expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Equinócio do Outono – Celebrado, no Monte dos Tambores, em Chãs – Foz Côa - junto ao altar sacrificial de antiquíssimo calendário – O dia amanheceu cinzento, mesmo assim os raios solares ainda atravessaram a graciosa gruta de um dos mais belos observatórios astronómicos pré-históricos – Pena aldeia ter estado de luto por um dos seus amados e admirados filhos.




Celebração do Outono 2016 – Nos Templos do Sol  - Com momentos de poesia e de raro esplendor


Celebrado o Equinócio 2016, ao nascer do sol, junto ao altar sacrificial do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nª Srª, com os raios solares a atravessarem a sua  graciosa gruta, em forma de semi-arco, com sensivelmente  2,5 m de comprimento por 70 e pico cm de altura,  em recinto amuralhado, situado no planalto  do Monte dos Tambores, sobranceiro ao fertilíssimo vale maravilha da Ribeira da Centeeira,  arredores da aldeia de Chãs, concelho de V.N. de Foz Côa, com alguns sons de didgeridoo, entoados por José Lebreiro, que antederam e terminaram momentos de esplendor e de poesia, com a leitura do “Poema  ao Sol” de Faró Armenófis. “O Outono”, de Manuel Daniel” e as “As Nuvens Passam”, de Maria de Assunção Carqueja, esposa do Prof. Adriano Vasco Rodrigues, o primeiro investigador a classificar este espantoso monumento megalítico, assim como um dos poemas do livro “O Alvor do Mundo, de António Ramos Rosa, sonorizados neste vídeo com  sons típicos dos Andes


A manhã amanheceu, com um céu mais cinzento de que luminoso, como que a mostrar  a sua roupagem de que estava a despedir-se do Verãoe que o Outono dava entrada, no entanto, na hora precisa, eis que uma clareira de abre a oriente para nos saudar com um brilho auspicioso, purificador, energético e reconfortante, sentíamos que tinha valido a pena, levantarmos cedinho e ali estarmos

  Num dia em que, a aldeia estava de luto pela morte de um dos seus amados filhos -  Todavia, embora sem a alegria  e participação de anteriores celebrações, nomeadamente sem a colaboração do nosso prezado amigo, António Lourenço, justamente por ter  sido justamente no seu lar que o sentimento de dor e de  perda, mais se fizera sentir



Repetiu-se, pois, uma vez mais, de forma singela e desprendida, a tradição que pretende recuperar antiquíssimos rituais, esquecidos no tempo, dos homens, que viviam e se abrigavam nas cavernas dos penhascos de granito, que ali se erguem como inexpugnáveis  e cinzentas muralhas encasteladas, cujas vidas dependiam exclusivamente dos ciclos da Natureza, que cultuavam e celebravam, nos seus observatórios astronómicos e locais de culto – Eram os adoradores do Sol, o Deus Mais Antigo da Terra, fonte da vida de todas as formas existentes nos mares e à superfície  do nosso planeta.

Uma vez mais um grande Bem- haja e um caloroso abraço ao nosso amigo José Lebreiro e à  Foz Côa Friends Associação



"POEMA AO SOL" - Amenófis IV

" Tu és belo no céu... oh! Sol vivo!

Quando te levantas a leste
enches todas as terras com tua beleza,
porque és belo, és grande e brilhas acima da Terra.
Teus raios beijam os povos e tuas criações.
Tu és deus e nos seduziste a todos.
Tu nos impuseste os liames de teu amor,
e, ainda que longe, teus raios atingem a Terra
e, ainda que alto, teus passos marcam o dia.

Dás alento e fazes viver tudo o que criaste;
quando a criança nasce lhe dás a palavra
e crias tudo o de que ela precisa para viver.
E para terminar tuas obras, criaste as estações:
o frio no inverno e o calor no verão.
Criaste o céu longe e alto para por ele subir
e observar tua criação.
Vives mergulhado no teu brilho fulgurante,
oh Sol! Que te levantas
e que desapareces para voltar.


