Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Informação e análise
INFELIZMENTE NÃO NOS ENGANÁMOS NAS NOSSAS PALAVRAS (Atualização) Tragédia em Pedrógão Grande: 62 mortos confirmados – Governo declara Luto nacional - Pormenores mais à frente
Dentro de um mês entra oficialmente o Verão mas os calores já se fazem sentir nos dias mais claros e límpidos: - Os primeiros sinais de que, os dias de estio vão ser escaldantes, catastróficos, semeados de tragédias, já se avistam nos fumos tingidos de negro e de vermelho no horizonte - Com os homens da paz a debaterem-se com a mais que presumível devastação de vastas áreas ardidas. Isto, porque, muitas das aldeias (quase desertas) ou habitações, já nem sequer são limpas dos matos que as envolvem.
Dantes, as pessoas idosas, trabalhavam nos campos até caírem na cova; agora, mesmo antes de envelhecerem, acolhem-se nos lares até apodrecerem, abandonando-se a um estado de torpor e de preguicite e não querem saber das suas casas.
Infelizmente,este é panorama que vem sucedendo, desde há vários anos a esta parte, cabendo depois o perigosos fardo aos corajosos voluntários de exporem as suas vidas no combate aos fantasmagóricos sinistros
Porém, estes abnegados e generosos espíritos, nem sempre contam com os justos apoios – E muitas das pessoas e entidades, só se lembram deles quando as zonas que habitam são ameaçadas pelas chamas , os vêm a enfrentar as labaredas ou quando são solicitados a prestarem os socorros de urgência. - Em Foz Côa, a população têm-os em apreço, admira a sua dedicação, e, no centro histórico da cidade e arredores, ou quando as suas viaturas deixam o quartel para uma urgência, por onde passam, toda a gente se lembra deles e nutre um sentimento de estima e admiração. No entanto, nos bastidores das politicas caseiras , tem havido tricas e divisões, e é pena que sejam eles a sofrerem o ricochete de certas desavenças.
INFELIZMENTE NÃO NOS ENGANÁMOS NAS NOSSAS PALAVRAS
(Atualização) Tragédia em Pedrógão Grande: 62 mortos confirmados – Governo declara Luto nacional
Este
fogo é já considerado uma das maiores tragédias da história moderna portuguesa. Às 14h30 de domingo havia 62 mortes confirmadas, com
previsão de que o número ainda venha a subir. A essa hora, o fogo ainda estava
ativo e cercava algumas aldeias remotas nos concelhos de Pedrógão Grande e
Figueiró dos Vinhos. Havia registo de mais de 50 feridos, alguns em estado
grave.
O Governo deliberou, por votação eletrónica, decretar três dias de luto nacional, a começar este domingo e a
terminar esta terça-feira. Em causa está o número elevado de mortes provocadas pelo incêndio de grandes
dimensões que lavra desde sábado em Pedrógão Grande, distrito
de Leiria. A informação foi apurada pelo ECO junto de fonte governamental.
O luto nacional decreta que a bandeia nacional seja colocada a meia haste,
assim como quaisquer outras bandeiras hasteadas com ela. É uma medida simbólica
em homenagem às dezenas de mortos que o incêndio provocou, podendo trazer
também algumas implicações para as agendas oficiais Governo decreta três dias de luto nacional pelas vítimas
do fogo em ...http://www.dn.pt/sociedade/interior/57-mortos-no-incendio-em-pedrogao-grande-8570918.html
Tragédia em
Pedrógão Grande: O que se sabe até ao momento - Um novo balanço do
incêndio que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande dá conta de 62 mortos. O
número de feridos sobe para 62, de acordo com o balanço feito pelas 23h00.
http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/tragedia-em-pedrogao-grande-o-que-se-sabe-ate-ao-momento
EPISÓDIOS
DE HEROICIDADE Pedrógão Grande: Salvou a família numa carrinha em fuga por entre as chamas
É nestas alturas que o sentimento
mais nobre de coragem de solidariedade se revela – Eis um dos exemplos: Um homem de 33 anos de idade, cuja casa,
no concelho de Figueiró dos Vinhos, ficou "totalmente destruída" pelo
fogo, no sábado, salvou-se a si e à família fugindo das chamas numa carrinha.
http://www.dn.pt/sociedade/interior/pedrogao-grande-salvou-a-familia-numa-carrinha-em-fuga-por-entre-as-chamas-8571859.html
Mais da metade das
vítimas (30) morreu carbonizada dentro de seus carros em uma estrada tomada
pelo fogo. Entre os feridos, 18 foram levados para hospitais. Quatro bombeiros
e uma criança estão feridos com gravidade.
