A flor da amendoeira perfumada, branca e rosa, quando lavrada de costas vergadas à rabiça do arado, puxado pelo burro ou macho, ainda fica mais formosa, embleza o campo, a vila e aldeia! Inebria namorados e poetas do concelho de Foz Côa e Mêda e faz dar saltos e voos às aves e a qualquer passeante ou feiticeira. Assim o diz a poesia de Manuel Daniel e Orlando Marçal, ambos falecidos - Dois belos exemplos poéticos, entre outros, por estas terras nascidos e crescidos
A UMA AMENDOEIRA
Porque hás-de ser teimosa, amendoeira, cobrindo-te de flores, de branco e rosa, se a nada nos conduz tanta canseira? Vale a pena insistir e ser teimosa?!
Vê bem… O lavrador, desesperado, não tem compensação para os produtos, e já não te dá mais o seu cuidado, nem retira dos ramos os seus frutos.
Pelos vistos, não tens qualquer valia. P´la amêndoa que nos dás ninguém dá nada. Se eu fosse a ti, para o ano nem floria… Ficava muda, queda e ensimesmada…
E só tal não faria , se um sinal nos desse alguma esperança renascida que fizesse alegrar o amendoal e te desse razões para estares florida.
- Extraído do Livro A PORTA DO LABIRINTO Um livro de “poemas, textos e teatro” De Manuel Daniel
SOMBRA MARAVILHOSA
Floriu no meu pomar essa linda amendoeira, plantada por meus pais há duas dúzias d'anos, ao pé da qual verti a lágrima primeira de vida amargurada em tristes desenganos...
Fica ao fundo do orto, à sombra dum lilás, que desabrocha agora em pétalas radiosas, onde já desfiei nos tempos de rapaz meus segredos cantantes, como qu'esparsas rosas.
Uma viçosa planta de verde engalanada, onde, li fina flor de imaculados linhos, quero sentir, febril, haustos de namorada, envolto em sol doirado e musica de ninhos.
E´ meu altar sagrado, um níveo bem-me-quer, estrela d'alva e gula em pedregosos trilhos, onde ei-de acalentar lindos sonhos, mulher, acarinhando em luz nossos pequenos filhos.
Soluços derramados por ilusão e dor fui depô-los bem perto, esfolhando-os pelo ar; ha-de aí reflorir nosso profundo amor, quando vieres, enfim, iluminar meu lar.
Filhas, quando as tiver, eí-de bordar pra elas o que outrora, feliz, arrancava à minh'alma, sob a paz da paisagem e o fulgor das estrelas, cheio de graça e fé, d'encantadora calma.
Ei-de cantar meus simples versos peregrinos, a reacender dar-orna e de terna saudade, ensinando enlevado a esses florões divinos tudo quanto criei na minha mocidade.
Nossos filhos ditosos! outros lírios em flor, a aquecer a existência como um sol d'alvorada, prenderão com mais febre o imorredouro amor que sinto em nosso peito, oh mulher adorada!
Filhos! lindos miosostia d'olor inebriante, gotas puras d'orvalho a sanar uma ferida, arminho doce e bom em caricia constante, orgulho cordial vibrando em nossa vida ;
alva luz do luar, belos contos de fada, frescos e botões em flor do nosso beijo o fruto… não demores teu passo, oh mulher encantada, de 'corpo altivo e nobre e tranças cor de luto.
Tua alma imaculada, como aurora de neve, em seus transportes castos de paixão e candura, espelha-se em meu intimo, a tremer, ao de leve em ósculos d'amor da meiguice mais pura.
Que tristeza não houve em desditosas eras de sofrimento amargo e de lutas magoadas, hoje na dentro de nós risonhas primaveras, recendentes de brilho e rosas perfumadas.
Outrora, à ténue mancha desta planta em flor, esforçava o olhar por descobrir a senda, onde havia nascer o teu divino amor, de santa de balada ou rainha de lenda.
