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quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Sporting3 CD Nacional 1 – Vitória leonina tardou mas fez vibrar relvado e bancadas

   Jorge Trabulo Marques - Jornalista e fotojornalista - Video de imagens


Aos 65 minutos, Viktor Gyökeres, que voltou a ser o melhor jogador em campo, lançado após o intervalo, fez o 2-0, de penálti.
Surpreendentemente, o CD Nacional da Madeira, reage logo de seguida com Macedo a reduzir, para 2-1



Mas, em campo, estava uma estrela à solta, que volta a bisar. É de novo o sueco Gyökeres, que eleva a fasquia , aos 70 minutos 3-1, elevando, também deste modo, os seus golos marcados a16 golos em 15 jogos pelo Sporting - época 2024/25.

A equipa de Rubem Amorim, garante, assim, de forma auspiciosa e triunfante, a «final four» da Taça da Liga, a disputar de 7 a 11 de janeiro






sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Perdido à flor do mar em plena Noite Escura! Esvaído e cansado! - Tal como Cristo deitado antes de ser eguido na cruz e crucificado!


5ª Dia à deriva numa canoa 25-10-1975 no Golfo da Guiné
Oh Deus Mesercodioso!... Onde Irei à deriva numa noite assim?!...
Sozinho deitado no fundo de um mísero tronco escavado!




Perdido à flor do mar em plena Noite Escura

Vem um vento grande lá fora,
Um vento cavo, triste e profundo
Vem soprando!
Vem soprando!.... Soprando!.
Varrido dos confins do Mundo!

Aqui vou sozinho e mudo
Esperando o instante que passa
Alheio a nada, desconfiando de tudo
Puro, como a sombra que esvoaça.

Mas serei eu porventura assim
que por esta noite escura vou indo
Indo comigo e fora de mim
Preso a um desejo, sentindo?!...

É muito difícil a resposta
Impossível talvez responder
Sei que a tristeza me bateu à porta
Sei donde venho, é o que posso dizer
Não sei todavia onde estou
Não sei tão pouco a que venho
Não sei tão pouco onde vou..



Sim, a sós, comigo e com a minha intimidade,
aqui vogo, voz emudecida, flutuando à deriva e à solta,
acima e abaixo de alterosos montes e sulcos
De negras e altas montanhas líquidas,
que, cavalgando ao meu encontro,
ora se erguem, abruptamente,
ora parece que nelas me envolvo e afundo.

Porém, sempre de fronte pura e aberta
à negra imensidão do infinito!
Às sucessivas rabanadas
do agreste uivo do vento,
aos seus golpes duros!
Arrastado pela sua fugidia
e perturbadora fúria, que ecoa espaço a fora!
Vogando em mar deserto, de mil remoinhos,
de fervente espuma escura!

Imerso nas vestes da imensa solidão noturna, perdido e esquecido
De todo mundo e, porventura, até dos escuros e turvados Céus.
E certamente que também da misericórdia ou piedade de Deus .

Nenhum sinal de vida. Ninguém. Vivalma – Só as escuras vagas!
E atrás das vagas, outras e outras ainda!
Alterosos vultos que não cessam de se erguer e levantar,
vindos não sei donde!

Sonâmbulo abandono o meu!...
Errante e estranha vida a minha!
Para onde serei levado neste miserável esquife,
em noite assim?!...
Para onde me arrastará a minha canoa
nesta louca e incerta deriva?!...
Fantasmagórico e vertiginoso carrossel,
que o vento leva à sua frente, bramindo e uivante,
soando na mesma sinfonia das invisíveis correntes.
Dos vultos sombrios das medonhas e alterosas vagas,
que tumultuam em torno de mim,
vindas de todos os cantos do enegrecido horizonte,
sem todavia saber para onde vão,
sem lhe distinguir direção alguma.

Oh, escura é a noite!
E também escuros são os caminhos à minha volta!
Múltiplos os caminhos que se abrem
para onde quer que me volte!
E, por certo, também escuros os caminhos
que me conduzirão a Deus…
Sim, vou indo, indo arrastado, c
om um medo que ainda não sei vencer.
Mas cá vou indo, porque, enquanto vou vogando assim,
é sinal que vivo.
Indo, sim, com o soar do mar,
com o mar que soa, com o mar que brame,
Com o mar que voa! À flor do mar!
– Qual cavaleiro errante, sentado
No fundo de tosco e frágil madeiro,
sonhando acordado, errando
à superfície deste escuríssimo
e ondulante manto, vasto mar!

