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sábado, 16 de outubro de 2021

Manuel da Fonseca – Entrevista em Santiago do Cacém, onde o escritor nasceu em 15-10-1911

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

Entrevista a Manuel da Fonseca, em 14 de Dezembro de 1993 -   - Nasceu há 110 anos, em Santiago do Cacém – Faleceu aos 82 – O diálogo, diretamente de sua casa, três meses antes da sua morte, para o programa O Fantástico, de Ruy Castelar, na Rádio Comercial-RDP e um dia depois de uma homenagem, que lhe fora prestada por vários municípios da região alentejana, onde buscava o silêncio para escrever aquele que seria o seu último livro, porventura inacabado.

De sublinhar, que, neste  dia 16 de Outubro de 2021, em que edito este video, decorreu na Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca, em Santiago de Cacém, a cerimónia de apresentação do livro vencedor da XIII Edição do "Prémio de Conto Manuel da Fonseca" – “Contos de Macau” da autoria de João Morgado, sob o pseudónimo de Liang.

BIOGRAFIA - De seu nome completo, Manuel Lopes Ferreira Fonseca, mais conhecido como Manuel da Fonseca - Vulto destacado do Neorrealismo- Escritor, poeta, contista, romancista e cronista, Manuel da Fonseca fez parte do grupo do Novo Cancioneiro e é considerado por muitos como um dos melhores escritores do neo-realismo português.

Nas suas obras, carregadas de intervenção social e política, relata como poucos a vida dura do Alentejo e dos alentejanos.

Autor de uma obra ancorada na realidade e eivada de um apontado regionalismo, a escrita de Manuel da Fonseca ultrapassa a contingência histórica de que nasceu, por um enaltecimento da vida, compreendida como intrinsecamente livre das imposições, frustrações, mentiras e condicionamentos impostos pela sociedade, ânsia de libertação, simbolizada, por exemplo, na repressão sexual imposta a algumas figuras femininas ou na admiração de figuras marginais como o "maltês" ou o vagabundo. Cerromaior (1943), O Fogo e as Cinzas (1951) e Seara de Vento (1958) são algumas das suas obras mais emblemáticas Excertos bibliográficos . Pormenores em

Era presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores quando esta atribuiu o Grande Prémio da Novelística a José Luandino Vieira pela sua obra Luanda, o que levou ao encerramento desta instituição.

Partiu ainda jovem para Lisboa para realizar estudos secundários, tendo desempenhado posteriormente na capital diversas atividades profissionais no comércio, na indústria e no jornalismo.

Antes de colaborar em Novo Cancioneiro, com Planície, coleção onde se afirmariam algumas coordenadas da estética poética Neorrealista numa primeira fase, editou, em 1940, Rosa dos Ventos, obra pioneira do neorrealismo poético português, nascida do convívio com um grupo de jovens escritores, entre os quais Mário Dionísio, José Gomes Ferreira, Rodrigues Miguéis, Manuel Mendes e Armindo Rodrigues, unidos numa "obstinada recusa de ser feliz num mundo agressivamente infeliz, uma ânsia de dádiva total e o grande sonho de criar uma literatura nova, radicada na convicção de que, na luta imensa pela libertação do Homem, ela teria um papel estimável a desempenhar contra o egoísmo, os interesses mesquinhos, a conivência, a indiferença perante o crime, a glorificação de um mundo podre" (DIONÍSIO, Mário - prefácio a Obra Poética de Manuel da Fonseca, 1984, p. 21). 

Não existindo descontinuidade entre a poesia e a prosa de Manuel da Fonseca, nem entre ambas e o escritor, que as impregna de um cariz autobiográfico, alimentado por recordações da convivência com o homem alentejano, ficção e obra poética interpenetram-se na evocação de personagens, narrativas, romances, paisagens alentejanas. Mário Dionísio (id. pp. 32-33) vê na oposição cidade/vila, recorrente na obra de Manuel da Fonseca, a oposição entre o que é "apaixonado e violento, desgraçado e heroico, profundamente humano, grave, limpo" e o que é ridículo, repugnante, mesquinho, "de ambição medíocre, de preconceitos míseros, que desvirtuam e lentamente asfixiam uma imagem ideal de vida que, na poesia de Manuel da Fonseca, quase sempre se identifica com tudo o que a infância e a adolescência têm de ingénuo e generoso e transparente e que a vida embacia, adultera e destrói."

