Jorge Trabulo Marques - Jornalista e coordenador do evento
MANHÃ TURVA E CINZENTA - TARDE COM BOAS ABERTAS E FASICANTE DE LUZ - Que culminou com um poente límpido e luminoso
Tantas e tão dispares e calorosas, foram as emoções,
naquela tarde luminosa e brilhante, do passado dia 21, em contraponto aos dias nublados e de aguaceiros dos dias anteriores, mais parecendo antever a despedida de um
outono cinzento e chuvoso, de que antevéspera
da tão desejada estação mais quente e luminosa do ano, sim, razão pela qual, só agora, uns dias depois, é que, finalmente, viemos dar noticia de como celebrámos, uma vez mais, a já tradicional celebração do“Stonehenge português” - Se bem, que, na nossa página do Facebook, já
o viéssemos divulgando.
MACIÇO DOS TAMBORES E, MANCHEIA E QUEBRADAS – Arredores da aldeia de Chãs - Lugares de calendários pré-históricos onde coração pulsa e vibra de emoção – Numa tarde maravilhosa, com sorrisos de muita alegria, de um fraternal e saudável e caloroso convívio - Abrilhantado com os Gaiteiros Os Mirandum e a honrosa presença da peregrina e embaixatriz, Luso- São-Tomense, a escritora e poeta, Olinda Beja, acompanhada à viola pelo mestre Luis D´Almeida
O Solstício de Verão 2021,
no Hemisfério Norte, ocorreu no dia 21 às
04h32min, com alguma chuva em quase todo o continente, à
exceção do Algarve e, pelos vistos, também,
aqui pelas chamadas terras quentes da região de Vila Nova de Foz Côa, em que o dia foi
coroado por uma tarde quente e esplendorosa.
OLINDA BEJA
- RECITAL DE TERRAS, DE MARES E DE SAUDADE “Adeus, Terra de Foz Côa! Terra de
Vinho e de Pão!.. Aqui deixo a minha alma! E também o meu coração” -
Palavras
calorosas e poéticas, entre muitas outras, de Olinda Beja, a embaixatriz
Luso-Santomense, que declamou, cantou e encantou, acompanhada à viola pelo
mestre Luís de Almeida – Com belos poemas de longe e de perto - Uns inspirados
e dedicados a estas terras durienses, outros das suas raízes e memórias de
África, bem como das terras beirãs, Mangualde, distrito de Viseu, que a
adotaram desde criança
Sim,
momentos verdadeiramente inesquecíveis, que assinalaram a tarde mais longa do
ano, no passado dia 21, na celebração do Solstício do Verão, nos Templos do
Sol, na aldeia de Chãs. que começaria com um recital, integralmente preenchido
com versos da sua autoria, no Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa, cujo
registo temos o prazer de aqui lhe recordar neste vídeo, graças ao apoio
prestado pelo Município Fozcoense, que ali se fez representar pelo Dr João
Paulo Lucas Donas Botto Sousa, Vereador da Cultura e também pelo vereador
Fernando Augusto Mimoso Fachada, cujo evento se iniciaria com uma troca de
brindes: pelo lado de Olinda Beja, com a oferta do seu livro "Um Grão de
Café" - E, pelo município, um livro de poemas de Manuel Daniel, falecido
em Janeiro passado, natural de Meda, residente em Foz Côa, há vários anos, que
que iria ser homenageado na Pedra dos Poetas.
Findo o recital, que surpreendeu e encantou,
vivamente, o auditório, após uma breve arruada do Grupo de Gaiteiros Os
Mirandum, pela avenida principal da cidade, rumou-se de seguida para a
freguesia de Chãs, onde se realizou o tradicional cortejo evocativa e as demais
cerimónias previstas da Celebração do Solstício do Verão - O nosso abraço amigo a todos os que nos deram o
prazer da sua amável presença, bem como ao Município Fozcoense, pelo valioso
apoio que nos prestou.