Porém, em torno de mim, brame e crepita a densa escura treva!
Avança em turbilhões de fumo e vertigem o tumulto da vaga!
Só as escuríssimas ondas, e, atrás delas, outras ondas mais ainda!
Ao mesmo tempo que nos ares se enrola
e desvanece a baça névoa!
Erguem-se e perpassam à minha volta,
fugazes rolos de inúmeros trapos!
Que se fundem e refundem,
num duelo incessante, desvairado torvelinho!
Enquanto meus olhos, mergulhados de afronta,
pasmo, medo e mistério,
me provocam mil interrogações!
Se alucinam de díspares e mil perguntas!

Varrem e escrutinam, todos os confins
do convulsivo e misterioso oceano!
Perdidos na superfície da ondulante massa escura, imensa sepultura aberta!

Sim, a sós, comigo e com a minha intimidade,
aqui vogo, voz emudecida
flutuando à deriva e à solta,
acima e abaixo de alterosos montes e sulcos
De negras e altas montanhas líquidas,
que, cavalgando ao meu encontro,
Ora se erguem, abruptamente,
ora parece que nelas me envolvo e afundo.
Porém, sempre de fronte pura e aberta
à negra imensidão do infinito!
Às sucessivas rabanadas do agreste uivo do vento,
aos seus golpes duros!
Arrastado pela sua fugidia e perturbadora fúria,
que ecoa espaço a fora!
Vogando em mar deserto, de mil remoinhos,
de fervente espuma escura!
Imerso nas vestes da imensa solidão noturna, perdido e esquecido
De todo mundo e, porventura, até dos escuros e turvados Céus.
E certamente que também da misericórdia ou piedade de Deus .

Jorge Trabulo Marques – Por mares do Golfo da Guiné

Foram 38 longos dias, uma parte dos quais sem mantimentos, bebendo água do mar e das chuvas, valendo-me unicamente dos recursos do mar, enfrentando tempestades, sucessivas e frequentes ataques de tubarões. Ainda cheguei apanhar alguns de pequeno porte enquanto tive anzóis. Mas, até isso, me haveria de faltar. Acabei por ser arrastado pelas correntes até à Ilha de Bioko (antiga Ilha de Fernando Pó), já no limiar da minha resistência física, onde fui tomado por espião, algemado e preso, numa cela de alta segurança, a mando do então Presidente Macias Nguema, após o que fui repatriado para Portugal, tal como já me havia acontecido na Nigéria.

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Marco Paulo - Meu tributo a um exemplo de coragem e resistência - Morreu o cantor Marco Paulo, aos 79 anos. Ao fim de muitas lutas contra o cancro, o artista acabou de partir para a eternidade.

  Jorge Trabulo Marques - Peregrino da Luz

Adeus Marco Paulo! Fostes um Marco na vida Artística!

Lutastes até ao último suspiro, corpo dorido e voz erguida!
Oh desdito destino dos que agonizam!... Oh ínvia sorte!
Oh tristes e silenciados corações! - Ó Deus dos Céus!
A Humanidade ansiosa carece de paz e de tranquilidade!...
E não de guerra ou de manhãs ensombradas de morte!



Exemplo de resistência, coragem e sobrevivência

Adeus! Marco Paulo! - Partes para a Eternidade
Mas deixas atrás de ti, um inesquecivel passado!
Meu abraço amigo de eterna saudade!

Deixas uma carreira de mais de 50 anos de êxitos artísticos
Mais de 70 discos, por milhões de pessoas, muito ouvidos ,
Centenas de prémios, jutamente conquistados e merecidos!


Dizias que "O cancro não é sinónimo de morte. Eu já vou no quarto, três já ultrapassei. Quando eu fala não é para terem pena de mim, é para ajudar outras pessoas a terem coragem" - Sim, foste um corajoso e brilhante exemplo de vida.

Morreu o cantor Marco Paulo, aos 79 anos. Ao fim de muitas lutas contra o cancro, o artista acabou por partir.

A doença 'assombrou' o cantor durante grande parte da sua vida. Em 1996, foi diagnosticado com um cancro no cólon. Cerca de 20 anos depois, recebeu a notícia do cancro da mama - ao qual foi também operado, fez tratamentos e recuperou. 

Mais tarde, em 2022, foram descobertas metástases no pulmão e depois no fígado. Marco Paulo ainda esteve a fazer quimioterapia nestes últimos anos, mas não resistiu à doença. 

