Jorge Trabulo Marques - Jornalista e
investigador - - Singela Homenagem - Autor de Alma Errante
TEMPLOS
DO SOL - NO MONTE DOS TAMBORES - CRUZAMENTO DE ESPIRITUALIDADES E DE
CULTURAS - DESDE OS TEMPOS IMEMORIAIS ATÉ AOS NOSSOS DIAS
NÃO
PRIVILEGIAMOS CREDOS OU RELIGIÕES MAS O AMOR E RESPEITO PELA NATUREZA, A
SALVAGUARDA DOS VALORES DO PATRIMÓNIO ANCESTRAL, O CULTO DA
FRATERNIDADE, DA CONVIVÊNCIA, DA TOLERÂNCIA E DO CONHECIMENTO
- Já por aqui passaram os mais diversos estudiosos e pessoas de várias religiões ou crenças: desde os Hare Krishna- à .PFI Federação Pagã Portugal, que realizou o seu XI encontro anual de paganismo no Solstício do Verão -.Ano 2007 - Portugal - Pagan Federation International........FESTIVAL SOLSTICIAL COM A PRESENÇA DE PAGÃOS Partilhamos do espírito iconémico. Estamos abertos a todos que vierem por bem -
- Já por aqui passaram os mais diversos estudiosos e pessoas de várias religiões ou crenças: desde os Hare Krishna- à .PFI Federação Pagã Portugal, que realizou o seu XI encontro anual de paganismo no Solstício do Verão -.Ano 2007 - Portugal - Pagan Federation International........FESTIVAL SOLSTICIAL COM A PRESENÇA DE PAGÃOS Partilhamos do espírito iconémico. Estamos abertos a todos que vierem por bem -
Eliezer Kamenesky - António Lourenço leu alguns dos poemas de Alma Errante Obrigado Sr. António, por uma vez mais ter sacrificado os seus afazeres profissionais para colaborar e associar-se às nossas tradicionais saudações. Na véspera andou por lá a cortar silvas e a retirar algumas pedras do caminho. Um gesto de boa vontade que muito lhe agradecemos.
.E um agradecimento, igualmente muito acalorado, aos nossos amigos de Viseu: ao simpático casal António Almeida e Helena Andrade, que madrugou cedinho para vir tomar parte na nossa celebração outonal. Que os Deuses da Terra e dos Céus, vos tragam as graças que ali fostes invocar que vos são inteiramente merecidas.
ALMA ERRANTE,
TÍTULO DOS VERSOS DE ELIEZER KAMENEZKY, NÃO PODERIA SINTETIZAR MELHOR A PRÓPRIA
ERRÂNCIA DO POVO JUDAICO.
E QUEM ERA, AFINAL, ESSE PEREGRINO JUDEU - QUE ENCANTOU FERNANDO PESSOA, A PACATA LISBOETA DESSE TEMPO E ATÉ REALIZADORES CINEASTAS -
"
Eliezer Kamenezky nasceu na Ucrânia, em 1888. Andou por vários lugares do mundo, desde os quinze anos, a partir de certa altura difundindo o naturismo e a «alimentação natural» (dizia-se «fungívero»). Chegou a Portugal, vindo do Brasil, nos anos 20, e aqui viria a morrer (em 1957). Conheceu Fernando Pessoa, que lhe escreveu um desconcertante prefácio para o livro de poemas, Alma Errante (1932). Deixou inédito um romance autobiográfico, Peregrinando. A investigadora italiana Amina Di Munno traduziu-o e apresentou-o em Itália com o título Eliezer, debaixo da autoria de Fernando Pessoa, num volume prefaciado por Luciana Stegagno Picchio (Roma, Lucarini, 1991) - In dias felizes: Numa nota de rodapé
Eliezer Kamenezky nasceu na Ucrânia, em 1888. Andou por vários lugares do mundo, desde os quinze anos, a partir de certa altura difundindo o naturismo e a «alimentação natural» (dizia-se «fungívero»). Chegou a Portugal, vindo do Brasil, nos anos 20, e aqui viria a morrer (em 1957). Conheceu Fernando Pessoa, que lhe escreveu um desconcertante prefácio para o livro de poemas, Alma Errante (1932). Deixou inédito um romance autobiográfico, Peregrinando. A investigadora italiana Amina Di Munno traduziu-o e apresentou-o em Itália com o título Eliezer, debaixo da autoria de Fernando Pessoa, num volume prefaciado por Luciana Stegagno Picchio (Roma, Lucarini, 1991) - In dias felizes: Numa nota de rodapé
Deixou a sua terra aos 14 anos,"seguindo
uma companhia de ópera e foi aos 19 anos, “sob o céu de Itália, em
Milao, que levado pelas suas observações da Natureza e pela leitura
dos filósofos gregos, de Rousseau, de Tolstói, etc. , despiu as vestes
caricatas da civilização, para se fazer apóstolo do Naturismo. Ei-lo
pelo mundo fora, percorrendo a Itália, a Suiça, a Grécia, a Terra
sangta, Egipto, Arábia, Índia, as duas Américas, caminheiro do do
Ideal, pregando e distribuindo opúsculos.”Eliezer Kamenesky – Wikipédia
Fernando
Pessoa, com quem ele se dava muito, escreveu o longo prefácio para as
suas poesias. Prefácio estranho, pois não hesita em menosprezar a arte
poética do prefaciado, justificadamente talvez, mas não é muito comum
aceitar-se escrever um prefácio quando se não aprecia a obra.
