símbolo da fertilidade, eram pintados com símbolos mágicos ou de ouro, eram enterrados ou lançados ao fogo como oferta aos deuses. É o Ovo Cósmico da vida, a fertilidade da Mãe Terra.
Ostara gosta de verde e amarelo, cores da natureza e do sol.
O Domingo de Páscoa é determinado pelo antigo sistema de calendário lunar, que coloca o feriado no primeiro Domingo após a primeira lua cheia ou seguindo o equinócio.
A Páscoa foi nomeada pelo deus Saxão da fertilidade Eostre, que acompanha o festival de Ostara como um coelho, por esta razão, o símbolo do coelho de páscoa na tradição cristã. O coelho é também um símbolo de fertilidade e da fortuna.
A Páscoa foi adaptada e renomeada pelos cristãos, do feriado pagão Festival de Ostara, da maneira que melhor lhe convinha na época assim como a tradição dos símbolos do Ovo e do Coelho. Excrto de 
https://www.recantodasletras.com.br/artigos/2174048


NÃO HÁ NINGUÉM QUE, AO CONTEMPLAR OS MAJESTOSOS  MEGALÍTICOS, LHE FIQUE INDIFERENTE 


 autor destas linhas, caminha para estes penhascos,  desde criança, desde o tempo em que ali ia levar a marmita ao pastor que guardava o gado da Quinta do Muro, sobranceira ao Vale, onde era caseiro o seu pai – Desde aí, sempre teve a convicção de que deveriam existir por ali uns mistérios por decifrar. Pelos visto, não me enganei com a minha intuição e as minhas atentas observações.

 Há quem pense que o mundo da luz e do conhecimento só começou com a descoberta da electricidade. Mas os que assim pensam estão enganados. O homem existe há milhões de anos! E, por conseguinte, desde há muito que que ele aprendeu a aperfeiçoar as suas técnicas de sobrevivência, a conviver  com a natureza,  e a conhecer-lhe muitos dos seus segredos, que, certamente, se foram perdendo à medida que se foi divorciando do seu contacto.

Este planeta está cheio de lugares especiais, que foram reconhecidos  como lugares sagrados ao longo de milénios e milénios. Fátima, em Portugal, embora mais recente, é um desses fenómenos! 

Vejam-se as mundialmente famosas estátuas da Ilha da Páscoa, enigmáticas figuras gigantes  com os olhos voltados aos céus, ou ainda, nos Andes,  a não menos impressionante Porta do Sol, presume-se que da cultura Asteca, expressando a mais estreita aliança e união do espírito com a matéria - Isto para já não falar  das ruinas de Stonehenge, sobre as quais, investigadores de todos os domínios, se continuam a interrogar, sem, contudo, encontrarem as respostas que os satisfaçam.

Ou, então, que dizer das famosas pirâmides do Egipto, do culto do sol que  o Faraó Akenaton (1358-1388. a.C.). estimulou, como o primeiro credo monoteísta de que se tem conhecimento. E, tantos outros imponentes altares do género e com idêntico sentido,  nas Américas,  Europa, China, Índia, em vários pontos  do  mundo!

A minha relação com a penedia dos Tambores e Quebradas, começou muito cedo. Palmilhei as suas canadas e atalhos, muitas vezes em criança, e  até descalço, quando os meus pais eram caseiros na Quinta do Muro( que fica, quase lá ao fundo da depressão, debruçada sobre a Ribeira - hoje, em ruínas), e donde eu partia, vindo lá de baixo, com a marmita pela mão, subindo as íngremes penedias para  levar o almoço ao  pastor da Quinta, quando ele, por estas bravias encostas,  guardava o gado.

Cedo, então, aprendi, não só a conhecer pelos seus nomes, muitos destes penedos e morros, muitas das curiosas pedras que compõem esta vasta fortaleza natural, como também a reconhecer-lhes as suas singularidades. E este penedo foi, justamente, um dos enomes megálitos que me chamou atenção, mal o vi pela primeira vez:  não tanto pela sua curiosa esfericidade, mas sobretudo  pelo estranho círculo cavado na rocha

Entretanto, até que eu começasse a fazer outras conjunturas, passaram-se muitos anos. Porém, um dia,   na sequência da descoberta do calendário solar no Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, e  um ano depois, quando eu me encontrava,  naquele local para assistir a mais um pôr-do-sol no Solstício do Verão, e prosseguir com as minhas observações, veio-me à lembrança a imagem da curiosa pedra esférica. 

