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segunda-feira, 31 de maio de 2021

Vale do Côa – “Investigadores admitem ter descoberto no Côa o maior painel de arte rupestre ao ar livre” – Fiz a reportagem no mesmo local há 21 anos, que lhe recordo

Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador 



Gravuras e enigmas do Côa, voltaram a maravilhar os arqueólogos - Sim, libertando a famosa 'rocha 09' de mais sedimentos, estudada em 1999 e desnudando-a de aterros, com novas escavações, pondo a descoberto  mais uns metros de  acrescidas e belas composições artísticas


Revela a imprensa, que “uma equipa multidisciplinar acredita ter colocado a descoberto um dos maiores painéis de arte rupestre ao ar livre, com cerca de 10 metros de comprimento, no sítio da Fariseu, no Vale do Côa, com a descida do caudal do rio, “onde se encontra 'picotado' o maior auroque do mundo, que inicialmente tinha 3,5 metros visíveis, com estas sondagens revelou uma extensão de 10 metros de comprimento”

Estive na Canada do Fariseu, quando o leito do Côa baixou por 15 dias, nos finais de 1999, devido a obras com a construção da nova ponte internacional, na foz do Águeda, em Barca D’Alva,  tendo feito a reportagem para o jornal ECÔA, no qual colaborei, gratuitamente, em centenas de páginas.

Foram estes os títulos em manchete: “O Côa continua a surpreender os arqueólogos –  “O CÔA CONTINUA A SURPREENDER OS ARQUEÓLGOGOS - DESCOBERTO  PAINEL DE GRAVURAS COM MAIS DE VINTE MIL ANOS

Dando na minha coluna “PALEOLITICÁRIO”, este destaque:  “A ARTE DO CÔA AINDA É MAIS ANTIGA DO QUE SE PENSAVA, referindo que  “Os enigmas do Vale do Côa são um manancial  inesgotável” E sublinhando constituir-se como  “um verdadeiro livro aberto da história da Humanidade”

“ Na verdade!  - dizia eu “quando tudo levava a crer  que Foz Côa era já um caso esquecido, eis que, das entranhas da terra, em subsolo paleolítico, surge a maior das surpresas e talvez mesmo a maior das maravilhas – Uma rocha incrustada com dezenas de belíssimas gravuras, em perfeito estado de conservação, desde cavalos com duas cabeças, auroques, cobras, cabras, veados, entre outras figurinhas sobrepostas de animais que deslumbraram os especialistas e que, a partir de agora, certamente deitarão por terra, mesmo  as dúvidas  dos mais céticos. Sim, quem daria que o Vale Sagrado, ainda tinha   (e terá, com certeza) tantos mistérios por revelar”.- Pormenores mais à frente.

É destacado, também, pelo JN, que ampliação da área de trabalho permitiu a oportunidade aos arqueólogos “perceber a relação da vida quotidiana do Paleolítico Superior com a arte do Côa”. vincou Thierry Aubry

HÁ 21 ANOS O PAINEL DA “ROCHA 9” ERA  JÁ CONSIDERADO A MAIS SURPREENDENTE DESCOBERTA DO VALE DO COA –  E que poderia contribuir para, além de um importante testemunho da arte paleolítica, inclusivamente o estudo do próprio habitat.

 Infelizmente, tendo voltado a ficar coberto pelas mesmas lamas e submerso pelo leito do rio, com a esperança de que um dia   pudesse voltar a ser  descoberto e estudado – Tal como dizia:    “Com um misto de algum júbilo ou contida alegria de um dever cumprido. Já que, todas as esperanças, apontam para que aquele tesouro, que ora ali jaz oculto, não tarde a que se resgate e volte a ser admirado  como talvez o mais belo vitral de um museu vivo”. 