São quatro frente de fogo ativas na região, que fica próxima a Coimbra
e entre as duas maiores cidades portuguesas: Lisboa e Porto.
O aviso vermelho indica situação meteorológica de risco extremo,
segundo o jornal Público, enquanto o laranja, o segundo mais grave em uma
escala de quatro, aponta para um risco entre moderado a elevado – Mais pormenores
em http://g1.globo.com/mundo/noticia/incendio-florestal-deixa-mortos-e-feridos-em-portugal.ghtml
ESTRANHAMENTE - Defesa da
Floresta Contra Incêndios. O Município de Pedrógão Grande, através do Gabinete
de Proteção Civil e Defesa da Floresta Contra Incêndios informa: A GNR, no
âmbito da defesa da floresta contra incêndios vai efetuar dia, 27 de abril de
2017, uma fiscalização nas freguesias do concelho de Pedrógão Grande Municipio de Pedrógão Grande Do Municipio de Pedrógão Grande
OFERECERAM-SE MILHÕES À BANCA USURÁRIA - TODAVIA, ESQUECEM-SE AS CORPORAÇÕES DOS BOMBEIROS -
De facto, Portugal já está arder em variadíssimos pontos de Norte Sul - E ainda o Verão mal começou. As profundas alterações climáticas, com a China e a Índia a poluir drasticamente a atmosfera para exportarem toda a gama de quinquilharias para o ocidente, por via do liberalismo selvagem que permite que as fábricas europeias sejam instaladas onde não se respeitam nem os mais elementares direitos humanos nem as mais básicas normas ambientais - Para depois nos invadirem com o seu comércio e esmagarem o comércio local.
'Apocalipse' na China: poluição coloca meio bilhão de
pessoas em alerta vermelho
21 dezembro 2016 -Quase meio
bilhão de pessoas estão vivendo sob uma densa poluição no norte da China desde
o final de semana passada, o que levou autoridades a colocarem 21 cidades e a
capital, Pequim, em alerta vermelho. http://www.bbc.com/portuguese/internacional-38393259
FOI HÁ 716 ANOS MAS HÁ MILÉNIOS DE HISTÓRIA - As raízes do património histórico de Vila
Nova de Foz Côa, perdem-se na noite dos tempos, com
os homens do paleolítico a servirem-se de elementares machados de pedra ou com
outras lacas a desenhar a face lisa de placas de xisto, nos vales profundos do
Coa, do Douro e outros afluentes, fazendo deste santuário o maior museu de arte
rupestre ao ar livre, hoje Património da Humanidade
Sim, Vila Nova de Foz
Côa, conhecida já pela capital de dois patrimónios da Humanidade – o das
Gravuras Paleolíticas do Vale do Côa e
o Douro Vinhateiro, em área é um dos concelhos maiores da região, com 14
freguesias e 7 anexas, em 398 kM2, mas, como todos os centros urbanos do
interior, do Portugal profundo, com acentuada tendência ao despovoamento, já
reduzida a menos de 4000 habitantes, depois de já ter o triplo. – A sede do concelho foi elevada a cidade em 12 de Julho
de 1997, mas o seu dia histórico é comemorado a 21 de Maio, data em que, o Rei D. Dinis, em 1299, lhe
outorgou o foral, renovado pelo mesmo monarca em 24 de Julho de
1314 e reformado pelo Rei D. Manuel em 16 de Julho de 1514
FINALMENTE HÁ NOVA AMBULÂNCIA
FINALMENTE HÁ NOVA AMBULÂNCIA
De
entre as várias iniciativas recreativas, desportivas e culturais -
desde um Festival de poesia, à projeção de filmes, concertos musicais e outros
eventos, que vêm preenchendo a agenda municipal, é de sublinhar a cerimónia
que, no dia 21, fez
convergir para
a Praça do Município e ao lado da belíssima e monumental
Igreja matriz, o corpo de Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Foz Côa –
Isto, porque, haviam
razoes para ali se dirigirem com muita satisfação
“O feriado municipal da Cidade, foi oportunidade para se inaugurar e benzer a nova ambulância de transportes de doentes, uma oferenda do executivo municipal á Associação Humanitária dos Bombeiros de Foz Côa.” – Lê-se na sua página do Facebook, donde recolhemos duas fotografias, assim como de outra página, de uma das cidadãs do concelho, freguesia de Chãs, Maria Amélia Lourenço, que tem dado muito do seu esforço e dedicação à nobre e humanitária associação, conjuntamente com o seu marido, António Pimentel Lourenço, Presidente da Direção na Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Foz Coa, desde 2004.
