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terça-feira, 27 de outubro de 2020

NORA DE ALVES DOS REIS DO MAIOR FAISIFICADOR DE NOTAS EM PORTUGAL – Em memórias de um repórter -Eu achei-o adorável! … Ele soube amar-me sempre” Ele não falava muito do pai!.. Dizia-me: o meu pai foi muito infeliz! E foi! E foi!... Um homem, tão exigente, como ele era!

    Jorge Trabulo Marques - Jornalista

Vinte anos de felicidade!... Em casa não havia uma voz alterada! O meu lindo lar! O meu lindo amor!... Porque no meu lar havia o sol a brilha! A brilhar!

Confissões da nora de Alves dos Reis, considerado o maior FALSIFICADOR de notas da história, com a efígie Vasco da Gama, em 1925. Além disso, também falsificou documentos e assinatura, comprou ações de forma ilegal, além de também ter passado cheques sem fundo.

 

Fui felicíssima! O pai da minha filha!... Da Luisinha!...Adorei-o! Ele era lindo! Olhos verdes! Um dia, no café, ele disse-me assim: - vocês não sabem quem eu sou?... Sou filho do Alves Reis!

- Eu quando ouço aquilo, foi como que uma bomba tivesse arrebentado aos meus pês!... Eu não esperava nada!... Sabe!...Naquela altura, o nome não era assim muito famoso!... Agora é que falam do meu sogro!,,, Está na moda!

- Então como é que encarou isso?- perguntei

Não me importei nada!

- Ele falava-lhe do pai? - questionei

Ele não era pobre!... Ele disse-me isto: você vai ficar espantada! Ele disse-me que era filho do Alves dos Reis! O quê?!... Você, agora já não me quer voltar a ver? Adoro-o! Adoro-o! Eu já gosto de si!.. Gostamos um do outro!...E começámos a namorar!...O que eu lhe digo é uma coisa!... Depois casámos!...Ele não falava muito do pai!.. Dizia-me: o meu pai foi muito infeliz!.. E foi! E foi!... Um homem, tão exigente, como ele era!..Eu achei-o adorável! … Ele soube amar-me sempre!... Eu tive muita pena!...

- E casaram, acrescentei eu com a pergunta? E foram felizes?

- Oh! de uma felicidade enorme!... Fomos muito felizes!

- E quantos anos!

Vinte anos de felicidade!... Em casa não havia uma voz alterada! O meu lindo lar! O meu lindo amor!... Porque no meu lar havia o sol a brilha! A brilhar! - Mais pormenores no vídeo

Alves dos Reis, considerado o maior FALSIFICADOR de notas da história, com a efígie Vasco da Gama, em 1925. Além disso, também falsificou documentos e assinatura, comprou ações de forma ilegal, além de também ter passado cheques sem fundo.

Foi durante o tempo da prisão (só esteve preso 54 dias e foi libertado em 27 de Agosto de 1924 por pormenores processuais) que concebeu o seu plano mais ousado. A sua ideia era falsificar um contrato em nome do Banco de Portugal, o banco central emissor de moeda, e que na altura era uma instituição parcialmente privada, que lhe permitiria obter notas ilegítimas mas impressas numa empresa legítima e com a mesma qualidade das verdadeiras.

Artur Virgílio Alves dos Reis (Lisboa, 3 de Setembro de 1898 — 9 de Julho de 1955) foi certamente o maior burlão da história portuguesa e possivelmente um dos maiores do Mundo. Foi o cabecilha da maior falsificação de notas de banco da História: as notas de 500 escudos, em 1925.

Filho de uma família modesta—o pai era cangalheiro, tinha problemas financeiros e acabou por ser declarado insolvente—Alves Reis quis estudar engenharia. Efectivamente, começou o primeiro ano do curso, mas abandonou-o para casar com Maria Luísa Jacobetty de Azevedo.

Cedo começaram as falsificações (desengane-se quem pensa que as notas de 500 escudos foram a sua estreia). Em 1916, emigrou para Angola, para tentar fazer fortuna e assim escapar às humilhações que lhe eram impostas pela abastada família de Luísa, devido à diferença de condição social. Aí, fez-se passar por engenheiro, falsificando um diploma de Oxford, de uma escola politécnica que nem sequer existia: : a Polytechnic School of Engineering.

Mas passemos o caso das notas de 500 escudos: foi durante o tempo da prisão (a que foi condenado por ter tentado apoderar-se da companhia Ambarca passando cheques sem cobertura) que Alves dos Reis concebeu o seu plano mais ousado. A sua ideia era falsificar um contrato em nome do Banco de Portugal – o banco central emissor de moeda, e que na altura era uma instituição parcialmente privada –o que lhe permitiria obter notas ilegítimas mas impressas numa empresa legítima e com a mesma qualidade das verdadeiras.

Em 1924, Alves dos Reis contactou vários cúmplices, entre os quais o financeiro holandês Karel Marang Van Ijsselveere, Adolph Hennies (um espião alemão), Adriano Silva, Moura Coutinho, Manuel Roquette e especialmente José Bandeira.

Um pormenor importante era que José Bandeira era irmão de António Bandeira, o embaixador português em Haia.

lves dos Reis preparou um contrato fictício e conseguiu que este contrato fosse reconhecido notarialmente. Através de José Bandeira, obteve também a assinatura de António Bandeira. Conseguiu ainda que o seu contrato fosse validado pelos consulados da Inglaterra, da Alemanha e França. Traduziu o contrato em francês e falsificou assinaturas da administração do Banco de Portugal.

Através de Karel Marang, dirigiu-se a uma empresa de papel-moeda holandesa, mas esta remeteu-os para a empresa britânica Waterlow & Sons Limited de Londres, que era efectivamente a casa impressora do Banco de Portugal. Em 4 de Dezembro de 1924, Marang explicou a sir William Waterlow que, por razões políticas, todos os contactos ligados à impressão das novas notas deveriam ser feitos com a maior das discrições. O alegado objectivo das notas era conceder um grande empréstimo para o desenvolvimento de Angola. Cartas do Banco de Portugal para a Waterlow & Sons Limited foram também falsificadas por Alves dos Reis.

Alves dos Reis pretendia com toda esta fraude gigantesca fundar o Banco Angola e Metrópole, para investir em Angola e, posteriormente, tentar controlar a maioria das acções do Banco de Portugal, de forma a cobrir as falsificações e abafar qualquer investigação, situação que esteve prestes a conseguir.

Ao longo de 1925 começaram a surgir rumores de notas falsas, mas os especialistas de contrafacção dos bancos não detectaram nenhuma nota que parecesse falsa. A partir de 23 de Novembro de 1925, Alves dos Reis e os negócios pouco transparentes do Banco de Angola e Metrópole começam a atrair a curiosidade dos jornalistas de O Século – o mais importante diário português de então. A burla é publicamente revelada em 5 de Dezembro de 1925 nas suas páginas.

Alves dos Reis é preso a 6 de Dezembro, quando se encontrava a bordo do “Adolph Woerman” ao regressar de Angola. Surpreendentemente tinha apenas 28 anos nesse momento.- Excerto de https://comomateiaminhamulher.wordpress.com/2010/02/17/alvesdosreis/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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