JOSÉ SARAMAGO, em MÊDA- 1998 – Recordando-o no dia Mundial da Alimentação

 JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA 


O Prémio Nobel da Literatura - Além do gosto de  escrever  bons livros, também era um apreciador do bom vinho - Hoje, Dia Mundial da Alimentação, recordo a visita do escritor José Saramago, no dia 22 de Maio, a Mêda, onde foi calorosamente recebido e homenageado, pela atribuição do prémio Nobel da Literatura, assim como brindado por um saborosíssimo banquete, com os melhores vinhos, aperitivos e pratos tradicionais do concelho, após ter visitado o Castelo de Marialva, onde foi descerrada uma lápide a uma citação do seu livro, Viagem a Portugal, referente a este castelo -Na sua visita ao agrupamento das Escolas, onde voltou a ser muito aplaudido por alunos e professores, foi também descerrada uma lápide com o seu nome: com estas palavras: ESTE AGRUPAMENTO DE ESCOLAS FOI PRIVILEGADO COM O PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1993 JOSÉ SARAMAGO NO DIA 22 DE MAIO DE 1998

Fiz a cobertura da visita, a pedido do então Presidente da CM de Mêda, João Mourato, que agora voltou assumir a Presidência, tendo no meu arquivo, variadíssimas imagens desse dia, que tenciono recordar em futuras postagens.

Depois de ter recordado o lado positivo, que os bons alimentos e os bons vinhos, também podem ter na vida cultural e social, aproveito para falar do aspeto mais preocupante:

Hoje, tal como é sublinhado, é o Dia Mundial da Alimentação, em que se faz um apelo global à Erradicação da Fome, por um mundo em que alimentos nutritivos estejam disponíveis e sejam acessíveis a todos, em qualquer lugar.

Referidno que, mais de 820 milhões de pessoas não têm alimentos suficientes e a emergência climática é uma ameaça crescente à segurança alimentar. Enquanto isso, dois mil milhões de homens, mulheres e crianças têm sobrepeso ou são obesos.

 

sábado, 9 de outubro de 2021

Dia Europeu da Arte Rupestre - Gravuras do Vale do Côa, são parte do Património da Humanidade

Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

O dia 9 de outubro foi escolhido pelo Conselho da Europa e pela Comissão Europeia como Dia Europeu da Arte Rupestre - Aproveitámos para aqui saudarmos todos aqueles que se esforçaram para salvar de ser afundada a maior exposição ao ar livre de Arte Paleolítica do Mundo, com mais de mil representações, maioritariamente gravuras e algumas pinturas, que se distribui ao longo de dois eixos fluviais principais, o Côa e o Douro abrangendo o Parque uma área pertencente aos municípios de Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel e Mêda.

Na primeira imagem, um dos momentos da visita, em 1997, ao núcleo das gravuras da Penascosa, Vale do Côa, do Presidente Jorge Sampaio, acompanhado pelo Dom Juan Carlos, Rei de Espanha e do Secretário-geral da UNESCO, Frederico Mayo

Nesta segunda imagem, de meados dos anos 90, alguns dos arqueólogos, guias e auxilares do Parque Arqueológico.

O presidente português Jorge Sampaio, que faleceu no passado dia 10 de Setembro,  também passou por Muxagata, freguesia de Vila Nova de Foz Côa, onde  presidiu à cerimónia da inauguração do posto do núcleo das gravuras dos Piscos, durante o seu primeiro mandato


Conhecer o Vale do Côa é não só ter uma aula de História a céu aberto como deixar-se conquistar por paisagens tão únicas quanto esplendorosas.

Atualmente existem cerca de 60 sítios arqueológicos identificados, espalhados ao longo dos 26 km que constituem o Parque Arqueológico. Três deles são visitáveis, nas aldeias de Muxagata e Castelo Melhor, de onde os visitantes são transportados em veículos todo-o-terreno, nomeadamente Canada do Inferno (inicia-se no Museu do Côa, Vila Nova de Foz Côa), Penascosa (inicia-se em Castelo Melhor) e Ribeira de Piscos (inicia-se em Muxagata).


