A igreja, que inicialmente também manteve as suas reservas, viria aceitar progressivamente o fenómeno e a dar-lhe visibilidade, sobretudo a partir da implantação do chamado Estado Novo, que o interpretou como uma boa entrada de divisas e de promoção nacional.
Todavia, hoje, depois de muita reflexão, sou levado a extrair também outra conclusão. A compreender, que, quem ali vai em peregrinação, se for imbuído de fé - e se o puder fazer - terá mais a ganhar de que a perder. Pois a fé no sobrenatural - quando intensamente vivida - seja sob que forma for e seja onde for - é sempre um fenómeno de transcendente ação psicológica e mística que anima e purifica ainda mais o corpo e o espírito, de que quando se perde a confiança ou a esperança e o desejo de cura ou de sonho, seja em que circunstância for.
E aquele local - aquele amplo espaço, coroado por um magnifico templo, que acabou por ali ser erguido - graças às suas inúmeras peregrinações e cultos ali proferidos, povoada de orações e de cânticos de fé, no fim de contas, acaba por ter um efeito psicológico e anímico, mais de um acumulador de energias positivas de que negativas.
Pois verifica-se o efeito contrário, o mal-estar que é suscitado, quando, involuntariamente ou por vontade própria, alguém se confronta num recinto em que há grandes manifestações instigadas mais por palavras de ódio de que de pacificação. Nessas circunstâncias propalam-se mais cargas de destruição de que harmonia e edificação
Ou, então, de aplauso positivo: que até pode ser o ânimo suscitado num estádio de futebol. à equipa mais aplaudida. Veja-se a sensação que se sente perante a contemplação de uma panorâmica coroada de grandiosos penhascos - liberta de ruídos poluidores - e a diferença que sente quando se caminha ao longo de uma avenida urbana turvada de trânsito rugidor.
O ser humano - enquanto ser vivo - é também um ser possuído de vibrações energéticas, que contrai ou espalha, segundo uma certa propensão inata ou conquistada. Por isso é que há seres humanos, que, mercê da sua carga vibrátil e sedutora , da sua energia - capazes de influenciar ou arrastar grandes multidões. Não apenas através das palavras, mas comutativamente por via sua empática vibração.
Tom Graves, autor de Agulhas de Pedra - A Acupunctura da Terra , famoso livro de investigação, sobre a influência da terra na alma e vida do ser humano - que se deslocou, em 2007, aos lugares por onde peregrino na minha aldeia - defende a teoria de que os lugares sagrados são centros para os quais muitas das linhas de água convergem umas com as outras e também com os centros padrões de linhas acima do solo, à semelhança do que acontece com as artérias do corpo humano - E, de facto, no livro do destino, da chamada Inteligência Universal, de que mos uma ínfima partícula, mais ou menos dotada, há como que a descrição prévia do que, por esta ou aquela circunstância, poderá ocorrer nos espaços físicos ou na vida das pessoas e de todos os seres vivos. do nosso planeta.
E, por isso, acredita que tais lugares não foram escolhidos por obra do acaso. Tradicionalmente, assinalados com mamoas, menires, círculos de pedra, dólmenes e outras estruturas megalíticas, assim como os altares das igrejas da Pré-Reforma।
Mas, naturalmente, que estou em total concordância com a tese defendida, quer por diversos investigadores , como, até, por alguns sacerdotes da igreja católica - o primeiro dos quais em Angola, através da revista angolana, Semana Ilustrada, de que fui corresponde em S. Tomé, desde 1970 a Março de 1975 - sim, de tratar-se de um fenómeno sugestivo, intencionalmente encenado, a que chamaram de Fátima Desmascarada.
Sim, trata-se, com efeito, de um fenómeno de sugestão coletiva, um tanto ao estilo da encenação, que, anos mais tarde, viria a ser prosseguida pela chamada Santa da Ladeira. No início da década de 1960, quando Maria da Conceição Mendes Horta, habitante de Torres Novas afirmou falar com Deus e com os santos, atraindo a atenção de milhares de católicos.
