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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

RENATO SEABRA, SIGNO VIRGEM E CARLOS CASTRO, BALANÇA – UM TERRA E OUTRO AR, RELAÇÃO, NO PLANO SEXUAL, DESTINADA AO CONFITO E AO FRACASSO


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A justiça americana não tem por hábito ser condescendente com o crime - É um país onde o crime está enraizado desde os primeiros colonos - Olho por olho, dente por dente: quem mata ou é morto ou severamente punido - Renato Seabra, dificilmente se vai ver livre de uma pena inferior 25 ou 30 anos - Mas poderá estar em Portugal, quando cumprir metade da sua pena - Creio  que não vai arranjar sarilhos na prisão - Admito é que outros lhos arranjem e não venha a ter a vida fácil - Mas vamos ser positivos - porque é desses pensamentos que ele agora mais precisa. 





Há uma celebre frase de Vitor Hugo, odiai o "crime e tende piedade dos criminosos" - Neste caso, eu tenho muita pena de Carlos Castro, que conheci pessoalmente, mas não posso deixar de desejar a Renato, a coragem necessária para saber suportar a pena que a justiça lhe aplicar - Com a certeza de que só assim poderá regressar à sua pátria, antes dos 40 anos de idade.

AGORA ACOMPANHE-ME POR OUTRAS DISSERTAÇÕES

A idade para os nativos do signo Virgem, poderá não ser o maior obstáculo; aliás, a criatura, sob a influência da constelação Virgem e Mercúrio, seja homem ou mulher, não olha a idade mas às afinidades intelectuais e materiais. Não é fácil conquistar-lhe o coração – as relações, com ele ou ela, necessitam de algum amadurecimento. São muito analíticos cautelosos. Detestam imprevistos. São extremamente organizados, até ao menor detalhe. Racionalistas e metódicos, calculam à distância os objectivos. Porém, conquistada a sua sensibilidade e confiança, pode vir a transformar-se numa relação duradoura ou num amor para toda a vida.



Fotografia do utilizador

Renato Seabra

  • Sexo: Masculino
  • Signo astrológico: Virgem
  • Indústria:Estudante
  • Local: Cantanhede :Portugal
  • Formação..Licenciatura em Ciências do Desporto.


Na opinião da generalidade dos estudiosos da astrologia, os nativos regidos por mercúrio, não costumam dar largas a grandes devaneios amorosos Existe neles uma certa frieza ou racionalidade que chega a confundir-se com timidez. Claro que gostam da cama e dos prazeres carnais, e qual o ser humano, que, de uma forma ou de outra, não deseje envolver-se nos seus ardores? Mas, com o parceiro ou a parceira do signo virgem, não é o mesmo que chegar a chama a um foguete, há que passar primeiro por consolidar a relação. “Antepõem sempre o cérebro ao coração, ainda que o sexo saia perdendo” - é a ideia que corre acerca do seu comportamento, sob o ponto de vista astrológico.

AINDA SE O ACASO OS JUNTASSE POR QUESTÕES DE INTERESSES MÚTUOS OU A UNIREM-SE NUM PROJECTO ARTÍSTICO, COMUM?

MAS O QUE SE PASSOU FOI O DE QUE AMBOS DESEJAVAM APROXIMAR-SE ATRAVÉS DE RELAÇÕES ÍNTIMAS, MAS CONTRADITÓRIAS, DE QUE EM VERDADEIRAS PAIXÕES DE UM AMOR ARDENTE E DURADOURO.



Não vou alongar-me nos pormenores afetivos ou de outra ordem, que poderão caracterizar os relacionamentos, entre estes dois signos – além de que são múltiplos os fatores que influenciam as personalidades, que não apenas a posição dos astros, no momento do nascimento, em que seus corpos vieram à luz, sob a grande abóbada celeste. 

Para me poupar a essa análise, vou reproduzir o excerto de um estudo, que me parece, muito interessante, com o qual estou de acordo – Diz o seguinte: 

O aéreo Balança (Libra) adora ideias, e o género de ordem que tanto importa ao Virgem. Virgem adora a qualidade, e o tipo de beleza na forma e ideia que importa tanto à Balança (Libra). 

São potencialmente, uma grande equipa em negócios ou projetos criativos, pois ambos são claros, objetivos e muito pouco provável de atuar com base no impulso. Ambos sentem-se desconfortáveis com grandes cenas emocionais, e discussões entre ambos, que serão provavelmente muito civilizadas e muito racionais. Isto algumas vezes pode ser algo de muito bom. Mas também pode ser um problema, porque juntos podem correr o risco de puxarem assuntos emocionais muito difíceis para debaixo do tapete e esperar que a razão vá fazer com que os problemas desapareçam. 