HOMENAGEM AO POETA MANUEL DANIEL NA PEDRA DOS POETAS -
A celebração do Solstício do Verão, 21 de Junho
2021, culminou com uma singela homenagem na Pedra dos Poetas, altar que ele, em
2008, ali recordava a memória do poeta Fernando Assis Pacheco - Despediu-se da
vida em Janeiro passado - Ou seja, 4 meses depois de ter estado na celebração
do Equinócio do Outono
Foi proferida a leitura de um dos seus poemas por Olinda Beja e palavras de tributo à sua memória pelo Vereador da Cultura do Município Fozcoense João Paulo Lucas Donas Botto Sousa e por António Lourenço, ex-Presidente da Junta da Freguesia de Chãs e atual Presidente da Associação dos Bombeiros Voluntário de Vila Nova de Foz Côa.
PROGRAMA DA CELEBRAÇÃO DO SOLSTÍCIO DO VERÃO 2021 21 de Junho - Chás - V.N. de Foz Côa e Chãs
15.30 - Respeitando as normas sanitárias da Covid-19, o dia maior do ano vai ser celebrado a partir das 15. no auditório do Centro Cultural de cidade de V. N. de Foz Côa, com um recital de poesia da Olinda Beja - A grande embaixatriz na DIÁSPORA da literatura Luso- São-Tomense, acompanhada à viola por Luís d’Almeida
Às 17.h30 – Prevista à parida do Centro para o Adro da Igreja de Chãs
LOCAL DE CONCENTRAÇÃO O ADRO DA IGREJA DA FREGUESIA DE CHÃS
-
18.h-18.15 – Concentração e Desfile Aldeia-Templos do SolAo Som do Grupo de Gaiteiros Os Mirandum
19.00 – No Santuário da Pedra da Cabeleira de Nª Sra. – Com Poemas de Olinda Beja – Declamados pela autora, acompanhada por sons de Viola de Luís d'Almeida - Os visitantes distribuir-se-ão pelo interior do recinto e ao fundo do Altar
19.45 Partida para o Altar da Pedra do Solstício - Leitura de Poemas da Convidada- Exibição musicais de Viola e dos Gaiteiros, até à observação do Alinhamento Sagrado, com o pôr-do-Sol - 20.44
Seguir-se-á a Romagem à Pedra dos Poetas, com a presença de Olinda Beja e Participantes, onde será recordada a memória do poeta Manuel Daniel
E onde terminarão as cerimónias poéticas e evocativas
Evento patrocinado pelo Município de V.N de Foz Côa, o apoio da Junta de Freguesia de Chãs e a benevolênciados proprietários dos sítios
De manhã, é celebrado ao nascer do sol em Stonehenge, ofamoso monumento de mais de 4000 anos localizado nas planícies de Wiltshire, no sudoeste da Inglaterra. O monumento é formado por círculos concêntricos de pedras que chegam a ter cinco metros de altura e a pesar quase cinquenta toneladas
E, ao pôr do sol, nos Tambores-Mancheia - aldeia de Chãs, concelho de Vila Nova de Foz Côa, com performances dos "Miranduns", depois de exibições nas ruas da aldeia
Pelas 20h44 horas, os participantes na ação podem testemunhar a passagem dos raios solares sobre o eixo da Pedra do Solstício -também já conhecida pelo Stonehenge Português - numa imagem de grande simbolismo histórico e místico - Trata-se de um imponente bloco granítico de forma arredondada, com três metros de diâmetro e a configuração do globo solar e da esfera celeste, que se supõe ter sido posto de observação astronómico e local de culto por antigos povos que habitaram a área -Desde o neolítico e calcolítico, civilizações de que existem abundantes vestígios
A partir do ponto onde o sol então se pôs ( evoltará a pôr-se) começa o Verão e, de igual modo,a grande estrela-fiel inicia o movimento aparente da sua declinação para o Hemisfério Sul – E, até atingir esse ponto extremo, no Solstício do Inverno, distam vários quilómetros: ou seja, desde o ponto do horizonte, onde ele se vai pôr, emperfeito alinhamento com a crista do esférico bloco e o centro do pequeno círculo que se encontra cavado, a alguns metros a oriente, na mesma laje da sua base de apoio.