20 de Junho 2015 

Bendito sejas tu, que sobes no céu
e que fazes brilhar o horizonte !
Bendito sejas tu, deus sublime da paz !

Sol, quando te levantas no céu em todas as manhãs
em tua beleza incomparável acima da Terra,
beijas com amor todos os povos que criaste.
Tu és deus, tu és Rá !
Estás longe, mas teus raios fertilizam o sulco do arado
e germinam as plantas depois que beijas a terra.
Tu nos deste o inverno refrescante
e o verão que nos traz o fruto e a vida.

E os camponeses, que colhem os alimento dos homens,
levantam as mãos para ti...
rezam quando te levantas, ao deixares o leito noturno. "



 OUTONO 

A Natureza
já adivinha
que na tristeza f
Fica sozinha.

Neste momento
andam cantigas
soltas ao vento
 por raparigas.

Cachos doirados,
vindima feita.
Sonhos dobrados,
finda a colheita.

Manuel Daniel - In A Porta do Labirinto



Do Livro O Alvor do Mundo


Não chamarei destino à vegetal facilidade
de uma respiração como o leque de um estuário
porque  a confiança que se levanta
em clara consonância com a ondulação do dia
 Em translúcidas arcadas a luz celebra o mar
e o mar arqueia a sua felina juba
de ondulante monotonia voluptuosa
Há frutos sobre os muros e as plácidas nuvens
derramam sobre a terra cálida um aroma branco
Vai fluindo nas veias do sono o luminoso sémen
que vem do fundo azul da matriz da terra
O dinamismo  combina-se com uma paz placentária
e o solo é um firmamento de órgãos de trémulos insectos
O  mais insignificante ganha um lento sentido
porque a pupila nasce para o alvor do mundo
As palavras surgem com as suas proas verdes e onduladas
para sagrar a imputrescível corola do dia

António Ramos Rosa
31 de Maio de 1993


AS NUVENS PASSAM

Sonhei ir ver as folhas coloridas,
com pincéis d'um Outono criativo ...
. . . ver no jardim as que estão caídas
e pintalgar a relva, verde vivo ...

Ao evocar imagens conhecidas
ao sonho dei calor e incentivo ...
Sem ver as nuvens mais escurecidas
nas quais meu sonho, sim, ficou cativo.

Sonhei com um Natal dentro de casa,
entre nuvens, um Sol que não abrasa,
mas a brasa do amor dentro de mim.

As nuvens passam ... outro dia vem
e nós iremos ver - eu creio bem –
um bonito Outono no jardim.

As Nuvens passam... de Maria Assunção Carqueja 




Na aldeia de Chãs, no primeiro dia do Outono, o sol brilhou no portal de calendário pré-histórico mas aldeia esteve de luto - Profesto, antigo soldado da GNR, escalado no dia da fuga de Álvaro Cunhal, do Forte de Peniche, foi hoje a enterrar - Pessoa muito estimada e admirada no seu torrão natal e no concelho, onde serviu largos anos no posto local, o seu funeral, constituiu uma grande manifestação de pesar



(post ainda a editar - sobre a celebração do Equinócio do Outono)



 Há muito que, na aldeia de Chás, não havia um funeral, com tanta gente, tão participado – Se não fosse a presença do carro funerário, com as suas grinaldas de flores, as lágrimas e os silêncios, que, nestes momentos de dor e de luto, não deixam de fazer-se sentir, assim como a ausência de andores e da banda filarmónica, dir-se-ia tratar-se da grande procissão de 15 de Agosto, em honra de Nª Sra- da Assunção, a padroeira da paróquia, celebração essa a que, o falecido soldado da GNR, não deixava de acompanhar – Só que agora era o seu corpo, que era acompanhado por várias centenas de pessoas: por familiares, amigos, aldeia em peso, elementos da GNR, Comandante do Posto Territorial da GNR de Vila Nova de Foz Côa, além do Presidente do Município, Gustavo Duarte, entre outras entidades.

