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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

GNR - Acidente na estrada mata dois soldados em missão de serviço: seus corpos foram hoje a enterrar, com luto, flores e lágrimas de familiares, amigos e camaradas





Um vândalo foragido, atropelou e matou dois humildes  soldados da GNR em cumprimento da sua missão, que prestavam serviço  no  Destacamento de Trânsito da GNR da Guarda. - Um guarda de 32 anos, de Vilar Formoso (Almeida), e um cabo com cerca de 30 anos, natural de Castro Daire (Viseu). Um segundo sargento da GNR, com cerca de 30 anos, da zona de Trancoso (Guarda), sofreu ferimentos graves

Enlutou duas famílias e deixou em estado de choque, em lágrimas, em sentido pranto e dor, amigos e companheiros,  as pequenas aldeias que os viram nascer. Não é a primeira vez que, ladrões e automobilistas desabridos, para se escaparem a um assalto ou a uma multa, atropelam agentes da autoridade – Fazem-no com a maior insensatez e frieza, sem que, dos seus criminosos actos, lhes assome alguma pontinha de remorso.  Não estamos na América, onde esses actos, fazem parte do quotidiano nas estradas, mas, por este andar, com os foragidos que impunemente por aí campeiam, presos num dia e soltos no outro, não tarda que para lá caminhemos. 

Desta vez, dizem as noticias, foi um pastor que roubara  a carrinha ao patrão e que, indo largado em velocidade louca, foi estatelar-se com o carro roubado, «quando uma viatura da GNR, com três elementos, estava na A23 no sentido Guarda/Covilhã, por ocorrência de um incêndio que deflagrava naquele local, procurando ajudar na regularização do trânsito, tendo a mesma sido tragicamente abalroada pelo dito meliante.

Se há profissões de alto risco,  é a dos agentes da autoridade, homens que têm que lidar, todos os dias, com casos de policia, com perigosos assaltantes, marginais  ou criminosos – E será que a missão compensa, para, de um dia para o outro, se levar um balázio ou se ser selvaticamente atropelado? – Pessoalmente, creio que não há dinheiro que compense a exposição a tantos riscos. Não invejo a profissão -  Houve um tempo da minha vida que gostava do desafio, mas enfrentando o mar,  escalando picos considerados inacessíveis, agora, e como na vida há um tempo para tudo, busco o encontro com a Natura, e, através dela, os caminhos do divino, do profundo e invisível. Porém, de modo algum a ter que ser incumbido a chamar à ordem e à lei, tresloucadas e perigosas criaturas. Mas a verdade é que, numa sociedade onde a violência recrudesce,  alguém tem que assumir, corajosamente, os enormes riscos dessa missão - Aos que pareceram, de forma tão violenta, e quando a vida teria  ainda tanto para lhes revelar, junto dos seus entes queridos e amigos ou mesmo no exercício da sua profissão, sim,   a esses infortunados  soldados, aqui dedico estas singelas palavras, me inclino à sua memória, com respeito e admiração. E, às famílias enlutadas, apresento as minhas mais sinceras condolências - Sou dessas terras, também fui moldado por esses mesmos horizontes, pinhais e  pedra do granito.

Luís de Raziell

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