Recordando, o meu artigo, começava por referir:  - “Como é já do domínio público, a descida do nível da albufeira do Pocinho, devido a obras com a construção da nova ponte internacional, na foz do Águeda, em Barca D’Alva, permitiu a uma  equipa dos arqueólogos,  dirigida por Martinho Baptista e por Thiery Aubry,  trazer à luz do dia uma das mais espantosas descobertas  até agora feitas no domínio  da arte rupestre no nosso país,  e porventura em todo o mundo. Isto, porque,  pela primeira vez foram encontradas em sedimentos de mais de duas dezenas de milhares de anos, não apenas gravuras subterradas, mas também as famosas plaquetas de arte móvel  e uma série de  utensílios líticos que o homem usou para imprimir os  desenhos dos seus ídolos ou perpetuar os símbolos  e figuras dos seus cultos, entre outros vestígios em seixo e em quartzite, que testemunham, além da sua arte, inclusivamente o próprio habitat.

Enquanto, ate agora,  os arqueólogos tinham que cingir os seus estudos ao chamado método estilístico, comparando as gravuras ao ar livre com as pinturas descobertas nas grutas, onde a pigmentação permitia o recurso a uma rigorosa datação científica, ora bem, havendo subsolo da época, é perfeitamente possível calcular geologicamente a sua idade – através da estratigrafia. Esta é uma das possibilidades. Outra é a análise química desses mesmos estratos. Mas, pelo que ali apurei,  este processo talvez não seja dos melhores devido à acidez do terreno, que terá praticamente eliminado toda a matéria orgânica. Antes, sim, sobre os pedacitos de materiais líticos encontrados nas escavações, alguns deles submetidos a altas temperaturas na época(locais com lareiras), que, pelo método  de termoluminescência, podem ser datados, Daí que, perante  esta mão cheia de informações, o Director do Centro Nacional  de Arte Rupestre, Martinho Baptista, uma das autoridades mais cotadas em estilística neste domínio, não caiba de contente ao admitir que a idade das gravuras do Côa, pode ser muito mais antiga do que inicialmente se pensava. Pois considera que grande parte destes achados se situe em patamares mais recuados da civilização paleolítica. No denominado período  Grafense ou Solutrense, que se estende  aos 25.00O a  20.000 anos A.C.A.C.

É claro que, isto de milénios, se comparado com o tempo normal de uma vida humana, poderá parecer-nos uma eternidade, e, deste modo, deixar-nos perplexos ou conduzir-nos algumas dúvidas. Mas, não é bem assim. Com efeito, cada um de nós, não é senão um brevíssimo instante na grande jornada da evolução do homem. E, é claro, apenas remontando  à era da pedra lascada aos nossos dias, já que a nossa origem perde-se numa autêntica noite de trevas.

Esta, pois, uma das razões pelas quais  o património arqueológico do Vale do Côa, é, sem dúvida, um verdadeiro livro aberto da história da Humanidade, dado que, em muitas das suas pedras - xistosas e também graníticas – perduram registos gravados e pintados que nos dão conta das grandes etapas civilizacionais por que atravessámos  e de que há elementos de estudo. Afinal, a partir de agora, com um valor acrescentados: - é que, com as novas descobertas, a arte do Côa, já não precisa de ir buscar  referências a outros pontos do globo para se avaliar – tem, em si, elementos que fazem dela a sua própria referência.

UM ENTERRO SEM LUTO MAS COM ALGUNS SORRISOS

O local onde foram feitas as mais recentes descobertas rupestres, situa-se ao fundo da encosta do Fariseu, na margem esquerda do Côa, talvez num dos pontos mais belos e silenciosos do rio. Do outro lado de lá, e quase meia encosta da íngreme ladeira, que ali se ergue, como uma muralha natural, está a casa da  velha Quinta do Bravio, já desabitada e com o terreno por cultivar. Por isso, o que até agora existe, além da imagem inóspita e dura de outros tempos, é o abandono. Mas, talvez, nem isso; penso que o que agora mais sobressai é uma grande quietude – um rio calmo, porque, a albufeira, que entra por ele acima, faz com que as suas águas pareçam paradas; depois, aquelas duas  ladeiras, que quase se tocam e se unem em canhão, o que nelas verdadeiramente se descobre é uma imensa paz, um enorme silêncio.