E eles não irão desaparecer, a não ser que ambos aprendam a ser mais diretos em expressar as vossas necessidades emocionais"

CONHECERAM-SE ATRAVÉS DO FACEBOOK – CARLOS CASTRO FOI PARA CURTIR MAIS UM ENGATE E RENATO SEABRA– PROSTITUINDO-SE – PARA MAIS FACILMENTE ASCENDER AO MUNDO DA MODA, À FAMA E NOTORIEDADE.

SÓ QUE O RENATO TRAZIA COM ELE, NO SEU CORPO, OS DEMÓNIOS DE UMA SEXUALIDADE REPRIMIDA E MAL RESOLVIDA – E ANDAVA POSSESSO POR ESSES DEMÓNIOS QUE A FÉ CATÓLICA CRISTALIZOU, ENQUANTO ACÓLITO, LÁ DA IGREJA DA SUA PARÓQUIA - E mais uns poucos que lhe foram acrescentados - e são a perdição de muita da juventude. 



TUDO QUE É FORJADO EM CALCULISMOS DE CIRCUNSTÂNCIA, NUNCA ACABA BEM – E, ENTÃO, ENTRE MERCÚRIO E VÉNUS!

A Libra “tem hábitos muito arreigados. Por exemplo, quando escolhe um destino de ferias, pode levar anos a ir sempre para o mesmo sítio. É fiel e reservado e só se entrega quando confia no seu parceiro. Deixa-se seduzir pelo signo de Peixes, signo de Caranguejo (Cancêr)e signo de Escorpião. Ou ainda pelo signo de Touro, mas jamais por um signo de Carneiro, signo de Sagitário ou signo de Aquário. Para evitar tempestades deve afastar-se do signo de Balança (Libra) ou do signo de Leão".



RELAÇÃO DE RENATO SEABRA COM O CARLOS CASTRO, FOI UM "NAMORO" À PRIMEIRA VISTA - FOI TUDO MUITO PRECIPITADO - ATÉ PORQUE OS OBJECTIVOS E INTERESSES NÃO ERAM COINCIDENTES 


Conheceram-se através da rede social do Facebook, aparentemente, atraídos, mais para a satisfação imediata de objectivos individuais, de que para nutrirem ou cultivarem, um por outro, uma paixão física e amorosa, sólida e prolongada - Renato Seabra, um dos finalistas dos programas da SIC à procura de um sonho, quis aproveitar-se de Carlos para que este o catapultasse à constelação da moda. E Carlos Castro – tal como, de resto, já é costume nos meios artísticos e das televisões, onde os favores têm o seu preço – viu nisso mais uma oportunidade de “gulosar” um franguinho - Adulto, claro, mas magro e de corpo bem trabalhado.

Sei que não tardaram já a crucificá-lo, pois o desprezo, o ódio e a desconsideração, com que a sociedade, encara o homossexual, mesmo mutilado e assassinado, há muito está enraizado. Mas diz quem conheceu, Carlos Castro, que ele era uma pessoa apaixonada pela vida. Acredito. Pessoalmente pude aperceber-me desse facto. Conhecio-o desde há muitos anos. Desde os seus primeiros espectáculos de travesti no Rockambol.

Sempre me pareceu ávido de emoções, culto, bastante generoso e sensível. Nunca é tarde demais para se namorar. Mas ele já tinha idade para compreender que, de um modo geral, os jovens quando se aproximam ou aceitam o convite de pessoas mais velhas, o que prevalece sobre a componente sexual ou afectiva, é o lado material, monetário ou a possibilidade de arranjar algum padrinho. - E então nos tempos que correm - na era do consumismo desbragado, do pronto a vestir ou dos preservativos do usar e deitar fora - Soube de um caso, lá para o Norte, em que, três dias depois do casamento, a mulher(que podia ser neta do recém-marido), lhe deu a beber uma lata de sumo de Fanta, numa esplanada, que envenenou enquanto ele foi à casa de banho. Queria apenas apoderar-se dos seus bens, como é bom de ver.

Acabaram-se, definitivamente, os namoros e as relações amorosas da sua juventude de da minha.Não vale a pena alimentar ilusões. Sobretudo com jovens ainda imaturos e com carradas de preconceitos. Numa sociedade, onde o desejo de afirmação, em tempos de alta competição e desemprego, pode sobrepor-se, ser o principal objectivo, enquanto o sexo (embora preencha substancialmente a mente)é tomado simplesmente pelo desejo do prazer e diversão. Daí a efemeridade dos namoros e casamentos.

