A Senhora da Assunção, padroeira da freguesia, agradece a alegria e, mesmo que exagerem, não leva a mal - Aí está o pleno mês de Agosto, e, com o esplendor do Verão, as manhãs e tardes ensolaradas, as festas religiosas das aldeias - É o convivo dos poucos que cá ficam, que cá estão, com os muitos que emigram e que voltam à santaterrinha para matar saudades - No vídeo e nas imagens, o chamado cortejo das oferendas, em que cada um dá largas à sua imaginação ao toque dos sons da banda filarmónica. - Se está longe desta sua amada aldeia - Vamos aqui deixar-lhe algumas imagens e vídeos para se sentir mais próximo da terra que ama e das suas queridas gentes.
"Georges! anda ver meu país de romariasE procissões!
Olha estas mocas, olha estas Marias!
Caramba! dá-lhes beliscões!
Os corpos delas, vê! são ourivesarias,
Gula e luxúria dos Manéis!
Têm orelhas grossas arrecadas,
Nas mãos (com luvas) trinta moedas, em anéis,
Ao pescoço serpentes de cordões,
E sobre os seios entre cruzes, como espadas,
Além dos seus, mais trinta corações!
Vá! Georges, faz-te Manel! viola ao peito,
Toca a bailar!
Dá-lhes beijos, aperta-as contra o peito.
Que hão-de gostar!
Tira o chapéu, silêncio!
Passa a procissão
Estralejam foguetes e morteiros.
Lá vem o Pálio e pegam ao cordão
Honestos e morenos cavalheiros.
Altos, tão altos e enfeitados, os andores,
Parecem Torres de David, na amplidão!"
(excerto) António Nobre
Dia 16 de Agosto, o segundo e último dia de festejos em honra de Nossa Senhora de Assunção. No vídeo a seguir, mostro a procissão de retorno à igreja matriz, depois do andor (e outros da mesma capela) terem sido recolhidos na ermida , situada no alto do povo, dedicada à referida padroeira – Já não é a Banda Filarmónica de Freixo de Numão mas um grupo de jovens, que fizeram parte das extintas duas Bandas, que chegaram a existir nesta aldeia, e que, num louvável gesto de generosidade e de voluntarismo, se juntaram para acompanharem, quer na véspera, quer no último dia, a procissão. Sem dúvida, pese o facto, desde há algum tempo, estarem já desabituados, lá se esforçaram para não desmerecerem os seus méritos e os seus talentos. E, diga-se, em abono da verdade, não se saíram mal. Estas imagens, não visam apenas o registo de um acontecimento festivo na minha aldeia, mas é também uma forma de perdurar uma memória e de a transmitir àqueles que, longe do seu torrão natal, não puderam estar presentes
Mais tarde será editado um vídeo de fotografias