“SÓ ASSIM SEREMOS FELIZES”
“Depois de quatro anos de
falta de transferências da Câmara Municipal para os Bombeiros ontem fez-se
alguma justiça com a oferta desta nova ambulância para este Associação. Desejo
que a partir de ontem com este ato solene se tivesse aberto uma nova era para
esta Associação que está ao serviço da população do nosso concelho sem olhar a
raça nem cor .Todos precisamos deles quando menos pensamos .Com os olhos postos
no futuro e como cidadã deste concelho apelo aos responsáveis dos destinos do nosso concelho que ajudem as instituições
com o dinheiro que é de todos .Peço bom senso e sentimentos de justiça para
saber distribuir a Deus o que é de Deus e a César o que é de César. Só assim
seremos felizes e é Isto que a população espera dos seus representantes .Assim
Deus nos ajude.Vamos acreditar que ontem se deu o pontapé de saída para um
futuro melhor” – Palavras de consolação e desabafo de Maria Amélia Lourenço, no
Facebook..
AGORA JÁ NÃO VAI SER PRECISO IR PEDIR AJUDA AO CONCELHO VIZINHO - Pelo menos enquanto não avariar
"Foz Côa: Bombeiros Com Ambulância Avariada Têm que Pedir Ajuda aos “Vizinhos Este era o titulo de um artigo publicado, em 18 de Janeiro do corrente ano, no site da Associação Bombeiros Para Sempre . Que dizia o seguinte:
"Desde
dia 3 de janeiro que os Bombeiros Voluntários de Foz Côa, distrito da Guarda,
têm a ambulância de socorro alocada ao INEM avariada, o que tem condicionado o
desempenho nos serviços de emergência médica. Um número de ocorrências atípicas
nestas primeiras duas semanas do ano, em que só no dia 14 tiveram 50 chamadas,
tem mobilizado os bombeiros da Mêda e de Torre de Moncorvo (Bragança) para que
nenhum pedido fique sem resposta, e tem levantado também perguntas por parte
dos utentes.
(…)os Bombeiros de Foz Côa têm
uma área de abrangência significativa, contudo o número de ocorrências não
costuma ser, mas este ano tem sido atípico”, explicou ao início desta manhã o
comandante Rafael Almeida, que conta ao BPS que só no dia 14 deste mês tiveram
cerca de 50 saídas de emergência. Muitas das solicitações acontecem em dose
dupla, o que tem levado “a uma recusa do segundo pedido” visto que aquela
corporação só dispõe de outra ambulância do mesmo género. O comandante da
corporação entende que “é normal que a população ao aperceber-se que, muitas
vezes, são os bombeiros da Mêda ou de Moncorvo a resolver estas situações, nos
questionem”. Foz Côa: Bombeiros Com Ambulância Avariada Têm que Pedir
Ajud
UMA ASSOCIAÇÃO
HUMANITÁRIA QUE JÁ PASSOU DOS 80 - A
SERVIR A COMUNIDADE E A MOLDAR O ESPÍRITO DE BEM SERVIR – REPLETO DE HISTÓRIAS
E DE IMAGENS, ALGUMAS DAS QUAIS RECORDADAS NUM LIVRO
A efeméride, com que
foram recordados, os 80 anos de existência da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de V.
Nova de Foz Côa, teve honras de um excelente opúsculo, profusamente ilustrado e
documentado, do qual fomos extrair algumas imagens e excertos de alguns textos,
que aproveitamos para aqui citar
"Estamos a saudar e a
celebrar 80 anos de vida da Associação ao serviço das populações, na área da
proteção e do socorro. Não podemos deixar de recordar os primeiros, como os que
se lhes seguiram, dirigentes associativos, comandantes e bombeiros.
As dificuldades das
associações de bombeiros de norte a sul, são conhecidas.
