Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Excertos em 1ª mão
«Acabei de escrever
o original de um livro de crónicas, "Estrada da Beira". Como conheces
bem as Beiras te envio em anexo para leres»
Foi assim que, Nuno Rebocho jornalista,
poeta, escritor, me anunciava e enviava - via e-mail – o
interessantíssimo texto de mais uma obra literária, que vai juntar-se ao
já vasto leque de livros, que se repartem pela poesia, crónicas, contos, romances, ensaio e história –
Obviamente, que, tendo sido prendado com tão amável como preciosa
gentileza, de modo algum a podia desperdiçar - E, então, sabendo eu
que o convite à leitura da “Estrada da Beira” partira de além-mar,
mais sugestiva e aliciante se me tornava a proposta de me pôr a
calcorreá-la, tanto mais que eram memórias escritas com o duplo sentimento de
quem as viveu num determinado lugar – temporal e espacial - e agora as escrevia
noutras paragens, muito distantes e diferentes das terras a que se refere. –
Lugares estes beirões, que, avaliar pelo que nos descreve nas suas
belíssimas crónicas, lhe deixaram bastos e profundos motivos para as mais
curiosas e marcantes recordações, com as quais o leitor é naturalmente impelido
a Navegar
Assim sendo de imediato,
me pus a calcorrear esta nova vida da “Estrada da Beira”, que é real e não
meramente ficcionada, a que o autor também podia chamar de “IP 5” ou de
“Estrada da Morte”, a que, de resto, alude, nas saborosas crónicas, com que
brinda o leitor, verdadeiro convite à mais surpreendente e aliciante
navegação, proposta por quem – conquanto não tendo aqui
sido nado e criado – já por aqui também andarilhou, conhece as suas
paisagens, gentes e lugares, como sendo um dos seus.
Experiência que lhe advém, nomeadamente,
das muitas andanças e contactos, que teve, nesta região, durante a sua
permanência profissional da RDP, na cidade da Guarda, mas também da sua faceta
do jornalista, atento e observador, em várias jornais e revistas
nacionais, que o levaram a todos os cantos do país, nomeadamente,
como redator de o “Jornal Novo”,
Tribuna” “jornal da cidade do Porto”, A Tarde", "Jornal de
Economia", "O Século"; e em semanários - "Vida
Mundial", "Novo Observador", "O Sinal", "Dez de
Junho", "Ideal". E também em revistas especializadas – tais como
"Pesca & Navegação", "TT-Todo o Terreno",
"Motor" (foi director do suplemento de Turismo). Presença activa na
imprensa regional - "Notícias da Amadora", "Comércio do
Funchal", foi chefe de redacção de "Aponte" (Montijo) e "A
Nossa Terra" (Cascais), e noutras publicações, onde desempenhou funções
diversas.
"APRENDENDO A BEIRA"
Este o título – dir-se-ia introdutório, que antecede a meia centena de crónicas, reunidas em “Estrada da Beira" - o mais recente livro do poeta, Nuno Rebocho, com que presenteia o leitor numa "longa quilometragem de dias pela Beira,"! Singularíssima viagem através das memórias que guarda da região Beirã – começando por citar Alexandre Herculano “No meio de uma nação perdida, mas rica de tradições, o mister de recordar o passado é uma espécie de magistratura moral, é uma espécie de sacerdócio. Não o exercitar é um crime”
Depois faz a sua própria
análise:
« O que se nos depara quando
pesquisamos o ADN do beirão? As famas reconhecemos-lhe: de homem rude, talhado
nos granitos e xistos que povoam a paisagem das terras que são Beira porque se
encostam à fronteira de Espanha; marcado pela avareza do solo, pouco
agricultável no que sobra das penedias e barrocas, das lapas e atalaias de
pedra, dos lajedos e penhascos; pela veemência de um clima de frios
enregeladores e quenturas violentas; pela aragem, que foi seca antes de a
inundarem com barragens – tão seca que nela instalaram sanatórios da tísica nos
altos de Tondela e da Guarda. Isto faz o beirão: pobreza de passadios, misérias
acumuladas no antanho, onde olhos e mãos calejadas se fundiam com bardos que
gritavam a uva que seria, a cada ano, seiva da sobrevivência. Quando os
centeios (com os linhos rendeiros das várzeas) honravam o pão. Quando nos
soitos saudavam castanhas martinheiras.
Pobrezas que expulsaram gentes: pelos
caminhos de França, quando homens, antes da política o decidir, ignoraram a
raia, a Guarda Republicana e a PIDE, para amargar a sua clandestinidade.
Pobrezas que, ia o século anterior pelos fiapos da guerra grande, explodiram em
riqueza inútil jorrada do volfro - minério que ajudou aos teatros bélicos,
enquanto milionários da hora queimavam dinheiro como acendalhas de charutos.
Enquanto mineiros desgraçados silicosavam a véspera da morte lenta até à morte
última. Até que a fortuna se esgotou. Do mesmo modo que o shangri-la europeu
carcomiu mais tarde a indústria pouca, que erguera paredes e hangares depois
abandonados e apodrecidos para produzir desemprego e mais miséria, companheiras
de despovoados nos quais só memórias e fantasmas habitam.