Renato havia tomado parte nos desfiles dos “Esticadinhos”, tal como nas danças e cantares do seu grupo folclórico, tendo recebido muitos aplausos, que o incentivaram a ir mais longe. Além disso, havia também participado no concurso da SIC, no "Salve-se quem puder". Ou seja, Renato, acreditava nas suas capacidades, estava ciente que possuía talento artístico e, depois de haver tomado o gosto dos holofotes da fama e da ribalta, a parada dos seus sonhos, já não olhava a limites - aspirava a uma carreira de sucesso!

Tenho para mim o pressentimento de que foi, já nessa altura, por ocasião do "Salve-se quem puder", que os dotes físicos de Renato, não passaram despercebidos aos olhos curiosos de Carlos Castro, ávido de se sentir envolvido numa permanente e fogosa paixão. E, se não foi o Renato que lhe deixou o contacto da sua página no facebook, foi alguém, na televisão, que lhe passou a informação. 

O que se sabe é que foi o Carlos a enviar a primeira mensagem a Renato.
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DAÍ A UM NAMORO ASSOLAPADO E DE CONVENIÊNCIA, FOI UM PASSO: RENATO, SABIA DO FRACO DE CARLOS E, DESCOBRINDO NELE O APOIO DE QUE PRECISAVA, NÃO HESITOU EM MANIFESTAR-SE ENAMORADO. CARLOS, EMBANDEIROU EM ARCO E FOI LOGO DESABAFAR A ALGUNS DOS SEUS AMIGOS, MAIS CHEGADOS, A CONFIDÊNCIA DE QUE ENCONTRARA FINALMENTE O COMPANHEIRO IDEAL DA SUA VIDA – PORÉM, TUDO LHE SAIU AO CONTRÁRIO.



Renato Seabra, confessou às autoridades policiais que o interrogaram, em Nova Iorque, que queria libertar-se dos «demónios homossexuais» e do «vírus». Foi esta a explicação que o jovem de 21 anos (ainda sob algum ardor da possessão desses demónios), com que justificou o macabro crime. Eu creio que não mentiu. Que foi sincero. Que nada do que fez ocultou. O primeiro desabafo é sempre o mais verdadeiro. Daí para a frente é a versão ajudada a construir – em termos racionais e jurídicos – pela defesa e os amigos. Jamais conseguirá transmitir as razões que o levaram a ser a personagem de tão extrema violência. 

Sendo ele católico, mesmo que viesse a ser condenado à pena de morte – que não acredito que seja seu caso - e desejasse, em confissão religiosa, escancarar completamente a sua alma, declarar ao sacerdote o que julgaria como sendo os seus pecados, dificilmente iria além de meras palavras de arrependimento.

.......Imagem: - auto-retrato: peregrinando pelos amáveis lugares que me viram nascer.

 O que não foi dito, até hoje, é quem começou a discussão... Pessoalmente, hoje creio (passado o primeiro impacto da notícia e tendo reflectido mais profundamente no dramático episódio) sim, tenho a sensação de que terá sido o Carlos. 

Carlos Castro, que podia ser seu avô, era um homem que conhecia todos os segredos das drogas puras e duras - Não posso afirmar se alguma vez ele se drogou, mas participou (escrito por ele) em incontáveis cenas desses bacanais - É quem me diz que não teria levado Renato a esse batismo?!... Era o bastante para, numa incursão nesses infernos, jamais voltar a ser o mesmo. A partir daí tudo pode acontecer: uma simples zanga, pode ser o bastante para desencadear um grande incêndio.

 Além disso,  ele pretendia exigir do jovem comportamentos para os quais não estava talhado nem preparado - Há muita forma de dar expressão aos comportamentos sexuais. Uma relação homossexual ou heterossexual, desde que normalmente satisfeita, não constitui problema a ninguém: o pior é quando, já se desembocou numa espiral ou crescendo da busca de novas novidades e emoções. É para onde tendem as relações que buscam apenas mais o prazer pelo prazer e se muda constantemente de parceiro ou parceira... Aos 65 anos, já não há propriamente o desejo de procura de novas paixões sexuais, com carácter afectivo, empolgado e do sentimento de entrega que houve na juventude, mas necessidades e o desejo de tranquilidade e segurança... Desejos esse, que, tanto poderão ser sexuais como afectivos, mas longe dos fulgures da mocidade... O que poderá existir é o agravamento de certas pancadas...

DE QUE DEMÓNIOS, O RENATO, DESEJARIA ENTÃO LIBERTAR-SE?...

Demónios, no fundo, de quem queria libertar-se das ficções religiosas e sociais e se debatia num estado emocional e psicológico, não completamente apaziguador. Absorvido e não liberto da hipocrisia e subjugação a doutrinas, que, em vez de libertarem, atormentam e amarram ainda mais o homem. O impedem de alcançar a sua individualidade, a sua espiritualidade natural contra o egoísmo e o materialismo despudorados, mas também contra a tristeza fatalista, que considera que a vida só tem sentido ou pela via do desperdício e da fortuna ou se for um calvário de sofrimento e um vale de lágrimas. 

