Jorge Luís de Raziel - Peregrino da Luz
Antes de usar as novas tecnologias, optava pela via epistolar .- Dirigi
cartas a várias personalidades, entre as quais a Jorge Nuno Pinto da Costa -
Não creio que as tenha lido - Foram sempre muito extensas e, por isso,
dificilmente as poderia ler.
Porém, como já tive oportunidade de referir, esse não era para mim o aspecto essencial: o importante é que eu as tenha escrito e dirigido - E mesmo que não lhas mandasse - como mais das vezes aconteceu - eu sentisse o natural apelo de escrevê-las. Este era, sem dúvida, para mim, o dado mais relevante
Jorge Luís de Raziel Dezembro, 19 de 2002
Vidente Vara de Deus
Exmo.Senhor
Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa
Presidente do Futebol Clube do Porto
Estimado e Mui Digno Presidente:
Espero tenha gostado das pedrinhas que lhe enviei na minha anterior carta,
tal como também estou confiante de que, através das mesmas, haja recebido as
vibrações mais positivas, por forma a alcançar os objectivos a que, tão
denodadamente, e com total entrega da sua própria vida, de há muito vem
prosseguindo, em prol do Futebol Clube do Porto.
Sobre a espantosa descoberta que lhe anunciei ( de um magnífico templo
(...) que descobri num ermo da minha aldeia, e cujas fotos tive o prazer de
lhas enviar, contrariamente ao que lhe prometi, ainda não é desta vez que lhe
vou revelar mais pormenores, mas um pouca lá mais para diante, e ainda antes da
Primavera, pelas razões que então lhe explicarei.
V.Exa é a primeira personalidade a quem eu faço uma tal revelação. Às outras ,
a quem tenciono também transmitir-lhe a boa nova, por enquanto, essas, nem
sequer imaginam - terão que aguardar.
Como terá verificado, tenho-lhe escrito sempre sob pseudónimo, sob o mais
completo anonimato, nunca publicamente, pois entendo que só assim, deste modo
discreto, em completo segredo, poderei corresponder a um profundo e instintivo
apelo ou místico condão, a que sou impelido a pronunciar-me, reconhecendo
emergir de um outro tipo de personalidade, que me habita, que não aquele pelo
qual sou conhecido, e até em actividade pública. Pois tenho receio de que, a
não ser assim, l se me quebre, porventura, um certo pendor, ao brilho do qual
tenho sentido a presença de Deus, e sido impelido( iluminado) a escrever laudas
e laudas, no meu computador, que vou guardando, em silêncio, na sua quase
totalidade.. Porém, e como preciso de alguém a quem me dirigir(mas alguém muito
especial), nesta minha comunhão com Deus e certos espíritos superiores, sim, e
a alguém cujo nome ou figura me ocorra, geralmente faço-o sempre de forma
epistolar, escrevendo espontaneamente, sem fim à vista, pelo que, a bem dizer,
nunca sei antecipadamente, como começo e onde termino.
Já por três vezes tive o prazer de o fotografar: duas das quais na presença
de um batalhão de fotógrafos no Estádio Jamor, para aonde me desloquei
expressamente, não só para fotografar a equipa do Futebol Clube do Porto, mas
também para a livrar de eventuais quebrantos - Sim, por isso, nessas duas
vezes, me plantei junto a uma das balizas, no interior do estádio, socorrendo-me
do poder anímico e cabalístico de dois fascinantes goguinhos, trazidos
expressamente de ermos lugares, abençoados, da minha aldeia, para com eles
poder erradicar possíveis maus olhados e qualquer tipo de enguiçada, ao bom
desempenho da nossa briosa equipa, do Futebol Clube do Porto.
Na outra oportunidade em que o fotografei, foi num conhecido restaurante,
algures na área do grande Porto, onde jantava com pessoas amigas, visivelmente
bem disposto, quando, inesperadamente, umas simpáticas fãs do brioso Clube,
irrompendo de suas cadeiras, não resistiram à tentação de ir cumprimentar e
pedir um autógrafo ao seu querido Presidente - Essas fotos, embora bonitas pela
sua espontaneidade, e beleza dos rostos que se juntavam ao correspondido
sorriso, não lhas mandei, na altura, por recear que me viesse a reconhecer,
pois o único fotógrafo que ali estava era eu, e eu calculo que o Sr.
