A cerimónia,
tem início com apresentação da reedição conjunta e ampliada da obra “Caminhada
Imperfeita” – Com intervenções do Presidente do Município, Avelino Sousa e do
Presidente do Município de V.N de Foz Côa, Gustavo Duarte
Seguir-se-ão,
depois, outras palavras elogiosas ao autor e à sua obra: por Carlos Proença,
Jorge Maximino e Jorge Saraiva, após o que serão declamados, alguns dos seus
poemas por João Jorge Lourenço, Presidente da Assembleia Municipal da Meda, bem
como a exibição de poemas musicados por Carlos Pedro
Por fim, seguir-se-á o
descerramento do busto do saudoso e distinto filho medense, no Parque Municipal
e uma visita a uma exposição 16 Bibliotecas e 16 Autores
O POETA MANUEL DANIEL – DESPEDIU-SE 4 MESES ANTES DA SUA MORTE DOS TEMPLOS DO SOL - “Este, meus amigos, é um ato de iminente cultura popular! - Um distinto filho da nossa região, falecido em Janeiro passado, vitima da Covi-19, e que, nos deu o prazer e honra de estar presente em várias das celebrações dos Equinócios e Solstício, a última das quais, em 21 de Setembro, do ano passado, quatro meses antes da sua morte - No Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nº Sra, em Chãs - V. N. de Foz Côa, na celebração do Equinócio do Outono
PALAVRAS DE PROFUNDA REFLEXÃO
- "Este, meus amigos, é um ato de iminente cultura popular! Isto é um modo
de sentir, aquilo que, de mais vivo e mais puro existe na Terra e pode ser
compreendido por todos os homens! “ – Começou por sublinhar, Manuel Daniel -
Poeta, dramaturgo, jornalista e advogado, homem culto e humanista, talento
multifacetado e de rara sensibilidade, autor de uma vasta obra literária, natural
de Meda, concelho limítrofe do termo desta aldeia, figura muito querida e
prestigiada na nossa região, invisual nos últimos anos da sua vida, residindo
em V.N. de Foz Côa, onde casou, exerceu advocacia e continuou a dedicar-se à
causa pública.Profundo estudioso, um homem de cultura, tendo dedicado muitos anos da sua
vida à função pública e à vida autárquica, cujos olhos, desde há alguns anos,
tinham deixado de ver a luz do dia, despediu-se da vida,–aos 86 anos - Faleceu
no Hospital da Guarda, onde havia sido internado, há cerca de 15 dias, donde
partirá, esta amanhã, diretamente para o cemitério de Vila Nova de Foz Côa,
cujo funeral está previsto para as 11 horas. O meu abraço solidário e amigo à
sua esposa, filhos e netos -
Uma vida intensa e multifacetada, pautada pela dedicação mas também pela
descrição. Desde, há alguns anos, vinha debatendo-se com extremas limitações da
sua vista, por ter ficado completamente cego, no entanto, nem por isso, dentro
do que lhe era possível e com apoio amigo da família, lá ia compondo os seus
versos e editando livros. Em cujos poemas perpassa o que de melhor têm a poesia
portuguesa - Dominando com mestria os mais diversos géneros poéticos e neles se
expressando, a par de um profundo sentimento de religiosidade, o amor à terra,
à natureza, aos espaços que lhe são queridos, suas inquietações e
interrogações, sobre a efemeridade da vida e o destino do Homem
Na poesia de Manuel Pires Daniel, não há jogo de palavras mas palavras que
vêm do coração, que brotam naturalmente, como água da melhor fonte, que corre
das entranhas do xisto ou do granito da nossa terra.
Um coração de poeta, muito admirado e querido, cuja sua obra intelectual,
se estende em todos os géneros literários, perfeitas maravilhas de naturalidade
, de graça, finura e sensibilidade, que encanta, sorri e toca profundamente
quem glosa a sua poesia ou a sua prosa.
Solstício do Verão - Ainda seus olhos podiam ver a luz do sol |
Na Pedra dos Poetas - Em 2003 - Na altura em que ainda podia andar e ver |
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Pese o facto dos seus olhos já não poderem contemplar a luz e a beleza que o inspiraram a escrever os mais belos poemas, tendo como temas os costumes da terra e das suas gentes, mas também os valores pátrios, religiosos e de pendor universal, sim, pensámos que os demais sentidos, reforçados pela sua fé e determinação inabalável pela paixão da escrita e pelo gosto da vida, continuarão, certamente, ainda mais sensíveis, para poder ir ao fundo do baú da sua memória e poder continuar a brindar-nos com os seus excecionais dotes literários, desde o teatro, à poesia e à ficção - Obviamente que uma tal tarefa, além de só ser possível com o amparo da esposa, dos filhos e netos, que nunca lhe negaram o indispensável carinho e apoio, naturalmente que exige um esforço hercúleo a quem contraia a cegueira adulto: a vida espiritual, por certo, se intensificará mas as limitações físicas, vão-se tornando num calvário que só Deus e quem leva essa pesada cruz, compreenderá o drama na sua verdadeira extensão
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