Desejamos, pois, que tudo decorra em paz e harmonia, confiantes de que os puríssimos ares destes amplos e belos espaços, hajam como agentes energéticos, sejam mais purificadores do corpo, enriquecedores do espírito e da alma, de que agentes adversos. Dependerá do comportamento de cada um, cujo ambiente, aliás, ali tem sido sempre sublime, alegre e apaziguador
Os participantes, convidados e demais peregrinos, poderão tomar parte no cortejo de cariz celta, evocando, uma vez mais e desde há quase 20 anos, antigas tradições dos povos que ali viveram, se abrigaram e ergueram os seus monumentais calendários solares, símbolos da fertilidade e dos ciclos das estações, num belíssimo desfile, ao som de um grupo de gaiteiro de Miranda do Douro, que partirá às 18.30 do adro da igreja, rumo aos Templos do Sol, maciço dos Tambores, onde poderão testemunhar, às 20h45 a passagem dos raios solares sobre o eixo da Pedra do Solstício, precisamente ao pôr-do-sol do dia maior do ano no Hemisfério Norte
Na verdade, sítios há que são uma tentação, um verdadeiro centro de emanações e de eflúvios, propensos ao deleite, ao esquecimento e à sublimação. Muitas destes espaços graníticos, são um permanente convite, áurea unção e arroubamento aos sentidos.
O POETA MANUEL DANIEL – DESPEDIU-SE 4 MESES ANTES DA SUA MORTE DOS TEMPLOS DO SOL - “Este, meus amigos, é um ato de iminente cultura popular! - Declarava então - Vamos recordá-lo, no próximo dia 21, um distinto filho da nossa região, falecido em Janeiro passado, vitima da Covi-19, e que, nos deu o prazer e honra de estar presente em várias das celebrações dos Equinócios e Solstício, a última das quais, em 21 de Setembro, do ano passado, quatro meses antes da sua morte - No Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nº Sra, em Chãs - V. N. de Foz Côa, na celebração do Equinócio do Outono
VIEMOS AQUI ESPREITAR A HISTÓRIA –
“Este, meus amigos, é um ato de iminente cultura popular! Isto é um modo de sentir, aquilo que, de mais vivo e mais puro existe na Terra e pode ser compreendido por todos os homens! “ – Começou por sublinhar, Manuel Daniel - Poeta, dramaturgo, jornalista e advogado, homem culto e humanista, talento multifacetado e de rara sensibilidade, autor de uma vasta obra literária, natural de Meda, concelho limítrofe do termo desta aldeia, figura muito querida e prestigiada na nossa região, atualmente invisual, residente em V.N. de Foz Côa, desde há vários anos, ondecasou, exerceu advocacia e continuou a dedicar-se à causa pública.
Profundo estudioso, um homem de cultura, tendo dedicado muitos anos da sua vida à função pública e à vida autárquica, cujos olhos, desde há alguns anos, tinham deixado de ver a luz do dia, despediu-se da vida,–aos 86 anos - Faleceu no Hospital da Guarda, onde havia sido internado, há cerca de 15 dias, donde partirá, esta amanhã, diretamente para o cemitério de Vila Nova de Foz Côa, cujo funeral está previsto para as 11 horas. O meu abraço solidário e amigo à sua esposa, filhos e netos -
Uma vida intensa e multifacetada, pautada pela dedicação mas também pela descrição. Desde, há alguns anos, vinha debatendo-se com extremas limitações da sua vista, por ter ficado completamente cego, no entanto, nem por isso, dentro do que lhe era possível e com apoio amigo da família, lá ia compondo os seus versos e editando livros. Em cujos poemas perpassa o que de melhor têm a poesia portuguesa - Dominando com mestria os mais diversos géneros poéticos e neles se expressando, a par de um profundo sentimento de religiosidade, o amor à terra, à natureza, aos espaços que lhe são queridos, suas inquietações e interrogações, sobre a efemeridade da vida e o destino do Homem
Os seus belos versos faziam parte das tradicionais celebrações evocativas nos Templos do Sol , onde tivemos a alegria e o prazer de contar com a sua amável presença, por várias vezes, sendo a última no Equinócio do Outono, dia 22 de Setembro 2020, onde foram lidos poemas de sua autoria e o homenageámos. - Ele que também, até, já havia participado na homenagem, que prestámos, na Pedra dos Poetas, Fernando Assis Pacheco, cuja imagem aqui recordamos - Justamente no mesmo local, onde o então jornalista e poeta, erguera os braços, um mês antes da sua morte, aquando de uma reportagem no Vale do Côa.
