SPORTING
VAREJA O BOAVISTA EM ALVALADE -VEJA O FESTIVAL DE GOLOS COM OS SONS TÍPICOS
SANTOMENSES DO " PENSE BEM" DO ANTIGO GRUPO MUSICAL "OS
LEONENSES" -VITÓRIA SPORTINGUISTA
MERECIDA E FOLGADA COM TRÊS SECOS NO PAPO DA GARRA DO LEÃO -
BOST REGRESSOU NA
PONTA FINAL DEPOIS DE PROLONGADA CONVALESCIA - NÃO MARCOU MAS AINDA FEZ TREMER
A BALIZA ADVERSÁRIA ENTUSIASMOU-SE E FESTEJOU O FEITO DA EQUIPA LEONINA AO SEU
JEITO, BEM RASGADO E EFUSIVO.
A oitava jornada foi de boa safra para os leões, que puderam
somar três pontos, com sabor a duplo sobre o Benfica, que se espalhou, numa
derrota com o Belenenses, no jogo disputado no Restelo, neste último sábado
Com este resultado, o Sporting, assume a quinta posição na
tabela do campeonato, a dois pontos do FC Porto, que, ontem, vencendo no
Dragão, consolidou a liderança embora com os mesmos pontos do Braga.
Nani foi o herói do jogo, com o primeiro e o último golo, aos 31
e 66 minutos. Pelo meio, marcou Bruno Fernandes Com um golo que surgiu 2
minutos antes de Nani consolidar a Vitória, ou seja, momentos depois de uma
festa de abraços dar lugar a outra.
A nota revelante da partida, foi o regresso do francês Mathieu,
que entrou como titular e, nos últimos dez minutos, o momento mais desejado da
noite: - a entrada do holandês Bas Dost, que, conquanto não tivesse marcado,
ainda causou alguns arrepios no reduto defensivo boavisteira
Mas vimo-lo muito ativo, boa forma, elevando-se para apanhar bolas de cabeça,
saltando e driblando, com expressões de muita alegria, muito feliz.
Acompanhámos alguns dos seus movimentos, com a teleobjetiva
apontada às suas performances – Vimos que tudo fez para dar o gosto ao pé ou
com as bolas de cabeça. Não conseguiu naquele pequeno período em que jogou, mas
deu para ver que, finalmente, o Sporting pode contar com o regresso daquele que
tem sido o mais brilhante marcador da equipa
.
A meteorologia previa arrefecimento acentuado, marcando,
finalmente, a partida definitiva de um estio que teimava em descaracterizar o
Outono – No entanto, a temperatura ambiente, no interior do Estádio, mais
resguardado dos ventos frios que se faziam sentir lá fora, até acabou por ser
mais suportável: - De resto, sempre bem quente e muito calorosa no seio das
hostes da torcida leonina.
LIGA EUROPA - SPORTING 1 – ARSENAL 1 - SÓ VIMOS A SEGUNDA PARTEJO DO
JOGO POR TERMOS ENTREVISTA AGENDADA SOBRE OUTRAS QUESTÕES - MAS DEU PARA VER
QUE A JUBA LEONINA ATÉ SALTOU MAIS ALTO E SOUBE INFLAMAR AS CLAQUES NAS
BANCADAS COM CASA CHEIA A ABARROTAR - EM JOGO DISPUTADO COM A UMA EQUIPA
RECHEADA DE CONSTELAÇÕES MILIONÁRIAS, NUNCA DEU MOSTRAS DE VERGAR OU CLAUDICAR.
SOUBE SEMPRE RESISTIR ATÉ CAIR DE PÉ.POR UM AZAR , Pois até
esteve perto de inaugurar o mercador mas os ingleses foram mais felizes e
prendados pelo árbitro e marcaram – Por isso, não se pode dizer que tivesse
sido uma derrota mas um mau resultado, que, quanto muito, seria mais lógico ter
dado empatado de que a vitória ter voado para Londres.
O QUE DIZ “MAIS FUTEBOL”
"Quarenta e cinco minutos estoicos do
Sporting na receção ao Arsenal foram curtos para travar a equipa inglesa, que
arrancou em Alvalade a 11.ª vitória seguida na temporada e regressou a Terras
de Sua Majestade na liderança isolada do Grupo E da Liga Europa e a presença na
próxima fase a prova praticamente selada.
