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sábado, 31 de dezembro de 2011

PINTOR BARATA MOURA – 100 ANOS DE VIDA – NÃO SIGO MODAS, PINTO COMO SINTO, SOU COMO SOU – FEZ-ME UM DESENHO A UMA FOTOGRAFIA QUE GUARDO COMO RELICÁRIO

Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

José Barata Moura, o pintor que eu conheci na Residência Faria Mantero, três anos antes da sua morte, numa das visitas que ali fiz ao poeta António Ramos Rosa - Tendo-me oferecido um esboço de uma fotografia que lhe ofereci nos Templos do Sol com esta singela dedicatória: “Ao amigo Jorge  ofereço este apontamento desta fotografia que fiz com muita dificuldade aos 97 anos  -


Deixou-nos no passado dia 18 –  no domingo anterior ao do Natal  Completaria 101 anos no próximo dia 9 de Janeiro, quiseram , porém, os mesmos deuses, que o  prendaram com  a inspiração dos geniais pintores  amantes da natureza e das coisas simples, que a sua vida se finasse numa fria noite de Dezembro – De resto, talvez não menos fria do longínquo dia do seu nascimento capricorniano  – Porém, o seu carácter era o de um homem bem humorado, caloroso e extrovertido, possuidor de um talento multifacetado, que se estendia à música, à dança e à Rádio.  E também de uma memória extraordinária: recordou-me alguns episódios da sua vida com a mesma frescura de um jovem  dos 20. 


Andava com alguma dificuldade mas não notei  na sua personalidade quaisquer sinais de velhice senil. Pareceu-me muito lúcido! Ele disse-me que viajou pelos quatros cantos do mundo, conheceu muitos lugares e muitas gentes. E pintou muitos quadros.  Sendo os lugares que conheceu e  os motivos naturais a sua fonte de inspiração. Mas era de Castelo Novo, da  sua amada aldeia natal, concelho do Fundão, de que  mais saudades tinha  e para cujas telas inúmeras vezes se debruçara –   “Gostava de lá ir antes de morrer, mas o meu problema é  as pernas”.. Desabafou. Pois já precisava de se encostar  à bengala para se deslocar. Vieram-lhe as lágrimas aos olhos quando lhe perguntei donde era.. Aldeia que deixou aos 17 anos, para ir estudar na Escola António Arroio.



Em visitas anteriores a  António Ramos Rosa,  já me havia dado conta da presença daquele idoso, sempre com ar visivelmente bem disposto e de todos o mais conversador. Sabia que, naquele  palácio, doado pelos Mantero à Santa Casa da Misericórdia (família que constituíra uma grande fortuna em duas roças em São Tomé), servia de albergue a várias figuras, que se haviam distinguido nas artes e nas letras), pelo que, precisamente quando já me preparava para sair, vedo-o sentado no corredor, não resisti a cumprimentá-lo  e a dialogar um pouco com ele:   “Então o meu amigo, quantos anos tem? 

Eu tenho já 97 anos! Acha-me velho?!...
Não senhor. Vejo que está em forma e vai ultrapassar o século!..
Então, e quem é o meu amigo?!
Sou o pintor Barata Moura!... Já agora, espere aí um pouco que tenho uma surpresa para lhe fazer!...

Momentos depois,  diz-me ele: aí tem!... Vou-lhe oferecer este desenho que fiz de uma fotografia sua, que a Agripina me mostrou. Gostei muito dessa fotografia.  Pedi-lha emprestada para lhe dedicar um desenho ao seu autor. Parabéns!... Lembrou-me Nosso Senhor! - Curiosamente, também o poeta António Ramos Rosa, quando morava na Rua do Bocage,  já se havia inspirado numa outra das minhas fotografias, quase idêntica - E nunca me pareceu que fosse dado ao catolicismo - Aliás, também eu - Mas admiro a figura bíblica de Cristo.


O sonho comanda a vida e, afinal, Barata Moura, não morreria sem antes ir matar saudades aos horizontes que o viram nascer e crescer. Aconteceu em Agosto passado, uns meses antes do seu falecimento – A iniciativa partiu da Câmara Municipal, com o objectivo de evocar a vida e a obra de Barata Moura –  Acompanhou-o na vista à exposição o cantor José Barata Moura, notável artista não apenas nas canções mas também  como escritor, compositor e filósofo

José Barata Moura, o pintor que eu conheci na Residência Faria Mantero, três anos antes da sua morte, numa das visitas que ali fiz ao poeta António Ramos Rosa -

Deixou-nos no passado dia 18 –  no domingo anterior ao do Natal  Completaria 101 anos no próximo dia 9 de Janeiro, quiseram , porém, os mesmos deuses, que o  prendaram com  a inspiração dos geniais pintores  amantes da natureza e das coisas simples, que a sua vida se finasse numa fria noite de Dezembro – De resto, talvez não menos fria do longínquo dia do seu nascimento capricorniano  – Porém, o seu carácter era o de um homem bem humorado, caloroso e extrovertido, possuidor de um talento multifacetado, que se estendia à música, à dança e à Rádio.  E também de uma memória extraordinária: recordou-me alguns episódios da sua vida com a mesma frescura de um jovem  dos 20. 