Ao longo destes largos anos de carreira, o artista foi voz de vários temas de sucesso, entre eles, 'Nossa Senhora', 'Maravilhoso Coração', 'Sempre Que Brilha o Sol', 'Eu Tenho Dois Amores', 'Ninguém, Ninguém', 'Na Hora do Adeus', 'Mulher de 40', 'Chiquitita', 'Anita' ou, mais recente, 'Casa Amarela'. 


sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Poeta António Ramos Rosa na sua voz - Nasceu há 100 anos, em Faro, no dia 17 de Outubro de 1924

                                           Jorge Trabulo Marques 

                                                           Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

Meu tributo ao saudoso poeta e meu bom amigo, ensaísta, escritor e tradutor, autor de cerca de 80 livros de poesia. Participou em inúmeras antologias e compilações. Em 1988, venceu o Prémio Pessoa, em 1989, o Grande Prémio de Poesia da APE, e, em 2005, o Prémio Sophia de Mello Breyner.





Poema lido pela sua voz
Poema dito por António Rosa , na altura em que recebeu o Prémio Pessoa – Deu-me a honra e o prazer de me receber, várias vezes em sua casa. As fotos do video são todas de minha autoria -


"
Não é muito fácil falar da minha poesia, porque, quem tem mais autoridade a fazê-lo, são os outros, os críticos, os escritores Mas eu também tenho uma visão de mim próprio, embora muitas vezes, não possa ser muito clara - - Palavras que pode ouvir neste video da entrevista que me concedeu

Considerado um dos melhores poetas portugueses contemporâneos, António Ramos Rosa, foi distinguido com inúmeros prémios e chegou a ser proposto, pelo Pen Clube Português. ao Prémio Nobel da Literatura. Mas, tal como ele reconheceu: “o prémio Nobel obedece, por vezes, a critérios que não são propriamente literários – Afirmação feita, alguns anos antes de José Saramago, ter recebido tão prestigiada distinção.

António Ramos Rosa , nasceu a 17 de Outubro, em Faro, e faleceu no dia 23 de Setembro, 2013 . - Não é muito fácil falar da minha poesia, porque, quem tem mais autoridade a fazê-lo, são os outros, os críticos, os escritores Mas eu também tenho uma visão de mim próprio, embora muitas vezes, não possa ser muito clara - O que dissemos da obra e da personalidade de António Ramos Rosa:


Foi militante do MUD (Movimento de União Democrática) e conheceu a prisão política. Trabalhou como tradutor e professor, tendo sido um dos diretores de revistas literárias como Árvore e Cassiopeia. O seu primeiro livro de poesia, O Grito Claro, foi publicado em 1958. A sua obra poética ultrapassa os cinquenta títulos. É ainda autor de ensaios, entre os quais se salienta A Poesia Moderna e a Interrogação do Real (1979-1980). Em 1988 foi distinguido com o Prémio Pessoa. Faleceu em setembro de 2013.

Entrevistei, António Ramosa, pela primeira, quando esteve internado num Hospital, após o que me receberia várias vezes no seu lar e, mais tarde, no internamento da Residência Mantero, tendo-lhe transcrito vários poemas de rascunho ou mesmo gravados, que acabava de criar, a letra de imprensa pelo meu computador -Numa fase da sua vida, em que tinha dificuldade até de usar a sua máquina de escrever, confiando-me vários originais - Ele não escrevia em computador e tão pouco gostava de ouvir essa palavra - Pois, pelo que pude constatar, uma simples palavra de que gostasse, podia ser o ponto de partida para um poema - Tenho longos registos gravados com ele

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Santo Tirso e a secular Escola Agrícola – Vozes e imagens de antigos alunos de novo reunidos no tradicional e fraternal convívio, rendidos à mística dum rio e duma cidade - Situada na margem esquerda do Ave - Nas quintas e edifícios de antigo Mosteiro Beneditino - . Que, em outubro de 1915, passou a chamar-se Escola Prática de Agricultura Conde de São Bento. Em Nov de 1979, a Escola Secundária Conde de São Bento. – E no ano letivo de 1992/1993 a Escola Profissional Agrícola Conde de São Bento

                                       Jorge Trabulo Marques - Jornalista e antigo aluno desta Escola 



Antigos alunos vieram dos mais diversos pontos do país – e um deles do Brasil – Iniciativa tomada por Henrique Tomé da Costa Mata, Diretor da e professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia.  desde 2016 – As saudades levaram-no a participar no tradicional almoço convívio do 5 de Outubro, que teve lugar junto a um antigo chafariz e sob as arcadas dos claustros do extinto Mosteiro de S. Bento, numa tarde e noite  pluviosa de Outono mas de calorosa e fraternal convivência 