Assim, não me custa pois a crer, que, há milénios, os homens que ali montavam os seus acampamentos  e se agasalhavam  de peles de animais e alimentavam  de frutos silvestres, da caça e da pesca, elegessem este sítio como dos mais predilectos das suas migrações do litoral para o interior.

De facto, a prova está à vista, tão encantados terão ficado com o lugar com o lugar que, além de nele se acantonarem, por lá invocarem os seus deuses e, uma das formas escolhidas, terá sido justamente  através das suas magnificas  criações artísticas. Algumas das quais agora desencantadas da profundidade dos aluviões depositadas ao longo das eras. Graças, uma  vez mais, a um fortuito mas feliz acaso, que permitiu, que uns homens do nosso tempo – talvez com olhos e sentidos tão apurados como as águias do rio quando se atiram voo certeiro sobre as suas presas – ali acorressem, logo que as águas deixaram a descoberto alguns metros das suas margens, e esgravatassem, cautelosa  mas porfiadamente, lama e aterros em busca do tesouro perdido. Sim, ao que parece, apenas orientados  por aquele dom que cultivam os magos ou mercê de refinada percepção extra-sensorial, que uma longa experiência ajuda adquirir e a cimentar. E, que, afinal, tão útil se revela, especialmente  quando se não olha a sacrifícios  e se trabalha com entusiasmo e amor.

Foi realmente o que fizeram as esquipas  técnicas do PAVC durante os 15 dias  que ali andaram – arqueólogos, arqueólogas e auxiliares. Não olhando às inclemências do tempo – dia e noite – ao frio, aos nevoeiros, à chuva, enfim, ante as condições mais adversas da estação.

Valeu a pena, pelos vistos. Pois, a euforia e o prazer da descoberta, terão sido o bastante para esquecer longas horas de dedicação.

O que, talvez, mais lhe tenha custado, terá sido o facto da sua maravilha, posta que fora à luz do dia, ter de voltar ao fundo da terra. Como se de repente, uma magnifica revelação, se transformasse em trevas, ou pior, numa sepultura coberta por um pesado entulho e um silêncio de pedra. Mas, até um dia. Pois, frise-se, contrariamente,  aos enterros habituais, ali tudo se passou sem luto, sem dor e sem lágrimas, antes sim,  segundo me pareceu. Com um misto de algum júbilo ou contida alegria de um dever cumprido. Já que, todas as esperanças, apontam para que aquele tesouro, que ora ali jaz oculto, não tarde a que se resgate e volte a ser admirado  como talvez o mais belo vitral de um museu vivo. 

Jorge Trabulo Marques – Da coluna PALEOTICÁRIO, do mensário ECÔA,

 

 

segunda-feira, 17 de maio de 2021

“Nome da Rosa “. de Humberto Eco e “Quando Mato Alguém Fico Um Bocado Deprimido" de minha autoria” – Em 1º e 2º lugar dos dez livros mais procurados, referidos na mesma noticia da ANOP – Agência que antecedeu a Lusa.


  Jorge Trabulo Marques  - Jornalista 

No dia em que “O Nome da Rosa de Humberto Eco e o Meu livro, estiveram no top da mesma notícia da ANOP- O do autor italiano, ocupando o primeiro lugar, o meu a segunda posição: Com o título "Quando Mato Alguém Fico Um Bocado Deprimido – 

O livro de que sou autor, desde há muito esgotado, inserido na colação cadernos de reportagem da Relógio D’Água, é baseado em entrevistas que fiz a criminosos nas cadeias portuguesas - Deu origem a uma ´serie na RTP e a uma peça de teatro pela atriz Adelaide João




Nome da Rosa, é um romance histórico do escritor italiano Umberto Eco, lançado em 1980 e traduzido em todo o mundo, tendo vendido mais de 10 milhões de cópias – - Tive o prazer de o conhecer e também de o entrevistar - Tenho o livro com o seu autógrafo.