Mas
aquele texto de Pessoa focando a maçonaria, os judeus e os rosacruces,
causou grande polémica na época. E, conhecidas como são as origens
genealógicas cristãs-novas de Fernando Pessoa, não é menos estranho que
tenha terminado o seu ensaio com a afirmação de que um judeu o não
poderia ter escrito.
O QUE TAMBÉM SE DIZ DA PERSONAGEM DO POETA RUSSO – AMIGO DE FERNANDO PESSOA
“Nos anos vinte vem para Lisboa, onde passou a viver. Apreciava a literatura portuguesa, e dizia de «Os Simples», de Guerra Junqueiro, é dos livros que mais admiro entre todas as obras da literatura mundial. Em Lisboa conheceu Fernando Pessoa que prefaciou o seu livro de poemas Alma Errante (1932). No começo do livro há um retrato seu da autoria de José Malhoa. Eliezer escreveu ainda uma autobiografia romanceada («Peregrinando»), em parceria com Maria O'Neill, cuja versão inglesa, intitulada Eliezer, foi também corrigida por Fernando Pessoa. Há quem acredite que Pessoa foi o autor da obra. Em 1933, na casa de Maria O'Neil, conheceu a professora alentejana Arnilde Roque Penim, com quem veio a casar. Tornou-se comerciante de antiguidades em S. Pedro de Alcântara. Entretanto, participou em alguns filmes clássicos do cinema português: A Revolução de Maio, O Pai Tirano e O Pátio das Cantigas. Escreveu e interpretou uma das canções de O Pátio das Cantigas. Faleceu aos 69 anos, em 1957.»
"... Começa a
frequentar a escola aos 6 anos. Desde que é expulso do liceu, passa por vários
empregos e vicia-se no jogo. Lê romances de aventura que lhe despertam anseios
por outras paragens. Grande desgosto com a morte da mãe e, depois, de um irmão
mais novo. Foge, acompanhando um grupo italiano de ópera [I - Abrindo
asas / The shaping of my mind]
(...) Vende batatas, trabalha em bares; frequenta a Biblioteca Russa, participa em reuniões do Círculo Socialista. Vive ao sabor das circunstâncias, que o fazem cair na tentação do furto. Em Boston, apanha um barco para Liverpool, onde se hospeda na Pensão dos Judeus. Entra na festa do Sukess. Deseja voltar à Rússia [VI - De Nova York a uma fronteira da Rússia / Good and Evil - reprodução da B.N.]"
[in Ivo de Castro et al, "Eliezer ascenção e queda de um romance pessoano", Revista Da Biblioteca Nacional, nº 1, 1992]
(...) Vende batatas, trabalha em bares; frequenta a Biblioteca Russa, participa em reuniões do Círculo Socialista. Vive ao sabor das circunstâncias, que o fazem cair na tentação do furto. Em Boston, apanha um barco para Liverpool, onde se hospeda na Pensão dos Judeus. Entra na festa do Sukess. Deseja voltar à Rússia [VI - De Nova York a uma fronteira da Rússia / Good and Evil - reprodução da B.N.]"
[in Ivo de Castro et al, "Eliezer ascenção e queda de um romance pessoano", Revista Da Biblioteca Nacional, nº 1, 1992]
Domingo, 9 de Setembro de 2007 - No passado 7 de Setembro, 119 anos atrás em Lugansk (Rússia), nascia Eliezer Kamenezky. Esta personagem curiosa, de vida plena, exuberante e voluptuosa, sempre vivida de rebeldia e sarcasmo - qual cidadão do mundo -, com obra e espólio a merecer atenção, foi especialmente conhecida pela sua ligação ao vate Fernando Pessoa.
De tal modo era a (re)criação e a familiaridade entre os dois que até
deu lugar a uma viva polémica (que "morreu" logo à nascença), quando
em 1991 um artigo de Luciana Stegagno-Picchio publicado no jornal Repubblica
anunciava a descoberta de um romance (em inglês) de Fernando Pessoa, e
até então desconhecido entre os pessoanos, com o subtil título de "Eliezer".
A putativa descoberta de um inédito de Pessoa foi objecto de tratamento
e avaliação pelos membros da equipa pessoana (prof. Ivo Castro e outros
investigadores), que depois de analisarem os argumentos, e pelo muito que
conheciam de F. P., fizeram gorar tal hipótese.
Afinal, tratava-se não de mais um inédito da arca de Pessoa mas da tradução, feita pelo poeta e amigo, da biografia de Eliezer Kamenezky.