A equipa de José Peseiro sucumbiu a um golo apontado por Danny
Welbeck aos 77 minutos num lance em que Coates falhou um corte e deixou o
avançado inglês na cara de um desamparado Renan.
Uma leitura atenta das palavras de José Peseiro na conferência de
imprensa de antevisão ao jogo desta quinta-feira permitiam antecipar uma equipa
do Sporting mais conservadora e essencialmente apostada em estancar a
letalidade dos homens mais avançados dos «gunners».
O treinador do Sporting fez seis mexidas relativamente à equipa
que alinhou de início no jogo com o Loures para a Taça de Portugal e apostou
num meio-campo conservado e mais musculado, com Petrovic, Battaglia e
Gudelj.
A estratégia surtiu frutos sobretudo durante os primeiros 45
minutos, nos quais o conjunto leonino conseguiu bloquear as maiores virtudes
dos homens de Unai Emery, que pareciam acusar a ausência de alguns titulares,
entre eles o alemão Ozil.
A espaços, o Sporting
arregaçou as mangas e mostrou que talvez este Arsenal ainda não esteja no chamado
«ponto-rebuçado» que sugeriam os dez triunfos consecutivos com que chegou a
Alvalade, o melhor registo da equipa londrina desde 20017. Montero – voluntarioso
– forçava a equipa contrária a deslizes primários e Nani ameaçou de
meia-distância.
Tal
como o cego, não lhe dou rumo seguro, mas vou!
Mesmo
por caminho cego. Chama-me que eu vou
Mesmo
estando longe da torre do campanário, eu vou!
Vou
porque as badaladas do sino me chamam onde estou.
Aqui há um sossego antigo de pinhais e quase
adormecido Aqui existe uma paz que irradia de um fulgor de luz tranquila Sim, ao meu lado este o leque que o vento levemente embala A ramagem que desde a minha adolescência me sopra e acaricia.
Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador -
Completaram-se 20 anos, sobre a data de
8 de Outubro, de 1998, em que se anunciava ao mundo, que
o escritor José Saramago, conquistava o Prémio Nobel da
Literatura. Porém, a entrega do Prémio Nobel a José Saramago do mais consagrado galardão, só o receberia
no dia 10 de dezembro de 1999, numa solene cerimonia em Estocolmo. -
Na cerimónia de
abertura do congresso que que celebra os 20 anos da
atribuição do Prémio Nobel de Literatura a José Saramago compareceu o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que veio
recordar uma das mais acesas polémicas, que maracaram a vida literária de Saramago
- Tendo afirmado que “ o veto de Cavaco
a Saramago foi “falta de senso” e de “gosto” (.. ) o veto governamental, em 1992, da candidatura
da obra de José Saramago O Evangelho segundo Jesus Cristo ao
Prémio Literário Europeu.
Por sua vez, o PM
, António Costa, deslocou-se à terra natal de José Saramago, em Azinhaga, onde
também foram assinalados os 20 anos do anúncio do
Nobel a José Saramago – Isto de pois de já t
OS TEMPOS DO
LIBERALISMO SELVAGEM, QUE VÃO CORRENDO, DE CEDÊNCIA AO EGOÍSMO E AO CIFRÃO, VÃO
PERVERTENDO E NÃO ABONAM A FAVOR DO CULTO
DOS NOBRES IDEAIS E DOS BONS SENTIMENTOS
Veja-se como vai
de rastos o prestígio de uma das mais famosas instituições universais – “Escândalo
de abuso sexual” - Ensombra Academia do Prémio Nobel -
Fri 13 Apr 2018 - Volta
a ser noticia de que “O órgão que
concede o prémio Nobel de Literatura está em crise após uma série de renúncias
devido a um escândalo crescente de supostos abusos sexuais e outras condutas
impróprias envolvendo o marido de um de seus membros.
(…) Anders
Olsson, escritor e professor de literatura, foi nomeado temporariamente depois
que tanto o rei da Suécia quanto a Fundação Nobel, que financia o prémio literário mais
conhecido do mundo, disseram que o escândalo de um mês arriscou muito a
reputação da academia e do governo. prémio.
