EM DIA PASCAL - CANTO AO MEU DEUS E AO MEU SOL - À HORA D'ELE SE PÔR, VIM PARA O ADORAR E NÃO D'ELE ME DESPEDIR - CANTO A DEUS E À ABENÇOADA TERRA DO MEU TORRÃO NATAL E AO SOL QUE, LÁ DO ALTO, ME ILUMINOU E ME VIU NASCER E CRESCER.
Pedra do Sol Cabeleira de Nª Srª 40º 59´ 39.94" N - 7º 10´ 35-46" W
Canto a Deus,
à terra e o sol que me viu nascer
longe do bulício da cidade, longe de tudo, do tumulto da vida e do mundo,
aspirando os odores de terra, das flores e das fragas,
canto o vosso cântico, ó Senhor Deus, meu Sol eterno!
Não, não estou só. Neste sítio tão calmo, de solidão e de espaço.
Tudo é igual a mim. Sou tudo o que me rodeia.
A abóbada do ar que me cobre. A luz que cai do alto e unge os meus olhos.
A pedra que piso e me faz pulsar o peito da adolescência perdida.
A débil névoa que me envolve e me transfigura.
Tudo habita em mim e eu habito o coração de tudo .
Oh, aqui, onde me encontro, não há tempo nem lugar definidos,
tudo é assombro, esplendor,
tudo faz parte do mesmo Deus,
tem a matriz do Criador,
só há eternidade, eternidade!
Glória a Vós, nas Alturas, ó Divino Astro!
Sois o deus mais Antiquíssimo do cosmos! A Essência
que precedeu a própria existência! O Clarão
que iluminou o seu próprio caminho
quando tudo, antes, era um mar de trevas
e nele existia a noite mais escura e eterna,
tudo era confuso e turvo, um imenso vazio,
e, no turbilhão desse vazio, desse tempestuoso caos,
apenas reinava a solidão de um mar infindo,
a infinita escuridão!
(...)
Oh, desce,
desce amada luz!
Desce, pura, e impregnada de beleza!
Pois sempre que me prendo pelo teu fascínio,
todo o meu ser se transcende,
eleva-se à tua altura e é já divino!
Ó tu, sacro chão das minhas raízes, que tanto me atrais!
Só tu, que me gerastes, sabes o que eu sei dos teus segredos!
Sim, conheço, muitos deles, como a palma das minhas mãos!
Conheço, por exemplo, os teus silenciosos caminhos,
e, por entre eles, o perfume incomparável
das amendoeiras e das giestas, em flor,
que, por tão inebriante, me deleita e delicia, até ao êxtase!
Sim, sempre que posso, lá estou!
Sou o habitual caminheiro que peregrina,
que não desiste de caminhar,
inebriado e sem destino, por ermas ladeiras e penhascos!
Calcorreio veredas e atalhos, subo e desço as fragas,
ou simplesmente vagueio, vagueio
como um sonâmbulo, perco-me!
Sinto a vertigem das alturas
Oh, a maravilha das criptas, das abóbadas e arcadas,
das esferas e estátuas de santuários e catedrais
de tantas daquelas fantásticas fragas,
com formas tão estranhas, tão bizarras!
Gigantescos penedos,
que já, em criança, me fascinavam, eu admirava,
sentava-me e escorregava no seu musgo,
eram o meu assombro, o meu espanto,
quando, pelo meio delas,
descalço, deambulava,
Excerto de um longo poema - Jorge Trabulo Marques
Excerto de um longo poema - Jorge Trabulo Marques
Pedra do Sol Cabeleira de Nª Srª 40º 59´ 39.94" N - 7º 10´ 35-46" W
Se estivesse na minha aldeia, no dia de hoje, não deixaria de visitar este e outros locais, onde, desde o principio deste século, pude descobrir vários ,calendários pré-históricos – Naturalmente que relacionados, tanto como o principio das estações do ano, como de locais de culto.
Mas a celebração Pascal, que é também um
evento com raízes aos cultos pagãos da Primavera, já a fizemos no
dia indicado pela astronomia - Sim a igreja católica celebra hoje o dia
de Páscoa – Depois do dia de Natal, é o segundo dia santo mais importante
da religião cristã. Porém, enquanto as festividades natalícias, são em
dias fixos do calendário, o mesmo não sucede com a celebração da Páscoa, que é
calculada para coincidir com o primeiro domingo a seguir à primeira lua cheia da
Primavera, no hemisfério norte, ou do Outono, no hemisfério sul.
