Vila Nova de Foz Côa, Guarda, 19 Mar (Lusa) - Rituais de danças, música, poesia e cânticos saúdam o equinócio da primavera no sábado, entre as 07:00 e as 07:30, no recinto amuralhado do antigo santuário sacrificial de Chãs, Vila Nova de Foz Côa।
Apresentado pela "Amálgama companhia de dança" - um projeto de cruzamento de artes da Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa do Ateneu Comercial de Lisboa -, o momento culminará com a iluminação do templo que tem a forma de um gigantesco crânio.
O templo, nos arredores da aldeia de Chãs, no Maciço dos Tambores, é o cenário onde a Comissão Organizadora das Celebrações nos Templos Pré-históricos dos Tambores festeja anualmente todos os equinócios e solstícios.
O investigador sugere "um culto inicial à Deusa Mãe, símbolo da fertilidade", trazido do Médio Oriente pelos primeiros povos agricultores que procuravam o culto do sol e o "conhecimento do calendário das estações para poderem fazer as sementeiras".
A iniciativa, que conta com o apoio da Câmara de Foz Côa e da Junta de Freguesia local, pretende celebrar os ciclos da natureza, evocando antigas tradições dos povos que ali viveram e, ao mesmo tempo, recolher contributos científicos para um melhor aprofundamento do passado histórico e místico daquela área.
Trabulo Marques, dinamizador do evento, acredita que o altar sacrificial existente naquele local "é um verdadeiro observatório astronómico primitivo", que os antigos povos teriam aproveitado, "não só como calendário, mas também para ali realizarem os seus cultos, festividades e rituais, com uma forte ligação à agricultura, à fertilidade e às estações do ano".
Situado no Parque Arqueológico do Vale do Côa, o templo megalítico de Chãs - conhecido por Pedra da Cabeleira - possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca de 4,5 metros de comprimento
Daniel Gil - Agência Lusa
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