Neste vídeo, entre outras imagens, recordamos a presença do pastor e poeta, Dom Manuel Mendes dos Santos, Bispo da Diocese de S. Tomé e Príncipe, natural de Sanjoanino, Viseu, na celebração do Equinócio do Outono de 2015, onde declamou e cantou alguns dos seus belos poemas,
OLINDA BEJA - Poeta, romancista, contadora de histórias, Olinda Beja tem divulgado, através de conferências e recitais de poesia, a cultura de S. Tomé e Príncipe por vários países, nomeadamente Brasil, Austrália, Timor, Marrocos, França, Espanha, Suíça, Inglaterra, Luxemburgo, Cabo Verde…
Nasceu em Guadalupe, S. Tomé, a 12 de Fevereiro de 1946, filha de José de Beja Martins (português) e de Maria da Trindade Filipe (santomense), tendo ido viver para .Portugal, ainda criança (S. Tomé e Príncipe). Estudou em Portugal, mas, um dia, resolveu voltar à sua bela ilha e, a partir de então, tem assumido o papel de Embaixadora da Cultura Santomense.
Tem trabalhos publicados na Alemanha (Universidade de Frankfurt e Universidade de Berlim) sobre a língua materna de S. Tomé, bem como poemas dispersos em revistas nacionais e estrangeiras, em livros didáticos dos Ministérios Português e Francês da Educação, em várias antologias dos mais diversos países, salientando-se a antologia publicada em junho de 2015 em Buenos Aires (Argentina) e cujo título “Ligarás tu corazon com el mio” é um verso de um poema do livro “À Sombra do Oká”.
Tem poemas e contos traduzidos para espanhol, francês, inglês, árabe, chinês (mandarim) e esperanto.
Escreve livros, conta e canta histórias sempre que o seu coração lhe pede.
Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Português-Francês) pela Universidade do Porto e pela Universidade Aberta em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. Foi professora do ensino secundário em Portugal e de Língua e Cultura Portuguesas (e lusófonas) na Suíça.
Dedicou-se à escrita desde muito jovem, publicando até ao momento atual mais de duas dezenas de obras : Bô Tendê? (poemas); Leve, Leve (poemas); 15 Dias de Regresso (romance); No País do Tchiloli (poemas); A Pedra de Villa Nova (romance); Pingos de Chuva (conto); Quebra-Mar (poemas); A Ilha de Izunari (ficção); Água Crioula (poemas); Pé-de-perfume (contos); Aromas de Cajamanga (Poemas); O Cruzeiro do Sul (poemas); Histórias da Gravana (contos, obra finalista, em 2011, no grande prémio PT Literatura); A Casa do Pastor (contos), Um Grão de Café (conto infanto-juvenil – faz parte do Plano Nacional de Leitura), À Sombra do Oká (poemas – Faz parte do Plano Nacional de Leitura); Tomé Bombom (conto juvenil); Chá do Príncipe (contos), Simão Balalão (conto infanto-juvenil).
Com o livro À Sombra do Oká recebeu em S. Tomé e Príncipe o Prémio Literário Francisco José Tenreiro 2012-2013.
