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segunda-feira, 13 de maio de 2024

Neste dia, aos 9 anos, nos anos 50, ia morrendo afogado num poço fundo e barrento – O QUE PENSO DO ALEGADO FENÓMENO DE FÁTIMA ? - Sou um profundo místico à minha maneira - Não o tomo como sendo efeito de ação sobrenatural ou divina aparição inicial, se bem que, esteja convicto de que, o peregrino se for imbuído de fé, acabe por se transcender a si mesmo e de receber o benéfico efeito psicológico e anímico, resultante mais de um amplo local acumulador de energias positivas de que negativas.

                                                                         Jorge Trabulo Marques -  Jornalista e investigador - Antigo navegador soliário em pirogas no Golfo da Guiné e líder da 1ª escalada ao Pico Cão Grande, em S. Tomé  https://canoasdomar.blogspot.com/2019/11/34-dia-perdido-no-golfo-da-guine-nao.htmlhttps://canoasdomar.blogspot.com/2012/02/cao-grande-em-sao-tome-grande-escalada.html

Anos 80 - Com o poço, já emparedado


Neste dia, aos 9 anos, ia morrendo afogado num poço fundo e barrento - Mas não o tomo como sendo efeito de ação sobrenatural ou divina aparição inicial, se bem que, esteja convicto de que, o peregrino que ali se deslocar, àquele espaço, denominado Santuário de Fátima, se for imbuído de fé, acabe por se transcender a si mesmo e de receber o benéfico efeito psicológico e anímico, resultante mais de um amplo local acumulador de energias positivas de que negativas. E até possa partir daqui mais animado, conformado, e até curado dos seus padecimentos físicos ou psicológicos, de quando ali chegou.



Em consequência de um fenómeno resultante de uma poderosa sugestão coletiva, que ali foi sendo acumulada a partir de um período de grande instabilidade, propiciado num tempo em que as pessoas, face à miséria, à luta entre Igreja e primeira República e à 1ª Grande Guerra Mundial, rezavam de forma mais intensa e fervorosa. - Afinal, também o apelo que a minha irmã fez quando ambos nos íamos afogado. E, mais tarde, quando andei perdido 38 dias a bordo de uma piroga.

Encenação fabricada por Maria dos Santos Carreira, com o intuito de ali erguer um santuário (lucrativo) de crendice popular, tal como estava a suceder com o de Lourdes em França, que, vestindo-se de um lençol branco sobre uma antiga azinheira, iria encantar e convencer as três humildes crianças pastorinhas, vindo ela mesma a mandar erguer um alpendre e a fazer uma imagem à sua semelhança, não vestida de negro, tal como depois se apresentaria nas entrevistas que viria a dar mas mais adequada à sedutora encenação.

Vindo depois a beneficiar das esmolas que passaram a ser deixadas pelas muitas pessoas que começaram a deslocar-se ao local - Explicação que poderá depreender-se nas memórias da Irmã Lúcia - .

O administrador de Ourém, Artur de Oliveira Santos, republicano anticlerical e maçom, mandou prender as três crianças, indo ao ponto de amedrontá-las com ameaças cruéis, relatadas pela própria Irmã Lúcia nas suas memórias autobiográficas.


A igreja, que inicialmente também manteve as suas reservas, viria aceitar progressivamente o fenómeno e a dar-lhe visibilidade, sobretudo a partir da implantação do chamado Estado Novo, que o interpretou como uma boa entrada de divisas e de promoção nacional.
Todavia, hoje, depois de muita reflexão, sou levado a extrair também outra conclusão. A compreender, que, quem ali vai em peregrinação, se for imbuído de fé - e se o puder fazer - terá mais a ganhar de que a perder. Pois a fé no sobrenatural - quando intensamente vivida - seja sob que forma for e seja onde for - é sempre um fenómeno de transcendente ação psicológica e mística que anima e purifica ainda mais o corpo e o espírito, de que quando se perde a confiança ou a esperança e o desejo de cura ou de sonho, seja em que circunstância for.

E aquele local - aquele amplo espaço, coroado por um magnifico templo, que acabou por ali ser erguido - graças às suas inúmeras peregrinações e cultos ali proferidos, povoada de orações e de cânticos de fé, no fim de contas, acaba por ter um efeito psicológico e anímico, mais de um acumulador de energias positivas de que negativas.