Vestidinha de branco indo para um noivado, Semelha aconselhar adoração, constância, tanto aceita por nós esse tronco sagrado, nívea pomba da pz, farol da minha infância.
Estrela salvadora e confidente irmã, bem-dita sejas sempre, oh arvore florida, que vou saudar alegre, ao romper da manhã, sombra do meu vergel, sonho da minha vida!
Registos do meu arquivo de repóter - Nos principais estádios de Futebol
Jorge Nuno de Lima Pinto daCosta - Deixou a vida o
dirigente do futebol português mais titulado do mundo - Em registos de um
repórter na inauguração Estádio do Dragão e outros - Foi ele que deu os maiores
títulos ao FCP e o grande arranque a José Mourinho, a quem ofereci um amuleto
dos Templos do Sol. Foi resistindo às insídias e provocações do truculento e
falsário André Villas-Boas, agora arvorado em santinho, criticando o silêncio
dos rivais Benfica e Sporting mas faltaram-lhe as forças para vencer o cancro
na próstata, que o fez partir a caminho da eternidade, no passado sábado dia
16, aos 87 anos- Pelos vistos, assim estava escrito nas leis inexoráveis do
destino
Foi o 31.º Presidente do Futebol Clube do Porto, cargo que ocupou durante 42
anos, entre 1982 e 2024. E o dirigente desportivo mais titulado do mundo.. Como
repórter e observador atento, não posso deixar de reconhecer a Pinto da Costa,
grande mérito em prol do futebol português e do seu clube
José Mourinho, creio, que jamais esquecerá o quanto lhe deve este clube - e,
por sua vez, ele é já uma legenda que o Dragão jamais olvidará Só que, a
gratidão, em futebol nem sempre rola como a bola. Também é à cabeceada.
Estive a fazer a reportagem no dia da inauguração do
Dragão, com o Barcelona, onde os fotografei ao lado um do outro, já que, Pinto
da Costa, gostava também de estar perto do relvado e dos jogadores.
Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa, o presidente mais titulado da história do
futebol. que, em Abril do ano passado, somava, 2.585 troféus, 23 títulos de
campeão nacional, 15 mandatos depois. nasceu no dia 28 de dezembro de 1937 na
freguesia da Cedofeita, Porto e morreu a 15 de fevereiro de 2025, na mesma
cidade, aos 87 anos. Deixou muitos amigos. Inimigos também.
Estudou no Colégio de Jesuítas das Caldas da Saúde, mas abandonou os estudos
após concluir o sétimo ano liceal. Desde cedo ligado ao desporto, ainda jogou
pelo Infesta, mas sem grande sucesso.
ANDRÉ VILLAS BOAS - A lata deste malabarista que abandonou o FCP, a meio de uma
temporada atraído pelos milhões de um oligarca russo, em 2011
Critica o silêncio dos rivais Benfica e Sporting desde sábado face à morte de
Pinto da Costa, ex-presidente do FC Porto, foi criticado no domingo pelo líder
dos 'dragões', André Villas-Boas, no regresso da equipa de futebol do Algarve.
ATÉ QUE PONTO VAI O DESPORTIVISMO DESTA LINGUA VIPERINA COM OUTRO MALABARISTA
ARMADO EM MILAGREIRO - Acusado de pagar ao ‘Dr. Milagres’ para não tratar
jogadores do Benfica
Foi noticia de que "o fisioterapeuta brasileiro Eduardo Santos recusa-se a
tratar jogadores do Benfica, apurou o Mais Sport.
Esta decisão do 'Dr. Milagres', assim apelidado pela rapidez e eficácia com que
trata lesões complicadas, foi tomada desde os tempos em que trabalhou com o
antigo técnico portista André Villas-Boas no Zenit e no Shanghai SIPG.
2019- Eduardo Santos, um conhecido fisioterapeuta que se notabilizou no
tratamento rápido e eficaz de lesões complicadas, o que lhe valeu o epíteto de
‘Dr. Milagres - . Aos 40 anos, o mineiro de Belo Horizonte tem André
Villas-Boas como fã e tornou-se uma das referências da fisioterapia esportiva.