Tecnicamente, os 18 membros da academia
são nomeados para a vida e não podem renunciar. Danius, historiador
literário, disse que preferia ficar, mas claramente perdeu a confiança da
academia."Todas
as tradições não valem a pena", disse ela à agência de notícias sueca TT,
pedindo à academia que torne a ética uma prioridade, denuncie e processo de alegações de má conduta e combata abuso
masculino de poder e tratamento degradante das mulheres.
A poeta Katarina Frostenson, cujo marido,
Jean-Claude Arnault, foi acusado de assédio e abuso físico por 18 mulheres em
declarações publicadas em novembro passado pelo jornal
diário Dagens Nyheter , também se afastou na quinta-feira.
(…) relatou
que o fotógrafo franco-sueco supostamente perseguiu e abusou de mulheres
durante um período de mais de 20 anos, tanto no Fórum quanto em propriedades
pertencentes à academia em Paris e na Suécia. Arnault nega todas as
alegações de atividade criminosa e outras alegações contra ele.https://www.theguardian.com/world/2018/apr/12/sara-danius-resigns-swedish-academy-nobel-prizes
MEDALHA DO PRÉMIO NOBEL POSTA À VENDA EM LEILÃO
James Watson vendendo o prémio Nobel 'porque ninguém quer admitir que eu existo'
Veja-se até onde chega o significado de uma das medalhas mais cobiçadas, em vários ramos da ciência e da literatura.
O mundialmente famoso biólogo James Watson disse que está vendendo a medalha do Prêmio Nobel que ganhou em 1962 por descobrir a estrutura do DNA porque ele foi condenado ao ostracismo e precisa do dinheiro.
(,,,) Watson disse que está leiloando a medalha do Prêmio Nobel que ganhou em 1962 por descobrir a estrutura do DNA, porque "ninguém quer realmente admitir que eu existo".
A leiloeira Christie's disse que a medalha de ouro, o primeiro prêmio Nobel a ser vendido por um destinatário vivo, pode custar até US $ 3,5 milhões quando for leiloada em Nova York na quinta-feira.O preço de reserva é de US $ 2,5 milhões.
"Por meio de um conjunto de prémios, o
mais prestigiado e mais famoso evento internacional, no dia 10 de Dezembro,
todos os anos, pessoas realizam pesquisas de grande valor voltadas para o bem
do ser humano no mundo concedido em diferentes áreas de destaque, como química,
física, medicina, literatura (atribuídos por especialistas suecos) e o da paz
mundial (atribuído por uma comissão do parlamento norueguês).
Já o Prémio de Ciências Económicas é o
único que não tem vínculo direto com o fundador do prémio Nobel, porém o
homenageia. Este, acontece na mesma data e local que as outras premiações,
entretanto é denominada de “Prêmio Sveriges Riksbank de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel”.
O Prémio Nobel atribui ao premiado uma
quantia superior a US$ 1 milhão, fornecida pela Fundação Nobel e pelo Banco
Central da Suécia, um diploma e uma medalha de ouro, vide figura abaixo.https://betaeq.com.br/index.php/2018/04/12/premio-nobel/
PILAR DEL RIO,
ENTREGOU-SE A SARAMAGO, TALVEZ COMO UMA LAPA COLADA AO CASCO DE UM NAVIO – CREIO
QUE, COM DIFERENÇAS DE IDADES, TÃO ACENTUADAS, EM NENHUM DELES DEVERIA SENTIR-SE“O AMOR QUE É FOGO QUE ARDE
SEM SE VER; É FERIDA QUE DÓI E NÃO SE SENTE”
MAS O CONTRATO DEVERIA INTERESSAR PARA AMBOS
VIVEREM JUNTOS - PROMOVEU-SE ELA E SOUBE PROMOVÊ-LO A ELE – POIS, SEM ELA, O PRÉMIO NOBEL,
TERIA SIDO ATRIBUÍDO, MAIS TARDE OU MAIS
CEDO, AO POETA, ANTÓNIO RAMOS ROSA, OU A MÁRIO CESARINY
Conheço bem os contornos e os bastidores desses cordelinhos – Hoje,
a instituição, além de depender financeira e culturalmente de tutela politica liberal, anda com o seu prestigio
pelas ruas da amargura
Pilar del Rio: "Nunca fui 'esposa de José
Saramago', muito menos seria 'viúva de'. É uma palavra horripilante"
Bem mais nova de que, José Saramago, hoje
diz que "Nunca fui 'esposa de José Saramago', muito menos seria 'viúva
de'. É uma palavra horripilante" – Sim, porque, sempre é mais sugestivo ser
uma eterna solteira de que até uma viúva alegre.