Geralmente conhecida como Maria da Conceição e pela alcunha de Santa da Ladeira do Pinheiro ou, mais abreviadamente, Santa da Ladeira e, popularmente, como a Santinha da Ladeira (Riachos, Torres Novas - que acabou integrando o imaginário e a memória coletiva de Portugal, sobretudo como episódio ilustrativo da crendice popular
Desde há cerca de 30 anos, também eu me visto de túnicas brancas, sobre os penedos nos arredores da minha aldeia . Não com o intuito de vir a passar por milagreiro mas por razões profundamente místicas, de que me intitulei como peregrino da luz. Tendo sido, na esteira desses percursos, vindo a descobrir extraordinários calendários solares - Curiosamente, numa das manhãs, antes do nascer do sol, ao regressar a minha casa, uma mulher da minha aldeia, ao avistar-me, uns metros à frente, voltou para trás a correr, tendo-me desabafado, mais tarde, que eu lhe havia parecido uma figura de outro mundo.
Sim, sou um profundo místico à minha maneira. Não sou propriamente um católico apostólico, no sentido tradicional do termo, mas identifico-me com muitos dos seus valores: gosto das suas orações, cânticos religiosos e liturgia sagrada - Há outros aspetos em que a minha aproximação com o divino, se faz de forma diferente - Mas, no fundo, o caminho e os objetivos são os mesmos.
Respeito a crença e até escrevi à irmã Lúcia a manifestar-lhe a minha admiração pelo estoicismo da sua vida de recolhimento. O milagre do sol é um fenómeno de sugestão, que vem sendo induzido na festa de Santo António, em Lisboa, que já testemunhei. Que está registado em vídeo, no Youtube, em junho de 2014, sob a designação - Santo António e o "Milagre do sol"
Embora imbuído por convicções profundamente místicas, não me considero propriamente o católico apostólico praticante no sentido tradicional do termo, já que sou mais induzido a devaneios espirituais por força de sentimentos de circunstância e ocasionais (que me esforço de poder ter) de que por rígidos conceitos teológicos ou doutrinários, se bem que os respeite e admire tal como a mítica figura de Cristo, maravilhoso exemplo de entrega e de virtudes. Mas, a bem dizer, muitas vezes. nem sei o que sou: ou haverá alguém que seja sempre inteiramente igual e não tenha os seus heterónimos, as suas hesitações e divagações?...
Ainda em vida da Vidente Irmã Lúcia, mandei-lhe uma singela carta, através da qual lhe descrevi alguns episódios da minha vida - (...) - um deles bem dramático, em que, num dia, desses meus verdes anos, a 13 de Maio, anos 50, pouco antes de ir a trabalhar como marçano para Lisboa, caí a um poço, barrento e fundo e me ia afogando com a minha irmã. - (pormenores mais à frente)
Também lhe falei das minhas aventuras marítimas, juntamente com o envio de algumas imagens, como preito de homenagem e testemunho da minha mais profunda admiração, pela sua estoica vida, toda ela dedicada ao culto da sua fé . Desejava-lhe muitos anos de vida, mas no mês seguinte, adoeceu e, não tendo recuperado, partiu, certamente, de olhos postos na imagem que tanto venerava. (pormenores da carta mais à frente) i .
Em 2017, vivia-se um certo movimento de anticlerical que chegou a destruir e a queimar muitas igrejas - algumas das quais nas colónias - patrocinado por associações próximas do Partido Republicano Português de Afonso Costa, que estava então no poder. Em Ourém, o administrador do concelho, Artur de Oliveira Santos, era ele próprio militante deste movimento radical, que “recorria a todos os meios para liquidar a «especulação clerical»”.
AS PERSEGUIÇÕES À IGREJA CATÓLICA PÓS REVOLUÇÃO DE 5 DE OUTUBRO DE 1910 – Vieram desencadear vários fenómenos místicos e religiosos – Entre os quais o de Fátima. Sim, por via do apoio à monarquia e à escravatura e, sobretudo , posteriormente, devido ao período de instabilidade vivido no período da 1ª guerra mundial
Com a revolução republicana de 5 de Outubro de 1910 e a subsequente lei de separação de 20 de Abril de 1911, a igreja católica foi confrontada com um quadro algo místico e complexo – Que veio a desencadear o aparecimento de vários cultos e manifestações religiosas individuais, de seitas ou de grupos: desde as sessões de espiritismo às mais variadas expressões de pendor místico ou religioso.
Pessoalmente, também cultivo o meu culto. desde meados dos anos 90 -Contraí um problema de saúde grave. Aceitei até participar num ensaio clinico, que felizmente viria a resultar. Entretanto, como ainda não havia certezas, passei a peregrinar lá pelos penhascos do Maciço dos Tambores, nos arredores da minha aldeia, visto o médico me ter alertado para as escassas possibilidade de poder resistir.