Foi realmente uma grande manifestação de luto e pesar, como há muito ali  não  se via, aquela  que se associou ao cortejo fúnebre, desde a missa do corpo presente, na igreja paroquial, até ao cemitério, onde se encontravam perfilados vários soldados da GNR para lhe prestarem as honras militares e as salva de tiros, que lhe eram devidas    



NA VIDA DE CADA SER HUMANO HÁ SEMPRE UM CAIR DA FOLHA NUM QUALQUER OUTONO 

A manhã do primeiro dia do outono, nasceu algo cinzenta (se bem que depois se pusesse quente e muito ensolarada, quase ainda  a fazer lembrar  a temperatura escaldante do pico do Estio ) mas ainda assim  muito triste para uma família, que até tem sido a principal colaboradora das tradicionais celebrações, que têm tido lugar nos Templos do Sol, arredores da aldeia de Chãs - 

Celebrámo-la de manhã, à hora prevista, ao nascer do sol, junto à Pedra da Cabeleira de Nª Sra (a cuja cerimónia me refiro noutro espaço); como sempre, longe de qualquer bulício ou interferência, sim,  de forma pacífica e singela, todavia, não sem um certo trago de ausência e de vazio;  sem  a mesma alegria e o encantamento, habituais, pois a aldeia estava se luto  pela morte de Profesto Augusto Fernandes. Mas, sobretudo o lar de de Maria Amélia e António Lourenço, que tão generosos, dedicados tem sido para a realização destes eventos.


 OS SINOS DOBRARAM  DOLENTES E TRISTES  

Quando os sinos dobraram na aldeia de Chãs, concelho de Vila Nova de Foz Côa, na manhã de ontem, perguntava-se: quem morreu?... 

Ninguém ainda sabia, senão a filha do falecido, D. Amélia Lourenço, os seus filhos, a sua mãe e o seu marido, António Lourenço, ex-autarca e atual Presidente dos BV de V.N de Foz Côa, que, ontem, ao telefonarem para o Hospital da Guarda para se inteirarem do seu estado de saúde, recebiam a triste noticia do seu falecimento – Porém, não tardaria a que, ao  eco do dobrar triste dos sinos, ecoassem nos corações estas palavras: Olha, Morreu o Profesto! 

 Num meio pequeno e da Província, tanto os momentos de alegria, como os  de luto, ainda são vividos com a mesma solidariedade e fraternidade de outros tempos.  Por aqui, os ventos do individualismo e do egoísmo, que atravessam a sociedade de consumo, ainda não se esbateram, tanto mais que as aldeias do interior se desertificam, quase não há renovação de nascimentos e, por isso, quando alguém parte, além do sentimento de perda e dor, é também o de um certo vazio que se agrava e percorre a aldeia, desde o  fundo do Povo, até ao seu aglomerado mais alto . Sobretudo, quando partem pessoas, que eram quase uma lenda da aldeia, alguém que foi um extraordinário exemplo de cidadão: de pai, de chefe de família, com relevantes  provas dadas  dos seus deveres cívicos e profissionais, tanto junto da comunidade onde nasceu, como com na profissão que exemplarmente desempenhou, durante largos anos, com especial dedicação, de sentido de entrega e de sacrifício,  até que se reformou


Profesto, nome pouco vulgar e que quase soa à palavra profeta – Por isso mesmo, não sendo muito comum, era assim pelo qual era conhecido, até porque, nunca ninguém o deixou de associar a um passado lendário, das muitas histórias, que ele recordava da sua vida profissional, nos vários sítios onde prestou serviço, desde o épico salto do emigrante para atravessar a fronteira com Espanha, com destino a França, quando andou por estas paragens (das queixas anónimas que chegavam aos postos da GNR por parte de alguns latifundiários, que temiam ficar sem braços para trabalhar na lavoura) à sua prestação como soldado da força de segurança do Forte de Peniche, da qual recorda a espetacular fuga de Álvaro Cunhal, a que já me referi neste site, mas que, mais adiante, aqui volto a descrever.