Pois verifica-se o efeito contrário, o mal-estar que é suscitado, quando, involuntariamente ou por vontade própria, alguém se confronta num recinto em que há grandes manifestações instigadas mais por palavras de ódio de que de pacificação. Nessas circunstâncias propalam-se mais cargas de destruição de que harmonia e edificação

Ou, então, de aplauso positivo: que até pode ser o ânimo suscitado num estádio de futebol. à equipa mais aplaudida. Veja-se a sensação que se sente perante a contemplação de uma panorâmica coroada de grandiosos penhascos - liberta de ruídos poluidores - e a diferença que sente quando se caminha ao longo de uma avenida urbana turvada de trânsito rugidor.

O ser humano - enquanto ser vivo - é também um ser possuído de vibrações energéticas, que contrai ou espalha, segundo uma certa propensão inata ou conquistada. Por isso é que há seres humanos, que, mercê da sua carga vibrátil e sedutora , da sua energia - capazes de influenciar ou arrastar grandes multidões. Não apenas através das palavras, mas comutativamente por via sua empática vibração.

Tom Graves, autor de Agulhas de Pedra - A Acupunctura da Terra , famoso livro de investigação, sobre a influência da terra na alma e vida do ser humano - que se deslocou, em 2007, aos lugares por onde peregrino na minha aldeia - defende a teoria de que os lugares sagrados são centros para os quais muitas das linhas de água convergem umas com as outras e também com os centros padrões de linhas acima do solo, à semelhança do que acontece com as artérias do corpo humano - E, de facto, no livro do destino, da chamada Inteligência Universal, de que mos uma ínfima partícula, mais ou menos dotada, há como que a descrição prévia do que, por esta ou aquela circunstância, poderá ocorrer nos espaços físicos ou na vida das pessoas e de todos os seres vivos. do nosso planeta.


E, por isso, acredita que tais lugares não foram escolhidos por obra do acaso. Tradicionalmente, assinalados com mamoas, menires, círculos de pedra, dólmenes e outras estruturas megalíticas, assim como os altares das igrejas da Pré-Reforma।
Mas, naturalmente, que estou em total concordância com a tese defendida, quer por diversos investigadores , como, até, por alguns sacerdotes da igreja católica - o primeiro dos quais em Angola, através da revista angolana, Semana Ilustrada, de que fui corresponde em S. Tomé, desde 1970 a Março de 1975 - sim, de tratar-se de um fenómeno sugestivo, intencionalmente encenado, a que chamaram de Fátima Desmascarada.

Sim, trata-se, com efeito, de um fenómeno de sugestão coletiva, um tanto ao estilo da encenação, que, anos mais tarde, viria a ser prosseguida pela chamada Santa da Ladeira. No início da década de 1960, quando Maria da Conceição Mendes Horta, habitante de Torres Novas afirmou falar com Deus e com os santos, atraindo a atenção de milhares de católicos.

Geralmente conhecida como Maria da Conceição e pela alcunha de Santa da Ladeira do Pinheiro ou, mais abreviadamente, Santa da Ladeira e, popularmente, como a Santinha da Ladeira (Riachos, Torres Novas - que acabou integrando o imaginário e a memória coletiva de Portugal, sobretudo como episódio ilustrativo da crendice popular

Desde há cerca de 30 anos, também eu me visto de túnicas brancas, sobre os penedos nos arredores da minha aldeia . Não com o intuito de vir a passar por milagreiro mas por razões profundamente místicas, de que me intitulei como peregrino da luz. Tendo sido, na esteira desses percursos, vindo a descobrir extraordinários calendários solares - Curiosamente, numa das manhãs, antes do nascer do sol, ao regressar a minha casa, uma mulher da minha aldeia, ao avistar-me, uns metros à frente, voltou para trás a correr, tendo-me desabafado, mais tarde, que eu lhe havia parecido uma figura de outro mundo.