                                DESFILE DE IMAGENS E VOZES NESTE VÍDEO 

De facto, cada terra tem a sua singularidade, que a faz distinguir das demais. Porém, há características que marcam a diferença e que tornam essas terras ou lugares únicos, míticos, incomparáveis. É o caso da cidade de Santo Tirso. E o que a distingue, sobretudo, é o múltiplo verde da sua paisagem e a toalha líquida  de um rio chamado Ave, que lhe corre aos pés, de uma forma repousada – salvo nas enxurradas ou quando as suas águas se despenham em cascata do açude que torna o seu leito num extenso espelho.. 


“A Escola Profissional Agrícola Conde de São Bento, parte do antigo Mosteiro de S. Bento (hoje classificado Monumento Nacional, fundado no século X e reedificado no séc. XVII), comemorou em 2013,  o seu 1º centenário. 


Quero, pois, congratular-me por mais esta fraternal iniciativa e dar os meus parabéns à Comissão Organizadora e Associação dos Antigos Alunos por sua generosidade e dedicação, bem como prestar igualmente a minha singela homenagem ao seu corpo docente e partilhar do mesmo sentimento de orgulho e de alegria com atuais e antigos alunos

Entrei para a Escola Agrícola, em 1959. . Conclui o segundo ciclo em 1963. Em Dezembro de 1963, partiria para S. Tomé para estagiar numa roça – Não fui além de empregado de mato – Mas , depois, abrir-me-ia as portas para as aventuras nos mar, para o alpinismo e várias atividades, designadamente a de jornalismo



VOZES E IMAGENS DE ANTIGOS ALUNOS E DO EX-DIRECTOR ENGº CARLOS FRUTUOSA – Que serviu esta escola, desde 1982 – Inicialmente como professor, depois em  diversos cargos da direção,– 26 dos quais à frente  do seu destinos – Cargo  que passou a ser desempenhado, por Manuela Duarte Magalhães, Professora de Biologia e Adjunta do  Diretor, desde  07 de maio de 2019, em sessão pública de 30 de Julho de 2023  para o quadriénio de 2023/2027

“Como resultado do empenho, dedicação, competência profissional e sentido de missão no exercício de funções,  foi-lhe atribuído  um voto de louvor pela Câmara Municipal de Santo Tirso,  no dia 20 de julho de 2022 em sessão solene realizada no salão nobre. O Presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, Alberto Costa, salienta que o diretor “teve um papel absolutamente fundamental no processo de consolidação daquele agrupamento como um modelo de referência para a comunidade educativa”.

 O Engº. Carlos Alberto da Silva Frutuosa, mais conhecido por Engº Carlos Frutuosa, é natural de Camabatela, Angola,  entrou para os quadros da Escola Secundária Conde de São Bento, EM 1982, após ter terminado o curso de engenheiro agrário, na Escola Superior Agrária de Santarém. Em 1989, assumiu o cargo de secretário no Conselho Diretivo e dez anos depois foi eleito presidente do Conselho Executivo. Em 2009, passou a desempenhar as funções de Diretor da Escola Profissional Agrícola Conde de São Bento.

Nas palavras de Alberto Costa, Carlos Frutuosa deu “um reconhecido e inestimável contributo no sentido de fortalecer o estatuto da Escola Agrícola Conde de São Bento como um exemplo no panorama das escolas profissionais agrícolas em Portugal”.


 José dos Santos Pinto, mais conhecido por José Pinto, antigo aluno da Escola Agrícola, natural de V. Nova de Foz, Côa, A sua vida profissional tem sido vivida em Santo Tirso, onde casou e reside desde há 52 anos, tendo exercido os cargos de Diretor da Adega Cooperativa de Santo Triso, bem como o de Provedor da Santa Casa da Misericórdia, desta mesma cidade. Aqui casou e constituiu a sua vida profissional, dando também o melhor do seu esforço e dedicação nas atividades que tem exercido.