Pelo contrário, os deuses não moram fora de nós. E quem é que, em sua perfeita consciência e minimamente esclarecido, não aspira à perfeição, a evoluir e a sentir-se feliz consigo próprio e o meio em que vive?... Sim, a vida, só por si, é algo espantoso e inexplicável, uma maravilha.Sejamos inteiros e naturais, saibamos extrair dela o que mais belo ou melhor nos possa oferecer mas não a compliquemos.




Por detrás do Solar dos Ventos Uivantes - auto-retrato - após ritual

Os deuses coabitam em cada um de nós. Na harmonia com a Natureza, no respeito com o mundo que nos rodeia – de todas as espécies e géneros: seja com o reino animal, vegetal ou mineral. Permitindo-nos, se quisermos, participar e comungar com a sua extraordinária diversidade e beleza: com os seus bosques, os montes, os vales, os desertos, os rios e imenso mar. Ser a divindade, o sacerdote e salvador. Viver livremente a vida, a sua liberdade espiritual, sexual e filosófica, criando e desenvolvendo os seus critérios, os seus ideais, liberto de dogmas inibidores e preconcebidos, capaz de alcançar altos níveis de evolução, de transcendência e superação.

"Ó companheiros do meu tempo! Se definhares por dentro não precisareis de médicos nem de sacerdotes! - Perdeste a fé em tudo que é grande; por isso, se esta fé não regressar, tereis de desaparecer como um cometa em céus estranhos" Fredrich Holderlin




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AS FICÇÕES SOCIAIS - SÃO A MAIOR PRAGA DA HUMANIDADE - EIS UM BREVE EXCERTO DE FERNANDO PESSOA

(...)O que posso eu fazer contra as ficções sociais? Trabalho sozinho, para não poder, de modo nenhum, criar qualquer tirania. Como posso eu colaborar sozinho na preparação da revolução social, na preparação da humanidade para a sociedade livre? . 

(...)«Pensei primeiro na acção indirecta, isto é, na propaganda. Que propaganda poderia eu fazer só por mim? À parte esta propaganda que sempre se vai fazendo em conversa, com este ou aquele, ao acaso e servindo-nos de todas as oportunidades, o que eu queria saber era se a acção indirecta era um caminho por onde eu pudesse encaminhar a minha actividade de anarquista energicamente, isto é, de modo a produzir resultados sensíveis. Vi logo que não podia ser

(,,,)– Procurei ver qual era a primeira, a mais importante, das ficções sociais. Seria a essa que me cumpria, mais que a nenhuma outra, tentar subjugar, tentar reduzir à inactividade. A mais importante, da nossa época pelo menos, é o dinheiro.

(...)«Como podia eu tornar-me superior à força do dinheiro? O processo mais simples era afastar-me da esfera da sua influência, isto é, da civilização; ir para um campo comer raízes e beber água das nascentes; andar nu e viver como um animal. Mas isto, mesmo que não houvesse dificuldade em fazê-lo, não era combater uma ficção social; não era mesmo combater: era fugir. Realmente, quem se esquiva a travar um combate não é derrotado nele. Mas moralmente é derrotado, porque não se bateu. O processo tinha que ser outro – um processo de combate e não de fuga"- Breve excerto.Fernando Pessoa


É como se os sons que ouço fossem os mesmos que por ali se ouviam e repercutiam noutros tempos longínquos

ONTEM O PREGADOR de verdades dele
Falou outra vez comigo.
Falou do sofrimento das classes que trabalham
(Não do das pessoas que sofrem, que é afinal quem sofre).
Falou da injustiça de uns terem dinheiro,
E de outros terem fome, que não sei se é fome de comer.
Ou se é só fome da sobremesa alheia.
Falou de tudo quanto pudesse fazê-lo zangar-se.

Que feliz deve ser quem pode pensar na infelicidade dos outros!
Que estúpido se não sabe que a infelicidade dos outros é deles,





Leia o resto do poema. FERNANDO PESSOA: FICÇÕES
HÁ PORÉM QUEM NÃO SEJA CAPAZ DE ALCANÇAR A LIBERDADE INTERIOR E SE LIVRAR DOS SEUS DEMÓNIOS - CONTINUANDO A DEBATER-SE NUM VULCÃO DE CONTRADIÇÕES, COM CONSEQUÊNCIAS IMPREVISÍVEIS