A igreja católica foi ao longo da colonização - e desde a época das cruzadas - a principal crença de apoio às descobertas e à expansão colonial, sob o lema: terço numa das mãos e o rosário na outra. Sim, a nobreza e o clero eram as duas maiores forças sobre as camadas populares e mais ignorantes do povo.
Perdeu esse domínio com a implantação da república, mas veio a recuperá-lo com a revolução do Estado do Novo e têm-no mantido desde então, junto das forças mais conservadores e, economicamente, mais poderosas.
Tal como tem sido referido por estudiosos, em 2017, vivia-se uma certo movimento de anticlerical que chegou a destruir e a queimar muitas igrejas - algumas das quais nas colónias - particionado por associações próximas do Partido Republicano Português de Afonso Costa, que estava então no poder.
“Em Ourém, o administrador do concelho, Artur de Oliveira Santos, era ele próprio militante deste movimento radical, que “recorria a todos os meios para liquidar a «especulação clerical»”.
“No final, esta tentativa de eliminar Fátima pela força acabou por alimentar o próprio fenómeno, permitindo que a imprensa católica o discutisse não como milagre mas como atentado à liberdade religiosa”.
E quem se aproveitou do fenómeno de Fátima, da encenação, foi justamente quem o provocou, Maria dos Santos Carreira, vestindo-se de um lençol branco sobre uma antiga azinheira - fenómeno, que, anos mais tarde, foi imitado pela chamada Santa da Ladeira – A qual viria beneficiar das esmolas que iam ali sendo deixadas pelas muitas pessoas que passaram a deslocar-se ao local
Maria Carreira ganhou então o epíteto de “Maria da Capelinha”, ou a “tesoureira de Nossa Senhora de Fátima”, por ter acorrido à Cova da Iria logo em junho de 1917 e começado a recolher as esmolas
A Irmã Lúcia, última vidente de Fátima a falecer, em 2005, aos 97 anos, relatou nas suas Memórias que Nossa Senhora lhe terá deixado, a 13 de outubro de 1917, a indicação para que se construísse na Cova da Iria uma capela em sua honra. A edificação da estrutura não foi porém imediata. O ano de 1918 é ausente de episódios significativos na cronologia dos acontecimentos de Fátima, retomando-se a narrativa já em 1919
Maria dos Santos Carreira, depois já no seu traje de negro habitual, foi quem inicialmente limpou o mato e enfeitou a azinheira onde os três pastorinhos afirmavam ter visto Nossa Senhora com fitas. Posteriormente construiria com o marido o arco que ali se encontrava aquando o milagre do sol, a 13 de outubro. Acabaria por se tornar zeladora da capelinha após a sua edificação, guardando em sua casa a imagem original de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, razão pela qual esta escapou incólume à dinamitação de 1922.
Em 13 de Outubro (de 1917) farei um milagre para que todos acreditem” – Uma espertalhona arvorada com poderes sobrenaturais mas, porventura, já bem conhecedora das teses do poder sugestivo individual e coletivo, que então já eram bem conhecidas nas sessões do espiritismo e de hipnotismo, porquanto não havia sido registrado por nenhum observatório astronômico.
Levantou um coreto de madeira, onde ela se colocou, fazendo crer tratar-se de um efeito solar especial, que, anualmente , ainda hoje pode ser testemunhado após a procissão de Santo António, em Lisboa - Que resulta, nada mais nada menos de que um efeito sugestivo. Tenho curso de hipnotismo e sei muito bem o que pode ser conseguido através do poder da sugestão. Pena que esta disciplina, não seja mais seja usada na medicina, senão por via de algumas palavras sugestivas de psicólogos e psiquiatras.
O tal “Milagre do Sol”, ocorrido durante a sexta e última aparição da Virgem Fátima foi então testemunhado por aproximadamente 60 mil pessoas na Cova da Iria — local onde hoje se encontra a célebre Capelinha das Aparições
Como atrás referi, neste dia, aos 9 anos, ia morrendo afogado num poço fundo e barrento - Mas não acredito no fenómeno de Fátima, que não passou de uma encenação. Sou um místico à minha maneira. Respeito a crença e até escrevi à irmã Lúcia a manifestar-lhe a minha admiração pelo estoicismo da sua vida de recolhimento. O milagre do sol é um fenómeno de sugestão, que vem sendo induzido na festa de Santo António, em Lisboa, que já testemunhei .
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