Abandonei aquele espaço amuralhado e, como que levado também por um certo espírito premonitório ou de pura intuição, fui ver o que realmente ali se passava.

 Faltavam menos de quinze mintos para o sol pousar, lá longe, sobre a cordilheira, na outra margem da ribeira. À primeira vista a ideia era a de o que o sol ia pousar fora do meio da curvatura da pedra. Mesmo assim esperei. Esperei e acertei em pleno! Fiquei radiante! – É inolvidável o momento!

Mal queria acreditar na imagem que tinha perante os meus olhos. Peguei na máquina fotográfica e fiz as primeiras fotografias. Nos dias seguintes voltei lá a fazer novas observações para acompanhar o percurso da declinação solar. E o mesmo fiz nos meses que se seguiram. Até que, por fim, dois anos depois das duas descobertas, decidi  tornar público o meu encantamento, de modo a que pudesse ser partilhado a quem aqui quisesse deslocar-se, como um dos espantosos legados da Humanidade.

Em 21 de Junho de 2004 o tempo não nos ajudou muito. Eram meia dúzia de jovens da aldeia e alguns técnicos do PAVC. Choveu nesse dia e só nos derradeiros instantes, e em jeito de despedida,  o astro-rei nos saudou. No ano seguinte, em 2005, resolvi convidar, a aspensas minhas,  um grupo de  gaiteiros de Miranda e tornar ainda mais solene e mágico o esplendoroso momento. Mesmo assim, não foi muita gente mas penso que foi um momento muito bonito e que dificilmente deixará de ser recordado na retina de todos quantos o puderam contemplar – pois o tempo em que o fenómeno ocorre é muito escasso! Duas televisões captaram imagens e espalharam a notícia.

Jorge Trabulo Marques
Junho 2006

PORMENORES DA CELEBRAÇÃO EM 22 DE JUNHO DE 2014

Solstício do Verão celebrado com um pôr-do-sol magnífico, ritual celta ...


4 -

A   PEDRA DA CABELEIRA DE Nª Srª-  ATRAVESSA NA SUA BASE DE APOIO, POR UMA GRUTA EM FORMA DE SEMI-ARCO, É OUTRO DOS ALINHAMENTOS SOLARES - CALENDÁRIO ASTRONÓMICO E LOCAL DE CULTO 


Começou por ser estudada, em 1957, pelo Pro. Adriano Vasco Rodrigues, que a classificou como santuário pré-histórico, integrado cronologicamente na revolução neolítica. Pelas suas características sugere a existência de um culto ao crânio, característico, na Península Hispânica, da transição do Paleolítico para o Neolítico, segundo o Prof. Pericot. A identificação com uma entidade feminina, que sofreu consagração à Virgem Maria, acompanhada de lenda popular, sugere um culto inicial à Deusa Mãe, símbolo da fertilidade.

O início da agricultura está ligado ao culto da Deusa Mãe, privilegiando a germinação das plantas. Foi trazido do Médio Oriente para o Ocidente peninsular pelos primeiros povos agricultores - Refere o investigador num estudo editado pelo Município de Meda, a cujo concelho, chegou a pertence, a freguesia de Chãs, em que se localizam os referidos monumentos megalíticos. 

Há quem pense que o mundo da luz e do conhecimento só começou com a descoberta da electricidade. Mas os que assim pensam estão enganados. O homem existe há milhões de anos! E, por conseguinte, desde há muito que que ele aprendeu a aperfeiçoar as suas técnicas de sobrevivência, a conviver  com a natureza,  e a conhecer-lhe muitos dos seus segredos, que, certamente, se foram perdendo à medida que se foi divorciando do seu contacto.

Este planeta está cheio de lugares especiais, que foram reconhecidos  como lugares sagrados ao longo de milénios e milénios. Fátima, em Portugal, embora mais recente, é um desses fenómenos! 

Vejam-se as mundialmente famosas estátuas da Ilha da Páscoa, enigmáticas figuras gigantes  com os olhos voltados aos céus, ou ainda, nos Andes,  a não menos impressionante Porta do Sol, presume-se que da cultura Asteca, expressando a mais estreita aliança e união do espírito com a matéria - Isto para já não falar  das ruinas de Stonehenge, sobre as quais, investigadores de todos os domínios, se continuam a interrogar, sem, contudo, encontrarem as respostas que os satisfaçam
.
Ou, então, que dizer das famosas pirâmides do Egipto, do culto do sol que  o Faraó Akenaton (1358-1388. a.C.). estimulou, como o primeiro credo monoteísta de que se tem conhecimento. E, tantos outros imponentes altares do género e com idêntico sentido,  nas Américas,  Europa, China, Índia, em vários pontos  do  mundo!