Presidente, seja uma pessoa de boa memória visual. - Por isso, embora me tendo
visto ali, a fotografá-lo, presumo que nem sequer pôde imaginar que, quem ali
estava, era também para, uma vez mais, e enquanto médium, desejar-lhe muita
saúde, muita coragem, longa vida e muita sorte no seu combate!
Aliás, são os mesmos votos, que, uma vez mais, gostaria de lhe expressar,
certo de que um novo ano, aí está!!.... Pleno de confiança para um Presidente,
cauteloso e previdente, mas ao mesmo tempo, sem descurar do horizonte os
inevitáveis imprevistos, riscos e incertezas. Claro que, havendo determinação,
e clarividente visão de propósitos, tudo é possível de alcançar... Até o cume
das montanhas mais altas da cordilheira do Himalaia, é escalável!
De certo, já reconheceu que, os adversários mais directos do Futebol Clube do
Porto, pelos vistos, têm vindo a denotar enormes fragilidades e fraquezas,
muito aquém dos ânimos e do estado de espírito que animam as hostes da briosa
equipa, que, por mérito próprio, ocupa já o lugar cimeiro na tabela do
campeonato - E, digo-lhe, essa tão badalada contratação do espanhol para o Benfica, está
ferida de morte, quase à nascença, pois vai redundar noutro fiasco - Isto porque, embora
esse treinador tenha os seus méritos, ele, naquela casa, não se vai safar.
Porém, nada de foguetes, antes da festa, muito cuidado, com a enguiçada e
outros tentáculos, excessivamente terrenos, e muito bem organizados, que se
movem sub-repticiamente, como ouriços cacheiros, mas com pérfida eficácia, pelo
que, em meu entender, a restante fase do campeonato, infelizmente, vai ser
recheada de casos, ciladas, lesões, conluios e más arbitragens, em detrimento
do bom futebol - ou, antes, do engenho, da arte e do empenho dos atletas.
Mas será que, Deus, dorme?!...Estou em crer que não... Sim, vejo: Vejo, sob um
céu muito claro e luminoso, um extenso mar azul a perder-se-me de vista,
perdendo-se até a um infinito de um claro e esbatido horizonte, no entanto,
para cá daquela fímbria e esbatida linha, vejo também o recorte de uma linda
praia orlada de brilhante e branca espuma, em que a luz do sol se reflecte em
oiro e prata pelo dourado e branco areal, sorrindo em mil sorrisos com as
tranquilas e luzidias ondas! - E, no alto de uma pequena ilha, em frente, a
escassas milhas, e onde há um singular farol, vejo também, juntinho a esse
marítimo farol, duas maravilhosas ninfas, loucas de alegria, abrindo os braços
ao vento, ébrias de enlevo, e, por vezes, até ensaiando alguns pequenos passos
de etérea dança, ao som de um vago rumor que vem dos confins do oceano, vagido
místico e celestial, pelo que, assim, alegres e muito contentes, vão erguendo,
ao mesmo tempo, numa das mãos, alvacenta taça de um precioso néctar, que ora
bebem, ora erguem em honra aos céus! E cantam, cantam belos hinos! e até, às
vezes, pousando a sua taça, agitam bandeiras azuis e brancas, e, com a concha
das suas delicadas mãos, gritam hosanas a Deus! - Eis o meu sonho, que tive,
recentemente, e que lhe venho descrever, quase em vésperas de festejar mais um
aniversário - O qual espero, e desejo, seja passado com muita alegria, e também
vivido com a graça de um feliz Natal.
Um dia conto falar-lhe do seu signo, que, embora, sob o ponto de vista e a
leitura da actual astrologia, seja considerado como estando no primeiro
decanato da constelação de Capricórnio, tal era há 2OOO anos, que foi quando
nasceu a astrologia; agora já é mais influenciado pela de Aquário, uma vez que,
devido a um certo atraso no movimento aparente do sol, ao fim de 2160 anos,
passa a ser influenciado pela constelação seguinte. Mas, como, na actualidade,
o estudo tem sido feito, imaginando que, em Aquário, se esteja perante
Capricórnio, no fundo, o estudo vem dar ao mesmo - Mas, em parte, não será bem
assim. - Este assunto, ficará, pois, para outra oportunidade.
Jorge Luís de Raziel
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Por Luis de Raziel
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