António Ferreira. Entrou para a Escola Agrícola, em 1961. Sublinha que “esta Escola tem uma importância, muito grande  na minha vida, porque abriu-me caminhos, que seriam impossíveis, pois nunca faria o trajeto que fiz, senão tivesse passado por aqui”



Manuel Urbano Paulo Moreira, mais conhecido por Nené Moreira,  depois de  aqui ter concluído o curso, decidiu continuar a estudar em Coimbra. No entanto, considera, que, nos três anos em que aqui estudou, os conhecimentos da área técnica, lhe deram uma visão prática, muito importante para a sua vida futura. Nomeadamente, até como professor nesta mesma Escola, atividade que viria aqui a exercer. E mesmo, até, a entusiasma-lo no campo da literatura,  como autor de vários livros: um dos quais sobre o passado histórico desta Escola, lançado por ocasião das comemorações do 1º centenário da sua fundação, bem como  sobre  os temas que aqui lecionou: nomeadamente, um  sobre solos e climas e dois livros sobre  viticultura.   


António Joaquim Lebreiro, entrou para a Escola Agrícola,  em 1954, acabou o curo em 1959, tendo partido para S. Tomé, onde fui administrador da Roça Santa Margarida, tendo cumprido parcialmente o serviço militar em Angola.


Manuel Augusto Sá Tomás.  Na Escola, mais conhecido por Torpedo – Sim, nas antigas praxes, o nome que passava a vigorar entre os alunos, era o apelido do batismo dos caloiros.   Recordando, que, “não acabei aqui nenhum... Andei aqui a passear livros…E depois arranjei um emprego e fiz um curso de reprodução animal e trabalhei 37 anos na Cooperativa Agrícola de Barcelos, na reprodução animal: inseminação artificial, principalmente e também implante de embriões


Henrique Tomé da Costa Mata  - Natural de S. Tomé - Diretor da  Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia,  desde 2016 – Veio expressamente do Brasil para participar  no convívio de 5 de Outubro –

Depois de estudar na Escola Agrícola  da Paiã, na Pontinha, decidiu vi acabar o curso, de 78 a 79, nesta Escola  - Confessando que “ me deu as bases da vida! Da Integração social Da educação! Do ensinamento! De tudo!.. Esta Escola foi marcante PARA A MINHA VIDA.

É Professor Titular no Departamento de Economia, Faculdade de Economia - Universidade Federal da Bahia, com experiência no campo de Economia dos Recursos Naturais ..


Engenheiro Florestal pela Universidade Federal Rural de Pernambuco em 1990, licenciado em Ciências Agrícolas pela Universidade Federal Rural de Pernambuco em 1990, com especialização em Administração Rural. Mestrado em Ciência Florestal na área de Economia Florestal, pela Universidade Federal de Viçosa em 1993, com dissertação sobre demanda de energia da biomassa em áreas rurais próximas à indústria de papel e celulose. – Estes alguns pormenores do seu prestigiado e vasto currículo

De apelido Rocha- Confessa que a Escola tem sido muito bem administrada por bons professores, na qual também esteve ligado à formação profissional agrária e à mecanização, entre outros  cursos em que ministrou, reconhecendo, que os contributos desta Escola, têm sido muito importantes para o desenvolvimento da Agricultura no nosso país


Recordando, que, depois de ter concluído o seu curso, foi trabalhar para a Direção de Agricultura, em Moçambique, tendo-se confessado, igualmente, muito orgulhoso por ter aqui concluído o seu curso e exercido a atividade docente; que foi um bom ponto de partida para o futuro da sua vida.

Outro aluno, que aqui estudou desde 1997 a 1982,  reconhece, que, embora não tendo exercido trabalhos relacionados com a formação que teve nesta Escola, no entanto, considera “foi uma experiência enriquecedora”, que ”o ensinou a ser homem”, que  o catapultou para vida, para as várias atividades que tem desempenhado. Inicialmente como funcionário nas Finanças e depois como Gestor de  uma grande empresa 

Natural de Guimarães, frequentou esta escola de 1979 a 80. Diz que, embora não tendo exercido a profissão que aqui veio frequentar, o que aqui aprendeu foi muito importante para a  sua vida futura. De seguida tirou o curso de línguas e passou a trabalhar na Câmara Municipal de Coimbra, na área do turismo. É também dos antigos alunos que gosta de estar presente no tradicional convívio anual, visto a considerar um ponto de referência na sua vida   

Paulo Vilas Boas, frequentou esta escola, de 1978 a 1980, depois de ter iniciado a sua formação na Escola Agrícola de Mirandela . Após ter terminado o curso, foi trabalhar para a Comissão de Agricultura, onde permaneceu  dois anos,  após o que emigrou para a Suíça, numa companhia aérea,  ao longo de 40 anos. Confessa que todos os anos, gosta de participar no convívio dos antigos alunos para recordar memórias e  “recargar baterias”

António Quintela, apelidado de Garrincha e Asterix” Vim para cá em 1972. Esta Escola me fez homem. E tudo o que sou hoje, o devo aos anos em que aqui andei. Foi 42 anos delegado de informação médica

José Carlos Guindeira Afonso, natural de V. N de Foz Côa, mais conhecido por Guindeira ou José Carlos Guindeira. “Vim para esta Escola em 1961. Concluí o curo de produção Animal, em 197. Fiz o Estágio na Direção de Veterinária do Porto.