Sim, compreende-se que hoje se assuma como uma mulher sem nunca ter casado. - Pois, tal como é dito, "Não há nada que ofenda mais a jornalista Pilar
del Río do que ser chamada de “a viúva de Saramago”. “Nunca fui ‘esposa de’,
muito menos seria a ‘viúva de’, diz à Marie Claire. “Além disso, é uma palavra
horripilante.” A história de amor da espanhola de 67 anos com o único Prémio Nobel em língua portuguesa, morto em 2010, é, por si só, digna de um livro. Ela
conheceu Saramago quando tinha 36 e ele, 64. Procurou-o para dizer o quanto era
apaixonada pela obra O Ano da Morte de Ricardo Reis – e, assim, ele se
apaixonou por ela. Dois anos depois, estavam casados e nunca mais se
desgrudaram. Faziam todas as turnês juntos e ela se tornou sua tradutora para o
espanhol e a primeira leitora de todos os livros que vieram a seguir.https://revistamarieclaire.globo.com/Cultura/noticia/2017/09/pilar-del-rio-nunca-fui-esposa-de-jose-saramago-muito-menos-seria-viuva-de-e-uma-palavra-horripilante.html
CORREU, TODAVIA, OUTRA VERSÃO - Pilar com (e sem) Saramago
"O amor deles foi tardio, apaixonado, visível, até
ostensivo. Mas depois da morte do marido, Pilar del Río tomou em mãos a memória
de José Saramago. E quase se esqueceu de si. Neste encontro, responde a todas
as questões: qual a sua influência na obra do marido e no Nobel, se gostava de
ter tido um filho dele, porque abandonou a religião. Agora a sua vida vai girar
em torno da abertura, em breve, da Fundação que vai funcionar na Casa dos
Bicos, em Lisboa.https://www.dn.pt/revistas/nm/interior/pilar-com-e-sem-saramago-2430091.html
SARAMAGO NÃO ACREDITAVA NOUTRA VIDA PARA ALÉM DA MORTE - CONTRAINDO A DOUTRINA DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO, SOBRE O QUAL HAVERIA DE ESCREVE O LIVRO MAIS POLÉMICO DA SUA CARREIRA LITERÁRIA.
José
Saramago, assumia-se como um cético em relação aos tradicionais valores da fé
católica , confessou, na breve entrevista que me concedeu para a Rádio Comercial-RDP, que não acreditava numa outra vida para além da morte e que as suas melhores férias,
tinham sido as da sua infância.
A verdade é
que, um autor confessadamente, não crente na doutrina de Cristo, haveria de vir
a tomar a figura de Cristo, como a principal personagem do seu livro “Evangelho Segundo Jesus
Cristo, provocando iras e aplausos. Saudado o romance, pela critica, mais progressista, como obra prima da literatura universal, uma notável pedrada no conservadorismo, atendendo à forma subtil como polvilhava o
enredo com notas de sarcasmo e de
ironia, mais de humanização de que recorrendo aos tradicionais conceitos sacrilizantes,
dando de Jesus Cristo, uma visão mais de
um homem de que o mítico profeta, narrando “uma eventual relação com Maria
Madalena, com a a qual "conheceu o amor da carne e nele se
reconheceu homem"
De facto, é comummente
aceite, tratar-se da obra mais
polémica de José Saramago e aquela que, "indiretamente, o levou a sair de
Portugal e a refugiar-se na ilha espanhola de Lanzarote. Ficou para a história
o desentendimento com o então subsecretário de estado da Cultura Sousa Lara,
que considerou o livro ofensivo para a tradição católica portuguesa e o retirou
da lista do Prémio Europeu de Literatura. Com um José destroçado por ter fugido
e deixado as crianças de Belém nas mãos dos assassinos de Herodes; com uma
Maria dobrada e descrita, logo no início do livro, em pleno acto de conhecer
homem; com um Jesus temeroso, um Judas generoso, uma Madalena voluptuosa, um
Deus vingativo e um Diabo simpático, não era de esperar outra reação das almas
mais sensíveis e mais devotas do catolicismo português. E verdadeiramente
viperinas são as várias páginas onde o escritor português se entretém a
descrever minuciosamente os nomes e a forma como morreram os mártires dos
primeiros séculos do cristianismo. Assim se escreveram os heréticos Evangelhos
segundo Saramago, para irritação de muitos e prazer de algunshttps://www.josesaramago.org/o-evangelho-segundo-jesus-cristo-199
Homenageado na C.M. de Lisboa, após ter recebido o Prémio Nobel
Recebido na C.M. de Lisboa, após o Prémio Nobel
MEMÓRIAS DE UM REPÓRTER - Breve entrevista, ao escritor José Saramago, na feira do livro de Lisboa: mais em jeito de inquérito, que ali estava a realizar com escritores e pessoas anónimas – Os temas colocados: a vida para além da morte, o papel da rádio em Portugal e as recordações das melhores férias.