De facto, a vida de Profesto Augusto Fernandes, que faleceu três dias depois de completar 87 anos   (18-9-1929 – 21-9-2016, casado com Benvinda  Jesus  Félix,  dariam um interessante livro de histórias, que ele, por certo, também não teria  deixado de contar aos seus dois queridos netos, que, na hora de o verem partir, ali verteriam sentidas lágrimas emocionadas de luto e dor


Por outro lado, outro aspeto importante, que o tornou também muito admirado na sua aldeia, prende-se com o seu espírito de convivência, de comunicabilidade de interajuda com os seus conterrâneos, sempre pronto a dar os seus préstimos, fosse no campo ou onde fosse preciso – Qualidades estas que viriam a conferir-lhe ainda mais simpatia e admiração, visto já,  naquele tempo em que ele foi admitido na GNR, ter sido praticamente das raras promoções sociais, que infundiam poder e respeito.

Os ordenados dos soldados da GNR eram modestos, não ganhavam muito, tal como na maioria das profissões do Estado, mas sempre era  um ordenado garantido ao fim do mês – Embora de origem humilde mas foi desse modo que ele logrou educar a sua filha, a Prof. Maria Amélia Félix Fernandes, pô-la a estudar, transmitir-lhe as melhores qualidades e virtudes humanas, morais e cívicas, que haveriam de fazer dela, além da professora primária, dedicada e amada pelos seus alunos, que nunca a esqueceriam ao longo da vida, também a mãe extremosa para com os seus filhos, como ainda também um dos mais abnegados e admiráveis exemplos de entrega à comunidade e à causa pública, tanto onde nasceu, como no concelho e arredores - À família enlutada, uma vez mais a  expressão do nosso sentido pesar. 

 Revelações inéditas da fuga: Álvaro Cunhal - Centenário e a fuga do Forte de Peniche – O soldado da GNR, José Alves, que permitiu a fuga não estava escalado para esse dia. Fez a troca com o seu colega Profesto, da minha aldeia


Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista 



"COLABOREI, SEM SABER, NA FUGA DE CUNHAL"

A fuga de Álvaro Cunhal do forte de Peniche, com outros presos,  ficou  a dever-se, em grande parte, ao soldado da GNR, José  Alves, que estava de sentinela àquela hora – Mas não era, José Alves, que nesse dia devia estar de serviço mas o soldado Profesto Augusto Fernandes, agora com 84 anos, natural de Chãs, freguesia do Concelho de Vila Nova de Foz Côa, que aceitou a troca. - E teve dissabores. Pois também foi chamado ao exaustivo e apertado inquérito dos Pides, que se seguiu,  mas confessa que não ficou chateado pela atitude do seu colega, que era um excelente profissional e  bom companheiro, mas que sentiu pena  e  deixou-o muito triste  ao  constar-se  das represálias que foram exercidas sobre a sua famíli


-
"Deu-lhes a liberdade! Pois que mal haviam feito aquelas pessoas?!.Ninguém ali estava por ter cometido qualquer roubo ou outro crime!.". - Por isso diz que não está arrependido de ter sido usado.  Tinha-me calhado ter ficado ali destacado. Não fui escolhido  por ser duro! Aconteceu!...  Preferia  ficar de sentinela, dias seguidos, no quartel da GNR, em Lisboa, donde nos mandavam para estas missões do que ir ali a fazer aquela vigilância!....Era um lugar frio, húmido e desagradávelOs presos sabiam que nós tínhamos uma arma e não nos viam como amigos. Os Pides olhavam-nos com desconfiança e eram arrogantes!.Eram ríspidos e desconfiados para connosco e com os carcereiros e, os  interrogatórios aos presos,  eram longos e desumanos. Tínhamos que os gramar quase todos os dias. Até nós tínhamos  medo deles!.. Nunca fui comunista mas se  visse hoje, aquele meu camarada, dava-lhe um abraço!... Não era qualquer um que se atrevia a correr os riscos que ele correu!...- Leia outros pormenores mais adiante


