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sexta-feira, 14 de março de 2025

Equinócio da Primavera –-Celebração 20-03-25 – 07.00 -07.30 - Junto ao altar sacrificial de uma das mais espantosas maravilhas da pré-história em Portugal -- O período megalítico não é tão antigo como o paleolítico mas é mais surpreendente e monumental


                                    Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador 

Vamos saudar o Equinócio da Primavera, dia 20 , ao nascer do sol, no recinto amuralhado do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, que se ergue no maciço dos Tambores, já conhecido como o Stonehenge Português.

A tradicional celebração do Equinócio da Primavera  – além da do Equinócio do Outono  -  decorre junto altar sacrificial de uma das mais espantosas maravilhas da pré-história  em Portugal  -- O período megalítico não é tão antigo como o paleolítico mas é surpreendentemente   mais espantoso e  monumental  - Pena que arqueologia, quase unicamente valorize o património  histórico mais pela antiguidade de que pela sua beleza e monumentalidade  - E menospreze as maiores maravilhas do nosso país!

A cerimónia tem início às 07.00 horas da manhã, momento em que o sol atravessa a gruta do enorme penedo . Equinócio é um momento astronómico em que a duração do dia é igual à duração da noite.  Fenómeno astronómico, em que  o dia e a noite se repartem entre as trevas e a luz, a partir do qual os dias vão crescendo  até 20 de Junho, solstício do Verão.

Maravilha Pré-Histórico de  Portugal, que mereceu especial atenção de dois distintos investigadores, que, um espaço de dois dias e no passado mês de Janeiro  partiram a caminho da Eternidade:  Adriano Vasco Rodrigues, o primeiro investigador a debruçar-se sobre o estudo deste monumental santuário rupestre, conhecido por Peda da Cabeleira de Nª Srª - E 




Registo de há 8 anos no Equinócio do Outono
Aqui lhe recordo alguns dos maravilhosos momentos, em anos anteriores, da celebração do equinócio da Primavera, da tradicional saudação , na aldeia de Chãs, do concelho de Foz Côa. A cerimónia tem início às 07.00 horas da manhã, momento em que o sol atravessa a gruta da Pedra da cabeleira de Nossa Senhora, num dos quatro calendários solares pré-históricos, existentes no Maciço dos Tambores, já conhecidos como "Stonehenge Português

HÁ UM INSTANTE EM QUE A VIDA nos cruza com dois caminhos: - A escolha não é nossa mas pertence ao Destino. Mas não esquecer que jamais, em vida, a deixaremos também de o definir - Ó Sol do Dia! Ó Luar da noite!
A que Astros pertence esta etapa? –
Tu, ó Deus do Universo! Faz-me de mim o pastor ou o peregrino dos teus espaços ou dos teus céus!... Ordena que eu escute o silêncio destas pedras e, através da sua Voz, escute o silêncio dos meus passos!...

Bispo Dom Manuel dos Santos 






Nos templos do Sol, saudamos os ciclos da Natureza, com momentos de poesia, iluminados pelo esplendor solar e por  sons musicais, sempre que nos é possível, mas também honramos  e recordamos os belos exemplos humanos nas mais diversas facetas culturais e sociais





Tal como temos dito, o  monumental e majestoso megálito,  que é suposto ter servido de antigo local de culto e de posto de observação astronómico,  está orientado no sentido nascente-poente e possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no seu eixo no momento em que o Sol se ergue  no horizonte, nos equinócios da Primavera e do Outono, proporcionando uma imagem de invulgar esplendor .


Nos templos do Sol, saudamos os ciclos da Natureza, com momentos de poesia, iluminados pelo esplendor solar e por  sons musicais, sempre que nos é possível, mas também honramos  e recordamos os belos exemplos humanos nas mais diversas facetas culturais e socia



Durante o ato evocativo serão lidos poemas de vários autores O templo sacrificial, orientado no sentido nascente- poente, ergue-se no alto de um maciço rochoso, próximo de um antigo castro, no perímetro do Parque Arqueológico e a curta distância da Pedra do Solstício.




O imponente megálito tem a forma de um gigântico crânio, atravessado, na sua base, por uma gruta em forma de semi- arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada pelo seu eixo no preciso momento em que o nascer do sol, começa a erguer-se sobre aquele maciço granítico, conhecido pelo Tambores, cenário mítico, para assinalar a já tradicional entrada da estação mais florida do ano



Diversas têm sido as personalidades e estudiosos, que nos têm dado o prazer da sua presença - Além das colaborações do nosso município e da autarquia, do arqueólogo Sá Coixão, do Prof. Moisés Espírito Santo, do astrónomo Máximo Ferreira, do poeta Manuel Pires Daniel, Dom Manuel dos Santos, então Bispo de S. Tomé, do investigador inglês Tom Graves, bisnetos de João de Deus, entre outras figuras. - Isto para já não falar dos nossos habituais colaboradores, nomeadamente, António Lourenço, José Lebreiro, Agostinho Soares, Pedro Daniel e Adriano Ferreira - E, por vezes, da junta de Freguesia e do Município 


s.

A primeira referência a este enorme fraguedo, foi feita por Adriano Vasco Rodrigues, no seu estudo publicado em 1982, sobre a História Remota de Meda., de cuja investigação aqui transcrevemos, com a devida vénia, um pequeno excerto:  Também na freguesia de Chãs, que foi outrora anexa de Longroiva e agora pertence ao  concelho de Vila Nova de Foz Côa, localizei, a curta distância da povoação, na Lapa de Nossa Senhora, no interior de um penedo com forma de crânio, um nicho contendo algo que parece a pintura de uma cabeleira humana”

“O  penedo tem o seu assento sobre uma vasta superfície rochosa granítica. A face poente está desbastada como uma enorme testa. Na parte interior rasga-se uma abertura com cerca de um metro  de  diâmetro, que dá entrada para uma espaçosa câmara com o exterior por outra abertura rasgada na face ocidental.


Vinde,
e sede bem-vindos às portas hospitaleiras da minha aldeia!
À amplidão dos grandes espaços,
aos silenciosos caminhos e atalhos,
trilhos milenares, que vos hão-de levar ao reino misterioso
das Quebradas e dos tambores, vasto planalto sulcado
por cerros morros, semeado por negros penedos,
rasgado por rudes penhascos,
ladeado por muralhas de ladeiras escalvadas,
denegridos flancos muito agrestes, muito abruptos,
coroados por esfíngicos bustos, desnudadas fragas,
hercúleos titãs, figuras míticas e trágicas,
há muito divinizadas por homens de outrora
e pelos olhares sagrados dos seus deuses
que, em rituais bárbaros, os adoravam e invocavam!
Vinde ver esses calmos e míticos lugares,
esculpidos por estranhos perfis, que ora surgem isolados
ora se amontoam, mesmo nas superfícies planas, não escarpadas
e que, desde o princípio das eras, desde os recuados tempos
em que foram habitados,
ainda conservam intacta a sua divina pureza,
ainda hoje, guardam mil segredos, encerram mil mistérios!
- Seduzem-nos, arrebatam-nos! Convidam-nos a deambular,
sem rumo e sem destino, rendidos à contemplação
do que, à nossa frente, aos nossos pés,
a cada passo, vamos descobrindo.






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