J.Saramago- O meu pensamento é extremamente simples: penso que não há vida para além da morte!... Não há mais nada para responder senão isto ! JTM - Férias felizes?... – JS “Todas as férias da minha infância!... É a única coisa que lhe posso dizer…. Essas foram todas boas!... As outras… São assim, assim: uma vezes melhores outras vezes piores!...
O nosso Nobel da Literatura, nunca foi dado a entrevistas – Ele que,nos anos 80 - pese o facto de já ter sido distinguido com importantes prémios- , longe estaria, certamente, de imaginar vir um dia a ser laureado, com tão alta distinção – O diálogo que então ocorreu, não estava previsto: sucedeu de forma casual e espontânea. E foi praticamente sacado a ferros, já que, desde o inicio, procurou sempre a esquivar-se às minhas perguntas, considerando-as terem a ver com questões do foro pessoal. Em todo o caso, aqui fica o curioso registo para um melhor conhecimento da personalidade de um dos maiores vultos da literatura portuguesa, com expressão Universal.
“NÃO HÁ VIDA PARA ALÉM DA MORTE”
JTM - O que é que pensa da vida para além da morte? Qual é o seu pensamento a esse respeito?
JS- O meu pensamento é extremamente simples: penso que não há vida para além da morte!... Não há mais nada para responder senão isto !
JTM - Nunca se interrogou a esse respeito?
JS – Acho que não tenho que me interrogar!... Emito uma convicção… Portanto, eu ao dizer isto exprimo uma convicção: a de que não há vida para além da morte!... É só!
OUÇO MAIS RÁDIO DE QUE VEJO TELEVISÃO
JTM – O que pensa da rádio, em Portugal?
JS – Como é que se há-de responder a essa pergunta!... Tanto se pode responder do que se pensa da rádio, em Portugal, como da televisão, como da literatura, em Portugal!... Penso que a única coisa que nós temos é a obrigação de fazer o melhor possível, que é da nossa área profissional. Eu faço o melhor que puder e a rádio fazo melhor que pode!...
JTM – Naturalmente que escuta a rádio: tem uma opinião formada!...
JS – Eu ouço-a, muito fragmentariamente, dado que, como deve calcular, não tenho assim muito tempo para ouvir rádio!...
JTM – Entre a rádio e a televisão: ouve mais a rádio? Vê mais televisão?...
JS – Olhe! Nesta altura, ouço mais rádio. Muito mais rádio!
JTM – A que horas?!...
JS – Geralmente de manhã ou à noite!...À noite adiantada!...
AS MELHORES FÉRIAS: “AS DA MINHA INFÂNCIA”
Na sede da Associação Portuguesa de Escritores
JTM – Outra questão: férias - Qual a melhor recordação de férias que até hoje tenha vivido na sua vida?...
JS – Isso é complicado!... Eu não sei…
JTM – É um bocado difícil?!..
JS- É muito difícil!... Há várias boas recordações!...Não vou responder, porque não é possível, sequer!