Revelações e coincidências na Crónica de um Centenário

Álvaro Cunhal nasceu a 10 de Novembro de 1913 e, se fosse vivo, completaria hoje 100 anos – Faleceu a 13 de Junho de 2005, no dia de Santo António, com quase 92 anos – Mesmo assim, uma bonita idade para quem teve uma vida intensa, durante vários anos foi privado da liberdade num dos presídios mais sinistros do regime Salazarista. 

Embora não perfilhando a ideologia marxista, era uma figura que me merecia todo o respeito e sempre associei o seu aniversário ao de minha mãe, que fazia anos no dia seguinte, no dia de São Martinho, faleceu com 52 anos, vítima de câncer - Era mais nova 2 anos. Meu pai nasceu em Janeiro do mesmo ano de Álvaro Cunhal, faleceu com 64.

ANTIGO SOLDADO DA GNR DA MINHA ALDEIA COLABOROU, SEM SABERNA FUGA DE ÁLVARO CUNHAL E DE OUTROS SEUS COMPANHEIROS -


Há factos, que, embora parecendo menos revelantes, se desconhecem sobre a fuga do Forte de Peniche, mas que nem por isso deixam de ter interesse no apuramento da verdade histórica.

É o que venho aqui revelar neste site, no dia em que estão previstas várias atividades, alusivas ao centenário do nascimento de Álvaro Cunhal  e um grande comício no Campo Pequeno, em homenagem à memória do mítico líder do Partido Comunista Português, onde se .espera a participação de milhares de pessoas.  "O evento terá momentos musicais, a partir das 15:00, através da banda Brigada Vítor Jara e de Luísa Basto, a intérprete da canção «Avante, Camarada», além de várias intervenções, designadamente de Jerónimo de Sousa, previsivelmente perto das 17:00, no dia em que, curiosamente, a Juventude Comunista Portuguesa também celebra 34 anos. Desfiles e comício marcam centenário do nascimento de Cunhal 
"HÁ SEMPRE  ALGUÉM QUE SEMEIA CANÇÕES NO VENTO QUE PASSA; HÁ SEMPRE ALGUÉM QUE RESISTE;HÁ SEMPRE ALGUÉM QUE DIZ NÃO - FOI POR ISSO QUE UM VALENTE SOLDADO DA GNR ROMPEU COM O CERCO AO FORTE DE PENICHE



O Forte de Peniche era tido como uma das prisões de mais alta segurança do Estado Novo. Mas há pormenores que ainda se desconhecem – Nomeadamente, em relação ao soldado da GNR envolvido – De frisar, que, além dos carcereiros, que depois do fascismo vieram a dar lugar aos guardas prisionais e que agora vão passar a ter o mesmo   estatuto ao pessoal da PSP – tanto na tabela remuneratória, como nas demais regalias sociais”.Guarda prisional equiparado a PSP -– o reforço no Forte de Peniche era assegurado pela então guarda pretoriana do regime 

"COLABOREI, SEM SABER, NA FUGA DE CUNHAL" Mas confessa que não se sentiu traído mas pena dos problemas e represálias que sofreu a família do seu colega.

A fuga de Álvaro Cunhal do forte de Caxias, ficou pois a dever-se, em grande parte, ao soldado da GNR, José  Alves, que estava de sentinela àquela hora – Mas não era, José Alves, que nesse dia devia estar de serviço mas o soldado Profesto, natural da minha aldeia - Chãs, freguesia do Concelho de Vila Nova de Foz CôaEle contou-me, há pouco tempo,  que colaborou, sem saber na fuga de Álvaro Cunhal . Pois, o seu colega, havia-lhe  pedido, na véspera,  para fazer a troca com ele, tendo aceite, alegando ter que tratar de uns assuntos  no dia seguinte.  