Sim, sou um profundo místico à minha maneira. Não sou propriamente um católico apostólico, no sentido tradicional do termo, mas identifico-me com muitos dos seus valores: gosto das suas orações, cânticos religiosos e liturgia sagrada - Há outros aspetos em que a minha aproximação com o divino, se faz de forma diferente - Mas, no fundo, o caminho e os objetivos são os mesmos.

Respeito a crença e até escrevi à irmã Lúcia a manifestar-lhe a minha admiração pelo estoicismo da sua vida de recolhimento. O milagre do sol é um fenómeno de sugestão, que vem sendo induzido na festa de Santo António, em Lisboa, que já testemunhei. Que está registado em vídeo, no Youtube, em junho de 2014, sob a designação - Santo António e o "Milagre do sol"



Embora imbuído por convicções profundamente místicas, não me considero propriamente o católico apostólico praticante no sentido tradicional do termo, já que sou mais induzido a devaneios espirituais por força de sentimentos de circunstância e ocasionais (que me esforço de poder ter) de que por rígidos conceitos teológicos ou doutrinários, se bem que os respeite e admire tal como a mítica figura de Cristo, maravilhoso exemplo de entrega e de virtudes. Mas, a bem dizer, muitas vezes. nem sei o que sou: ou haverá alguém que seja sempre inteiramente igual e não tenha os seus heterónimos, as suas hesitações e divagações?...

Ainda em vida da Vidente Irmã Lúcia, mandei-lhe uma singela carta, através da qual lhe descrevi alguns episódios da minha vida - (...) - um deles bem dramático, em que, num dia, desses meus verdes anos, a 13 de Maio, anos 50, pouco antes de ir a trabalhar como marçano para Lisboa, caí a um poço, barrento e fundo e me ia afogando com a minha irmã. - (pormenores mais à frente)

Também lhe falei das minhas aventuras marítimas, juntamente com o envio de algumas imagens, como preito de homenagem e testemunho da minha mais profunda admiração, pela sua estoica vida, toda ela dedicada ao culto da sua fé . Desejava-lhe muitos anos de vida, mas no mês seguinte, adoeceu e, não tendo recuperado, partiu, certamente, de olhos postos na imagem que tanto venerava. (pormenores da carta mais à frente) i .

Em 2017, vivia-se um certo movimento de anticlerical que chegou a destruir e a queimar muitas igrejas - algumas das quais nas colónias - patrocinado por associações próximas do Partido Republicano Português de Afonso Costa, que estava então no poder. Em Ourém, o administrador do concelho, Artur de Oliveira Santos, era ele próprio militante deste movimento radical, que “recorria a todos os meios para liquidar a «especulação clerical»”.

AS PERSEGUIÇÕES À IGREJA CATÓLICA PÓS REVOLUÇÃO DE 5 DE OUTUBRO DE 1910 – Vieram desencadear vários fenómenos místicos e religiosos – Entre os quais o de Fátima. Sim, por via do apoio à monarquia e à escravatura e, sobretudo , posteriormente, devido ao período de instabilidade vivido no período da 1ª guerra mundial

Com a revolução republicana de 5 de Outubro de 1910 e a subsequente lei de separação de 20 de Abril de 1911, a igreja católica foi confrontada com um quadro algo místico e complexo – Que veio a desencadear o aparecimento de vários cultos e manifestações religiosas individuais, de seitas ou de grupos: desde as sessões de espiritismo às mais variadas expressões de pendor místico ou religioso.

Pessoalmente, também cultivo o meu culto. desde meados dos anos 90 -Contraí um problema de saúde grave. Aceitei até participar num ensaio clinico, que felizmente viria a resultar. Entretanto, como ainda não havia certezas, passei a peregrinar lá pelos penhascos do Maciço dos Tambores, nos arredores da minha aldeia, visto o médico me ter alertado para as escassas possibilidade de poder resistir.

A igreja católica foi ao longo da colonização - e desde a época das cruzadas - a principal crença de apoio às descobertas e à expansão colonial, sob o lema: terço numa das mãos e o rosário na outra. Sim, a nobreza e o clero eram as duas maiores forças sobre as camadas populares e mais ignorantes do povo.

Perdeu esse domínio com a implantação da república, mas veio a recuperá-lo com a revolução do Estado do Novo e têm-no mantido desde então, junto das forças mais conservadores e, economicamente, mais poderosas.