Foz Côa, com a grande
diminuição dos serviços de transporte de doentes/ dispersas por 3 entidades) e
sem a necessária comparticipação da Câmara Municipal, mais se notam as
dificuldades.
AJUDANDO A DESCOBRIR O
SENTIDO ALTRUÍSTA AOS JOVENS
“A Direção da O Núcleo de
Juvebombeiros de Vila Nova de Foz Côa, que visa a agregação, integração de
novos jovens e a elaboração e desenvolvimento de atividades lúdicas e
culturais, tem levado a cabo diversas ações, contribuindo para ajudar os jovens
a descobrir um sentido altruísta, humanitário e voluntário, para qualquer
causa, podendo e devendo ter um papel socialmente ainda mais ativo.”
Ficou para trás um
esforça enorme, iniciado em 1933 e provavelmente nunca terminado.
Ficou para trás a
persistência dos homens que formaram as suas sucessivas Direções e daqueles
que, com mais ou menos oficialização dos seus cargos, foram comandantes do
Corpo Ativo, como os Srs. Seguro Pereira, José dos Santos Branquinho, Antero
Sequeira Alonso, Amílcar Fernandes Chéu e Francisco Aguiar Gouveia.
Ficou para trás a
abnegação de centenas de homens, cujos nomes se não podem perder no tempo nem
na história, porque, mais ou menos humildes, foram pessoas generosas que, nas
horas de perigo, se esqueceram de si e dos seus e foram ao encontro dos que
cerecíarn de proteção e de socorro.
Não se podem esquecer
quantos vieram ao encontro desta Associação, através da sua participação no
Corpo Ativo, na Fanfarra, na Banda Musical ou na Escola de Música, atividades
que são um índice claro do que os Bombeiros são capazes de realizar.
Como referia em 1984 o
Sr. Dr. Manuel Pires Daniel: "Quem pode esquecer um José Joaquim Fonseca
Pinheiro, um General Margarido, um Dr. Manuel Gonçalves dos Santos, um Major José
Pais, um Dr. Jorge Caldeira? Quem se não há-de lembrar de um Júlio António
Lopes, de um José Augusto Pinto ou de um José Joaquim Torres Teles? ….
BOMBEIROS
POR EMPREGO - NA SOCIEDADE DE CONSUMO JÁ TUDO TEM O SEU PREÇO – MAS
TAMBÉM NÃO DEVIA SER NECESSÁRIO ESMOLAR PARA SOBREVIVER
Naturalmente que não é em todas as terras que os bombeiros se prestam ao voluntariado – Nos grande meios urbanos, muitos deles estão lá como forma de emprego - Vejam-se estes exemplos: As vinte e oito corporações de bombeiros do distrito de Santarém ameaçam fazer um boicote às escalas de serviço no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF 2017) no verão. Esta tomada de posição é um protesto contra a redução de dez por cento no pagamento das comparticipações diárias aos operacionais,. http://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/bombeiros-ameacam-boicote-em-santarem?ref=Bloco_CMAoMinuto
A época de incêndios ainda está longe da chamada fase Charlie, a mais crítica, mas o descontentamento que lavra entre os bombeiros voluntários já levou algumas corporações a ameaçar ficarem de fora do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), caso o Governo não reforce o financiamento que lhes destinou. Mero pretexto Meios para combater fogos levam bombeiros a ameaçar boicote .
FOZ CÔA - VISTA PELO ESCRITOR AMÂNDIO CÉSAR (excertos) - QUE, CONQUANTO AQUI NÃO TIVESSE NASCIDO, AQUI CRESCEU E AMOU ESTA TERRA - Tive o grato prazer de o conhecer 1921 - 1987
Vila hospitaleira, sem dúvida, «mas esteve sempre dividida em partidos exaltados que à mais leve provocação se não poupam a hostilidades de toda a ordem, - vinganças, perseguições, pancadas, facadas, tiros, incêndios e mortes!» Certamente aclimatado ao sedativo verde minhoto, Pinho Leal esqueceu-se da braveza desta paisagem sem repetições; disperso pelas muitas terras que descreveu, faltou-lhe a perspectiva para cada uma; experimentado na doblez do carácter dos homens que conheceu e com quem contactou, sentiu-se estranho perante esta humanidade diferente; historiando ao de leve o Portugal Antigo e Moderno, relegou, com certeza o Portugal eterno, na perenidade das virtudes marcadas da ruça. Sobretudo não se lembrou de duas constantes: o homem e a terra. Esta moldando o seu habitante ao seu clima; aquele afeiçoando cada contorno à sua natural maneira de ser, mas ambos constituindo uma realidade que se completa, que se interpenetra, que é um todo que não pode ser estudado em fracções, uma de cada vez.