Se bem depreendo, Renato confessou que queria liberta-se(não dos seus demónios internos - psicológicos), fruto da educação religiosa que herdou do ambiente em que foi criado), mas culpabilizando os demónios da homossexualidade de Carlos Castro, que o apoquentavam e dos quais queria ver-se livre. Ainda para mais , no frenético bulício de Nova Iorque (num dos seus hotéis mais luxuosos e extravagantes) sim, numa cidade, tão diferente dos encantos tranquilos e românticos de Coimbra - onde estudava - da serena capital do Mondego ou da monótona pacatez da sua terra natal - a sua querida Cantanhede, onde era muito estimado e admirado - E agora imagine-se o desapontamento que não seria para a família e no meio, que sempre se habituara a vê-lo como o rapaz bonitão, desempoeirado, dançarino e rodeado de amigos e amigas! - Sim, sobretudo na província, onde a homossexualidade, ainda é vista como algo pecaminoso, frágil, como um ato contranatura!

Creio que, a um dilema interno já existente,  outro ainda maior se lhe veio juntar ao foro íntimo: queria dar curso aos seus impulsos e, todavia, sentia vergonha de socialmente ou publicamente os assumir. E, é claro, nestas coisas, sobretudo relacionadas com recalcamentos de ordem sexual, a mais leve faísca, pode facilmente alastrar pelo rastilho e provocar a explosão - Foi o que sucedeu. Porém, para isso acontecer, é porque houve algo mais exterior à sua vontade.



Por vezes tenho a sensação que o divino está em mim e o anjo luciferino uma ficção...
Em parte a sua explicação é compreensível. O seu meio e o seu ambiente familiar e educacional, a sua aparente maneira de ser, traduz-me a ideia (intuitiva e mediúnica) de que, Renato, embora enérgico e determinado nos objectivos pessoais que desejava alcançar – seja nos estudos, no desporto ou a uma carreira que lhe conferisse prazer e notoriedade, era (é)todavia muito frágil e algo imaturo em termos de autoconfiança e de afirmação. Ainda precisa muito dos afetos da sua mãe e dos aplauso dos amigos.

E via na carreira de manequim ou noutra que lhe desse visibilidade, uma certa forma de se afirmar e de compensação para a luta interna que travava com os seus preconceitos e contradições. Ele aspirava ser o modelo de manequim, desempoeirado e liberto. Solto para se entregar ou dar largas aos prazeres da sensualidade , expandir-se e fruir a vida.Quando se olhava ao espelho ele tinha a certeza de que era um jovem bonito, esbelto, com um corpo esguio, perfeito e ágil – e, estou certo, que ele sentia um prazer apaixonado em entregar-se ao desporto ou culturismo para promover ainda mais a sua forma física e emotiva.

Queimavam-se algumas energias mas ressurgiam outras mais vigorosas. Ora, era justamente essa pulsação, que o desporto apaziguava mas de novo voltava a emanar, a que ele, durante o tempo da descoberta sexual, não teria logrado, de forma plena, satisfatória e tranquilizadora, poder realizar na sua ampla liberdade . Sim, se por um lado, o empolgavam, por outro, atormentavam-no. Ele sentia a dualidade e o instinto puro dos efebos gregos. Essa aparente obscena vibração de possuir e de ser possuído. Que arrebata e transporta os corpos para uma espécie de Olimpo. Mas ao mesmo tempo, algo o impedia de ser inteiramente livre e assumir a sua verdadeira natureza, a personalidade para que os astros o haviam moldado.



Não vou perder-me nos enredos de como se conheceram. O que eu penso é que, o Renato, já conhecia o Carlos, pelo menos através da televisão. E quis o acaso – aliás, quis o destino – que essa sua primeira experimentação sexual fosse com uma pessoa, bastante mais velha. Mas que tinha a  graça e a naturalidade de quem já se desfizera, há muito, dos tais demónios que o Renato desejava suprimir.

Não vendo nele o homem fisicamente tão atrativo quanto desejasse, para Renato Miguel de Jesus Seabra (este o seu nome completo), Carlos, tinha pelo menos a seu favor duas coisas: era famoso e muito assumido e descontraído. E talvez nele pudesse também encontrar alguma paternidade, que lhe terá faltado na sua adolescência. Não conheço o seu ambiente familiar em que foi criado e educado, mas pressinto e prevejo como tenha sido. Essa ausência de paternidade, de afeição e carinhos paternos, não significa que seja pelo facto de não se viver na companhia de um pai, pois há pais que mal querem saber dos filhos, e, todavia, até podem dormir todos os dias em casa. É uma questão muito complexa. Mas eu acredito que tenha sido uma lacuna na sua formação.

