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quarta-feira, 11 de março de 2009

PROF.ADRIANO VASCO RODRIGUES - PRIMEIRO INVESTIGADOR A IR AO ENCONTRO DA DESCOBERTA DA HERANÇA DOS TEMPLOS DO SOL E DO VALE MARAVILHA - No seu estudo publicado em 1982, sobre a História Remota de Meda.

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A primeira referência do imponente megálito, que sugere a existência de um antigo culto solar e posto de observação astronómico, foi feita por Adriano Vasco Rodrigues, no seu estudo publicado em 1982, sobre a História Remota de Meda., de cuja investigação aqui transcrevemos, com a devida vénia, um pequeno excerto: “Também na freguesia de Chãs, que foi outrora anexa de Longroiva e agora pertence ao concelho de Vila Nova de Foz Côa, localizei, a curta distância da povoação, na Lapa de Nossa Senhora, no interior de um penedo com forma de crânio, um nicho contendo algo que parece a pintura de uma cabeleira humana”

“O penedo tem o seu assento sobre uma vasta superfície rochosa granítica. A face poente está desbastada como uma enorme testa. Na parte interior rasga-se uma abertura com cerca de um metro de diâmetro, que dá entrada para uma espaçosa câmara com o exterior por outra abertura rasgada na face ocidental.”

“No tecto desta câmara notam-se manchas avermelhadas de uma pintura de ferro parecendo resultarem de uma pintura destruída pela erosão produzida pela corrente de ar, estabelecida pelas duas entradas.”..



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O TESTEMUNHO DA PRESENÇA CULTURAL
DO HOMEM PRÉ-HISTÓRICO, NESTAS TERRA,
- POR ADRIANO VASCO RODRIGUES,

Natural de Longroiva e Professor na Universidade Portucalense, em Gaia, acedendo a um nosso pedido, amavelmente nos enviou uma breve resenha, a partir das suas pesquisas e das suas investigações, de quase uma vida dedicada à causa do património histórico e cultural destas terras e das suas gentes, e cujo texto, que muito nos honra e que muito lhe agradecemos, aqui transcrevemos:

.“O território delimitado pelos concelhos de Meda e de Vila Nova de Foz Côa é de comprovada antiguidade, oferecendo por vezes surpresas e imprevistos arqueológicos. Há mais de 50 anos que venho estudando a Pré-História desta região, tendo em 1956 encontrado testemunhos da presença do Homem do Paleolítico, num abrigo conhecido por Gruta do Cavalinho, onde estava representada a gravura de um cavalo. Esta gruta situa-se perto da Ribeira Teja, na freguesia do Poço do Canto, Meda. Outros testemunhos da arte paleolítica vieram juntar-se a este, principalmente no Vale do Côa e mais a norte do Douro e Vale do Sabor.


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Em 1957, tive oportunidade de estudar a fraga conhecida com o nome da Cabeleira de Nossa Senhora, que classifiquei como santuário pré-histórico, integrado cronologicamente na revolução neolítica। Pelas suas características sugere a existência de um culto ao crânio, característico, na Península Hispânica, da transição do Paleolítico para o Neolítico, segundo o Prof. Pericot. A identificação com uma entidade feminina, que sofreu consagração à Virgem Maria, acompanhada de lenda popular, sugere um culto inicial à Deusa Mãe, símbolo da fertilidade.

O início da agricultura está ligado ao culto da Deusa Mãe, privilegiando a germinação das plantas. Foi trazido do Médio Oriente para o Ocidente peninsular pelos primeiros povos agricultores.


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O início da agricultura está ligado ao culto da Deusa Mãe, privilegiando a germinação das plantas. Foi trazido do Médio Oriente para o Ocidente peninsular pelos primeiros povos agricultores.

Junto deste santuário localizei uma pequena cavidade em forma de concha, que poderá ter servido para recolha de sangue proveniente de sacrifícios. Em frente de uma das entradas do abrigo interior daquela fraga, havia uma pedra quadrangular, com 1,5 m. de lado, em forma de arco, que se adaptava perfeitamente, deixando uma abertura suficiente para permitir a entrada dos raios solares..


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O jornalista Jorge Trabulo Marques, natural das Chãs, do concelho de Vila Nova de Foz Côa, que meritoriamente tem pesquisado toda esta área, levantou o problema de se tratar de um calendário solar, tendo o homem pré-histórico aproveitando este monumento natural e adaptando-o, como se comprovou pela presença da pedra, que atrás referi। Esta hipótese não foi levantada despropositadamente, pois está comprovado por testemunhos de períodos coevos em que foram levantados calendários relacionados com a marcação de solstícios de Verão e de Inverno। O culto ao Sol é fundamental nas sociedades primitivas e o conhecimento do calendário das estações para poderem fazer as sementeiras। O culto à Deusa Mãe e ao Sol dos primeiros agricultores está relacionado।

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Também já num tempo pré-histórico mais próximo dos nossos dias, temos o exemplo de Stonehenge, convidando à observação do Sun rose e do summer solstice. Na Irlanda, o túmulo chamado New Grange, mostra uma abertura pela qual entra a luz solar no dia do solstício de Inverno percorrendo a câmara até à sua parede final.

Poderei citar muitos mais testemunhos da riqueza pré-histórica da região, os quais localizei através das minhas prospecções, entre eles, necrópoles, grutas, abrigos, castros e dos mais representativos a Estátua-menhir de Longroiva, representando um homem, possivelmente um caçador, acompanhado pelo mesmo equipamento do homem encontrado na geleira do Tirol, em Setembro de 1991, entre a Itália e a Suíça, conhecido por Ossi.







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