JTM- Mas umas férias, particularmente agradáveis!.. Felizes!...
JS – Todas as férias da minha infância!... É a única coisa que lhe posso dizer…. Essas foram todas boas!... As outras… São assim, assim: uma vezes melhores outras vezes piores!,,,
JTM – Mas não costuma dedicar algum tempo, a férias?....Ou esse tempo é mesmo de escrita, também!
JS – Não!... Quando faço férias, faço férias!... Quando estou de férias, não faço outra coisa senão férias.
JTM – Onde é que costuma gozar as férias?...
Vasco Gonçalves, sorridente
JS – Ah, isso depende!... Uma vezes no campo, outras vezes na praia mas não tenho uma rotina de férias.
JTM – E no estrangeiro?...
JM –Às vezes saio!...
JTM- Mas as férias mais agradáveis, a melhor recordação que tem até hoje teve, foram as da sua infância?!.
JS – ... Francamente as da minha infância!...
JTM – E porquê?!...
JS – Isso é difícil!... Não vale a pena entrar agora em pormenores!... São coisas íntimas da vida de cada um de nós!...
JTM – Naturalmente… Desde então é o trabalho que o absorve: são outras preocupações?
JS –É o trabalho!... E o resto, a vida inteira!... Porque a vida, também não ésó isso!.. É tudo aquilo que eu tenho de fazer, como qualquer de um de nos!... Temos os nossos amigos! Temos as nossas relações!..
JTM – Mas, pelo que vejo, todos os anos dedica algum tempo de férias!
JS – Tenho direito a férias, como qualquer pessoa!... (graceja) ...Quer dizer: o eu fazer férias...É tão importante, como qualquer outra pessoa, que as faças!... Com a família, ou outra pessoa!
JTM – E, no seu caso: com a família ou só?
JS – É sempre com a família… Mas esta conversa, já está a ir um bocado para questões de caráter pessoal!...
JTM – Se bem que, sendo uma figura do domínio público, já não é bem pessoal: o lado pessoal também interessa aos ouvintes!...
JS – Férias, todos fazemos!... Ou melhor, todos devíamos fazer!... E há milhões de portugueses, que não fazem férias!... É nesses que tem que se pensar!.. Por que é que não fazem férias e que condições deveria haver para que as fizessem!
BIOGRAFIA
"Filho e neto de camponeses, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro de 1922, se bem que o registo oficial mencione como data de nascimento o dia 18. Os seus pais emigraram para Lisboa quando ele não havia ainda completado dois anos. A maior parte da sua vida decorreu, portanto, na capital, embora até aos primeiros anos da idade adulta fossem numerosas, e por vezes prolongadas, as suas estadas na aldeia natal.
Fez estudos secundários (liceais e técnicos) que, por dificuldades económicas, não pôde prosseguir. O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, tendo exercido depois diversas profissões: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, tradutor, editor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance, Terra do Pecado, em 1947, tendo estado depois largo tempo sem publicar (até 1966). Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na revista Seara Nova. Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do jornal Diário de Lisboa, onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante cerca de um ano, o suplemento cultural daquele vespertino.
Pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores e foi, de 1985 a 1994, presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do jornal Diário de Notícias. A partir de 1976 passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor. Casou com Pilar del Río em 1988 e em Fevereiro de 1993 decidiu repartir o seu tempo entre a sua residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha). Em 1998 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel de Literatura. - José Saramago faleceu a 18 de Junho de 2010.-Biografia de José Saramago| José Saramag
Início da Vida Literária
"Aos 25 anos, publica o primeiro romance Terra do Pecado (1947), no mesmo ano de nascimento da sua filha, Violante, fruto do primeiro casamento com Ilda Reias Ilda – com quem se casou em 1944 e com quem permaneceu até 1970. Nessa época, Saramago era funcionário público .. Viveu, entre 1970 e 1986 com a escritora Isabel Nóbrega. . Em 1988, casar-se-ia com a jornalista e tradutora espanhola Maria del Pilar Rio Sánchez que conheceu em 1986 e ao lado da qual viveu até à morte. Em 1955 e para aumentar os rendimentos, começou a fazer traduções de Hegel, Tolstói e Baudelaire, entre outros – Excerto de José Saramago – Wikipédia