Tal como tem sido referido por estudiosos, em 2017, vivia-se uma certo movimento de anticlerical que chegou a destruir e a queimar muitas igrejas - algumas das quais nas colónias - particionado por associações próximas do Partido Republicano Português de Afonso Costa, que estava então no poder.

“Em Ourém, o administrador do concelho, Artur de Oliveira Santos, era ele próprio militante deste movimento radical, que “recorria a todos os meios para liquidar a «especulação clerical»”.

“No final, esta tentativa de eliminar Fátima pela força acabou por alimentar o próprio fenómeno, permitindo que a imprensa católica o discutisse não como milagre mas como atentado à liberdade religiosa”.

E quem se aproveitou do fenómeno de Fátima, da encenação, foi justamente quem o provocou, Maria dos Santos Carreira, vestindo-se de um lençol branco sobre uma antiga azinheira - fenómeno, que, anos mais tarde, foi imitado pela chamada Santa da Ladeira – A qual viria beneficiar das esmolas que iam ali sendo deixadas pelas muitas pessoas que passaram a deslocar-se ao local

Maria Carreira ganhou então o epíteto de “Maria da Capelinha”, ou a “tesoureira de Nossa Senhora de Fátima”, por ter acorrido à Cova da Iria logo em junho de 1917 e começado a recolher as esmolas

Tendo feito esta recomendação: Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas.”

A Irmã Lúcia, última vidente de Fátima a falecer, em 2005, aos 97 anos, relatou nas suas Memórias que Nossa Senhora lhe terá deixado, a 13 de outubro de 1917, a indicação para que se construísse na Cova da Iria uma capela em sua honra. A edificação da estrutura não foi porém imediata. O ano de 1918 é ausente de episódios significativos na cronologia dos acontecimentos de Fátima, retomando-se a narrativa já em 1919

Maria dos Santos Carreira, depois já no seu traje de negro habitual, foi quem inicialmente limpou o mato e enfeitou a azinheira onde os três pastorinhos afirmavam ter visto Nossa Senhora com fitas. Posteriormente construiria com o marido o arco que ali se encontrava aquando o milagre do sol, a 13 de outubro. Acabaria por se tornar zeladora da capelinha após a sua edificação, guardando em sua casa a imagem original de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, razão pela qual esta escapou incólume à dinamitação de 1922.

Em 13 de Outubro (de 1917) farei um milagre para que todos acreditem” – Uma espertalhona arvorada com poderes sobrenaturais mas, porventura, já bem conhecedora das teses do poder sugestivo individual e coletivo, que então já eram bem conhecidas nas sessões do espiritismo e de hipnotismo, porquanto não havia sido registrado por nenhum observatório astronômico.

Levantou um coreto de madeira, onde ela se colocou, fazendo crer tratar-se de um efeito solar especial, que, anualmente , ainda hoje pode ser testemunhado após a procissão de Santo António, em Lisboa - Que resulta, nada mais nada menos de que um efeito sugestivo. Tenho curso de hipnotismo e sei muito bem o que pode ser conseguido através do poder da sugestão. Pena que esta disciplina, não seja mais seja usada na medicina, senão por via de algumas palavras sugestivas de psicólogos e psiquiatras.

O tal “Milagre do Sol”, ocorrido durante a sexta e última aparição da Virgem Fátima foi então testemunhado por aproximadamente 60 mil pessoas na Cova da Iria — local onde hoje se encontra a célebre Capelinha das Aparições

Como atrás referi, neste dia, aos 9 anos, ia morrendo afogado num poço fundo e barrento - Mas não acredito no fenómeno de Fátima, que não passou de uma encenação. Sou um místico à minha maneira. Respeito a crença e até escrevi à irmã Lúcia a manifestar-lhe a minha admiração pelo estoicismo da sua vida de recolhimento. O milagre do sol é um fenómeno de sugestão, que vem sendo induzido na festa de Santo António, em Lisboa, que já testemunhei .