No entanto, os acasos da vida, levá-lo-iam  a frequentar um curso superior, nunca tendo exercido a atividade agrícola. Mas diz que foi uma boa Escola para a Vida. Por isso, passados, 50 anos, 2vim para o 1ª Encontro dos Antigos alunos”.

Teve um atelier de fotografia, na sua terra natal.  Foi Presidente da Junta de Freguesia de V.N. de Foz Côa; Presidente da Associação Industrial de V. n de Foz Côa – Atualmente, é o Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de V. N de Foz Côa.

João de Deus Martins, acabou o curso em 1971, em 1972, já estava a trabalhar  como técnico no Ministério da Economia. Diz também que foi esta Escola que o lançou para a vida. 

 Joaquim Sousa – “Vim para aqui em 1971. Saí seis anos mais tarde. Passei aqui o 25 de Abril! Estava no 5º ano quando se deu o 25 de Abril. E nesta Escola aprende-se sempre muito. Eu vim par aqui com uma boa educação dos meus pais. Mas, profissionalmente, muitos dos meus valores os deve à formação que tive nesta escola.

Continuo ligado à agricultura: trabalho com fertilizantes numa companhia alemã. Gosto muito de Agricultura! É um trabalho que adoro e esta Escola deu-me um impulso para que eu pudesse fazer uma carreira na agricultura. Uma Escola que nos ajudou! Que nos iluminou e lançou para a vida.


Manuel Oliveira - Presidente e um dos fundadores   da AAAEAST – Entrou esta Escola de 1971, no seguimento de dois anos na Escola  Secundária de Penafiel, na opção da Pecuária. E, como o professor Francisco Lopes,  que lecionava esta disciplina, se transferiu para a Escola Agrícola de Santo Tirso  e o aconselhou a seguir o ensino agrícola,  optou também por vir para aqui.

Após o curso,, matriculou-se  na Escola Superior Agrária de Coimbra.  Mas, depois de o ter terminado, decidiu voltar de novo à Escola da sua referência, a  lecionar como professor nas áreas da agropecuária, zootecnia, além de outras áreas, durante um ano.

Tendo depois exercido, ao longo de 30 anos, a atividade de apoio Técnico da Agropecuária, em Vila do Conde.


Explica que a  sua paixão pela agricultura, advém da sua própria família, dos seus pais, que eram proprietários em Lousada, de uma exploração vinícola,  freguesia de Santo tirso

Sobre o ensino desta Escola, sublinha que foi detentora de grandes mestres  “ que nos abriram caminhos para ótimos gestores e funcionários. Além disso, tinha também componente prática, que era também um grande atrativo., que ensinava os alunos a praticar, a experimentar a sujar as mãos, coisa não sucedia noutros estabelecimentos de ensino. Além da sua bela área envolvente, fértil e sobranceira ao Rio Ave, que chegou a ser propriedade por antigas ordens religiosas, que, no conjunto formado pela igreja matriz e edifícios adjacentes, aqui ergueram o antigo Convento da Ordem dos Beneditinos , neste cenário maravilhoso.

Sobre a criação da Associação dos Antigos Alunos,  em 29/06/202i, tal como ele já declara na sua tomada de posse à CS,  a mesma foi criada “por um grupo de alunos, como elo de ligação para com os  antigos alunos, que se encontram espalhados por todo o mundo, que têm desempenhado cargos e tarefas muito importantes em várias atividades . E também por forma a incentivar iniciativas, nomeadamente jornadas técnicas e temáticas,  por forma a transmitir aos  novos alunos a experiências enriquecedoras dos alunos que por aqui passaram.


terça-feira, 8 de outubro de 2024

José Saramago – Prémio Nobel em 08-10-1998 – Mas deu-me uma entrevista uns anos antes em que assumia o ceticismo da fé religiosa: “Não há vida para além da morte!...” E férias, felizes?! “Só as da minha infância!”