A simbologia cristã define-a como
sendo a passagem da morte para a vida, incorporada na
Ressurreição de Jesus de Nazaré, que havia sido morto na cruz, ou seja,
comporta o significado da vitória da luz sobre as trevas, do que fere e mata a
vida, um tempo de reflexão para uma nova vida de acordo com os
princípios da doutrina de Cristo – Mas este é, também, de certo
modo um remoto significado pagão, a cujas origens, quer as
festividades natalícias, quer as pascais, entroncam em antiquíssimos
princípios, muito mais anteriores ao nascimento e da morte de Jesus
Cristo, relacionados com as festividades dos ciclos da natureza: o
Natal ocorre na mesma semana do Solstício do Inverno e a Páscoa, só raramente
coincide com a mesma semana do Equinócio da Primavera (referem estudiosos, que
só de duzentos em duzentos anos, porque se convencionou fixara sua data com o
calendário lunar após a entrada desta estação - De algum modo, para
mostrar algum aparente distanciamento dos ancestrais
cultos pagãos.
Pois, segundo é referido por estudiosos " muito antes da Páscoa ser
considerada a festa da ressurreição de Cristo, a Páscoa anunciava o fim do
inverno e a chegada da primavera.
A Páscoa sempre representou a passagem de um tempo de trevas para outro de
luzes, isto muito antes de ser considerada uma das principais festas da
cristandade. A palavra "páscoa" – do hebreu "peschad", em
grego "paskha" e latim "pache" – significa "passagem",
uma transição anunciada pelo equinócio de primavera (ou vernal), que no
hemisfério norte ocorre a 20 ou 21 de março e, no sul, em 22 ou 23 de setembro.
De fato, para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário voltar para a Idade Média e lembrar dos antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou Esther – em inglês, Easter quer dizer Páscoa.
Ostera (ou Ostara) é a Deusa da Primavera, que segura um ovo em sua mão e observa um coelho, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em redor de seus pés nus. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Persephone. Na mitologia romana, é Ceres.
Os pássaros estão cantando, as árvores estão brotando. Surge o delicado amarelo do Sol e o encantador verde das matas.
A celebração de Ostara comemora a
fertilidade, um tradicional e antigo festival pagão que celebra o evento
sazonal equivalente ao Equinócio da primavera.
Algumas das tradições e rituais que envolvem Ostara incluem fogos de artifícios, ovos, flores e coelho.
Algumas das tradições e rituais que envolvem Ostara incluem fogos de artifícios, ovos, flores e coelho.
Ostara representa o renascimento da terra, muitos de seus rituais e símbolos estão relacionados à fertilidade. Ela é o equilíbrio quando a fertilidade chega depois do inverno. É o período que a luz do dia e da noite têm a mesma duração. Ostara é o espelho da beleza da natureza, a renovação do espírito e da mente. Seu rosto muda a cada toque suave do vento. Gosta de observar os animais recém-nascidos saindo detrás das árvores distantes, deixando seu espírito se renovar.
Ostara foi cristianizada como a maior parte dos antigos deuses pagãos.
Os símbolos tradicionais da Páscoa vêm de Ostara. Os ovos, símbolo da
fertilidade, eram pintados com símbolos mágicos ou de ouro, eram enterrados ou
lançados ao fogo como oferta aos deuses. É o Ovo Cósmico da vida, a fertilidade
da Mãe Terra.
Ostara gosta de verde e amarelo, cores da natureza e do sol.
O Domingo de Páscoa é determinado pelo antigo sistema de calendário lunar, que coloca o feriado no primeiro Domingo após a primeira lua cheia ou seguindo o equinócio.
A Páscoa foi nomeada pelo deus Saxão da fertilidade Eostre, que acompanha o festival de Ostara como um coelho, por esta razão, o símbolo do coelho de páscoa na tradição cristã. O coelho é também um símbolo de fertilidade e da fortuna.
A Páscoa foi adaptada e renomeada pelos cristãos, do feriado pagão Festival de Ostara, da maneira que melhor lhe convinha na época assim como a tradição dos símbolos do Ovo e do Coelho. Excrto de https://www.recantodasletras.com.br/artigos/2174048
Ostara gosta de verde e amarelo, cores da natureza e do sol.