Na imagem à esquerda,  arqueólogo, João Zilhão, mostrando um painel de gravuras do núcleo da Cana do Inferno, no dia em que ali recebeu a visita do Príncipe Giovanni Adamo IILiechtenstein

Na  imagem à direita,  é o arqueólogo Martinho Baptista, estudando uma das gravuras, sob o efeito de luz rasante noturna

Vila Nova de Foz Côa, tem novo Presidente do Município, a partir de hoje - É João Paulo Sousa

JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA 

Vila Nova de Foz Côa, tem novo Presidente do Município, a partir de hoje - É João Paulo Sousa - Natural de Muxagata, de 54 anos de idade, teve como mote da candidatura “Orgulho no passado, vencer o futuro”, sendo apoiado pela estrutura local e distrital do PSD.

Tendo declarado à Lusa, durante a campanha eleitoral,  assumir um compromisso com as pessoas para evitar a saída de jovens e criar condições para a sua fixação neste território e, ao mesmo tempo,  melhorar as “condições no âmbito da educação e do desporto e criar mecanismos para atrair pessoas para este território”, vincou.

A sessão solene da Tomada de Posse dos Órgãos Municipais, teve início às 15 horas desta tarde no Auditório do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa. - Previa-se tranquila e acabou manchada por uma atitude inesperada

É noticiado, que a referida cerimónia da tomada de posse do novo presidente da Câmara Municipal de Foz Côa, desta cidade do distrito da Guarda, ficou marcada pelo abandono dos socialistas da sessão de instalação da mesa da Assembleia

Nas eleições autárquicas de 26 de setembro, PSD e PS empataram com 72 votos na Junta de Freguesia de Touça. Já na repetição da votação, ambos os partidos voltaram a empatar, cada um com 75 votos.

A CAMPANHA JÁ TERMINOU  - Não vale a pena agitarem-se ânimos e novas disputas ou querelas inúteis 

Residindo em Lisboa, não tive oportunidade de assistir ao ato, e sem com isto pôr em causa a legitimidade da atitude, todavia, parece-nos um procedimento, algo precipitado, na medida em que, a eleição reclamada, em nada vai alterar a composição do novo executivo

Agora é a vez de se estreitarem pontos comuns em prol do progresso e bem-estar do concelho, de se apaziguarem refregas,  se reforçar o diálogo, visto haver ainda muito tempo pela frente para se medirem forças e extrairem conclusões. 

Refere a noticia do Jornal O Interior, que “o deputado eleito pelo Partido Socialista Nuno Barreto pediu a palavra para contestar a continuação dos trabalhos, após fazer chegar à mesa uma reclamação onde os socialistas consideravam que a assembleia não estará «constituída» sem a eleição do presidente da Junta de Freguesia de Touça, cujas eleições terão de ser repetidas (novamente) após empate. Gerou-se alguma discussão sobre a instalação da mesa e a possibilidade de continuação dos trabalhos. Perante a estupefação generalizada, e algumas trocas de palavras menos próprias para o momento, o novo presidente da Assembleia Municipal leu então um parecer, da CCDR Norte, que conclui que a eleição de um presidente de junta posteriormente «não constitui óbice para a instalação» da mesa da Assembleia Municipal

Antes da eleição - Com Marques Melo e um investidor de Macau 

Esta posição foi contestada pelo grupo socialista que de seguida abandonou a sessão. Também os dois vereadores socialistas e os presidentes de junta eleitos pelo PS abandonaram a primeira Assembleia Municipal deste novo mandato" - excertos.



O Novo Presidente, do PSD, sucede ao Eng Gustavo de Sousa Duarte, natural da Freguesia de Godim do Concelho de Peso da Régua, residente, em Vila Nova de Foz Côa, desde há vários anos, onde casou e liderou a mais importante empresa da exploração da pedra de Portugal e talvez mesmo da Europa, das chamadas pedras de xisto únicas no mundo, exportadas para os mais diversos quadrantes

As duas imagens, foram registadas, há uns anos, mas desde então, a referida exploração da pedra, foi profundamente mecanizada e transformada

João Paulo Sousa, que desempenhava as funções de Vice-Presidente da CM de V. N de Foz Côa, foi o vencedor as eleições autárquicas, no passado dia 26 de Setembro, tendo conseguido 38,56 por cento dos votos, elegendo dois vereadores, enquanto o independente José Lebreiro (“Nós, Cidadãos!”) foi o terceiro candidato mais votado (4,33 por cento). Marta Mendes (CDU) ficou-se pelos 1,33 por cento e a abstenção foi de 37,7 por cento

Os meus parabéns e votos de que seja bem sucedido para bem da população e do nosso concelho.