                           Por Jorge  Trabulo Marques - Fotos, texto e  entrevista em vídeo  C


No dia 8 de outubro de 1998, José Saramago torna-se no primeiro autor de Língua Portuguesa a ganhar o Nobel da Literatura

Na sede da Associação Portuguesa de Escritores

Recebido na C.M. de Lisboa, após o Prémio Nobel

Nesse ano de 1998, o galardão foi celebrado como um prémio para toda a comunidade lusófona. Saramago era então, após 5 décadas de carreira literária, um dos autores portugueses com maior nível de internacionalização, com obras editadas em 31 países. Mas a distinção feita pela Academia Sueca transformá-lo-ia num fenómeno planetário, tornando-o o centro das atenções na edição da Feira de Frankfurt desse ano. Nas livrarias portuguesas os seus livros esgotaram; nos sítios de venda em linha assistiu-se a uma verdadeira corrida aos títulos de Saramago; Ensaio sobre a Cegueira, na tradução inglesa, atingiu o 1.º lugar no topo de vendas da Amazon. Em Lisboa, onde o autor chegou no dia 13 de Outubro, sucederam-se as homenagens populares e institucionais.

O anúncio da atribuição do Nobel, foi no dia 8 de Outubro mas a cerimónia de entrega do prémio, em Estocolmo, viria a suceder no dia 10 de Dezembro, na qual Saramago proferiu um discurso de forte teor político que circulou pelo mundo.


MEMÓRIAS DE UM REPÓRTER - Breve entrevista, ao escritor José Saramago, na feira do livro de Lisboa: mais em jeito de inquérito, que ali estava a realizar com escritores e pessoas anónimas – Os temas colocados: a vida para além da morte, o papel da rádio em Portugal e as recordações das melhores férias.

VÍDEO COM A ENTREVISTA




JS- O meu pensamento é extremamente simples: penso que não há vida para além da morte!... Não há mais nada para responder senão isto ! JTM - Férias felizes?... – JS “Todas as férias da minha infância!... É a única coisa que lhe posso dizer…. Essas foram todas boas!... As outras… São assim, assim: uma vezes melhores outras vezes piores!...


O nosso Nobel da Literatura, nunca foi dado a entrevistas – Ele que,  nos anos 80 - pese o facto de já ter sido distinguido com importantes prémios- , longe estaria, certamente, de imaginar vir um dia a ser laureado, com tão alta distinção – O diálogo que então ocorreu, não estava previsto: sucedeu de forma casual  e espontânea. E foi praticamente  sacado a ferros, já que, desde o inicio, procurou sempre a esquivar-se às minhas perguntas,  considerando-as terem a ver com questões do  foro pessoal.  Em todo o caso, aqui fica o curioso  registo para um melhor conhecimento da personalidade de um dos maiores vultos da literatura portuguesa, com expressão Universal.

“NÃO HÁ VIDA PARA ALÉM DA MORTE”




JTM - O que é que pensa da vida para além da morte?  Qual é o seu pensamento a esse respeito?

JS- O meu pensamento é extremamente simples: penso que não há vida para além da morte!... Não há mais nada para responder senão isto !
JTM - Nunca se interrogou a esse respeito?
JS – Acho que não tenho que me interrogar!... Emito uma convicção… Portanto, eu ao dizer isto exprimo uma convicção: a de que não há vida para além da morte!... É só!

OUÇO MAIS RÁDIO DE QUE VEJO TELEVISÃO

 
JTM – O que pensa da rádio, em Portugal?
JS – Como é que se há-de responder a essa pergunta!... Tanto se pode responder do que se pensa da rádio, em Portugal, como da televisão, como da literatura, em Portugal!... Penso que a única coisa que nós temos é a obrigação de fazer o melhor possível, que é da nossa área profissional. Eu faço o melhor que puder e a rádio faz  o melhor que pode!...

JTM – Naturalmente que escuta a rádio: tem uma opinião formada!...
JS – Eu ouço-a, muito fragmentariamente,  dado que, como deve calcularnão tenho assim muito tempo para ouvir rádio!...
JTM – Entre a rádio e a televisão: ouve mais a rádio? Vê mais televisão?...
JS – Olhe! Nesta altura, ouço mais rádio. Muito mais rádio!
JTM – A que horas?!...
JS – Geralmente de manhã ou à noite!...À noite adiantada!...
AS MELHORES FÉRIAS: “AS DA MINHA INFÂNCIA”
Na sede da Associação Portuguesa de Escritores

JTM – Outra questão: férias -  Qual a melhor recordação de férias que até hoje tenha vivido na sua vida?...
JS – Isso é complicado!... Eu não sei… 
JTM – É um bocado difícil?!..
JS  - É muito difícil!... Há várias boas recordações!...  Não vou responder, porque não é possível, sequer!

