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sexta-feira, 4 de junho de 2021

Celebração do Solstício do Verão 21-06-2021 – Templos do Sol - Chãs-Vila Nova de Foz Côa - Numa tarde plena de luz, poesia, música e espiritualidade - Em Foz Côa e Chãs - Desde as 15.30 até ao pôr-do-sol


Jorge Trabulo Marques - Jornalista e dinamizador do evento  - 
Celebração do Solstício do Verão 2021 – Templos do Sol – Chãs-Vila Nova de Foz Côa  - Com momentos de Poesia e Música








Solstício de Verão 21-06- 2021 – Vai ser  celebrado a partir das 15.30   do maior dia do ano, no auditório do Centro Cultural de  cidade de V. N. de Foz Côa, com um recital de poesia  da  escritora e poeta luso São-Tomense, Olinda Beja, acompanhada à viola por Luís d'Almeida,  após o que  se realizarão as cerimonias evocativas na aldeia de Chãs, com o tradicional cortejo, até aos Templos do do Sol, desde o adro da Igreja, previsto  para às 18.00.18.15 , abrilhantado pelo grupo de Gaiteiros Os Mirandum - de Miranda do Duro  -  Num misto de muita alegria, de fraternal e calorosa convivência civica e cultural,  plena de enriquecedora espiritualidade. - Pormenores do programa, mais à frente, neste post 

Uma  vez mais, abrangendo a própria sede do concelho, tal como já sucedeu, noutras oportunidades,  nomeadamente, nas palestras subordinadas ao tema, comonias, bem como, em anterior evento, com a caravana de jornalistas da  Associação da Imprensa  Estrangeira, vindos de Lisboa,  que, antes das cerimónias evocativas, tiveram oportunidade de visitar o Museu do Côa, o  núcleo das gravuras dos Piscos, Muxagata, bem como a Quinta da Ervamoira, após o que se dirigiram para  se integrarem nas festividades programadas, em Chãs -  



PROGRAMA DA CELEBRAÇÃO DO SOLSTÍCIO DO VERÃO 2021 21 de Junho  - Chás - V.N. de Foz Côa e Chãs

15.30  - Respeitando as normas sanitárias da Covid-19,  o  dia maior do ano  vai ser  celebrado a partir das 15. no auditório do Centro Cultural de  cidade de V. N. de Foz Côa, com um recital de poesia  da Olinda Beja - A grande embaixatriz na DIÁSPORA da literatura Luso- São-Tomense,  acompanhada à viola por Luís d’Almeida


Às 17.h30 –  Prevista à parida do Centro  para o Adro da Igreja de Chãs

LOCAL DE CONCENTRAÇÃO O ADRO DA IGREJA DA FREGUESIA DE CHÃS  

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18.h-18.15 – Concentração e Desfile Aldeia-Templos do Sol Ao Som  do Grupo de Gaiteiros Os Mirandum

19.00 –    No Santuário da Pedra da Cabeleira de Nª Sra. –  Com Poemas de Olinda Beja – Declamados pela autoraacompanhada por sons de Viola de Luís d'Almeida   - Os visitantes distribuir-se-ão pelo interior do recinto e ao fundo do Altar

19.45     Partida para o  Altar da Pedra do Solstício  - Leitura de Poemas da Convidada-  Exibição musicais de Viola e dos Gaiteiros, até  à  observação do Alinhamento Sagrado, com o pôr-do-Sol  - 20.44

Seguir-se-á a Romagem à Pedra dos Poetas, com a presença de Olinda Beja e Participantes,  onde será recordada a memória do poeta Manuel Daniel

 E onde terminarão as cerimónias poéticas e evocativas

Evento patrocinado pelo Município de V.N de Foz Côa,  o apoio da Junta de Freguesia de Chãs e a benevolência dos proprietários dos sítios 


 

ALINHAMENTO SAGRADO COM O PÔR-DO-SOL NO SOLSTÍCIO DE VERÃO - MACIÇO DOS TAMBORES - ALDEIA DE CHÃS- VILA NOVA DE FOZ CÔA


Esta extraordinária imagem, configurando uma gigantesca esfera terrestre ou o esplendoroso  globo solar projetando os seus dourados raios, a poente, foi registada, pela primeira vez, cerca das 20.45 horas do dia 21 de Junho de 2003 e vai repetir-se ao fim do dia mais longo do ano e à mesma hora, caso as condições atmosféricas o permitam.


A partir do ponto onde o sol então se pôs ( e voltará a pôr-se) começa o Verão e, de igual modo, a grande estrela-fiel inicia o movimento aparente da sua declinação para o Hemisfério Sul – E, até atingir esse ponto extremo, no Solstício do Inverno, distam vários quilómetros: ou seja, desde o ponto do horizonte, onde ele se vai pôr, em perfeito alinhamento com a crista do esférico bloco e o centro do pequeno círculo que se encontra cavado, a alguns metros a oriente, na mesma laje da sua base de apoio.