Descubro-o no seu olhar triste, quando tende a ficar pensativo e introspetivo. Que, aliás, deverá ser para onde tende a isolar-se e a resguardar-se, quando não sente a presença da família ou dos amigos. Sobretudo da mãe e da sua irmã, que certamente o deverão adorar. Tal como, de resto, com os seus companheiros do desporto, do meio escolar e os da sua geração, que cresceram na sua terra. Embora resguardado numa certa timidez, essa timidez conferia-lhe um certo ar misterioso e atrativo, uma maneira de ser, com a qual, tenho a impressão, não lhe era difícil conquistar simpatias e fazer amizades.



Que melhor altar para as minhas missas ao ar livre em que tenho os céus como cúpula, a pedra sobre a qual me debruço e a terra debaixo dos pés...

Pois bem, o que penso é que, o encontro com Carlos Castro, na minha perceção extra sensorial, não foi suficientemente amadurecido. Fora demasiado abrupto e precipitado. Para o Carlos, ter mais um namorado, era uma situação normal. Enquanto para o Renato, ainda um desafio perigoso.

Claro que os demónios, a que se referiu, o Renato, não estavam no espírito ou na alma do Carlos, mas, em parte, dentro do corpo e da mente de Renato. Que vieram a conflituar, precipitando-o na mais tresloucada alucinação infernal! E, obviamente, fruto dos tais demónios “satânicos” que aprendera a imaginar na catequese, e, depois, já crescido, ainda mais consolidados nas homilias da igreja, donde agora lhe enviam a mais fraterna solidariedade, esquecendo-se, todavia, a vítima brutalmente assassinada.

No entanto, conquanto não seja meu propósito, arvorar-me aqui em juiz, (pois tratam-se apenas de reflexões) não deixarei de acrescentar que, sendo o Carlos, uma pessoa mais velha, tinha obrigação de ser mais madura, experiente e ponderada com quem ia partilhar relações íntimas... O Renato, já não era uma criança, mas há tanta criança crescida... Vejo nele essa imagem... E, ainda para mais, assolado dos demónios de sacristão...

Há quem se liberte dos seus demónios, construídos sob o imaginário religioso, porém, há mais quem o não alcance, vá ao ponto de ficar possesso por eles e recorra aos exorcistas. Sente-se de tal maneira inseguro com a sua vida afetiva, emocional e psicológica, que precisa que lhos exorcizem do corpo - Qualquer hipnotizador experiente alcançaria o mesmo resulto. Eu obtive, um desses cursos, por correspondência, nos meus tempos de estudante e deu-me a formação suficiente para compreender o fenómeno da sugestão. Outros recorrem ao psiquiatra.

Tenho alguma formação com as técnicas tradicionais africanas  – Mas não só: iniciei-me em criança com quem tinha conhecimentos que passavam de boca em boca e que não constavam nos livros. Noutro tempo, só o facto de se saber por quem eram lidos, era o bastante para se ir parar ao Pelourinho, no adro da igreja ou ser posto numa fogueira. Mas tudo quanto aprendi foi por iniciativa própria, para meu enriquecimento espiritual e não por qualquer outro motivo.
Acho que o remédio está ao alcance de todos – É uma questão de saber ocupar a mente o pensamento.

Não pretendo nem culpabilizar nem desculpabilizar o Renato. Quem o vai julgar e condenar é a justiça. O meu juízo é estritamente, dentro da esfera espírita. Ao Renato, nem sequer o vira anteriormente na televisão, pois eu não vejo concursos televisivos ou telenovelas. Conhecia o Carlos há muitos anos; desde que ele começara a fazer espetáculos de Travesti. E, depois, disso, falei com ele várias vezes e apercebi-me do seu percurso.



 







Não pretendo aqui formular juízos ou acusações. Medito e debruço-me apenas na qualidade de médium. Aproxima-se a lua cheia e a sua luz costuma ser-me benfazeja e transformar a minha personalidade. E já me dei conta disso, logo que voltei a discorrer no triste episódio. Estou recostado na cama e a escrever (são quase sete da manhã) mas ainda não me deitei. Não tenho sono. Vou permitindo que o meu cérebro vaguei e flua naturalmente, sem entraves de nenhuma espécie.