O Domingo de Páscoa é determinado pelo antigo sistema de calendário lunar, que coloca o feriado no primeiro Domingo após a primeira lua cheia ou seguindo o equinócio.
A Páscoa foi nomeada pelo deus Saxão da fertilidade Eostre, que acompanha o festival de Ostara como um coelho, por esta razão, o símbolo do coelho de páscoa na tradição cristã. O coelho é também um símbolo de fertilidade e da fortuna.
A Páscoa foi adaptada e renomeada pelos cristãos, do feriado pagão Festival de Ostara, da maneira que melhor lhe convinha na época assim como a tradição dos símbolos do Ovo e do Coelho. Excrto de https://www.recantodasletras.com.br/artigos/2174048
NÃO HÁ NINGUÉM QUE, AO CONTEMPLAR OS MAJESTOSOS MEGALÍTICOS, LHE FIQUE INDIFERENTE
O autor destas linhas, caminha para estes penhascos, desde
criança, desde o tempo em que ali ia levar a marmita ao pastor que guardava o
gado da Quinta do Muro, sobranceira ao Vale, onde era caseiro o seu pai – Desde
aí, sempre teve a convicção de que deveriam existir por ali uns mistérios por
decifrar. Pelos visto, não me enganei com a minha intuição e as minhas atentas
observações.
Há quem pense que o mundo da luz e
do conhecimento só começou com a descoberta da electricidade. Mas os que assim
pensam estão enganados. O homem existe há milhões de anos! E, por conseguinte,
desde há muito que que ele aprendeu a aperfeiçoar as suas técnicas de
sobrevivência, a conviver com a natureza, e a conhecer-lhe muitos
dos seus segredos, que, certamente, se foram perdendo à medida que se foi
divorciando do seu contacto.
Este planeta está cheio de lugares especiais, que foram
reconhecidos como lugares sagrados ao longo de milénios e milénios.
Fátima, em Portugal, embora mais recente, é um desses fenómenos!
Vejam-se as mundialmente famosas estátuas da Ilha da Páscoa, enigmáticas
figuras gigantes com os olhos voltados aos céus, ou ainda, nos
Andes, a não menos impressionante Porta do Sol, presume-se que da
cultura Asteca, expressando a mais estreita aliança e união do espírito com a
matéria - Isto para já não falar das ruinas de Stonehenge, sobre as
quais, investigadores de todos os domínios, se continuam a interrogar, sem,
contudo, encontrarem as respostas que os satisfaçam.
Ou, então, que dizer das famosas pirâmides do Egipto, do culto do sol
que o Faraó Akenaton (1358-1388. a.C.). estimulou, como
o primeiro credo monoteísta de que se tem conhecimento. E, tantos outros
imponentes altares do género e com idêntico sentido, nas
Américas, Europa, China, Índia, em vários
pontos do mundo!
A minha relação com a penedia dos Tambores e Quebradas, começou muito cedo.
Palmilhei as suas canadas e atalhos, muitas vezes em criança, e até
descalço, quando os meus pais eram caseiros na Quinta do Muro( que fica, quase
lá ao fundo da depressão, debruçada sobre a Ribeira - hoje, em ruínas), e donde
eu partia, vindo lá de baixo, com a marmita pela mão, subindo as íngremes
penedias para levar o almoço ao pastor da Quinta, quando
ele, por estas bravias encostas, guardava o gado.
Cedo, então, aprendi, não só a conhecer pelos seus nomes, muitos destes
penedos e morros, muitas das curiosas pedras que compõem esta vasta fortaleza
natural, como também a reconhecer-lhes as suas singularidades. E este penedo
foi, justamente, um dos enomes megálitos que me chamou atenção, mal o vi pela
primeira vez: não tanto pela sua curiosa esfericidade, mas
sobretudo pelo estranho círculo cavado na rocha
Entretanto, até que eu começasse a fazer outras conjunturas, passaram-se
muitos anos. Porém, um dia, na sequência da descoberta do
calendário solar no Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora,
e um ano depois, quando eu me encontrava, naquele local
para assistir a mais um pôr-do-sol no Solstício do Verão, e prosseguir com as
minhas observações, veio-me à lembrança a imagem da curiosa pedra
esférica.
Abandonei aquele espaço amuralhado e, como que levado também por um certo
espírito premonitório ou de pura intuição, fui ver o que realmente
ali se passava.