Antes de mudar-se para o clube chinês, o Doutor Milagre, como é conhecido,
somou passagens por Vitesse, da Holanda, e Zenit, da Rússia. https://footure.com.br/quem-e-doutor-milagre-o-brasileiro-que-recupera-jogadores-em-tempo-recorde/
O QUE ELE OUSOU DIZER DE PINTO DA COSTA .André Villas-Boas:
Últimos anos da direção de Pinto da Costa provocaram a “ruína financeira” do FC
Porto, acusa André Villas-Boas
.André Villas-Boas acusa Pinto da Costa de ter escondido, propositadamente, a
verdade sobre a multa da UEFA aplicada ao FC do Porto. .Agora, com os
sucessivos falhanços, mesmo apoiado por arbitragens duvidosas, nem por isso tem
ido longe. E, creio, que dificilmente o conseguirá, em troca da sua língua
viperina.
ADORA CORRER ATRÁS DOS MILHÕES André Villas-Boas
abandona o Porto para treinar o Chelsea. O Chelsea não abordou o FC Porto sobre
André Villas-Boas e para o treinador sair das Antas (...) O facto de os
ingleses terem abordado diretamente o treinador português sem darem
conhecimento ao FC Porto das suas intenções, abriu as hostilidades no Dragão à
abordagem do Chelsea.
2008 - Minhas cartas há 17 anos a JORGE NUNO PINTO DA COSTA . sob o pseudónimo de Jorge Luis de Raziell - Peregrino da Luz Antes de usar as novas tecnologias, optava pela via epistolar .- Dirigi cartas a várias personalidades, entre as quais a Jorge Nuno Pinto da Costa - Não creio que as tenha lido - Foram sempre muito extensas e, por isso, dificilmente as poderia ler.
Tal como é reconhecido, Carlos Paredes é um dos mais importantes e influentes músicos portugueses do século XX. Criador de um repertório original que levou ao mais alto nível as possibilidades expressivas da guitarra portuguesa, Carlos Paredes influenciou distintas gerações de músicos nacionais e internacionais, contribuindo para a popularização deste instrumento junto de vastas audiências. O seu legado, pleno de memória e modernidade, ocupa um lugar central no nosso património cultural.
O centenário do nascimento de Carlos Portugueses, é assinalado com vários espectáculos em Portugal e no estrageiro, com início neste mês de fevereiro, envolvendo concertos, festivais, conferências, exposições, edições de livros e discos -Nomeadamente na Aula Magna da Universidade de Lisboa, no dia 16 de fevereiro de 2025, às 18h e integra o programa Música na Universidade de Lisboa.E em Coimbra, sua cidade natal. com dois concertos de homenagem no Convento São Francisco, a 15 e 16 de fevereiro.
No sábado, o concerto “100Paredes” tem lugar no grande auditório, às 21h30, com Bruno Costa, acompanhado com coro e orquestra comunitária, com mais de 200 intervenientes. No domingo, as guitarras de Ben Chasny e de Norberto Lobo, com roupagem “Six Organs of Admittance & Norberto Lobo”, vão subir ao palco na Sala D. Afonso Henriques, às 18h00
Texto, entrevista e fotos (exceto as de Carlos Paredes) de Jorge Trabulo Marques - Jornalista - O Virtuoso da Guitarra Portuguesa - Uma entre outras das grandes figuras nacionais,que faz parte das minhas memórias, que eu tive a honra e o prazer de entrevistar C
Carlos Paredes – Entrevista 1987 – “Não sou um homem da noite… Eu não toco para ganhar a vida… Toco quando sinto vontade de tocar!... Quando isso me dá prazer!...