JTM  - Mas umas férias, particularmente agradáveis!.. Felizes!... 
JS – Todas as férias da minha infância!... É a única coisa que lhe posso dizer…. Essas foram todas boas!... As outras… São assim, assim: uma vezes melhores outras vezes piores!,,,
JTM – Mas não costuma dedicar algum tempo, a férias?....Ou esse tempo é mesmo de escrita, também!
JS – Não!... Quando faço férias, faço férias!... Quando estou de férias, não faço outra coisa senão férias.
JTM – Onde é que costuma gozar as férias?... 

Vasco Gonçalves, sorridente
 
JS – Ah, isso depende!... Uma vezes no campo, outras vezes   na praia mas não tenho uma rotina de férias.
JTM – E no estrangeiro?...
JM –Às vezes saio!...
JTM  - Mas as férias mais agradáveis, a melhor recordação que tem até hoje teve, foram  as da sua infância?!.
JS – ... Francamente as da minha infância!...
JTM – E porquê?!...
JS – Isso é difícil!... Não vale a pena entrar agora em pormenores!... São coisas íntimas da vida de cada um de nós!...
JTM – Naturalmente… Desde então é o trabalho que o absorve: são outras preocupações?
JS –É trabalho!... E o resto, a vida inteira!... Porque a vida, também não é  só isso!.. É tudo aquilo que eu tenho de fazer, como qualquer de um de nos!... Temos os nossos amigos! Temos as nossas relações!..

JTM – Mas, pelo que vejo, todos os anos dedica algum tempo de férias!
JS – Tenho direito a férias, como qualquer pessoa!... (graceja)

...Quer dizer: o eu fazer férias... É tão importante, como qualquer outra pessoa, que as faças!... Com a família, ou outra pessoa!
JTM – E, no seu caso: com a família ou só?
JS – É sempre com a família… Mas esta conversa, já está a ir um bocado para questões de caráter pessoal!...

JTM – Se bem que, sendo uma figura do domínio público, já não é bem pessoal: o lado pessoal também interessa aos ouvintes!...
JS – Férias, todos fazemos!... Ou melhor, todos devíamos fazer!... E há milhões de portugueses, que não fazem férias!... É nesses que tem que se pensar!.. Por que é que não fazem férias e que condições deveria haver para que as fizessem!


BIOGRAFIA
"Filho e neto de camponeses, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro de 1922, se bem que o registo oficial mencione como data de nascimento o dia 18. Os seus pais emigraram para Lisboa quando ele não havia ainda completado dois anos. A maior parte da sua vida decorreu, portanto, na capital, embora até aos primeiros anos da idade adulta fossem numerosas, e por vezes prolongadas, as suas estadas na aldeia natal.


Fez estudos secundários (liceais e técnicos) que, por dificuldades económicas, não pôde prosseguir. O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, tendo exercido depois diversas profissões: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, tradutor, editor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance,  Terra do Pecado, em 1947, tendo estado depois largo tempo sem publicar (até 1966). Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na revista  Seara Nova. Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do jornal Diário de Lisboa, onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante cerca de um ano, o suplemento cultural daquele vespertino.


Pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores e foi, de 1985 a 1994, presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do jornal  Diário de Notícias. A partir de 1976 passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor. Casou com Pilar del Río em 1988 e em Fevereiro de 1993 decidiu repartir o seu tempo entre a sua residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha). Em 1998 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel de Literatura. - José Saramago faleceu a 18 de Junho de 2010.  - Biografia de José Saramago| José Saramag




Início da Vida Literária

"Aos 25 anos, publica o primeiro romance Terra do Pecado (1947), no mesmo ano de nascimento da sua filha, Violante, fruto do primeiro casamento com Ilda Reias  Ilda  – com quem se casou em 1944 e com quem permaneceu até 1970. Nessa época, Saramago era funcionário público .. Viveu, entre 1970 e 1986 com a escritora Isabel Nóbrega.  . Em 1988, casar-se-ia com a jornalista e tradutora espanhola Maria del Pilar Rio Sánchez que conheceu em 1986 e ao lado da qual viveu até à morte. Em 1955 e para aumentar os rendimentos, começou a fazer traduções de HegelTolstói e Baudelaire, entre outros – Excerto de José Saramago – Wikipédia