Mais tarde, em 1986, foi adaptado ao cinema pelo realizador Jean-Jacques Annaud, com Sean Connery a desempenhar o papel principal

O enredo d'O Nome da Rosa gira em torno das investigações de uma série de crimes misteriosos, cometidos dentro de uma abadia medieval. Com ares de Sherlock Holmes, o investigador, o frade franciscano William de Baskerville, assessorado pelo noviço Adso de Melk, vai a fundo em suas investigações, apesar da resistência de alguns dos religiosos do local. Até que então desvenda as causas dos crimes, estando ligadas à manutenção de uma biblioteca que mantém em segredo obras apócrifas, obras que não seriam aceitas em consenso pela igreja cristã da Idade Média, como é a obra risonha criada por Eco e atribuída romantescamente a Aristóteles. A aventura de Guilherme de Baskerville é desta forma uma aventura quase quixotesca”.


Humberto Eco,  Escritor, filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo italiano de fama internacional - Autor do livro “O Nome de Rosa”. nasceu em Alexandria, a 5 de janeiro de 1932 —  Morreu em 19 de Fevereiro de 2016, em Milão, mas deixou o perfume e a fluência de uma escrita inigualável -

Foi um pioneiro da semiótica, a ciência dos signos, um teórico da linguagem e autor de vários ensaios filosóficos. Foi só relativamente tarde que publicou o seu primeiro romance, precisamente O Nome da Rosa, mas foi este que lhe garantiu uma popularidade mundial ao pôr a sua enorme erudição ao serviço da construção do romance histórico. "A linguagem, a informação, a retórica dos discursos e a necessidade de compreender as configurações culturais em que vivemos, em comparação com as que existiam outrora, eram os seus temas", diz o historiador Diogo Ramada Curto. "O ensaio, a história mas sobretudo, desde a publicação de O Nome da Rosa, a obra de ficção eram os instrumentos de que se servia para responder tanto às preocupações pelo presente, como pelo passado. Umberto Eco

Foi titular da cadeira de Semiótica e diretor da Escola Superior de ciências humanas na Universidade de Bolonha.[3] Ensinou temporariamente em Yale, na Universidade Columbia, em Harvard, Collège de France e Universidade de Toronto. Colaborador em diversos periódicos acadêmicos, dentre eles colunista da revista semanal italiana L'Espresso, na qual escreveu sobre uma infinidade de temas.[ Eco foi, ainda, notório escritor de romances,[5] entre os quais O nome da rosa e O pêndulo de Foucault. Junto com o escritor e roteirista Jean-Claude Carrière, lançou em 2010 "N’Espérez pas vous Débarrasser des Livres" (“Não Espere se Livrar dos Livros”, publicado em Portugal com o título "A Obsessão do Fogo" no Brasil como "Não contem com o fim do livro" – Wikipédia e outras fontes da Net

O QUE É DITO DO MEU LIVRO de  "Quando mato alguém fico um bocado deprimido -  Este  "Caderno de Reportagem" da Relógio d´ Água Editores, data de 1984 e relata alguns episódios prisionais e factos que os motivaram, através de entrevistas efectuadas por Jorge Trabulo Marques.

O autor é um dos aventureiros cujo destino é incerto mas vale a pena ler algumas passagens das suas 57 páginas de escrita.

Ficam aqui estas para se ler como o tempo passou em Portugal e se alguém será capaz de reconhecer já esse tempo...

Esta é uma pequena parte da história de vida de um assassino, chamado Manuel "Alentejano" e isto parece-me consentâneo com uma realidade que parece ter desaparecido da paisagem mediática.

Hoje em dia nem os criminosos são assim. São piores...

Num dos recortes aparece a notícia do Correio da Manhã sobre a pena aplicada ao homicida: 63 anos de prisão.

Isso aconteceu antes de 1982, em que tal era possível, através da soma aritmética de penas aplicadas pelos crimes, como hoje ainda devia ser e não é porque a lei obriga a uma soma jurídica em que o máximo nunca pode ultrapassar os 25 anos.

Nessa altura entrou em vigor o Código Penal figurado por Figueiredo Dias e que deu o resultado que se pode ver, actualmente o qual suscita uma eventual revisão que o partido Chega pretende ser, além do mais, a repristinação de penas ainda mais antigas como a "pena perpétua". Para estes casos não era preciso... https://portadaloja.blogspot.com/.../quando-mato-alguem...