Jorge Trabulo Marques - Jornalista e
dinamizador do evento -
Celebração do Solstício do Verão 2021 – Templos do Sol – Chãs-Vila Nova de Foz Côa - Com momentos de Poesia e Música
Solstício de Verão 21-06- 2021 – Vai ser celebrado a partir das 15.30 do maior dia do ano, no auditório do Centro Cultural de cidade de V. N. de Foz Côa, com um recital de poesia da escritora e poeta luso São-Tomense, Olinda Beja, acompanhada à viola por Luís d'Almeida, após o que se realizarão as cerimonias evocativas na aldeia de Chãs, com o tradicional cortejo, até aos Templos do do Sol, desde o adro da Igreja, previsto para às 18.00.18.15 , abrilhantado pelo grupo de Gaiteiros Os Mirandum - de Miranda do Duro - Num misto de muita alegria, de fraternal e calorosa convivência civica e cultural, plena de enriquecedora espiritualidade. - Pormenores do programa, mais à frente, neste post
Uma vez mais, abrangendo a própria sede do concelho, tal como já sucedeu, noutras oportunidades, nomeadamente, nas palestras subordinadas ao tema, comonias, bem como, em anterior evento, com a caravana de jornalistas da Associação da Imprensa Estrangeira, vindos de Lisboa, que, antes das cerimónias evocativas, tiveram oportunidade de visitar o Museu do Côa, o núcleo das gravuras dos Piscos, Muxagata, bem como a Quinta da Ervamoira, após o que se dirigiram para se integrarem nas festividades programadas, em Chãs -
PROGRAMA DA CELEBRAÇÃO DO SOLSTÍCIO DO VERÃO 2021 21 de Junho - Chás - V.N. de Foz Côa e Chãs
15.30 - Respeitando as normas sanitárias da Covid-19, o dia maior do ano vai ser celebrado a partir das 15. no auditório do Centro Cultural de cidade de V. N. de Foz Côa, com um recital de poesia da Olinda Beja - A grande embaixatriz na DIÁSPORA da literatura Luso- São-Tomense, acompanhada à viola por Luís d’Almeida
Às 17.h30 – Prevista à parida do Centro para o Adro da Igreja de Chãs
LOCAL DE CONCENTRAÇÃO O ADRO DA IGREJA DA FREGUESIA DE CHÃS
-
18.h-18.15 – Concentração e Desfile Aldeia-Templos do SolAo Som do Grupo de Gaiteiros Os Mirandum
19.00 – No Santuário da Pedra da Cabeleira de Nª Sra. – Com Poemas de Olinda Beja – Declamados pela autora, acompanhada por sons de Viola de Luís d'Almeida - Os visitantes distribuir-se-ão pelo interior do recinto e ao fundo do Altar
19.45 Partida para o Altar da Pedra do Solstício - Leitura de Poemas da Convidada- Exibição musicais de Viola e dos Gaiteiros, até à observação do Alinhamento Sagrado, com o pôr-do-Sol - 20.44
Seguir-se-á a Romagem à Pedra dos Poetas, com a presença de Olinda Beja e Participantes, onde será recordada a memória do poeta Manuel Daniel
E onde terminarão as cerimónias poéticas e evocativas
Evento patrocinado pelo Município de V.N de Foz Côa, o apoio da Junta de Freguesia de Chãs e a benevolênciados proprietários dos sítios
ALINHAMENTO SAGRADO COM O PÔR-DO-SOL NO SOLSTÍCIO DE VERÃO - MACIÇO DOS TAMBORES - ALDEIA DE CHÃS- VILA NOVA DE FOZ CÔA
Esta extraordinária imagem, configurando uma gigantesca esfera terrestre ou o esplendoroso globo solar projetando os seus dourados raios, a poente, foi registada, pela primeira vez, cerca das 20.45 horas do dia 21 de Junho de 2003 e vai repetir-se ao fim do dia mais longo do ano e à mesma hora, caso as condições atmosféricas o permitam.
A partir do ponto onde o sol então se pôs ( e voltará a pôr-se) começa o Verão e, de igual modo, a grande estrela-fiel inicia o movimento aparente da sua declinação para o Hemisfério Sul – E, até atingir esse ponto extremo, no Solstício do Inverno, distam vários quilómetros: ou seja, desde o ponto do horizonte, onde ele se vai pôr, em perfeito alinhamento com a crista do esférico bloco e o centro do pequeno círculo que se encontra cavado, a alguns metros a oriente, na mesma laje da sua base de apoio.
Porém, o enorme megálito que a mesma imagem documenta, deverá ser observado segundo a posição que parece ter sido ali erigido, retocado e direcionado. Feita a observação, na face oposta ou lateralmente, toma a forma de enigmáticos bustos humanos.
O enorme penedo está orientado no sentido nascente-poente e possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no seu eixo no momento em que o Sol se ergue no horizonte, proporcionando uma imagem invulgar
Na verdade, sítios há que são uma tentação, um verdadeiro centro de emanações e de eflúvios, propensos ao deleite, ao esquecimento e à sublimação. Muitas destes espaços graníticos, são um permanente convite, áurea unção e arroubamento aos sentidos.