Faltavam menos de quinze mintos para o sol pousar, lá longe, sobre a
cordilheira, na outra margem da ribeira. À primeira vista a ideia era a de o
que o sol ia pousar fora do meio da curvatura da pedra. Mesmo assim esperei.
Esperei e acertei em pleno! Fiquei radiante! – É inolvidável o momento!
Mal queria acreditar na imagem que tinha perante os meus olhos. Peguei na
máquina fotográfica e fiz as primeiras fotografias. Nos dias seguintes voltei
lá a fazer novas observações para acompanhar o percurso da declinação solar. E
o mesmo fiz nos meses que se seguiram. Até que, por fim, dois anos depois das
duas descobertas, decidi tornar público o meu encantamento, de modo
a que pudesse ser partilhado a quem aqui quisesse deslocar-se, como um dos
espantosos legados da Humanidade.
Em 21 de Junho de 2004 o tempo não nos ajudou muito. Eram meia dúzia de
jovens da aldeia e alguns técnicos do PAVC. Choveu nesse dia e só nos
derradeiros instantes, e em jeito de despedida, o astro-rei nos
saudou. No ano seguinte, em 2005, resolvi convidar, a aspensas
minhas, um grupo de gaiteiros de Miranda e tornar ainda
mais solene e mágico o esplendoroso momento. Mesmo assim, não foi muita gente
mas penso que foi um momento muito bonito e que dificilmente deixará de ser
recordado na retina de todos quantos o puderam contemplar – pois o tempo em que
o fenómeno ocorre é muito escasso! Duas televisões captaram imagens e
espalharam a notícia.
Jorge Trabulo Marques
Junho 2006
PORMENORES DA CELEBRAÇÃO EM 22 DE JUNHO DE 2014
PORMENORES DA CELEBRAÇÃO EM 22 DE JUNHO DE 2014
Solstício do Verão celebrado com um pôr-do-sol magnífico, ritual celta ...
4 -
A PEDRA DA CABELEIRA DE Nª Srª- ATRAVESSA NA SUA BASE DE
APOIO, POR UMA GRUTA EM FORMA DE SEMI-ARCO, É OUTRO DOS ALINHAMENTOS SOLARES -
CALENDÁRIO ASTRONÓMICO E LOCAL DE CULTO
Começou por ser estudada, em 1957, pelo Pro. Adriano Vasco Rodrigues,
que a classificou como santuário pré-histórico, integrado
cronologicamente na revolução neolítica. Pelas suas características sugere a
existência de um culto ao crânio, característico, na Península Hispânica, da
transição do Paleolítico para o Neolítico, segundo o Prof. Pericot. A
identificação com uma entidade feminina, que sofreu consagração à Virgem Maria,
acompanhada de lenda popular, sugere um culto inicial à Deusa Mãe, símbolo da
fertilidade.
O início da agricultura está ligado ao culto da Deusa Mãe, privilegiando a
germinação das plantas. Foi trazido do Médio Oriente para o Ocidente peninsular
pelos primeiros povos agricultores - Refere o investigador num estudo editado
pelo Município de Meda, a cujo concelho, chegou a pertence, a
freguesia de Chãs, em que se localizam os referidos
monumentos megalíticos.
Há quem pense que o mundo da luz e do conhecimento só começou com a
descoberta da electricidade. Mas os que assim pensam estão enganados. O homem
existe há milhões de anos! E, por conseguinte, desde há muito que que ele
aprendeu a aperfeiçoar as suas técnicas de sobrevivência, a
conviver com a natureza, e a conhecer-lhe muitos dos seus
segredos, que, certamente, se foram perdendo à medida que se foi divorciando do
seu contacto.
Este planeta está cheio de lugares especiais, que foram
reconhecidos como lugares sagrados ao longo de milénios e milénios.
Fátima, em Portugal, embora mais recente, é um desses fenómenos!
Vejam-se as mundialmente famosas estátuas da Ilha da Páscoa, enigmáticas
figuras gigantes com os olhos voltados aos céus, ou ainda, nos
Andes, a não menos impressionante Porta do Sol, presume-se que da
cultura Asteca, expressando a mais estreita aliança e união do espírito com a
matéria - Isto para já não falar das ruinas de Stonehenge, sobre as
quais, investigadores de todos os domínios, se continuam a interrogar, sem,
contudo, encontrarem as respostas que os satisfaçam
.