Andava com alguma dificuldade mas não notei  na sua personalidade quaisquer sinais de velhice senil. Pareceu-me muito lúcido! Ele disse-me que viajou pelos quatros cantos do mundo, conheceu muitos lugares e muitas gentes. E pintou muitos quadros.  Sendo os lugares que conheceu e  os motivos naturais a sua fonte de inspiração. Mas era de Castelo Novo, da  sua amada aldeia natal, concelho do Fundão, de que  mais saudades tinha  e para cujas telas inúmeras vezes se debruçara –   “Gostava de lá ir antes de morrer, mas o meu problema é  as pernas”.. Desabafou. Pois já precisava de se encostar  à bengala para se deslocar. Vieram-lhe as lágrimas aos olhos quando lhe perguntei donde era.. Aldeia que deixou aos 17 anos, para ir estudar na Escola António Arroio.

O sonho comanda a vida e, afinal, Barata Moura, não morreria sem antes ir matar saudades aos horizontes que o viram nascer e crescer. Aconteceu em Agosto passado, uns meses antes do seu falecimento – A iniciativa partiu da Câmara Municipal, com o objectivo de evocar a vida e a obra de Barata Moura –  Acompanhou-o na vista à exposição o cantor José Barata Moura, notável artista não apenas nas canções mas também  como escritor, compositor e filósofo



Exposição evoca vida e obra de Barata Moura - Este o título da referida mostra evocativa

“Pinto como sinto (…) Sou como sou”. As palavras estão no “Manifesto Pessoal” do pintor Barata Moura, natural de Castelo Novo, que completou 100 anos em Janeiro. A Serra da Gardunha e a Beira foram desde sempre fonte de inspiração no seu percurso artístico. Até 31 de Outubro, no Palácio do Picadeiro, em Alpedrinha, podem ser apreciadas 40 das suas cerca de quatro mil obras.


“É apenas um apontamento expositivo que evoca uma figura ímpar do concelho e da região”, recorda o vice-presidente da Câmara do Fundão. Para Paulo Fernandes este é “um acto de justiça” ao pintor que viajou pelo mundo mas manteve sempre uma estreita ligação às suas origens. Para homenagear uma vida dedicada à pintura, a autarquia decidiu promover o I Salão de Pintura ao Ar Livre. Uma iniciativa que contou com mais de uma dezena de participantes e que no próximo ano será repetida, ainda que em outros moldes, explica. “Esta não será, seguramente, a última homenagem”, refere Paulo Fernandes acrescentando que até ao final do ano Castelo Novo pode ser palco de outra cerimónia –
Excerto da Exposição evoca vida e obra de Barata Moura ... - Jornal do Fundão.

 

Exposição evoca vida e obra de Barata Moura - Este o título da referida mostra evocativa

“Pinto como sinto (…) Sou como sou”. As palavras estão no “Manifesto Pessoal” do pintor Barata Moura, natural de Castelo Novo, que completou 100 anos em Janeiro. A Serra da Gardunha e a Beira foram desde sempre fonte de inspiração no seu percurso artístico. Até 31 de Outubro, no Palácio do Picadeiro, em Alpedrinha, podem ser apreciadas 40 das suas cerca de quatro mil obras.

“É apenas um apontamento expositivo que evoca uma figura ímpar do concelho e da região”, recorda o vice-presidente da Câmara do Fundão. Para Paulo Fernandes este é “um acto de justiça” ao pintor que viajou pelo mundo mas manteve sempre uma estreita ligação às suas origens. Para homenagear uma vida dedicada à pintura, a autarquia decidiu promover o I Salão de Pintura ao Ar Livre. Uma iniciativa que contou com mais de uma dezena de participantes e que no próximo ano será repetida, ainda que em outros moldes, explica. “Esta não será, seguramente, a última homenagem”, refere Paulo Fernandes acrescentando que até ao final do ano Castelo Novo pode ser palco de outra cerimónia – Excerto da Exposição evoca vida e obra de Barata Moura ... - Jornal do Fundão.

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