SUORES E FRUTOS
"A riqueza não lhes caiu do Céu - pródigo em calores infernais ou em frios polares - mas avaro em tudo o resto. O pão de cada dia - o pão nosso que a Deus todos os dias rogam nos dai hoje vem-lhes da terra, a terra que biblicamente amanham com o suor de seus rostos. Bem sei - e de mais, quem o não sabe? – que eventualmente há o minério, designação geral dada à riqueza que jaz no mais recôndito seio da terra, quando a humanidade em conjunto perde a cabeça e decide derimir, pelo extermínio, aqueles problemas que podiam ser resolvidos pela boa vontade e pela boa fé; isso é, em nossos dias, quase cíclico.
E também houve, em tempos que já lá vão e não tornam, a montagem da linha férrea que à Vila trouxe proventos, então, e até - quem o diria? ! - a criação de mais um hotel (assim se chamavam às casas de pasto) naquela terra sem turismo visível. Mas tudo isto são gotas de água, mais ou menos passadas, para mitigarem uma sêde ardente. Constante, constante real e verdadeira só a terra; daí que não espante a ninguém que o nome de tantas famílias seja, com exactidão, o nome dos produtos mais comuns à sementeira anual: Trigo, Centeio, Cevada, Serôdio, por exemplo, homologação que ultrapassa a simples e possível influência judaica.
E também houve, em tempos que já lá vão e não tornam, a montagem da linha férrea que à Vila trouxe proventos, então, e até - quem o diria? ! - a criação de mais um hotel (assim se chamavam às casas de pasto) naquela terra sem turismo visível. Mas tudo isto são gotas de água, mais ou menos passadas, para mitigarem uma sêde ardente. Constante, constante real e verdadeira só a terra; daí que não espante a ninguém que o nome de tantas famílias seja, com exactidão, o nome dos produtos mais comuns à sementeira anual: Trigo, Centeio, Cevada, Serôdio, por exemplo, homologação que ultrapassa a simples e possível influência judaica.
Na realidade, se não fosse a terra, o que seria desta gente toda que desconhece - e que bem que isso é - os processos malthusianos de obstar à continuidade e proliferação da espécie? Suas velhas indústrias estrebucham na agonia, se é o mesmo que não morreram já. Os carretões foram, em grande parte, substituídos pela velocidade, comodidade, rapidez e baixo preço da camionagem; a manufatura da cordoaria - criação de larga visão de fomento do Marquês de Pombal, perante a riqueza da veiga da Vilariça que produzia cânhamo tão bom e tão abundantemente que nos libertava das onerações advindas da importação do cordame da Rússia - à semelhança da de Moncorvo, não pôde competir com a fabricação mecanizada e em série de outros centros industriais, nascidos e florescentes posteriormente; o fabrico do calçado grosso par a os homens da lavoura não tarda que estiole também ou então desapareça, dado que não aguentará a competição com os centros fabriqueiros, onde a máquina substituiu o braço, e o labor directo do homem, com vantagens - sem dúvida - diversas; a própria preparação do sumaagre, para a extinta indústria de costumes regionais, ou para a restante .laboração fica dispendiosa se a compararmos com o preço de seus substitutos químicos, modernos. "
Amândio César ( 1921 em
Arcos de Valdevez, Portugal; 1987 em Lisboa) foi um poeta, ficcionista,
ensaísta e crítico literário português, desenvolveu ainda, em Braga e em
Lisboa, a atividade de jornalista comprometido com o Estado Novo. Licenciado em
Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de
Coimbra, foi professor do ensino técnico. Foi um dos elementos do grupo Poesia
Nova e o fundador da revista Quatro Ventos (Braga, 1954-1957). Como ensaísta e
crítico literário, dedicou parte da sua atividade à divulgação das literaturas
brasileira e africana de expressão portuguesa, nomeadamente a angolana, sempre
de um ponto de vista "colonial" ou "ultramarino" mas sem
discriminar os que politicamente lhe não eram pares Extraído de Amândio César - - Livro - «Angola 1961» - autor: Amândio César - Guerra do
Ultramar
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