A minha relação com a penedia dos Tambores e Quebradas, começou muito cedo. Palmilhei as suas canadas e atalhos, muitas vezes em criança, e  até descalço, quando os meus pais eram caseiros na Quinta do Muro( que fica, quase lá ao fundo da depressão, debruçada sobre a Ribeira - hoje, em ruínas), e donde eu partia, vindo lá de baixo, com a marmita pela mão, subindo as íngremes penedias para  levar o almoço ao  pastor da Quinta, quando ele, por estas bravias encostas,  guardava o gado.

Cedo, então, aprendi, não só a conhecer pelos seus nomes, muitos destes penedos e morros, muitas das curiosas pedras que compõem esta vasta fortaleza natural, como também a reconhecer-lhes as suas singularidades. E este penedo foi, justamente, um dos enomes megálitos que me chamou atenção, mal o vi pela primeira vez:  não tanto pela sua curiosa esfericidade, mas sobretudo  pelo estranho círculo cavado na rocha
Vendo que essa concavidade era muito  plana, muito direitinha e circular, numa rocha tão irregular,  depreendi que tal só poderia  ser obra do homem e não devido à acção da natureza, tal como algumas lagaretas que por ali existem, mas com canal de saída e contornos diferente, facto que despertou, desde então, a minha curiosidade.

Entretanto, até que eu começasse a fazer outras conjunturas, passaram-se muitos anos. Porém, um dia,   na sequência da descoberta do calendário solar no Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, e  um ano depois, quando eu me encontrava,  naquele local para assistir a mais um pôr-do-sol no Solstício do Verão, e prosseguir com as minhas observações, veio-me à lembrança a imagem da curiosa pedra esférica. Abandonei aquele espaço amuralhado e, como que levado também por um certo espírito premunitório ou de pura intuição, fui ver o que realmente ali se passava.

 Faltavam menos de quinze mintos para o sol pousar, lá longe, sobre a cordilheira, na outra margem da ribeira. À primeira vista a ideia era a de o que o sol ia pousar fora do meio da curvatura da pedra. Mesmo assim esperei. Esperei e acertei em pleno! Fiquei radiante! – É inolvidável o momento!

Mal queria acreditar na imagem que tinha perante os meus olhos. Peguei na máquina fotográfica e fiz as primeiras fotografias. Nos dias seguintes voltei lá a fazer novas observações para acompanhar o percurso da declinação solar. E o mesmo fiz nos meses que se seguiram. Até que, por fim, dois anos depois das duas descobertas, decidi  tornar público o meu encantamento, de modo a que pudesse ser partilhado a quem aqui quisesse deslocar-se, como um dos espantosos legados da Humanidade.

Em 21 de Junho de 2004 o tempo não nos ajudou muito. Eram meia dúzia de jovens da aldeia e alguns técnicos do PAVC. Choveu nesse dia e só nos derradeiros instantes, e em jeito de despedida,  o astro-rei nos saudou. No ano seguinte, em 2005, resolvi convidar, a aspensas minhas,  um grupo de  gaiteiros de Miranda e tornar ainda mais solene e mágico o esplendoroso momento. Mesmo assim, não foi muita gente mas penso que foi um momento muito bonito e que dificilmente deixará de ser recordado na retina de todos quantos o puderam contemplar – pois o tempo em que o fenómeno ocorre é muito escasso! Duas televisões captaram imagens e espalharam a notícia.

E agora, como há mais gente empenhada, e até há o apoio da própria autarquia local e  da Câmara,  estou plenamente convencido que o grande passo para a sua divulgação, está dado. O que eu só espero e peço aos deuses e às divindades que aqui, nestas fragas e nestes espaços, foram adoradas e reconhecidas pelas suas benesses, por parte dos povos que aqui se abrigaram, continuem a conferir-lhe a mesma suprema protecção, por forma a que se possa perpectuar para sempre a sua original beleza.
Jorge Trabulo Marques
Junho 2006
6666


Celebração do equinócio da Primavera - 20 de Março de 2018 



Nenhum comentário: