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"OPERAÇÃO DE BURUNTUMA" FAMÍLIA TURRA A SER SURPREENDIDA E MORTA. APESAR DE SE TEREM ESCONDIDO NO MATO, FORAM CAÇADOS POR CAUSA DOS GEMIDOS DOS GAIJO QUE ESTÁ DEITADO. UM SEGUNDO DEPOIS DA FOTO ESTAVAM MORTOS" Imagem legendada por ex-militar português, António Lima de Paiva, que fez comissões na Guiné - 1965;Angola e Moçambique. - Mais tarde, alistou-se na Legião Francesa
Buruntuma - Guiné-Bissau - TIXIK.com -Veja a crueldade da imagem: leia e reflicta no reverso. Escrito pelo autor da fotografia que teve a coragem de não se importar de fazer a denúncia - ex-sargento da Força Aérea Portuguesa. Os termos, com que redigiu a legenda, além de nos impressionarem, traduzem-nos também o espírito da circunstância e dão-nos a perceber a linguagem de quem andava entranhado na selva, palmilhava picadas e matas, corria perigos e era simultaneamente a potencial ameaça à integridade dos que lutavam pela libertação do seu povo, na então conturbada e estúpida guerra colonial.
O presidente da Liga dos Combatentes (LC) convidou o escritor António Lobo Antunes a "esclarecer, confirmar, negar ou dar a sua interpretação sobre as afirmações", feitas num livro publicado há um ano, sobre a Guerra Colonial em Angola" Combatentes instam Lobo Antunes a explicar-se - Portugal - DN-
Afinal, o que é que pretende o Presidente da Liga dos Combatentes do escritor Lobo Antunes? - Não sabe o que é que aconteceu ao seu antecessor? - Que ficou cego? ... Foi o seu irmão - um camarada meu e um grande amigo - que levou uma granada defensiva instantânea para casa e, pondo-se a brincar, morreu ele e deixou o irmão cego para toda a vida - Quer considerar, Lobo Antunes, algum traidor? - Tal como já me aconteceu quando comecei a denunciar os massacres do Bate-Pá , de 1953 - Por ordem do então governador Carlos Gorgulho. Em que foram assassinados milhares de santomenses - Será que as páginas negras da descolonização são para se ignorarem?
O presidente da Liga dos Combatentes (LC) convidou o escritor António Lobo Antunes a "esclarecer, confirmar, negar ou dar a sua interpretação sobre as afirmações", feitas num livro publicado há um ano, sobre a Guerra Colonial em Angola" Combatentes instam Lobo Antunes a explicar-se - Portugal - DN-
Afinal, o que é que pretende o Presidente da Liga dos Combatentes do escritor Lobo Antunes? - Não sabe o que é que aconteceu ao seu antecessor? - Que ficou cego? ... Foi o seu irmão - um camarada meu e um grande amigo - que levou uma granada defensiva instantânea para casa e, pondo-se a brincar, morreu ele e deixou o irmão cego para toda a vida - Quer considerar, Lobo Antunes, algum traidor? - Tal como já me aconteceu quando comecei a denunciar os massacres do Bate-Pá , de 1953 - Por ordem do então governador Carlos Gorgulho. Em que foram assassinados milhares de santomenses - Será que as páginas negras da descolonização são para se ignorarem?
Então, os ex-combatentes da Guerra colonial, que foram as grandes vítimas de uma guerra, que tanto sangue derramou, em três frentes, quer, em milhares e milhares de portugueses, quer noutros tantos milhares ou ainda mais de filhos dos povos irmãos da Guiné, Angola e Moçambique, ainda não tiveram tempo de se darem conta de que, todo aquele período negro, é um tempo de má memória?! - Mas quem é que pode orgulhar-se de ter participado numa guerra daquelas?!…
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Photos in the Mururoa Atoll - Image is copyrighted - are authorized by the owner of this blog.
Registos de algumas das impressionantes imagens, no Atol Nuclear da Moruroa, no Pacífico, colónia francesa, oferecidas ao autor deste blogue por ex-legionário da Legião Francesa e ex-combatente da guerra colonial - Não desejaria publicar a fotografia de uma mãe que vê morrer o seu filho e depois também é morta: por ser tão chocante, tão cruel! - Mas, perante tamanha provocação a Lobo Antunes, por parte do Presidente da Liga dos Combatentes, e também por saber que o seu autor me deu essa liberdade, entendi ser meu dever de consciência, desmascarar aqueles que ainda procuraram branquear o passado da afrontosa e terrível guerra colonial.
O diapositivo de uma destas imagens - da explosão atómica no Atol Nucelar da Mururoa, no Pacífico - Mururoa Nuclear Tests, RNZN protest Veterans, cujas experiências têm sido contestadas, quer por veteranos, que ali foram afeactados por fortes radiações, quer por várias instituições pacifistas da comunidade internacional, foi publicada, sob minha autorização, no Nº1194 do semanário Expresso, como disse, fazem parte de uma colecção de slides e de fotografias, que me foram gentilmente oferecidas pelo seu autor. Na sequência de uma entrevista que me concedeu para a Rádio Comercial-RDP, nos anos oitenta. Na altura, ele estava a atravessar (pareceu-me) um período de uma certa depressão.. Não sei se ainda é vivo. Bem gostava que fosse. Mas duvido, dados os riscos de radiações a que se expôs. Pois nunca mais o vi.
Alguns dos vários documentos confidenciais que me confiou . Leia-se o excerto do articulado ao lado e veja-se como pretendiam lidar com os media.
Além de três comissões de Guerra, na Guiné, Angola e Moçambique, também se alistara na Legião Francesa, tendo estado em diversos cenários de guerra. Recebeu vários louvores e condecorações. Ele queria que eu publicasse um livro sobre as suas memórias. Mas eu disse-lhe que não dispunha de tempo. Mas ele fez questão que eu levasse as fotografias que tinha em casa: “se calhar já não duro muito tempo e, pelo menos, nas suas mãos, não se vão perder." Mas só aceitei algumas. E vários livros e documentos da legião. Concluí que, além de corajoso, era um excelente fotógrafo. Duas dessas imagens, já se perderam: cedi-as ao extinto semanário Tal & Qual, na altura em que era seu colaborador, mais tarde, quando as pedi, já não sabiam delas. Uma das quais registava um guerrilheiro do PAIGC apontando uma basúca a um helicópetero; a outra, o mesmo aparelho, desfazendo-se em poeira. Os registos (toda a sequência da explosão atómica à superfície do Atol Nuclear da Mororoa, foi obtido fora do abrigo e a curta distãncia. Quem é que o fazia?!... Só isso era o bastante para, mais tarde ou mais cedo, poder vir a ter problemas terríveis. Queria que eu falasse da sua experiência e não me esquecesse de publicar a foto de um general francês, de quem era muito amigo, dado ter sido seu ajudante. Claro, que a do general, está fora de questão. Era preciso que me autorizasse .
Mururoa - France Nuclear Forces.
.NÃO HÁ GUERRAS LIMPAS, TODAS AS GUERRAS SÃO SUJAS E CRUÉIS - MAS HÁ CAUSAS JUSTAS E A NOSSA CAUSA ERA INJUSTA - PORQUE COMBATÍAMOS O DIREITO DOS POVOS AFRICANOS , SE LIBERTAREM DO JUGO COLONIALISTA E SEREM LIVRES DO SEU PRÓPRIO DESTINO - O VELHO REGIME SALAZARISTA, ENTENDIA, PORÉM, QUE "OS QUE PORTUGUESES CONSTROEM AOS PORTUGUESES PERTENCE" - E CONSTRUÍAM, EM TERRAS DE QUEM?!... DE PORTUGAL?!...ADRIANO JOAQUIM LUCAS, MEU CONTERRÂNEO, MOBILIZADO PARA A GUINÉ BISSAU, em Julho de 1970 - FOI ORDENANÇA DO COMANDANTE EM BISSALANCA E EVITOU O CONTACTO DIRECTO COM A MATA.MAS SOUBE DE SEGREDOS E CONHECEU DE PERTO O GENERAL ANTÓNIO SPÍNOLA. DIZ QUE NÃO ADMITIA SEVÍCIAS NOS NEGROS. CLARO QUE ELE NÃO PODIA ESTAR EM TODO O LADO PARA CONTROLAR OS EXCESSOS
Adriano Joaquim Lucas assentou praça em Beja, depois foi para Tancos, após o que partiu para a ex-colónia portuguesa., tendo ficado aquartelado em Bissalanca. Mas considera ter sido um homem de sorte. Não foi testemunha de atrocidades mas viu muitos ficarem por lá. O facto de ter sido ordenança do Comandante, poupou-o do mato, conheceu o General Spínola, que lhe pareceu um homem muito humano. É emigrante em França, desde que regressou da Guiné. Agora está reformado e, sempre que pode vem matar saudades à sua santa terrinha. Estive com ele nas férias de Verão e recordou-me algumas das suas memórias, dos longos dois anos que ali passou, desde 02.07.70 a 02.07.72 e que editei neste vídeo.
.NÃO HÁ GUERRAS LIMPAS, TODAS AS GUERRAS SÃO SUJAS E CRUÉIS - MAS HÁ CAUSAS JUSTAS E A NOSSA CAUSA ERA INJUSTA - PORQUE COMBATÍAMOS O DIREITO DOS POVOS AFRICANOS , SE LIBERTAREM DO JUGO COLONIALISTA E SEREM LIVRES DO SEU PRÓPRIO DESTINO - O VELHO REGIME SALAZARISTA, ENTENDIA, PORÉM, QUE "OS QUE PORTUGUESES CONSTROEM AOS PORTUGUESES PERTENCE" - E CONSTRUÍAM, EM TERRAS DE QUEM?!... DE PORTUGAL?!...ADRIANO JOAQUIM LUCAS, MEU CONTERRÂNEO, MOBILIZADO PARA A GUINÉ BISSAU, em Julho de 1970 - FOI ORDENANÇA DO COMANDANTE EM BISSALANCA E EVITOU O CONTACTO DIRECTO COM A MATA.MAS SOUBE DE SEGREDOS E CONHECEU DE PERTO O GENERAL ANTÓNIO SPÍNOLA. DIZ QUE NÃO ADMITIA SEVÍCIAS NOS NEGROS. CLARO QUE ELE NÃO PODIA ESTAR EM TODO O LADO PARA CONTROLAR OS EXCESSOS
Adriano Joaquim Lucas assentou praça em Beja, depois foi para Tancos, após o que partiu para a ex-colónia portuguesa., tendo ficado aquartelado em Bissalanca. Mas considera ter sido um homem de sorte. Não foi testemunha de atrocidades mas viu muitos ficarem por lá. O facto de ter sido ordenança do Comandante, poupou-o do mato, conheceu o General Spínola, que lhe pareceu um homem muito humano. É emigrante em França, desde que regressou da Guiné. Agora está reformado e, sempre que pode vem matar saudades à sua santa terrinha. Estive com ele nas férias de Verão e recordou-me algumas das suas memórias, dos longos dois anos que ali passou, desde 02.07.70 a 02.07.72 e que editei neste vídeo.
- Caderneta militar e fotos do autor deste blogue, no centro de Instrução dos Comandos, em Luanda, " onde terminou com aproveitamento, o 6º curso de comandos 1967 "
Pode parecer despropositado trazer para este blogue a questão da guerra colonial, mas não é: - Tenho-me dedicado especialmente a falar dos Templos do Sol, no Monte dos Tambores, na minha aldeia - e , ultimamente, até das escaladas nas montanhas e nos picos - mas também é importante que se dê a conhecer o lado oposto dos Templos do Sol - os Templos Negros da Guerra. E é o que me levou a escrever este post. . Aliás, tenho o dever de o fazer - mal tomei conhecimento de tão afrontosa provocação ao escritor Lobo Antunes, pessoa íntegra e honestíssima, que muito admiro. Sou jornalista e, como não disponho de outro espaço, aproveito para o fazer aqui --Comissão da Carteira Profissional de Jornalista:::Carteiras Profissionais Revalidadas : Jorge Trabulo Marques. 680. - também subscrevo outro blog(SÃO TOMÉ - ODISSEIAS NOS MARES DO GOLFO DA GUINÉ)mas achei este mais adequado.
Fui militar em Angola - nos Comandos, tal como documenta a imagem, em cima e ao lado - Embora por pouco tempo, mas o suficiente para me aperceber da crueldade daquela guerra
Vi atrocidades que dificilmente esquecerei - Mesmo enquanto frequentava o curso de sargentos milicianos, em Angola. Vi com os meus próprios olhos a crueldade infligida a uns pobres soldados, no Quartel de Artilharia, que ficava por detrás da Escola de Aplicação Militar de Nova Lisboa.
Dados como suspeitos por desvio de armas, do paiol de armamento, foram colocados na parada, frente à portaria e massacrados, com as mãos atadas atrás das costas e de joelhos, lado a lado uns dos outros, para malharem neles quem quisesse e como quisesse! A murro, a pontapé, cronhadas, golpes de sabre!...E o comando não teve vergonha de ser cúmplice de tamanha barbaridade. As sevícias foram horríveis. Houve até quem lhe queimasse os testículos e o pénis com a ponta de cigarros. À noite (acho que eram uns nove ou dez), foram todos metidos numa cela, quase do tamanho de uma cabine telefónica - Eu estava na especialidade de armas pesadas: continuei na EAM e, nesse dia, tinha ido ali a visitar um amigo. Quando me apercebi que o quartel estava em polvorosa, não arredei pé: quis ver até onde ia aquela barbárie - Senti-me horrorizado, mas resisti. Ainda tentei demover alguns dos soldados, mais tresloucados. Mas tive que me calar se não ainda era dado como suspeito: pois também lá havia alguns brancos, nascidos em Angola - classificados como portugueses de segunda. Ao final do dia, estavam moribundos! irreconhecíveis!. Completamente desfigurados!...- Quando fui espreitar a cela, as suas cabeças, haviam levado tantas cronhadas e golpes de sabre, que pareciam azeitonas cortejadas! - Meu Deus! - Que loucura!!... E os oficias a verem!
Dados como suspeitos por desvio de armas, do paiol de armamento, foram colocados na parada, frente à portaria e massacrados, com as mãos atadas atrás das costas e de joelhos, lado a lado uns dos outros, para malharem neles quem quisesse e como quisesse! A murro, a pontapé, cronhadas, golpes de sabre!...E o comando não teve vergonha de ser cúmplice de tamanha barbaridade. As sevícias foram horríveis. Houve até quem lhe queimasse os testículos e o pénis com a ponta de cigarros. À noite (acho que eram uns nove ou dez), foram todos metidos numa cela, quase do tamanho de uma cabine telefónica - Eu estava na especialidade de armas pesadas: continuei na EAM e, nesse dia, tinha ido ali a visitar um amigo. Quando me apercebi que o quartel estava em polvorosa, não arredei pé: quis ver até onde ia aquela barbárie - Senti-me horrorizado, mas resisti. Ainda tentei demover alguns dos soldados, mais tresloucados. Mas tive que me calar se não ainda era dado como suspeito: pois também lá havia alguns brancos, nascidos em Angola - classificados como portugueses de segunda. Ao final do dia, estavam moribundos! irreconhecíveis!. Completamente desfigurados!...- Quando fui espreitar a cela, as suas cabeças, haviam levado tantas cronhadas e golpes de sabre, que pareciam azeitonas cortejadas! - Meu Deus! - Que loucura!!... E os oficias a verem!
VI, TAMBÉM, DURANTE O MEU CURSO NO CENTRO DE INSTRUÇÃO DE COMANDOS DE LUANDA (ESPECIALMENTE NO MATO) IMAGENS QUE DESEJARIA DEFINITIVAMENTE ESQUECER
Logo na primeira noite, mal ainda nos havíamos deitado, fomos subitamente acordados ( creio que com rebentamentos de granadas ofensivas) para um treino, algures no Norte de Angola, e em plena zona de intervenção. E de que é que constava a primeira preparação psicológica?… Era vermos as fotografias dos colonos com as cabeças cortadas e outras atrocidades, colocadas , estrategicamente, de onde em onde, nuns paus: e com que finalidade?... - unicamente para nos incutirem ódio racial e revolta! - Depois também vi outras coisas que não desejo aqui lembrar - por respeito aos militares que foram obrigados a irem para as fileiras daquela guerra injusta e criminosa.
Logo na primeira noite, mal ainda nos havíamos deitado, fomos subitamente acordados ( creio que com rebentamentos de granadas ofensivas) para um treino, algures no Norte de Angola, e em plena zona de intervenção. E de que é que constava a primeira preparação psicológica?… Era vermos as fotografias dos colonos com as cabeças cortadas e outras atrocidades, colocadas , estrategicamente, de onde em onde, nuns paus: e com que finalidade?... - unicamente para nos incutirem ódio racial e revolta! - Depois também vi outras coisas que não desejo aqui lembrar - por respeito aos militares que foram obrigados a irem para as fileiras daquela guerra injusta e criminosa.
O ESCRITOR LOBO ANTUNES ESTEVE LÁ E NÃO DISSE NENHUMA MENTIRA
O escritor Lobo Antunes só disse a verdade - Mas a ferida é bastante maior de que aquela que, o autor dos Cus de Judas, apontou - Eu vi o que se passou com os meus próprios olhos e, infelizmente, são memórias que me vão acompanhar para o resto da minha vida. Mas porquê ter medo da verdade?!... Também lá andei - seis meses a tirar o curso de sargentos, na ex-Nova Lisboa e outros seis no Centro de Instrução de Comando - Felizmente, não foi muito tempo mas o bastante para me aperceber de muita crueldade e da tremenda injustiça daquela guerra. O resto da comissão passei-o em São Tomé. E na paz dos deuses - Mas, até certo ponto... Pois quando precisei de ir a Portugal ver a minha mãe, que estava prestes a morrer de cancro, não fui autorizado, com o argumento de que fazia falta no quartel.
Claro que os grandes culpados da guerra colonial, não são os nossos soldados, sargentos e oficiais, que foram para lá obrigados pelo extinto regime fascista E as atrocidades foram cometidas de parte a parte. A guerra é cega e só vê sangue, morte, destruição e vingança. Só que, enquanto uns defendiam a sua terra, o direito à liberdade e à independência, os outros - o governo Salazarista(Caetanista) impunha aos portugueses o mais cruel, longo e durissimo sacrifício pela defesa de um território que não nos pertencia. Essa é a grande diferença.
Claro que os grandes culpados da guerra colonial, não são os nossos soldados, sargentos e oficiais, que foram para lá obrigados pelo extinto regime fascista E as atrocidades foram cometidas de parte a parte. A guerra é cega e só vê sangue, morte, destruição e vingança. Só que, enquanto uns defendiam a sua terra, o direito à liberdade e à independência, os outros - o governo Salazarista(Caetanista) impunha aos portugueses o mais cruel, longo e durissimo sacrifício pela defesa de um território que não nos pertencia. Essa é a grande diferença.
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QUANDO ME ALISTEI NOS COMANDOS, APÓS O CURSO DE SARGENTOS MILICIANOS - - ESTAVA LONGE DE IMAGINAR QUE TIPO DE AVENTURA IA ENCONTRAR PELA FRENTE - MAS, QUANDO ME APERCEBI, NO FINAL DO CURSO, ARRANJEI UM ARGUMENTO ( QUE FOI ACEITE) DE IR DAR CURSOS DE COMANDOS, NA ILHA ONDE HAVIA SIDO INCORPORADO - E LÁ VOLTEI À MINHA LINDA ILHA, FAZENDO O RESTO DE TROPA, NA TRANQUILIDADE IDÍLICA DA SUA LUXURIANTE PAISAGEM E DO SEU PACÍFICO POVO! - OU ANTES, NA ILHA DO OPRIMIDO E EXPLORADO POVO.
Sim, a minha passagem, pelos Comandos, em Angola, felizmente foi meteórica. Mas não tenho saudades nenhumas dos tempos que ali passei - Reconheço - não tenho a menor dúvida - , que, muitos daqueles que ficaram por lá em missão de serviço, uns morreram ou ficaram estropiados - E os que tiveram a sorte de voltar à pátria, jamais se livrarão de traumas infinitos!...
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - ILHAS MARAVILHOSAS E GENTE PACÍFICA - MAS QUE TAMBÉM NÃO DEIXOU DE SER MARTIRIZADA - MUITO ANTES DOS MOVIMENTOS DE LIBERTAÇÃO, EM ANGOLA, TEREM PEGADO EM ARMAS ..Batepá massacre - Wikipedia, the free encyclopedia...O massacre de Batepá « Caminhos da Memória...
Regressado a São Tomé, dei vários cursos de recrutas, com um oficial - que se limitava praticamente a receber a continência e apresentação da companhia de instruendos . Depois de uma passagem como Sargento da Messe de Oficiais, pedi para me colocarem à frente da Agro-Pecuária: -.precisava de ali fazer o estágio de Técnico Agrícola, condições que, na Roça, não encontrei e que fora o principal objectivo da minha ida para este arquipélago.. - Em pouco tempo, com os meus soldados, conseguia abastecer o quartel de ananases, bananas, todo o tipo de fruta e galináceos. Até me deram um louvor. Fiz um relatório dos trabalhos, sob a minha orientação e pedi a um engenheiro agrónomo que mo assinasse. Depois enviei-o para a Escola Agrícola de Santo Tirso e deram-me então o diploma. - Só que, uns anos depois, de nada me valeria: a narração de uma viagem de canoa solitária à Ilha do Príncipe ( a primeira de outras aventuras marítimas) - pese o facto de ter sido espancado pela PIDE por suspeita de me ir juntar ao MLSTP no Gabão - dar-me-ia a oportunidade de enveredar pelo jornalismo - ser correspondente de uma revista angola: - Semana Ilustrada. Mas, também, mais tarde, alguns problemas, muito sérios: quando se deu o 25 de Abril, só não fui esmagado pela ira de uma multidão de colonos, por muita sorte.
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VÁRIOS MILHARES DE COLONOS TRESLOUCADOS - DEPOIS DE INSULTAREM O ENTÃO CORONEL PIRES VELOSO, CORRERAM TODOS ATRÁS DE MIM PARA ME LINCHAREM
VÁRIOS MILHARES DE COLONOS TRESLOUCADOS - DEPOIS DE INSULTAREM O ENTÃO CORONEL PIRES VELOSO, CORRERAM TODOS ATRÁS DE MIM PARA ME LINCHAREM
- Era então colaborador de uma revista angolana, que ali era muito lida e, como nas suas páginas dera eco às vozes a favor da independência da população negra, entre outras coisas, tal não agradava a um certo sector de colonos. A palavra independência era uma blasfémia. Uma manhã, ao saírem do palácio, depois de insultarem Pires Veloso – mal me viram sentado na esplanada do Restaurante Palmar, – onde eu pretendia inteirar-se daquela estranha ocorrência -, imediatamente correram furiosos atrás de mim! E eram milhares. Se me apanhassem, naquele momento, estou convencido que me tinham esmagado e linchado. Mais tarde furaram-me os pneus do meu modesto carro(por duas vezes) à navalhada" De outras vezes, agrediram-me na rua, assaltaram-me a casa e espatifaram-me tudo.
A ALVORADA DE ABRIL DESPERTOU TARDE EM SÃO TOMÉ, MAS QUANDO RAIOU, FOI COMO RASTILHO QUE SE ATEASSE A UM FOGUETE
O despertar da revolução de 25 de Abril, praticamente não foi notado nesse dia em São Tomé. Mas eu soube da notícia logo ao raiar dessa alvorada. Era técnico na rádio local e correspondente da revista angolana, Semana Ilustrada. A estação encerrava à meia-noite e abria (se a memória não me falha) às cinco e meia da manhã. Nesse dia, estava escalado para abrir a estação e pôr o Hino Nacional no ar e um programa de música variada – era mais uma das bobines gravadas que recebíamos regularmente da extinta Emissora Nacional. Porém, as notícias dos acontecimentos em Lisboa, foram encaradas com algumas reservas e a sua divulgação, começou por ser bastante lacónica. Ainda pairava o espectro da censura. A PIDE ainda teimou manter-se em actividade por algumas semanas: o seu inspector (Nogueira Branco) foi um dos primeiros subscritores do chamado Partido Democrático. E os agentes diziam que o novo governo ia precisar deles. Mas um artigo de minha autoria fez desfazer-lhe essa ilusão. “PIDES À SOLTA! QUEM OS RECOLHE?” Logo que o escândalo veio a lume, foram enviados para a Quinta de Santo António. Essa gente era perigosa; os seus dias, já pertenciam ao passado. Eles e a quase generalidade dos colonos, continuavam a pensar, como se nada tivesse acontecido. Recuavam-se a compreender a nova realidade! Agora, soavam outros ventos: soprados pelo movimento libertador das Forças Armadas, que também rapidamente ali encontrava eco nas duas ilhas – Os colonos receberam-no com apreensão e jamais se mentalizaram para o alcance das transformações que rapidamente se iriam operar. E, na população negra – aquilo que inicialmente fora tomado com bastante desconfiança e incredulidade, depressa a galvanizava e a levaria a pôr-se inteiramente ao lado do programa e dos ideais independentistas, defendidos pelo (MLSTP) Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe, cujos dirigentes, desde logo, desenvolveram intensificada acção mobilizadora. Pondo-a em prática através de duas frentes: pela antena do “Povo Livre”, uma estação de rádio que passou a emitir de Libreville, com o total apoio do Presidente Omar Bongo. E, no interior das ilhas, com manifestações de protesto e acções de esclarecimento, intensa actividade política, protagonizada pela Associação Cívica – pró MLSTP, que entretanto fora criada com a instauração das liberdades democráticas. Formada, sobretudo, por jovens estudantes e outros elementos nacionalistas. Que se saiba, nunca chegaram a pôr em risco a integridade dos colonos - aliás, estes, nas roças até dispunham de apetrechado arsenal, com armas já anteriormente distribuídas pelo exército colonial, havendo formação e treinos regulares, em campos de tiro. Quando trabalhei na roça, também fui obrigado a participar nesses exercícios, com as prussianas mauseres.
Os activistas – pro-independência - não enveredaram pela luta armada (embora essa hipótese não estivesse descartada) mas causaram forte contestação e instabilidade, não dando tréguas a qualquer ideia ou projecto que não visasse a total libertação do povo oprimido do arquipélago. Promovendo uma constante onda de agitação política e social. Não deram hipóteses a que os movimentos federalistas ou neo-coloniais, conquistassem adeptos e se implantassem.
Cedo comecei a compreender que a toda a sua ira era descarregada sobre mim! Custavam-lhe aceitar as mudanças que o espírito de Abril desencadeara, quer no continente quer nas colónias. Não vou aqui relatar os episódios das suas lamentáveis agressões – a forca de corda que me penduraram à porta de casa ou recordar as navalhadas, com que, por duas vezes, furaram todos aos pneus do meu carro, e tantas outras patifarias. Pertencem ao passado e dariam muitas histórias.
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Os activistas – pro-independência - não enveredaram pela luta armada (embora essa hipótese não estivesse descartada) mas causaram forte contestação e instabilidade, não dando tréguas a qualquer ideia ou projecto que não visasse a total libertação do povo oprimido do arquipélago. Promovendo uma constante onda de agitação política e social. Não deram hipóteses a que os movimentos federalistas ou neo-coloniais, conquistassem adeptos e se implantassem.
Cedo comecei a compreender que a toda a sua ira era descarregada sobre mim! Custavam-lhe aceitar as mudanças que o espírito de Abril desencadeara, quer no continente quer nas colónias. Não vou aqui relatar os episódios das suas lamentáveis agressões – a forca de corda que me penduraram à porta de casa ou recordar as navalhadas, com que, por duas vezes, furaram todos aos pneus do meu carro, e tantas outras patifarias. Pertencem ao passado e dariam muitas histórias.
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14 comentários:
... que um veterano m/amigo, há poucos minutos fez chegar a m/conhecimento a existência deste weblog e deste preciso "post".
Ora, com que então «Buruntuma, Angola»...?!
E a anexada foto «ilustrativa e demonstrativa de massacres na guerra colonial», foi extraída de onde?, quem a produziu?, etc. etc.
E a foto de pára, com boina à moda, será para empestar com mais descrédito o disparate?
Decerto ao produtor desta "coisa", terá dado uma trabalheira do catano reunir tanta demagogia e manipulação em prol do infrene loboantunismo.
Confesso que, após vistas as primeiras, e lido obliquamente o argumentário, não prossegui tal o nauseabundo pivete a aldrabice.
Exorto o editor deste weblog a publicar, tal qual está, este meu comentário.
assina: João Carlos Abreu dos Santos, (cumpridor do seu dever militar na RMA em Nov71-Mar74, actualmente investigador de história portuguesa contemporânea.)
Obrigado pelo comentário. A fotografia a que se refere não é de nenhum pára-quedista - é do autor deste blogue- no centro de instrução de comandos de Luanda.
Você tem dúvidas de quê? - Obviamente da sua própria ignorância
Meu caro senhor
Apreciei a sua coragem ao fazer transbordar um pouco do que foi a guerra que sangrou o País durante décadas e que de nada serviu. Veja - se por exemplo as ditaduras hoje implantadas na Guiné onde os lideres se matam a torto e a direito e em Angola onde uns morrem à fome e o séquito do Presidente e clique militar andam a comprar Portugal (Galp, Jornal I, Rádios, Tvs, Ex Hotel Estoril Sol - Cascais, Algarve, etc) com os aplausos do nosso PR e de Basilio Horta, personalidades que comseguem distinguir economia de politica, mas por miseros Euros, aceitam um abraço de gente sem escruplos nem dignidade. Obrigado ao autor do Blogue por nos lembrar a estupidez da Guerra e a imbecilidade monumental da vida militar.
Que isto possa ser o inicio de uma reflexão colectiva sobre a real função do homem na sociedade e do português em particular frente a um futuro que se quer longe de guerras e dos negócios que atiram milhºoes de pessoas para a fome e para a miséria.
Luis Pereira de Sousa (jornalista)
Obrigado pelo seu comentário - Importa não esquecer o passado para melhor se construir o futuro e sem os mesmos erros ou barbaridades comteidas.
Um abraço
Uma leitura minimamente atenta dá-se conta que o autor é um ALDRABÃO. Duvido que algum dia tenha entrado no C.I.C.em Luanda.Duvido que algum dia tenha sido Regente Agrícola.Não me consta que nesse tempo se obtivesse Diplomas pelo Correio (ainda não existiam faxes). Aparece cada cretino nestes espaços.
Frequentei o curso de comandos, tal como consta na minha caderneta militar e com aproveitamento: fui seccionado para monitor mas recusei. Uma das imagens deste blogue foi registado no C.I:C. em Luanda. Preferi voltar a São Tomé. Amplie a imagem e confirme. Frequentei o curso de sargentos na E.A.M de Nova Lisboa, fui o 5º classificado em 7oo, o segundo da minha especialidade.Era de Armas Pesadas. Estive no quadro de honra, desde a segunda semana, até o fim do curso. Depois, o alferes, resolve distinguir outro meu camarada, com mais 25 centésimas. Não fui para o curso de oficias(quando acabei o curso) pois tinha nota para isso, porque não quis, dado me obrigar a ficar em Angola - Mais tarde, em São Tomé, ainda pensei nessa possibilidade, mas já não consegui . muita honra Eu não sou Regente Agrícola: sou Agente Rural ou Técnico Agrícola, com a classificação de 15,3 - E você tem esta classificação no seu diploma?