"O tolo é um anjo exilado nas regiões noturnas cá de baixo; aquele fantasma de Outono, às horas do crepúsculo, entre pinhais doirados duma agonia que se extingue e exala o último suspiro. E eis a noite, a noite negra e dolorosa, orvalhada de lágrimas divinas onde anda o riso do demónio" -Teixeira de Pascoaes

Já não saio de casa desde há uma semana. Estive três noites sem dormi, bebendo água, leite e chá, comendo maçãs e fatias de pão torrado. Preparando-me para receber a mais bela lua do ano: pois, como diz um velho ditado, noites de luar de Janeiro não têm parceiro. O sol está baixo mas a luz da lua encontra-se no zénite e no seu máximo esplendor. A lua é Deusa benfazeja dos inspirados e dos amantes da Natura



Não sou católico.  O meu Deus é o Universo. Adoro o oceano onde já me perdi sozinho quase quarenta dias e noites a fio. Gosto dos crepúsculos raiados de púrpura e oiro e das risonhas alvoradas, contemplar a luciferina estrela da manhã, antes do sol se levantar, desvendar o mistério das florestas e montanhas cobertas de névoas - Mas, sobretudo da noite porque, o Sol, embora sendo o astro rei da Terra e do sistema solar, não é mais que uma centelha no imenso firmamento: mal faz romper o dia, a sua luz oculta as imensas maravilhas que se espalham pelos céus. Que só através da cúpula da misteriosa noite as pudemos contemplar.

"Os tolos perseguem os anjos e outras visões miraculosas que eles descortinam ao luar, ou manhã cedo, entre as penumbras que se doiram e morrem, como folhas de Outono" (...) "O mundo é um fruto proibido para os outros, para os homens de juízo. Estes mordem a casca e desprezam o miolo" - Teixeira de Pascoaes

 RENATO SEABRA, "AMBICIOSO"?

 Tiago Jacob, amigo de infância de Renato, descreve o jovem como "muito inteligente e bom aluno" e um rapaz que "namoriscava bastante". Para Tiago a aproximação a Carlos Castro só tem uma explicação: "O Renato era ambicioso e tinha sempre objectivos." – De facto, aluno muito aplicado, não deveria ser. Por exemplo, na cadeira de FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO- BLOCO PRÁTICO Renato Miguel de Jesus Seabra, obtivera 11,1 . Mas é bom psicólogo, onde obteve 14 -Psicologia do Desporto 2010


RENATO UM DOENTE?....


Segundo refere o Correio da Manhã, já a população de Cantanhede interpreta a decisão de manter Renato Seabra hospitalizado, sob detenção, como uma prova de que o jovem "está bastante doente" e estaria "muito alterado quando praticou o crime". – De facto, ninguém melhor do quem o viu crescer, poderá ter melhor opinião - Se bem, que, cada homem, é um mundo, e o que é visto à superfície, poderá não corresponder inteiramente ao que vai na alma e no interior de cada um.

 Porém, refletindo agora melhor, também eu creio que, o Renato, não devia andar bem. Mas debatendo-se com muitas contradições no íntimo da sua personalidade. Não creio que ele estivesse apaixonado por alguém ou mesmo – a continuar como julgo que se encontrava – a apaixonar-se fosse por quem fosse, senão por um objetivo profissional. Prevejo e pressinto que, ele já então – durante o concurso – andava entre a fase obsessiva e a possessa. Ele só já só se sentia bem na pele de uma estrela e não pensava noutra coisa. Estava disposto a tudo para alcançar o sucesso. Resvalou para a possessão demoníaca: a fabricada pela sua formação religiosa. E deu no que deu.

Mas agora o meu pressentimento, a minha intuição e leitura mediúnica, conduz-me à imagem de que ele não foi inteiramente o culpado. E o Carlos pagou caro o seu erro... Já lá está... Já não sofre mais... Quem está agora a sofrer e continuará a sofrer é o Renato e os que lhe são queridos... Eu que tenho da morte um juízo de que esta não é o fim mas o princípio para uma nova reencarnação... a imagem da morte, só por si, não me amedronta... Não gostaria era de morrer de morte violenta... Ainda se não desse conta... Pois não me assusta a morte, quando essa companheira, de todas as horas e momentos, achar que é chegado o instante de partirmos, que o faça.... Mas ao menos seja de maneira a não me prolongar o sofrimento por muito tempo...

Nas três vezes em que parti sozinho para o mar, a bordo de um tronco escavado de madeira - orientando-me apenas com uma bússola e sem meios de comunicação -, eu tinha a consciência dos perigos que me esperavam. Contudo, por outro lado, também tinha a certeza de que, se uma tempestade ou uma vaga mais traiçoeira, me envolvesse e submergisse, que o meu afogamento e desaparecimento, seriam rápidos... Sim, não tenhamos medo da morte.... Respeitemos a vida e abracemo-la o melhor que pudermos.... e evitemos que, um dia, a liberdade nos seja cerceada... É pois dessa liberdade que agora o Renato está privado... E, se o crime que cometeu é horrível, a ausência de liberdade numa cadeia americana, onde a desumanização se equipara à brutalização, se acaso me dessem a escolher, entre a pena de norte e ali penar por longos anos, eu talvez preferisse não viver....