 

domingo, 16 de maio de 2021

Celebração do Solstício do Verão 21-06-21 - Com Olinda Beja - No “Stonehenge Português" – Maciço dos Tambores, aldeia de Chãs, V. N.de Foz Côa

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Autor da descoberta e organizador do evento 

O solstício de verão de 2021, no Hemisfério Norte,  ocorre a 21 de junho, segunda-feira,  o dia maior do ano,  marcando oficialmente o início do verão, a partir do qual os dias vão passar a decrescer até ao Solstício do Inverno, que tem início no dia 21 de Dezembro de 2021, numa terça-feira

Vamos celebrar o SOLSTÍCIO DO VERÃO, 21-06-2021, com a presença da ESCRITORA E POETA SANTOMENSE, Olinda Beja, lendo poemas de sua autoria, acompanhada pelo violinista Luís  de Almeida, com o apoio do Município e junta de Freguesia, aldeia de Chãs, V.N. de Foz Côa -

 Participe nesta celebração, associando-se ao esplendor e alegria, que ali costuma ser vivida, respeitando as orientações sanitárias, que as autoridades recomendam. - A cerimónia, terá inicio às 18.30, com o tradicional cortejo "druída", desde o adro da igreja, depois de uma arruada por um grupo de gaiteiros de Miranda do Douro, pelas principais ruas da aldeia - Dirigindo-se, de seguida  para o Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nº Sra, outro dos impressionantes monumentos megalíticos, este alinhado com o nascer do sol dos Equinócios -  Dali o cortejo, seguirá para junto da Pedra do Solstício, onde as celebrações irão decorrer até ao pôr-do-sol, após o que ainda haverá uma pequena sessão de poesia na Pedra dos Poetas.

Desejamos, pois, que tudo decorra em paz e harmonia, confiantes de que os puríssimos ares destes amplos e belos espaços, hajam como agentes energéticos, sejam mais purificadores do corpo, enriquecedores do espírito e da alma, de que agentes adversos. Dependerá do comportamento de cada um, cujo ambiente, aliás, ali tem sido sempre sublime, alegre e apaziguador

Esta extraordinária imagem,  configurando uma gigantesca esfera terrestre ou a esplendorosa configuração de um enorme globo solar  projectando os seus dourados raios, a poente, foi registada, pela primeira vez, cerca das 20.45 horas do dia 21 de Junho de 2003 e poderá repetir-se,  todos os anos,  ao fim do dia mais longo do ano e à mesma hora, caso as condições atmosféricas o permitam.

A partir do ponto onde o sol então se pôs ( e  voltará a pôr-se) começa o Verão e, de igual modo,  a grande estrela-fiel inicia o movimento aparente da sua declinação para o Hemisfério Sul – E, até atingir esse ponto extremo, no Solstício do Inverno, distam vários quilómetros: ou seja, desde o ponto do horizonte, onde ele se vai pôr, em  perfeito alinhamento com a crista do esférico bloco e o centro do pequeno círculo que se encontra cavado, a alguns metros a oriente, na mesma laje da sua base de apoio.

Os participantes, convidados e demais peregrinos, poderão tomar parte no cortejo de cariz celta, evocando, uma vez mais e desde há quase 20 anos, antigas tradições dos povos que ali viveram, se abrigaram e ergueram os seus monumentais calendários solares, símbolos da fertilidade e dos ciclos das estações, num belíssimo desfile, ao som de um grupo de gaiteiro de Miranda do Douro, que partirá às 18.30 do adro da igreja, rumo aos Templos do Sol, maciço dos Tambores, onde poderão testemunhar, às 20h45 a passagem dos raios solares sobre o eixo da Pedra do Solstício, precisamente ao pôr-do-sol do dia maior do ano no Hemisfério Norte

Impressionante megálito, com três metros de diâmetro - Ergue-se numa das vertentes da área rastreja do Castro do Curral da Pedra, sobranceiro ao aprazível vale da Ribeira Centeeira, a curta distância do Santuário Rupestre da Cabeleira de Nossa Senhora.