Entrevista, com Carlos Paredes, que eu fiz para a RDP – Rádio Comercial, ocorreu em 1987, no ano em que ele foi distinguido pela RDP, Antena 1. pelo seu álbum “Espelho de Som” – Naquela atura, ainda tinha à sua frente, mais 17 anos de vida – Pois, nasceu em Coimbra, 16 de Fevereiro de 1925 e faleceu em Lisboa, 23 de Julho de 2004
Na verdade, falar da guitarra portuguesa é associá-la ao virtuosismo de Carlos Paredes – Considerado “um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade daguitarra portuguesa e grande compositorCarlos Paredes é um guitarrista que para além dasinfluências dos seus antepassados- pai, avô, e tio, tendo sido o pai,Artur Paredes, o grande mestre da guitarra de Coimbra - mantém um estilocoimbrão, a suaguitarraé de Coimbra, e própriaafinaçãoera doFado de Coimbra. A sua vida em Lisboa marcou-o e inspirou-lhe muitos dos seus temas e composições. Ficou conhecido comoO mestre da guitarra portuguesaouO homem dos mil dedos
“Eu não toco para ganhar a vida… Toco quando sinto vontade de tocar!... Quando isso me dá prazer!...” – Declarou-me, em entrevista, da qual pude recuperar (do meu arquivo) algumas passagens, que tenho a honra e o prazer de aqui recordar, como singela homenagem à sua memória.
JTM – Carlos Paredes, é distinguido pela RDP, Antena 1, pelo seu trabalho. “Espelho de sons”, como ponto mais alto da sua carreira – O prémio reflete, realmente, o momento mais alto da sua carreira, até hoje, ou houve, de facto, outros trabalhos que lhe deram muito prazer?
Carlos Paredes- Sim, fiz outros trabalhos que me deram prazer mas a guitarra é um instrumento que está em constante evolução; de maneira que amanhã, não será o que é hoje. O próprio instrumento, em si, vai sugerindo ideias novas.
JTM - A sua busca, parte de pequenas coisas: especialmente da nossa cidade: a cidade de Lisboa, é um motivo de inspiração?
Carlos Paredes - Sim. As cidades, para um músico popular, são sempre um dos motivos fundamentais de inspiração… Normalmente, a guitarra portuguesa, chamada guitarra inglesa, outrora, no século X VIII, é um instrumento ligado à vida urbana .Em Portugal, há um estilo de guitarra, que foi inspirado na cidade de Lisboa, como há um outro estilo que foi inspirado na cidade de Coimbra.
JTM – E a sua guitarra, é sobretudo…
Carlos Paredes – Embora eu tenha nascido em Coimbra e embora a minha escola seja a do meu pai, que foi um dos criadores da chamada Escola de Coimbra da guitarra portuguesa -, apesar disso, eu, que vivi a minha infância aqui em Lisboa, sinto-me mais atraído pelos motivos lisboetas
JTM - E os motivos?... Os bairros!....A nossa gente!..
Carlos Paredes – Sobretudo, as pessoas, o movimento das ruas!... E a presença do Tejo!,,, Como em Coimbra, a presença do Mondego!... Como em Paris, a presença do Sena!... São também motivos de inspiração.
JTM – Carlos Paredes é mais um homem da noite! … ou do dia!... Quais os momentos de maior inspiração?..
Carlos Paredes – Não sou um homem da noite: o chamado homem da noite, corresponde a uma modo de vida que obriga a estará acordado de noite… É o caso dos atores; dos artistas de casas noturnas: eu não sou propriamente isso; eu sou um cidadão, funcionário público!... Faço a minha vida no emprego!
JTM – Mas, tocar: gosta mais de tocar à noite ou…
Carlos Paredes – Não. Isso depende muito… Eu não toco para ganhar a vida… Toco quando sinto vontade de tocar!... Quando isso me dá prazer!... E, nesse caso, eu não tenho que escolher horas…
JTM – As horas do dia não o influenciam…
Carlos Paredes – Quer dizer: o dia dá à cidade uma fisionomia, a noite dá-lhe outra…De maneira, que, certamente à noite, nós encontramos sugestões diferentes das que encontramos durante o dia… Mas, de uma maneira geral, no meu caso, não obedece a uma escolha determinada…
JTM - É, digamos, mais um trabalho baseado na espontaneidade!...