Esta imagem  foi registada, em Setembro do ano passado, na recção concedida, na sede do Município, ao Embaixador da Guiné Equatorial, Tito Mba Ada, na sua visita a vários pontos do concelho,a que me referi na oportunidade 

 "O vinho da vossa comunidade e a pedra do poio, creio que  pode interessar-nos e aqui  podemos  fazer uma grande história  em todos os domínios!”


“Nós saímos de Lisboa para conhecer o município para fazer amizades, mais amizades!... Conhecer oportunidades de negócio!  E como incentivar as populações, a comunidade, os amigos da Guiné Equatorial! E, como sair da Guiné Equatorial a Portugal!

O amigo Jorge, que conhece a Guiné Equatorial, insistia!...Insistiu   várias vezes para vir aqui!... Falou do Douro!.. Falou do vinho!.. Muitas vezes!... Falou da Pedra! – Da importância da pedra “… Em que a Pedra, pode fazer muitas coisas!... Para o desenvolvimento! “


Portanto cheguei! Visitei! Fiquei contente! E gostaria, de facto,  de transmitir a  você e à vossa cidade,  este meu estado de ânimo – Palavras proferidas pelo Embaixador da Guiné Equatorial Tito Mba Ada, país que integra a CPLP, na receção oferecida  ao diplomata na Câmara municipal de V.N de Foz Côa

O Presidente Eng. Gustavo Duarte, agradeceu respondendo,, que ainda bem, que seja a primeira de várias visitas!...  E que possa também ser um embaixador deste concelho e desta região” -  



GUINÉ-EQUATORIAL E PORTUGAL – DOIS PAÍSES, COM LAÇOS HISTÓRICOS DE MAIS DE 300 ANOS “ - Uma visita breve mas muito preenchida, tendo tido como acompanhante,  António Lourenço, ex-autarca e atual Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de V. Nova de Foz Côa, além do autor destas linhas, videos e imagens e do assessor do Embaixador Mais pormenores em. https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2020/09/camara-municipal-de-vila-nova-de-foz.html

 

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Amália Rodrigues - Morreu há 22 anos - Minha entrevista à Rainha do Fado, a Voz de Portugal - Sobre 1º Amor

 Jorge TrabuloMarques - Jornalista 

Faleceu a 6 de Outubro de 1999, em sua casa, com 79 anos - Recebeu-me em sua casa para me falar de amor e da sua primeira relação sexual, mas, às tantas arrependeu-se e acabou por haver duas gravações: o da entrevista e o da discussão que sucedeu após a interrupção da mesma

Amália viria a ser sepultada em Lisboa, no Cemitério dos Prazeres. Dois anos depois, em julho de 2001, o seu corpo foi trasladado para o Panteão Nacional .O seu contributo para a história do fado em Portugal é inestimável. Amália Rodrigues introduziu a novidade de cantar poemas de grandes autores portugueses consagrados, depois de musicados.


Os maiores poetas portugueses criaram letras das músicas interpretadas pela ‘voz de Portugal’, David Mourão Ferreira, a Pedro Homem de Mello, passando por Ary dos Santos, Manuel Alegre e Alexandre O’Neill – nomes eternos da literatura portuguesa.

Cantou e encantou em todo o mundo, de Paris a Nova Iorque, de Berna a Roma, de Trieste a Dublin. Transportou a cultura lusa pelos quatro cantos do planeta e transformou-se a maior diva do fado.

Trata-se, com efeito, de uma parte de uma entrevista, inédita, na vida de Amália Rodrigues: para a salvar a cassete (mas até o próprio gravador, pois ) tive que me escapar de sua casa a correr escadas abaixo, com Amália no meu encalce e o grupo das pessoas amigas, que estavam com ela na sala do 1º andar; a pintora Maluda, a sua irmã Celeste, o seu irmão Vicente e outra amiga de que não cheguei a saber o nome – Mesmo assim, ainda foram atrás de mim, rua acima, apenas tendo desistido quando apanhei um táxi