Visto, perpendicularmente, em direcção ao pôr-do-sol, de oriente para ocidente, assemelha-se a uma enorme réplica da esfera terrestre e ao próprio espelho solar - Observado, porém, noutro ângulo, de Norte para Sul, toma a misteriosa forma de um imponente busto feminino, com nariz e orelha e, do lado oposto, um crânio mais cheio, comparado a um busto masculino

CONFIRMADA A HONROSA PRESENÇA DE  Olinda Beja

 

 

Poeta, romancista, contadora de histórias, Olinda Beja tem divulgado, através de conferências e recitais de poesia, a cultura de S. Tomé e Príncipe por vários países, nomeadamente Brasil, Austrália, Timor, Marrocos, França, Espanha, Suíça, Inglaterra, Luxemburgo, Cabo Verde…

BOM DIA MAMÃ FLOR” – Livro infantil da Poeta e escritora Luso-Santomense – “O Rouka disse que a mãe tinha a cara pintada de preto! Da cor da amora!”– Uma história infantil mas que também tem a ver com a vida da autora – Que deixou S. Tomé em criança - Reconhece ter sido muito complicado para ela e para o seu filho, até “ descobrir as suas origens, a sua identidade materna!... Filha de pai português do distrito de Viseu e uma mulata santomense, Trindade. distrito de Mé-Zóch

Obra infantil, profusamente ilustrada, por Celsa Sánchez , de cariz autobiográfico, apresentada no Centro Cultural de Cabo Verde, nesta última sexta-feira, editada pela Editorial Novembro, com a moderação de Avelina Ferraz, representante da editora, com comentários de Solange Salvaterra Pinto, membro da Associação Menón, que teceu largos elogios à autoria e à obra, sublinhando ser muito oportuna num tempo em que há necessidade de encorajar as atuais gerações do seu pais, com exemplos de coragem e de amor materno

Brindada por calorosa sessão, que encantou e fez dedilhar sons e melodias santomenses, via Internet de Inglaterra, de Filipe Santo. cuja leitura ali foi recomendada, tanto para crianças como para adultos e orientações curriculares , no lançamento que decorreu, no Centro Cultural de Cabo Verde, nesta última sexta-feira, com apresentação de Solange Salvaterra Pinto, membro da Associação Menón, que teceu largos elogios à autoria e à obra, sublinhando ser muito oportuna num tempo em que há necessidade de encorajar as atuais gerações do seu pais, com exemplos de coragem e de amor materno

Regina Correia, leu alguns dos sedutores excertos de “Bom Dia Mamã Flor”, de forma muito calorosa e sugestiva, a que se seguiu, uma intervenção, igualmente muito aplaudida, em jeito de comédia e de humor, "quem conta um conto", por Ângelo Torres, filho de pais são-tomenses com 24 irmãos, nascido na Guiné Equatorial, o ator que protagonizou o filme A Ilha dos Escravos ao lado da atriz brasileira Vanessa Giácomo e do ator português Diogo Infante.

Neste livro de literatura infantil, a escritora e contadora de histórias santomense, Olinda Beja, narra a história de Sólilua, um menino encantador, que dizia ao acordar “Bom dia Mamã-flor!”.

Uma bela história de amor e ternura onde uma criança se vê confrontada com um drama ainda tabu na sociedade, vivido pelo filho da autora

Na sua intervenção, Olinda Beja começou por confessar “Nós vivemos no interior de Portugal, em Mangualde. Eu vim, pequenina, com três anos para as terras frias da Beira-Alta… Foi muito complicado… Até descobrir as minhas origens, a minha identidade materna!... E só 37 anos depois, é que eu regresso!... Portanto, eu regresso com 39 depois… Redescobrir a mãe! E a mãe-pátria!

Recordando esse seu passado, com os contos narrados no livro, frisou:, que “Nessa altura, esta história, já se tinha passado com o meu filho..