[ver sobre o assunto, Ivo de Castro et al, "Eliezer ascenção e queda de um romance pessoano", Revista Da Biblioteca Nacional, nº 1, 1992] - In http://almocrevedaspetas.blogspot.com/2007/09/eliezer-kamenezky-no-passado-7-de.html
Afinal, tratava-se não de mais um inédito da arca de Pessoa mas da tradução, feita pelo poeta e amigo, da biografia de Eliezer Kamenezky.
[ver sobre o assunto, Ivo de Castro et al, "Eliezer ascenção e queda de um romance pessoano", Revista Da Biblioteca Nacional, nº 1, 1992] - In http://almocrevedaspetas.blogspot.com/2007/09/eliezer-kamenezky-no-passado-7-de.html
Os
lisboetas do meu tempo, dos anos da segunda Grande Guerra, quando a
capital era ainda uma cidade de costumes bastante provincianos,
lembram-se com certeza daquele judeu russo, excêntrico, de longa barba,
basta cabeleira, e olhar penetrante, calçando sandálias, que não podia
passar despercebido.
Eu era garoto, mas lembro-me de o ter visto algumas vezes, em jardins e lugares públicos, reunindo à sua volta os passantes, à semelhança dos vendedores da “banha da cobra”, como o povo chamava então aos propagandistas de jardim.”
Eliezer
Kamenezky não vendia produtos. Ele procurava convictamente fazer
adeptos para a sua crença num modo de vida são, ligado à Natureza, à
alimentação natural. São ideias que hoje já estão muito na moda, e até
com mais premência, num mundo cuja deterioração só agora se começa a
reconhecer. Naquele tempo eram ideias exóticas.
(...)
Kamemezky, porém, era um sonhador, menos preocupado com a vida
material, antes ansioso por uma vida de aventuras, como nas histórias
que bebia sofregamente nos livros de Júlio Verne e outros relatos de
viagens"
"
Eliezer saiu de casa dos pais, Izak e Sofia Kamenezky, aos 15 anos, com um saco de viagens às costas, “para percorrer Mundo”.
Era
comum, naquela época, em que o futuro se apresentava encoberto por
nuvens negras para os judeus da Europa oriental, os jovens saírem de
casa muito novos, para procurar terras mais prometedoras onde trabalhar e
fazer fortuna.
Kamemezky,
porém, era um sonhador, menos preocupado com a vida material, antes
ansioso por uma vida de aventuras, como nas histórias que bebia
sofregamente nos livros de Júlio Verne e outros relatos de viagens... Eliezer Kamenezky | Ao correr da pena…NA MANHÃ DE UM DIA SERENO, CLARO E BRILHANTE - FOI ASSIM QUE SAUDAMOS O OUTONO E ELE NOS ENCHEU DE LUZ O CORAÇÃO E NOS ABENÇOOU - ERAM PRECISAMENTE O8.OO HORAS, QUANDO O SINO DA TORRE DA IGREJA, NA ALDEIA, BATIA AS OITO BADALADAS E O SOL SURGIA VIVO E RESPLANDECENTE ATRAVÉS DO Olho de Hórus - NUM RIGOR ANCESTRAL ABSOLUTAMENTE FANTÁSTICO E ASTRONÓMICO!
De facto, o dia 23 (entrada oficial do
Outono) não podia ser mais luminoso e transparente -Com uma claridade que só o
mês de Setembro pode proporcionar - A manterem-se assim os dias, as vindimas
este ano vão produzir um vinho fino de inigualável néctar e qualidade.
Lá estivemos na Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora. Poucos mas merecedores da luz e da alegria que o primeiro dia do Outono, nos ofertara. Num dia de trabalho, e para mais com muita gente a pensar nas vindimas - e também com outros eventos a marcar internacionalmente a agenda da nossa cidade - já sabíamos que podíamos correr o risco de ficarmos isolados. Mas isso não aconteceu. Houve quem viesse de Viseu para contemplar o nascer do sol através do emblemático portal. E, pelo que nos foi dado constatar, sentiram-se muito felizes no local e partiram de coração em festa. Só por esse facto valeu a pena - terminada a breve cerimónia - têrmo-los depois acompanhado num passeio à Pedra dos Poetas e ao Castro do Curral da Pedra.
De facto, o dia 23 (entrada oficial do Outono) não podia ser mais luminoso e transparente -Com uma claridade que só o mês de Setembro pode proporcionar - A manterem-se assim os dias, as vindimas este ano vão produzir um vinho fino de inigualável néctar e qualidade.
Lá estivemos na Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora. Poucos mas merecedores da luz e da alegria que o primeiro dia do Outono, nos ofertara. Num dia de trabalho, e para mais com muita gente a pensar nas vindimas - e também com outros eventos a marcar internacionalmente a agenda da nossa cidade - já sabíamos que podíamos correr o risco de ficarmos isolados. Mas isso não aconteceu. Houve quem viesse de Viseu para contemplar o nascer do sol através do emblemático portal. E, pelo que nos foi dado constatar, sentiram-se muito felizes no local e partiram de coração em festa. Só por esse facto valeu a pena - terminada a breve cerimónia - termo-los depois acompanhado num passeio à Pedra dos Poetas e ao Castro do Curral da Pedra.
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