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sexta-feira, 19 de julho de 2024

Os pastores do Maciço dos Tambores –Chãs- Foz Côa - Os maiores sábios da Natureza desde a pré-história. Mas de todos os pontos onde eles sempre existiram - Vidas de sacrifício esquecida



Fui ajudante de pastor dos 7 aos 9 anos menino escravo ao 12, como marçano nas mercearias de Lisboa, em 1957 e, por isso, cedo aprendi a sobreviver. Primeiro, com as lições dos antigos pastores, os primitivos sábios da sobrevivência humana e da pastorícia, depois com os caixotes das compras a subir e descer as velhas escadas de serviços dos prédios da capital.
Aqui recordo o Pastor Miguel e o seu Filho – Ambos falecidos apascentar os seus rebanhos. O pai faleceu no meio do rebanho das ovelhas na Quinta da Barca, sobranceira à margem esquerda do Rio Côa, o filho apareceu afogado num poço da Quinta da Torrinha. Meu abraço amigo de saudade. Resta o José Júlio –. Agora, devido à idade, com o rebanho, mais reduzido, mas nem por isso inteiramente devotado à alimentação e criação das suas ovelhinhas, em qualquer dia do ano, chuva ou faça sol.

Tal como é reconhecido. apascentar um rebanho, não é só saber levá-las aos pastos, mas também ensinar a selecionar o alimento e a melhor maneira de absorver seus nutrientes. Apascentar é cuidar da saúde do rebanho, protegendo-o e, se necessário, disciplinando as ovelhas rebeldes, como fator de preservação da integridade e unidade de todo o rebanho.
No tempo de Jeremias, havia pastores que aterrorizavam o rebanho com filosofias e conceitos estranhos (Jer. 23:1-8). Não é esse pastorado que mais se deseja pelos bons pastores. Mas que saibam conduzir os seus fiéis, com sabedoria, dedicação, generosidade e inteligência e não se atemorizam com fictícias doutrinas, repressivas e castradoras, que, ao invés de nos aproximarem de uma vida pacifica e harmoniosa, pelo contrário, incentivam ao ódio e à agressividade.



"O sábio, por empirismo ou por perceção superior, tenta reconhecer as zonas onde o espírito reina e procura fixar-se nelas.
Por oposição, sabe evitar os pontos de agressividade, os locais malditos, onde nunca se poderá estabelecer um equilíbrio benéfico - Defende Robert Charroux
Frisando que "a Terra suportou, durante muito tempo, a brutalidade animal, furiosa, e a injustiça dos homens, que, não contentes de a torturar , voltaram-na ao desprezo, abandonaram o seu culto e puseram-se adorar falsos deuses.

A Terra inteira é um imenso e complexo organismo provido de centros onde se deve acumular uma imensa inteligência-energia que, até agora, só os empiristas conseguiram desvendar.
Como qualquer organismo, tem uma matriz - o mar - , um ventre - o solo -, um sistema nervoso - o circulo das correntes telúricas - ,e possivelmente tem também zonas para a sua cabeça e coração - justamente onde as civilizações desabrocham e os melhores instintos humanos se expandem" .
Há no Globo sítios onde a Natureza do solo fala, pensa e cura, e há outros sítios onde a mesma Natureza é hostil e muda, esconde os seus segredos e é avara da sua irradiação benéfica.



 Aquele que não acredita na Inteligência da Natureza e das coisas, aquele que não acredita na linguagem das pedras, da madeira e da água, é um ser matéria limitado nas suas perceções e em toda a sua sensibilidade superior; está irremediavelmente condenado a ser um estranho" - Palavras do Passado Misterioso.

Fui ajudante de pastor – pastorinho dos 7 aos 9 anos - , na Quinta do Muro, antigo castro, sobranceira ao vale da Ribeira Centeeira, que se ergue numa das vertentes do maciço dos tambores, onde os meu pai era caseiro. Com o pastor, José Rebaldo aprendi a guardar o gado pelos ribeiros e penhascos do Castelo Velho, Cova da Moira, Curral da Pedra, Quebradas, Pedra da Cabeleira de Nº Srª , Piscos e Pinhal da Raposa e Vale Cheinho.
Ao chegar com a marmita do almoço, enquanto ele comia, sentado numa fraga, eu tinha que assegurar, com os seus cães, a guarda do rebanho. Não me esqueço dessas subidas e descidas íngremes, bem como as imagens que fazia de barro imitando a de Nª Srª de Fátima para depois me pôr a rezar ajoelhado, confiante de que também poderia ser prendado pelo mesmo milagre dos três pastorinhos. Seja como for, é bom ter sempre uma devoção, seja qual for, conquanto nos aproxime da sublimidade da Inteligência Universal.
A partir de meados dos ano 90, minha vida passou ser conduzida na qualidade peregrino da luz . Desenganado pelos médicos de que tinha me preparar para a outra vida, tendo chegado até a ser cobaia de estudo da medicina, voltei aos penhascos que, a bem dizer, me viram nascer e crescer, peregrinando por lá, em dias e noites, até, que, talvez por graça divina ou felizes acasos do destino, viesse a descobrir, que, a par dos importantes achados arqueológicos, que por ali abundam, pudesse vir a saber que, afinal, os homens do neolítico e calcolítico, além de terem escolhido os seus penhascos para se abrigarem, guardarem os seus rebanhos, bem como fertilíssimo vale sobranceiro para pescarem e colherem os seus frutos, também por ali haviam erguido (ou então recuperado) majestosos calendários solares, alinhados com o nascer-do-sol ou do pôr-do-sol do primeiro dias da cada estação do ano.

Também, jamais me esquecerei, no dia em que o irmão do Sr. António Baltazar, natural de Santa Comba, casado na minha aldeia, foi gravemente ferido, com uma pedra que lhe caiu nas pernas, numa das encostas do Castelo Velho, quando al exploravam o volfrâmio numa das minas. Foi conduzido, a sangrar, numa padiola até à Quinta da Veiga pelos companheiros, para ver se dali o levavam de carro até ao hospital de Foz Côa. Recusaram fazê-lo, com o pretexto de que ia sujar o carro. Cederam-lhe um mancho, mas , quando lá chegou, já estava morto

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