Alves, fica de serviço nesse dia, da programada fuga e o Profesto  passa a fazer o turno dele no dia imediato. Claro que, segundo me recordou, “aquilo causou ali uma grande bronca!” – Os Pides, que ali iam regularmente, não tardaram a aparecer, com os seus inevitáveis inquéritos –  “Eles eram desconfiados e duros, mesmo para com os soldados da GNR e carcereiros” – Recorda. “Quando ali entravam, com aquelas caras autoritárias, até parecia que o terror se espalhava por todo o Forte! Olhavam-nos com desprezo e autoritarismo” – Confessou-me este meu conterrâneo. Que diz se lembrar, muito bem, da figura de  Álvaro Cunhal. “bem apessoadosempre com ar sério, compenetrado  e a passaritar - para trás e para a frente” . Que passava muito tempo, a "andar de um lado para o outro", e, geralmente, com ar carrancudo, sempre com ar muito concentrado, não dialogando" com os carcereiros ou soldados da GNR" - Aliás, tanto os soldados da GNR como os carcereiros  também estavam proibidos de conversar com os presos. E, sobretudo, com "o perigoso comunista", como era então classificado-

De referir que, Profesto (sogro de António Lourenço, presidente Junta desta freguesia de 1976 a 2009) já não se lembra do nome do seu companheiro - O nome do corajoso soldado consta do historial da fuga.. Mas ainda se recorda de muitos pormenores do ambiente do presidium nos turnos que ali fez., no tempo em que o lendário líder do PCP, ali esteve  preso - E, nomeadamente, da tal troca de turno, que haveria de permitir a fuga para a liberdade a Cunhal e a vários camaradas do seu Partido. 

 O resto, já faz parte do registo histórico É sabido que, “no dia 3 de Janeiro de 1960 evadem-se do forte de Peniche: Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues, graças à cumplicidade do solado da GNR

No fim da tarde pára na vila de Peniche, em frente ao forte, um carro com o porta-bagagens aberto. Era o sinal de que do exterior estava tudo a postos. Quem deu o sinal foi o actor, já falecido, Rogério Paulo.

Dado e recebido o sinal, no interior do forte dá-se início à acção planeada. O carcereiro foi neutralizado com uma anestesia e com a ajuda de uma sentinela - José Alves - integrado na organização da fuga, os fugitivos passaram, sem serem notados, a parte mais exposta do percurso. Estando no piso superior, descem para o piso de baixo por uma árvore. Daí correm para a muralha exterior para descerem, um a um, através de uma corda feita de lençóis para o fosso exterior do forte. Tiveram ainda que saltar um muro para chegar à vila, onde estavam à espera os automóveis que os haviam de transportar para as casas clandestinas onde deveriam passar a noite----Álvaro Cunhal: fuga de peniche


Frase do dia - O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu hoje que o projecto comunista está “bem vivo” e continua a “iluminar o caminho” dos que lutam pelas aspirações do povo, numa evocação da vida e obra de Álvaro CunhalJerónimo de Sousa diz que Cunhal tinha razão
.





segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Celebração do Equinócio Outono 2016 – dia 22 às 08.00 – Aldeia de Chãs (Foz Côa) no recinto amuralhado do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nº Sra. Local de Culto e Observatório astronómico pré-histórico – Uma das maiores maravilhas do Neolítico

Venha festejar  a entrada do Outono, vestindo as roupagens do sol  (se puder venha de branco e traga consigo um instrumento musical, se o tiver consigo  para manifestar o  talento, que Deus lhe deu ou que o prodígio da Mãe-Natureza, lhe concedeu  -  Partilhe do prazer e da alegria de um dia diferente, saudando poeticamente a despedida do Verão, a entrada da estação propensa à poesia, ao romantismo e à meditação  - Maravilhe-se com um auspicioso nascer do sol! - Tal como há milénios foi saudado 






Celebração do Equinócio do Outono – O Verão estás prestes a deixar-nos-  Partilhe connosco, a entrada da Estação dos Frutos e das  Colheitas, junto a uma das maiores maravilhas do Planeta, que nos legaram civilizações esquecidas no tempo e que um feliz acaso nos permitiu recuperar.