Carlos Paredes – Sim, pela espontaneidade… Vai-se fazendo música…
Carlos Paredes, tinha em preparação um novo álbum – que só, em 1989, dois anos depois, acabaria por ser editado – Quando o entrevistei, ainda não tinha nome mas viria a chamar-se “Asas sobre o Mundo”
JTM – O seu próximo trabalho, naturalmente que o tem em preparação?..
Carlos Paredes- Sim, está em preparação… Espero no principio do ano, ter um novo disco, cá fora,,
JTM – Como é que vai chamar-se o novo disco?
Carlos Paredes: Ainda não escolhi o título!.. Ainda não escolhi o título…
JTM – Primeiro faz o trabalho e depois….
Carlos Paredes… Sim… estou a reunir as músicas até conseguir um motivo que consiga ligar todos esses motivos
“Filho do famoso compositor e guitarrista, mestreArtur Paredes, neto e bisneto de guitarristas,Gonçalo Paredese António Paredes começou a estudar guitarra portuguesa aos quatro anos com o seu pai, embora a mãe preferisse que o filho se dedicasse ao piano; frequenta o Liceu Passos Manuel, começando também a ter aulas de violino na Academia dos Amadores de Música Na sua última entrevista, recorda: "Em pequeno, a minha mãe, coitadita, arranjou-me duas professoras de violino e piano Eram senhoras muito cultas a quem devo a cultura musical que tenho".
Em 1934, a família muda-se para Lisboa, o pai era funcionário do BNU e vem transferido para a capital. Abandona a aprendizagem do violino para se dedicar, sob a orientação do pai, completamente à guitarra. Carlos Paredes fala com saudades desses tempos: "Neste anos, creio que inventei muita coisa. Criei uma forma de tocar muito própria que é diferente da do meu pai e do meu avô".
Carlos Paredes inicia em 1949 uma colaboração regular num programa de Artur Paredes na Emissora Nacional e termina os estudos secundários num colégio particular. Não chega a concluir o curso liceal e inscreve-se nas aulas de canto da Juventude Musical Portuguesa, tornando-se, em 1949, funcionário administrativo do Hospital de S. José Em 1958, é preso pelaPIDEpor fazer oposição aSalazar, é acusado de pertencer aoPartido Comunista Português, do qual era de facto militante, sendo libertado no final de 1959 e expulso da função pública, na sequência de julgamento. Durante este tempo andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música, o que levou os companheiros de prisão a pensar que estaria louco - de facto, o que ele estava a fazer, era compor músicas, na sua cabeça. Quando voltou para o local onde trabalhava no Hospital, uma das ex-colegas, Rosa Semião, recorda-se da mágoa do guitarrista devido à denúncia de que foi alvo: «Para ele foi uma traição, ter sido denunciado por um colega de trabalho do hospital. E contudo, mais tarde, ao cruzar-se com um dos homens que o denunciou, não deixou de o cumprimentar, revelando uma enorme capacidade de perdoar!» – Excerto de Carlos Paredes – Wikipédia
Carlos Paredes casou por duas vezes, a primeira com Ana Maria Napoleăo Franco Paredes, em 1960, e a segunda com Cecília de Melo.