Ou, então, que dizer das famosas pirâmides do Egipto, do culto do sol
que o Faraó Akenaton (1358-1388. a.C.). estimulou, como
o primeiro credo monoteísta de que se tem conhecimento. E, tantos outros
imponentes altares do género e com idêntico sentido, nas
Américas, Europa, China, Índia, em vários
pontos do mundo!
A minha relação com a penedia dos Tambores e Quebradas, começou muito cedo.
Palmilhei as suas canadas e atalhos, muitas vezes em criança, e até
descalço, quando os meus pais eram caseiros na Quinta do Muro( que fica, quase
lá ao fundo da depressão, debruçada sobre a Ribeira - hoje, em ruínas), e donde
eu partia, vindo lá de baixo, com a marmita pela mão, subindo as íngremes
penedias para levar o almoço ao pastor da Quinta, quando
ele, por estas bravias encostas, guardava o gado.
Cedo, então, aprendi, não só a conhecer pelos seus nomes, muitos destes
penedos e morros, muitas das curiosas pedras que compõem esta vasta fortaleza
natural, como também a reconhecer-lhes as suas singularidades. E este penedo
foi, justamente, um dos enomes megálitos que me chamou atenção, mal o vi pela
primeira vez: não tanto pela sua curiosa esfericidade, mas
sobretudo pelo estranho círculo cavado na rocha
Vendo que essa concavidade era muito plana, muito direitinha e
circular, numa rocha tão irregular, depreendi que tal só
poderia ser obra do homem e não devido à acção da natureza, tal como
algumas lagaretas que por ali existem, mas com canal de saída e contornos
diferente, facto que despertou, desde então, a minha curiosidade.
Entretanto, até que eu começasse a fazer outras conjunturas, passaram-se
muitos anos. Porém, um dia, na sequência da descoberta do
calendário solar no Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora,
e um ano depois, quando eu me encontrava, naquele local
para assistir a mais um pôr-do-sol no Solstício do Verão, e prosseguir com as
minhas observações, veio-me à lembrança a imagem da curiosa pedra esférica.
Abandonei aquele espaço amuralhado e, como que levado também por um certo
espírito premunitório ou de pura intuição, fui ver o que realmente ali se
passava.
Faltavam menos de quinze mintos para o sol pousar, lá longe, sobre a
cordilheira, na outra margem da ribeira. À primeira vista a ideia era a de o
que o sol ia pousar fora do meio da curvatura da pedra. Mesmo assim esperei.
Esperei e acertei em pleno! Fiquei radiante! – É inolvidável o momento!
Mal queria acreditar na imagem que tinha perante os meus olhos. Peguei na
máquina fotográfica e fiz as primeiras fotografias. Nos dias seguintes voltei
lá a fazer novas observações para acompanhar o percurso da declinação solar. E
o mesmo fiz nos meses que se seguiram. Até que, por fim, dois anos depois das
duas descobertas, decidi tornar público o meu encantamento, de modo
a que pudesse ser partilhado a quem aqui quisesse deslocar-se, como um dos
espantosos legados da Humanidade.
Em 21 de Junho de 2004 o tempo não nos ajudou muito. Eram meia dúzia de
jovens da aldeia e alguns técnicos do PAVC. Choveu nesse dia e só nos
derradeiros instantes, e em jeito de despedida, o astro-rei nos
saudou. No ano seguinte, em 2005, resolvi convidar, a aspensas
minhas, um grupo de gaiteiros de Miranda e tornar ainda
mais solene e mágico o esplendoroso momento. Mesmo assim, não foi muita gente
mas penso que foi um momento muito bonito e que dificilmente deixará de ser
recordado na retina de todos quantos o puderam contemplar – pois o tempo em que
o fenómeno ocorre é muito escasso! Duas televisões captaram imagens e
espalharam a notícia.
E agora, como há mais gente empenhada, e até há o apoio da própria
autarquia local e da Câmara, estou plenamente convencido
que o grande passo para a sua divulgação, está dado. O que eu só espero e peço
aos deuses e às divindades que aqui, nestas fragas e nestes espaços, foram adoradas
e reconhecidas pelas suas benesses, por parte dos povos que aqui se abrigaram,
continuem a conferir-lhe a mesma suprema protecção, por forma a que se possa
perpectuar para sempre a sua original beleza.
Jorge Trabulo Marques
Junho 2006
6666
Celebração do equinócio da Primavera - 20 de Março de 2018
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