Vem aí o auge da época das vindimas  e da maturação completa dos frutos e também das folhas  começarem a despirem-se  das videiras e das árvores,  em mil matizes de coloridas e mágicas aguarelas - Vamos celebrar o primeiro dia do Outono, no próxima Quinta-feira, dia 22, ao nascer do sol, a partir das oito horas da manhã - De uma forma singela, com alguns momentos de poesia e de encantamento, tendo como esplendor os raios solares a atravessarem a graciosa gruta, em semi-arco do frontispício de um antiquíssimo Santuário Rupestre, que o povo batizou  da Pedra da Cabeleira de Nª Srª    

Fica situado no Monte dos Tambores, numa zona castreja, sobranceira ao maravilhoso Vale da Ribeira da Centeeira, arredores da aldeia de Chãs, do Concelho de Vila Nova de Foz Côa




(Actualização - com o video gravado na manhã do dia 22 )




Vinde, e sede bem-vindos às portas hospitaleiras da minha aldeia,
à amplidão dos grandes espaços,  aos silenciosos caminhos e atalhos,
trilhos milenares, que vos hão-de  levar  ao reino misterioso
das Quebradas e dos tambores, vasto planalto sulcado
por cerros morros, semeado por negros penedos,
rasgado por rudes penhascos,
ladeado por muralhas de ladeiras escalvadas,
denegridos flancos muito agrestes, muito abruptos,
coroados por esfíngicos bustos, desnudadas fragas,
hercúleos titãs, figuras míticas e trágicas,
há muito divinizadas por  homens de outrora
e pelos olhares sagrados dos seus deuses
que, em rituais bárbaros, os adoravam e invocavam!








Vinde ver esses calmos e míticos  lugares,
esculpidos por estranhos perfis, que ora surgem isolados
ora se amontoam, mesmo nas superfícies planas, não escarpadas
e que, desde o princípio das eras, desde os recuados tempos
em que foram habitados, ainda conservam intacta a sua divina pureza,
ainda hoje, guardam mil segredos, encerram mil mistérios!

Tal como diz o imortal poeta, o iluminado!
Vinde comparar os altares erguidos por nossas  mãos 
com os sagrados lugares da Natureza, que,
unindo a Terra  aos Céus,                                                     
não limitam, nem os nossos passos, 
nem cerceiam a nossa imaginação,
na infindável procura de se encontrarem
os verdadeiros laços que nos unem a Deus,
em uníssono diálogo e profundo canto interior,
com a Criação, a Sua Vontade Suprema,
as suas maravilhas e os seus prodígios!

Jorge  Trabulo Marques 

 “Não foi sem razão que os antigos Persas  edificaram
  as aras nos mais elevados lugares, no cume
   das montanhas que contemplam a terra, e assim escolhem
   um templo verdadeiro e sem muros, onde encontram
   o Espírito para quem tão pequeno é o valor dos santuários
   erguidos pelas nossas mãos. Vinde então comparar
    colunas e altares de ídolos, góticos ou gregos,
    com os lugares sagrados da Natureza, a terra e o ar,
    e não vos confineis a templos que limitam as vossas preces.”



                                                                                  Byron

Em Junho, noutro dos calendários pré-históricos, celebrámos o Solstício do Verão 




 Registo de véspera  - Ao nascer do Sol, em  Stnohenge - Ao pôr do Sol - Nos Tambores








“Estavam à entrada  do Templo do Senhor, entre o pórtico e o altar, cerca de 25 homens de costas para o Templo do Senhor, com os rostos para o oriente; eles adoravam o sol virados para oriente” Ezequiel 8.16