Carlos Paredes nunca rejeitou a influência que recebeu, tanto da música popular portuguesa como do próprio fado de Coimbra. A renovação e reinvenção da sonoridade da guitarra portuguesa que fez, resultou duma geração de 60 revitalizada por novos conceitos sócio-culturais, onde floresciam as vozes de José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Luiz Goes e António Bernardino, bem como a poesia de Manuel Alegre, a guitarra de António Portugal e as violas de Rui Pato e Luis Filipe, em suma, toda uma geraçăo coimbrã que, preservando a riqueza etnomusical que a antecedia, revolucionou a guitarra por dentro e cantou valores que a projectariam inevitavelmente no futuro.Museu do Fado - Personalidades - Carlos Paredes
Vem aía tradicional festa da flor da amendoeira , um dos mais concorridos eventos, da região duriense, que antecipa o anúncio da Primavera- O concelho de Foz Côa, é um caso singular nas chamadas terras quentes do Douro, pelo que, por esta altura, já muitas das colinas e ladeiras, se cobrem com as suas maravilhosa manchas brancas e cor-de-rosa, como se manchas de uma neve irreal mas perfumada, se tratasse. . Deseja-se é que o tempo, que, ultimamente tem andado bastante instável, não venha a perburar a sua floração.
Sim, a tradicional festa da amendoeiras em flor, que antecede a entrada da Primavera, decorre de 14 de fevereiro a 2 de março e é de facto o periodo que geralmente promete fazer esquecer os rigores do inverno e nos anuncia dias floridos primaveris, num dos concelhos do distrito da Guarda, já conhecido pela capital de dois Patrimónios da Humanidade e dos espaços das terras quentes do Côa e do Douro.
O programa do certame, que culmina com o Desfile Etnográfico Alegórico nas principais ruas e avenidas da cidade de V. Nova de Foz Côa, ao som da banda filarmómica de Freixo de Numão, uma das raras bandas da região, com participações das 17 freguesias do concelho.
promete apresentar um cartaz cultural diversificado, com as olimpíadas Inter-freguesias da Partida da amêndoa, assim como eventos de animação musical variados.
Durante três fins de semana, V. N. de Foz Côa, vai ser pintada de rosa e branco com mais uma edição da Festa da Amendoeira em Flor.
Detentora de 2 patrimónios da Humanidade, situada na sub-região do Douro, pertencendo à região do Norte e ao distrito da Guarda, todas as suas freguesias , que abrangem uma área de 398,2 km2, Amendra, Castelo Melhor, Cedovim, Chãs, Custóias, Freixo de Numão, Horta, Mós, Murça, Muxagata, Numão, Santa Comba, Santo Amaro, Sebadelhe, Seixas, Touça, a Festa da Amendoeira em Flor avançam para a quadragésima segunda edição, juntando o tradicional ao inovador, procurando desta forma captar diferentes públicos.
Foz Côa, que, na quase generalidade dos dias do ano, mais lembra uma pacata vila do interior, sim, onde a desertificação avança inexoravelmente, a passos largos, tal como outros concelhos do interior, sim, à semelhança do triste fadário que ameaça o chamado país profundo, dir-se-ia, que, em dias festivos, particularmente nestes próximos fins-de-semana, faz jus ao estatuto de cidade - Depois, só lá para o mês de Agosto, é que as ruas poderão voltar a conhecer tão desusado movimento e alegria.
O concelho de Vila Nova de Foz Côa, capital da amendoeira em flor, situa-se numa zona de grande interesse arqueológico, onde já foram descobertos e classificados cerca de 195 sítios de importante valor patrimonial. Tais como castelos, castros, igrejas, capelas, pelourinhos, solares, pontes e estradas romanas, que nos revelam a passagem dos vários povos que aqui habitaram e escreveram a história durante séculos.
Porque hás-de ser teimosa, amendoeira, cobrindo-te de flores, de branco e rosa, se a nada nos conduz tanta canseira?
Vale a pena insistir e ser teimosa?!
Vê bem… O lavrador, desesperado, não tem compensação para os produtos, e já não te dá mais o seu cuidado, nem retira dos ramos os seus frutos. Pelos vistos, não tens qualquer valia. P´la amêndoa que nos dás ninguém dá nada. Se eu fosse a ti, para o ano nem floria… Ficava muda, queda e ensimesmada… E só tal não faria , se um sinal nos desse alguma esperança renascida que fizesse alegrar o amendoal e te desse razões para estares florida.
- Extraído do Livro A PORTA DO LABIRINTO Um livro de “poemas, textos e teatro” De Manuel Daniel