Porém, o enorme megálito que a mesma imagem documenta, deverá ser observado segundo a posição que parece ter sido ali erigido, retocado e direcionado. Feita a observação, na face oposta ou lateralmente, toma  a  forma de enigmáticos bustos humanos.



O enorme penedo está orientado no sentido nascente-poente e possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no seu eixo no momento em que o Sol se ergue no horizonte, proporcionando uma imagem invulgar




Na verdade, sítios há que são uma tentação, um verdadeiro centro de emanações e de eflúvios, propensos ao deleite, ao esquecimento e à sublimação. Muitas destes espaços graníticos, são um permanente convite, áurea unção e arroubamento aos sentidos. 

 
Como já vai sendo tradição, o último ato evocativo terminou na Pedra dos Poetas, uma pequena fraga em forma de altar, onde o jornalista e poeta, Fernando Assis Pacheco, ergueu os braços, depois de ter visitado a Pedra da Cabeleira e o Castro do Curral da Pedra, ali próximos, como forma de agradecimento aos deuses que foram venerados nestes lugares, Um mês depois, e quando por ali deambulávamos, ao ouvirmos num pequeno transístor, a notícia da sua morte, pegámos um cinzel, com que habitualmente por ali esculpíamos alguns desenhos (muito antes de se falar das gravuras rupestres, já ali tínhamos centenas de  desenhos gravados no granito de carácter místico e iniciático), sim, com a mesma ferramenta, cinzel e maceta,  fixamos  naquele caprichoso e rústico altar, no espaço configurado por um  pequeno triângulo,  as iniciais do seu  nome - 

A homenagem,  com a presença da esposa e filhos, sucederia anos mais tarde. Depois desta cerimónia, todos os anos, ali  evocamos nomes grados da cultura da nossa região ou do país - E, ali estivemos, pois, uma vez mais, num misto de recolhimento e de contemplação, no tão singelo como já mítico altar, distinguindo figuras queridas destas terras, a cujas biografias nos referimos em postagens anteriores.

OLINDA BEJA - Poeta, romancista, contadora de histórias, Olinda Beja tem divulgado, através de conferências e recitais de poesia, a cultura de S. Tomé e Príncipe por vários países, nomeadamente Brasil, Austrália, Timor, Marrocos, França, Espanha, Suíça, Inglaterra, Luxemburgo, Cabo Verde…

Nasceu em Guadalupe, S. Tomé, a 12 de Fevereiro de 1946, filha de José de Beja Martins (português) e de Maria da Trindade Filipe (santomense), tendo ido viver para .Portugal, ainda criança (S. Tomé e Príncipe). Estudou em Portugal, mas, um dia, resolveu voltar à sua bela ilha e, a partir de então, tem assumido o papel de Embaixadora da Cultura Santomense.

Tem trabalhos publicados na Alemanha (Universidade de Frankfurt e Universidade de Berlim) sobre a língua materna de S. Tomé, bem como poemas dispersos em revistas nacionais e estrangeiras, em livros didáticos dos Ministérios Português e Francês da Educação, em várias antologias dos mais diversos países, salientando-se a antologia publicada em junho de 2015 em Buenos Aires (Argentina) e cujo título “Ligarás tu corazon com el mio” é um verso de um poema do livro “À Sombra do Oká”.

Tem poemas e contos traduzidos para espanhol, francês, inglês, árabe, chinês (mandarim) e esperanto.

Escreve livros, conta e canta histórias sempre que o seu coração lhe pede.

Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Português-Francês) pela Universidade do Porto e pela Universidade Aberta em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. Foi professora do ensino secundário em Portugal e de Língua e Cultura Portuguesas (e lusófonas) na Suíça.

Dedicou-se à escrita desde muito jovem, publicando até ao momento atual mais de duas dezenas de obras : Bô Tendê? (poemas); Leve, Leve (poemas); 15 Dias de Regresso (romance); No País do Tchiloli (poemas); A Pedra de Villa Nova (romance); Pingos de Chuva (conto); Quebra-Mar (poemas); A Ilha de Izunari (ficção); Água Crioula (poemas); Pé-de-perfume (contos); Aromas de Cajamanga (Poemas); O Cruzeiro do Sul (poemas); Histórias da Gravana (contos, obra finalista, em 2011, no grande prémio PT Literatura); A Casa do Pastor (contos), Um Grão de Café (conto infanto-juvenil – faz parte do Plano Nacional de Leitura), À Sombra do Oká (poemas – Faz parte do Plano Nacional de Leitura); Tomé Bombom (conto juvenil); Chá do Príncipe (contos), Simão Balalão (conto infanto-juvenil).

Com o livro À Sombra do Oká recebeu em S. Tomé e Príncipe o Prémio Literário Francisco José Tenreiro 2012-2013.




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