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COMO ME SALVEI DE SER AFOGADO 

A minha irmã, tirava a água com um caldeiro na ponta de um picanço para regarmos a horta: eu estava uns metros abaixo a desviá-lo da única pedra que existia na sua margem. Quando o varal partiu e  se soltou, ela despenhou-se sobre mim e fomos os dois  ao fundo – Nenhum de nós sabia nadar. Jamais me esquecerei dos gritos de aflição, implorando: “Nossa Senhora de Fátima! Nossa Senhora de Fátima, socorrei-nos!  -Esse episódio marcaria para sempre a minha vida, que  tem sido um MILAGRRE - E  creio que aquele foi o primeiro milagre que eu conheci - Na imagem de família, eu chorei no dia em que a minha irmã fez a 1ª comunhão - Não sei porquê    


“Lisboa, 18 de Outubro de 2004.
À vidente Irmã Lúcia:


Mais tarde com a primeira filha
Tomo a liberdade de lhe enviar esta minha simples carta, acompanhada do relato e fotos de uma odisseia, por mim vivida nos agitados mares do grande Golfo, tendo apenas por companhia uma simples bússola para me orientar.
Sim, dirijo-lhe estas linhas e a descrição dessa aventura, como preito da minha homenagem e a expressão da minha mais profunda admiração, porque vejo em si a representação de um espírito abençoado, pelo que só peço a Deus que lhe dê muita saúde e ainda muitos anos de vida.


A minha saudosa irmã Conceição, que Deus levou muito nova, deixando então duas filhinhas, tinha uma grande devoção em Nossa Senhora de Fátima. E o episódio que lhe vou recordar, ilustra, justamente, esse facto, quando eu tinha onze anos e ela 15 .Foi a um domingo, dia 13 de Maio. Regávamos a nossa horta no Vale Cardoso. Ela retirava a água do poço com ajuda do picanço; eu estava uns metros mais abaixo para afastar a vara e o caldeiro de uma pedra. Nisto, o picanço rebenta, ela cai e arrasta-me consigo para o fundo do poço. Este era fundo e com margens barrentas. A nossa aflição, como deverá calcular, era enorme. Nenhum de nós sabia nadar. Quando vinha ao de cimo, ela gritava por Nossa Senhora de Fátima; eu gatinhava junto à margem, estava aterrorizado e apenas cerrava a boca para evitar engolir mais água. O meu irmão Fernando, então com nove anos, que encaminhava a água, apercebendo-se, corre em nosso auxílio. A minha imã grita-lhe para ir buscar uma cana e para descer até um tufo de juncos que havia na margem, e é o que faz sem perda de tempo. Estende-lhe a cana, ela agarra-se à mesma e consegue gatinhar pela íngreme vereda. Depois, estende-me a mão e salva-me também.

Creia, já passaram muitos anos, mas a imagem está ainda muito presente na minha memória. E, sempre que me ocorre, a primeira coisa que me vem à ideia, são os apelos à Nossa Senhora de Fátima, pois não tenho a menor dúvida de que ela, nesse dia, nos protegeu.

(....) Aceite, pois, muito humildemente, o preito da minha mais profunda admiração”


O RETORNO AO SAGRADO

Com o escritor Vergilio Ferreira
Fala-se tanto nele, como aliás, estava previsto. Mas não no que dele mais importa e não passa pelos deuses e muito menos pelas sacristias. O retorno do sagrado deve ter que ver fundamentalmente com a recuperação da sacralidade do homem, da vida, da palavra, do mundo. A sacralidade está no que suspeitamos de mistério nas coisas, a força “original de tudo o que nos espera o nosso olhar limpo, a nossa atenção humilde, a divindade está em nós. O grande acontecimento do nosso tempo, que é o sinal do nosso desastre, é a profanação de tudo, a dessacralização do que abusivamente foi invadido pelos deuses. Os deuses morreram e quiseram arrastar consigo a morte do que era divino sem eles” in Pensar - de Vergílio Ferreira


Foto de família - choramingas
Lúcia de Jesus Rosa dos Santos, mais conhecida por Irmã Lúcia , nasceu em  Aljustrel, Fátima, Ourém, em 28 de Março de 1907 e faleceu no Convento das Carmelitas, Coimbra, em 13 de Fevereiro de 2005 