Vou repetir o que disso, para corrigir algumas gralhas: frequentei o curso de comandos, tal como consta na minha caderneta militar e com aproveitamento: fui seleccionado para monitor mas recusei. Uma das imagens deste blogue foi registada no C.I:C. em Luanda. Preferi voltar a São Tomé. Amplie a imagem e confirme. Frequentei o curso de sargentos na E.A.M de Nova Lisboa, fui o 5º classificado em 7oo, o segundo da minha especialidade. Era de Armas Pesadas. Estive no quadro de honra, desde a segunda semana, até o fim do curso. Depois, o alferes, resolve distinguir outro meu camarada, com mais 25 centésimas. Não fui para o curso de oficias(quando acabei o curso) pois tinha nota para isso, porque não quis, dado me obrigar a ficar em Angola - Mais tarde, em São Tomé, ainda pensei nessa possibilidade, mas já não consegui . Eu não sou Regente Agrícola: sou Agente Rural ou Técnico Agrícola, com a classificação de 15,3 e com muita honra. Da Escola Agrícola de Santo Tirso. - E você tem esta classificação no seu diploma?
Comentários para quê?
Não me parece que seja portu^guês, mas grande ARTISTA é!
Sendo jornalista, é pena escrever tão mal, ou será do Acordo Ortografico?
Sou português.Nascido num berço de pinho,sem parteira e só com a mãe parideira, numa noite fria de Janeiro, na Rua do Cruzeiro, da aldeia de Chãs, concelho de Foz Côa, a curta distância das fragas do Monte dos tambores. Diz que escrevo mal? - E você está preocupado com isso?... Ninguém o obrga a ler o que escrevo. Obrigado pelo comentário. Faça outro porque, com esse, só perde tempo e não diz nada
Realmente, ao que chegou a ignorância do que foram treze anos de guerra, onde participou mais de um milhão de militares portugueses.Que houve atrocidades, houve! mais da parte dos colonos que viram as famílias estripadas e dizimadas à catanada.Desde Setembro de 1961 que andei nas zonas mais problemáticas em Angola, tanto como pára-quedista como repórter do "Província de Angola" nunca assisti a nada de anormal por parte da tropa.Sendo da tropa especial, também fiz dois anos em Moçambique, sem nada de anormal acontecer. Guerra era guerra, matava-se e morria-se! Quanto aos Comandos, esses têm algumas acções mais vergonhosas...na guerra.
Ainda bem que reconhece que houve atrocidades - obviamente que houve de parte a parte. Pois a guerra é sempre cruel, seja onde for. Só que, uns defendiam o que era deles; os outros queriam perpetuar a exploração colonial. Mas a culpa não é dos pobres colonos, mas do regime que nunca fez nada para salvaguardar as liberdades e os direitos fundamentais dos povos africanos e assegurar a convivência pacifica - num plano de igualdade - dos portugueses que para lá emigraram.
Diz que andou lá como pára-quedista, em 1961, também o meu irmão lá andou nessa altura - Terá sido sue camarada, suponho eu. Se foi dos páras que se deslocaram a São Tomé, ele foi um deles, tendo torcido um pé.
Pelo que depreendo os páras foram bonzinhos e só os comandos vergonhosos. Não puxe demasiado a brasa à sua sardinha, porque pode ficar só com a cabeça ou com o rabo. Eu não tenho prazer algum em ter participado na guerra colonial.
Obrigado pelo comentário
Boa noite
Desculpe que lhe diga mas voçê ou é muito burro ou então é mesmo muito aldrabão.Não existe outra hipotese.
Deixe mas é os copos....
Este comentário devia ter sido imediatamente eliminado, pois é uma provocação. Ainda para mais nem sequer teve a coragem de o assinar: ou antes, deturpou um nome que não lhe pertence. Mas fi-lo para os leitores conscienciosos verem até onde chega a cegueira a estupidez.
Lamento que pense e escreva desta forma. Como seu camaradade de armas CMD devo informar que o senhor apesar de ter passado pelos comandos deve ter sido mais um traidor ignorante ao serviço de MOSCOVO . Levante a cabeça e diga-me o que ve , naõ consegue esquecer isso é normal quando se é um traidor.
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