Oxalá os astros, a luz bendita das estrelas, reconduzam agora o Renato por bom caminho e o salvem de tão dura expiação....Que me desculpem, o Renato ou o Carlos, se já formulei juízos errados, a respeito dos seus comportamentos e do que aconteceu naquele trágico dia. Porém, a ambos, prometo envolvê-los nas minhas meditações e introspeções - sobretudo quando me deslocar à minha aldeia, na personagem de Luís de Raziell (pois eu, por vezes, também sou outro ou múltiplo nos pensamentos) e peregrinar à noite pelos meus penhascos...Vou juntar o meu pensamento a todas as orações que conduzam a uma pena mais leve, sim, porque dificilmente deixará de ser condenado.

6 comentários:

Anonymous disse...

Achei muito interessante o k li e partilho da sua opinião. O Renato matou, é um facto,mas esse comportamento tão brutal teve k ser desencadeado por alguma coisa. Não vejo o Renato, e tendo em conta as várias obs feitas pelo pessoal de Cantanhede, um serial killer ou um louco que mata por prazer e esses sim são os k estão na Rikers Island, tenho nele uma imagem de um rapaz k desenvolveu, agora, um probl. psicologico grave e k dele ainda não saiu, probl k estava adormecido e k foi acordado por algo. Lamento as circunstancias em k o Carlos Castro morreu, mas lamento tb as circunstancias em k o Renato se encontra. Espero que ele seja encaminhado para um hospital psiquiatrico, k aí cumpra a sua pena e k seja devidamente tratado. Este sim, deveria ser o seu destino.

Luis de Raziel disse...

Obrigado amigo pelo seu comentário. Pessoalmente fiquei muito chocado quanto tomei conhecimento do caso. Agora, depois de ter reflectido mais profundamente nele, tenho uma opinião completamente diferente: leia a postagem que editei hoje, onde explico o que penso de Carlos Castro e as razões pelas quais julgo que cavou a sua cova.

Anonymous disse...

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Ana Patricia disse...

É verdadeiramente interessante o que eu li.
Concordo planeamente e os comentários que aqui foram deixados são de pessoas que sabem ver as coisas como elas são e com clareza. São de pessoas com valor na vida, é pena é serem poucas, mas ainda existem.
Luis de Raziel - Eu pessoalmente ainda não li a postagem que editou, mas só a facto de saber que a sua opinião não é de todo criticar e julgar o Renato, pois este rapaz já se encontra a sofrer imenso, não precisa de mais criticas, mas sim de ajuda, e pelo que diz ao julgar saber as razões pelas quais Carlos Castro cavou a sua cova, já o apoio. É verdade que o Renato teve um comportamento bárbaro (brutal), como e referido pelo comentário do Anónimo, mas teve que ser desencadeado por alguma coisa, sempre foi a minha opinião desde que se soube do caso de Renato, mas muitas pessoas a criticam e até ofendem. Não sabem respeitar as diversas opiniões existentes.
Renato não é 100% culpado. Carlos também foi o responsável pelo que lhe aconteceu.
Renato encontrava se desorientado, sozinho e cansado. É um rapaz novo, não sabia bem no problema que se estava a meter ao ter aceite a proposta de Carlos, esse e que devia se ter dado ao respeito e não se ter envolvido com um rapaz da idade de ser seu neto.
Pelo que aprendi e sei, as pessoas mais velhas/idosas são como um livro de sabedoria, quanto mais velhas estão, mais experiências têm, mais sabem da vida, mais sabem lidar com ela.
Carlos devia por isso mesmo ter agido como tal, como uma pessoa com mais experiência e com sabedoria e não o oposto...
Eu dou muito valor as pessoas mais velhas e até gosto de aprender com elas, mas sempre respeitando-as, e eu ainda só tenho 23 anos.
Renato não merece ir parar a prisão, mas sim de um acompanhamento psiquiátrico, de ajuda permanentemente e de apoio a 100%. Ele devia estar cá junto da sua familia que tanto o Ama.
Temos que ser solidários para como Renato e a sua família.

Anonymous disse...

Concordo 200% e lamento a colagem à homossexualidade, com a qual concordo em absoluto. Não vou fazer comentários ao perfil e estilo do Sr. CC que todos conhecem, pelo menos o suficente. Espero que o Renato consiga comcentrar energias para refazer a vida, longe da ideias que foi formando, mas talvez próximo da verdade. Da sua verdade...
André Matos.

tania disse...

Ha muito tempo k nao leio na net palavras tao sabias.
Somente um mago, alguem com vasta sabedoria e uma espiritualidade tao presente para escrever essas palavras.
Apenas vejo pessoas sempre a xingar, injusticar e julgar como se fossem juizes.
Essas palavras sao sabias, e a justica deveria ler essa pagina antes de condenar esse miudo.