E um dia, disse-me: “Ah! A mãe conta tanta história e não contou a nossa história…

E já não me lembrava da história da amora… (...) Ainda hoje, com quarenta e tal anos, me diz! – Bom Dia, Mamã-Flor!

E eu digo-lhe sempre: - Não te esqueças!... Quando eu partir de dizeres… (ele acaba a frase)… continuando a olhar para mim..

OLINDA BEJA, Nasceu em Guadalupe, S. Tomé, a 12 de Fevereiro de 1946, filha de José de Beja Martins (português) e de Maria da Trindade Filipe (santomense), tendo ido viver para .Portugal, ainda criança (S. Tomé e Príncipe). Estudou em Portugal, mas, um dia, resolveu voltar à sua bela ilha e, a partir de então, tem assumido o papel de Embaixadora da Cultura Santomense.

Poeta, romancista, contadora de histórias, Olinda Beja tem divulgado, através de conferências e recitais de poesia, a cultura de S. Tomé e Príncipe por vários países, nomeadamente Brasil, Austrália, Timor, Marrocos, França, Espanha, Suíça, Inglaterra, Luxemburgo, Cabo Verde…

Tem trabalhos publicados na Alemanha (Universidade de Frankfurt e Universidade de Berlim) sobre a língua materna de S. Tomé, bem como poemas dispersos em revistas nacionais e estrangeiras, em livros didáticos dos Ministérios Português e Francês da Educação, em várias antologias dos mais diversos países, salientando-se a antologia publicada em junho de 2015 em Buenos Aires (Argentina) e cujo título “Ligarás tu corazon com el mio” é um verso de um poema do livro “À Sombra do Oká”.

Tem poemas e contos traduzidos para espanhol, francês, inglês, árabe, chinês (mandarim) e esperanto.

Escreve livros, conta e canta histórias sempre que o seu coração lhe pede.

Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Português-Francês) pela Universidade do Porto e pela Universidade Aberta em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. Foi professora do ensino secundário em Portugal e de Língua e Cultura Portuguesas (e lusófonas) na Suíça.

Dedicou-se à escrita desde muito jovem, publicando até ao momento atual mais de duas dezenas de obras : Bô Tendê? (poemas); Leve, Leve (poemas); 15 Dias de Regresso (romance); No País do Tchiloli (poemas); A Pedra de Villa Nova (romance); Pingos de Chuva (conto); Quebra-Mar (poemas); A Ilha de Izunari (ficção); Água Crioula (poemas); Pé-de-perfume (contos); Aromas de Cajamanga (Poemas); O Cruzeiro do Sul (poemas); Histórias da Gravana (contos, obra finalista, em 2011, no grande prémio PT Literatura); A Casa do Pastor (contos), Um Grão de Café (conto infanto-juvenil – faz parte do Plano Nacional de Leitura), À Sombra do Oká (poemas – Faz parte do Plano Nacional de Leitura); Tomé Bombom (conto juvenil); Chá do Príncipe (contos), Simão Balalão (conto infanto-juvenil).

Com o livro À Sombra do Oká recebeu em S. Tomé e Príncipe o Prémio Literário Francisco José Tenreiro 2012-2013.

Poeta, romancista, contadora de histórias, Olinda Beja tem divulgado, através de conferências e recitais de poesia, a cultura de S. Tomé e Príncipe por vários países, nomeadamente Brasil, Austrália, Timor, Marrocos, França, Espanha, Suíça, Inglaterra, Luxemburgo, Cabo Verde…

EM 2019, CONTAMOS COMA PRESENÇA DE ISABEL SANTIAGO - Luso-santomense, que leu poemas de Alda Graça Espírito Santo e José Tenreiro






HOMENAGEM  AO POETA SANTOMENSE FRANCISCO JOSÉ TENREIRO  NO ALTAR DA PEDRA DOS POETAS  - POR ISABEL SANTIAGO  





Poema de Francisco José Tenreiro, lido no  altar da Pedra dos Poetas por Isabel Santiago, a Embaixadora de Boa Vontade, Santomenses, que participou nas celebrações do Solstício do Verão, juntamente com