– Pouco antes da sua morte, telefonei para este Convento a perguntar se ela podia receber correspondência, já que as visitas eram extremamente condicionadas, responderam-me que sim, pelo que tomei a liberdade de lhe enviar, por correio  registado, uma pequena carta em 18 de Outubro de 2004cujo conteúdo publiquei no jornal OFOZCOENSE

Aos 12 anos - um menino  marçano em lisboa
Sei que a carta lhe foi entregue, que a recebeu. Guardo a cópia do manuscrito e o impresso do registo, com muito carinho. As razões estão expressas nessa breve missiva que aqui transcrevo - Seja-se ou não crente, há que admirar uma vida de clausura, de fé e despojamento, completamente entregue à meditação e oração. Eu não sou propriamente católico apostólico mas identifico-me com muitos dos seus valores: gosto das suas orações, cânticos religiosos e liturgia sagrada - Há outros aspectos em que a minha aproximação com o divino, se faz de forma diferent- Mas, no fundo, o caminho e os objectivos são os mesmos.



"Lúcia de Jesus Rosa dos Santo, nasceu em Aljustrel, Fátima, Ourém, 28 de Março de 1907 — E faleceu, em Coimbra, a 13 de Fevereiro de 2005) foi uma freira da Ordem das Carmelitas Descalças, conhecida no Carmelo como Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado e pela maioria dos portugueses simplesmente como Irmã Lúcia, que, juntamente com os seus primos Santa Jacinta e São Francisco Marto (os chamados três pastorinhos), assistiu às aparições de Nossa Senhora no lugar da Cova da Iria, em Fátima.

Tinha dez anos e não sabia ler nem escrever quando alegadamente viu, pela primeira vez, Nossa Senhora na Cova da Iria, juntamente com os primos Jacinta e Francisco Marto. Lúcia foi a única dos três primos que falava com a Virgem Maria, a sua prima Jacinta ouvia mas não falava e Francisco, inicialmente apenas ouvia as palavras de Nossa Senhora, e, como tal, foi a portadora do Segredo de Fátima. Nos primeiros tempos, a hierarquia católica revelou-se cética sobre as afirmações dos Três Pastorinhos e foi só a 13 de outubro de 1930 que o bispo de Leiria tornou público, oficialmente, que as aparições eram dignas de crédito. A partir daí, o Santuário de Fátima ganhou uma expressão internacional, enquanto a Irmã Lúcia viveu cada vez mais isolada. Durante alguns anos ficou na Quinta da Formigueira em Frossos, Braga, propriedade do bispo de Leiria D. José Alves Correia da Silva.

Em 17 de Junho de 1921, com 14 anos, o Bispo de Leiria, José Alves Correia da Silva, proporcionou a sua entrada no colégio das irmãs doroteias em Vilar, no Porto, alegadamente para a proteger dos peregrinos e curiosos que acorriam cada vez mais à Cova da Iria e pretendiam falar com ela. Professou como religiosa doroteia em 1928, em Tui (Galiza, Espanha), onde viveu alguns anos. Pouco tempo depois morou em Pontevedra, Galiza, onde também se lhe apareceu a Virgem em 1925 nas Aparições de Pontevedra.

Em 1946 regressou a Portugal e, dois anos depois, entrou para a clausura do Carmelo de Santa Teresa em Coimbra, onde professou como carmelita descalça a 31 de maio de 1949. Foi neste convento que escreveu dois volumes com as suas Memórias e os Apelos da Mensagem de Fátima. Em 1991, quando o Papa João Paulo II visitou Fátima, convidou a irmã Lúcia a deslocar-se ali e esteve reunido com ela doze minutos. Antes, já se tinha encontrado também em Fátima com o Papa Paulo VI.

Lúcia morreu no dia 13 de Fevereiro de 2005, aos 97 anos, no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra. O Papa João Paulo II, nesta ocasião, rezou pela Irmã Lúcia e enviou o Cardeal Tarcisio Bertone para o representar no funeral. Em 19 de Fevereiro de 2006 o seu corpo foi trasladado de Coimbra para o Santuário de Fátima onde foi sepultada junto dos seus primos, Francisco e Jacinta Marto.- Excerto de https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%BAcia_dos_Santos


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