Como já vai sendo tradição, o último ato evocativo terminou na Pedra dos Poetas, uma pequena fraga em forma de altar, onde o jornalista e poeta, Fernando Assis Pacheco, ergueu os braços, depois de ter visitado a Pedra da Cabeleira e o Castro do Curral da Pedra, ali próximos, como forma de agradecimento aos deuses que foram venerados nestes lugares, Um mês depois, e quando por ali deambulávamos, ao ouvirmos num pequeno transístor, a notícia da sua morte, pegámos um cinzel, com que habitualmente por ali esculpíamos alguns desenhos (muito antes de se falar das gravuras rupestres, já ali tínhamos centenas de desenhos gravados no granito de carácter místico e iniciático), sim, com a mesma ferramenta, cinzel e maceta, fixamos naquele caprichoso e rústico altar, no espaço configurado por um pequeno triângulo, as iniciais do seu nome -
A homenagem, com a presença da esposa e filhos, sucederia anos mais tarde. Depois desta cerimónia, todos os anos, ali evocamos nomes grados da cultura da nossa região ou do país - E, ali estivemos, pois, uma vez mais, num misto de recolhimento e de contemplação, no tão singelo como já mítico altar, distinguindo figuras queridas destas terras, a cujas biografias nos referimos em postagens anteriores.
OLINDA BEJA - Poeta, romancista, contadora de histórias, Olinda Beja tem divulgado, através de conferências e recitais de poesia, a cultura de S. Tomé e Príncipe por vários países, nomeadamente Brasil, Austrália, Timor, Marrocos, França, Espanha, Suíça, Inglaterra, Luxemburgo, Cabo Verde…
Nasceu em Guadalupe, S. Tomé, a 12 de Fevereiro de 1946, filha de José de Beja Martins (português) e de Maria da Trindade Filipe (santomense), tendo ido viver para .Portugal, ainda criança (S. Tomé e Príncipe). Estudou em Portugal, mas, um dia, resolveu voltar à sua bela ilha e, a partir de então, tem assumido o papel de Embaixadora da Cultura Santomense.
Tem trabalhos publicados na Alemanha (Universidade de Frankfurt e Universidade de Berlim) sobre a língua materna de S. Tomé, bem como poemas dispersos em revistas nacionais e estrangeiras, em livros didáticos dos Ministérios Português e Francês da Educação, em várias antologias dos mais diversos países, salientando-se a antologia publicada em junho de 2015 em Buenos Aires (Argentina) e cujo título “Ligarás tu corazon com el mio” é um verso de um poema do livro “À Sombra do Oká”.
Tem poemas e contos traduzidos para espanhol, francês, inglês, árabe, chinês (mandarim) e esperanto.
Escreve livros, conta e canta histórias sempre que o seu coração lhe pede.
Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Português-Francês) pela Universidade do Porto e pela Universidade Aberta em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. Foi professora do ensino secundário em Portugal e de Língua e Cultura Portuguesas (e lusófonas) na Suíça.
Dedicou-se à escrita desde muito jovem, publicando até ao momento atual mais de duas dezenas de obras : Bô Tendê? (poemas); Leve, Leve (poemas); 15 Dias de Regresso (romance); No País do Tchiloli (poemas); A Pedra de Villa Nova (romance); Pingos de Chuva (conto); Quebra-Mar (poemas); A Ilha de Izunari (ficção); Água Crioula (poemas); Pé-de-perfume (contos); Aromas de Cajamanga (Poemas); O Cruzeiro do Sul (poemas); Histórias da Gravana (contos, obra finalista, em 2011, no grande prémio PT Literatura); A Casa do Pastor (contos), Um Grão de Café (conto infanto-juvenil – faz parte do Plano Nacional de Leitura), À Sombra do Oká (poemas – Faz parte do Plano Nacional de Leitura); Tomé Bombom (conto juvenil); Chá do Príncipe (contos), Simão Balalão (conto infanto-juvenil).
Com o livro À Sombra do Oká recebeu em S. Tomé e Príncipe o Prémio Literário Francisco José Tenreiro 2012-2013.