Esta é a Beira. Este é o beirão que a
zela. Ou desmazela. Todavia, o mesmo homem de mãos singelas para cavar na cana
a flauta das solidões serranas, cujos sons ecoavam pelos vales das
transumâncias onde rebanhos lusitanos despejavam leite que as mulheres suavam
nos preparos do leite e do requeijão. Mãos de sabedorias que cardavam a lã e
entrançavam a palha ou arrojavam a malha. E resistiam, com fogo, à ofensiva
salazarista do eucalipto e do pinheiro alienígeno, tomando de assalto os
baldios em preparo das tragédias que, nos nossos dias, tudo devastam em chamas
de desespero e revolta da natureza: fogo resistente de que Aquilino fez
crónica. Culpamos o quê, culpamos quem? Quem defenestrou? Quem arrancou da
terra os carvalhos e os azinhos, os sobros e as nogueiras, os zimbros? Quem? O
beirão não foi.
Houve mais de um século durante o qual a
fortaleza das municipalidades foi destruída pelos arietes do liberalismo, o
qual entregou as vilas à voragem dos caciques, transformando besteiros em
guerrilhas. Longe da sede do poder, a Beira fez-se pasto de perdições: foi
usurpada. Sobrou a miséria. Nos lares e nas almas. De resistente baldou-se em
servil. Ficou domesticado para a vilania de um caciquismo que preparou o
caminho para as tiranias, antepassadas das que aí estão, agora untadas pelos
lucros do cimento armado que corrompeu o habitat. Zombaram-lhe da arquitetura e
da paisagem: choram por isso os nossos olhos.
Dentro da memória encontramos a senda que
nos trouxe ao hoje. Pela estrada da Beira, os episódios proporcionaram-me encontros
e desencontros, facécias e tristezas. E descobri aí que os seus homens, vítimas
de uma história traída pela vileza, guardam dentro deles a força da esperança:
que lhes recupere o passado, o orgulho e a honrara, que os empurre para o futuro,
donos de si mesmos. Ainda restam forças. Transmitem-se neste ADN, afinal o seu.
Nesta certeza, escrevi. Para sempre me
lembrar. Porque, confiando, aprendo e me resguardo para as patuleias do porvir."
Titulo da crónica inserida em Estrada da Beira, dedicada à polémica Gravuras de Foz Cõa, suscitada pela suspensão da barragem
Escrito no xisto
Titulo da crónica inserida em Estrada da Beira, dedicada à polémica Gravuras de Foz Cõa, suscitada pela suspensão da barragem
«Tamanha a berraria em torno das gravuras
rupestres encontradas no vale do Coa (velharias há muito reveladas por
estudiosos sérios, mas que não suscitaram atenções do grande público até que
houve interesse, sobretudo político, de obstaculizar a construção de uma
barragem no Pocinho), que me animou – juntamente com o Fernando Grade, o
Ricardo Bordalo, o Mário Galego e o José Braga Amaral – em fazer arraial nas
bandas de Foz Coa, raspando no xisto poemas que de algum modo dessem preito
moderno às inscrições que, alegadamente, “não sabiam nadar”: poucos se atreviam
a lembrar que no vale do Tua, onde se dizia mais tarde erguer as comportas de
outra represa, igualmente se encontravam desenhos rupestres de grande
importância histórica com a agravante de esta se apresentar num cenário de
sonho, e que fundo da barragem de Pocinho estarem outras memórias do
paleolítico, as que “sabiam nadar” e não causavam choros de “raka” dos
carpideiros dos nossos dias.
Que havia, se essa fosse uma preocupação,
maneira de se salvaguardar a maior concentração rupestre da Europa, depois
elencada pela UNESCO, sem pôr em causa a construção da barragem de Foz Coa,
isso sabia-se. Diante de uma verdadeira praga, as gravuras apareciam por todo o
lado, desde a Broeira à Canada do Inferno, da Faia ao Vale Afonsinho, do
Teixugo ao Meijapão, da Penascosa à Quinta da Barca, e ainda está para
averiguar se elas houvessem nas xistosas pedreiras à beira de Vila Nova. O que
pretendo alertar é para que esta história está mal contada e tanta foi o
histerismo havido que não se soube aproveitar nem as vantagens que poderiam
advir da eclusa, nem os rendimentos resultantes do grandioso parque. Gostamos
de nos afundar em guerras de alecrim e manjerona e perder todas as oportunidades
que se nos deparam. Está-nos genes.
Era fora da zona protegida que atuávamos.
Dormimos num quarto das imediações que nos foi arranjado e, manhã cedo,
iniciámos a labuta na rocha, surpreendendo-nos com a rigeza da pedra, ao ponto
de desesperar os mais afoitos. Quando a Comunicação Social foi alertada para a
ousadia da performance, o Parque
Natural deu de se mostrar, evidenciando com isso que desconhecia o terreno, uma
vez que nos colocáramos fora da sua alçada e dessa forma descurava o que tinha
à sua guarda. Como se fosse um potentado, quis-nos dar ordem de prisão, na
ignorância de onde começava e acabava a sua área de jurisdição. Fernando Grade
invocava que o fascismo terminara, mas seria mais simples explicar-lhes os
mistérios da álgebra.
Graças à paciência do subversivo
ajuntamento e à capacidade de negociação por ele demonstrada, lá se fez a
demonstração… com o mínimo de civismo, não sem que, para perturbar a hipocrisia
de uns tantos, marchássemos ao Pocinho para que, mergulhando algumas das
inscrições que lançámos, homenageássemos as “gravuras que sabiam nadar”, que
distraídos políticos deixaram ficar no bojo da barragem.
Tinha sobre alguns corifeus desta cantata
uma vantagem enorme: ao contrário deles conhecia bem o terreno, era presença
assídua em Foz Coa, quer por razões de serviço, quer de festivais de poesia que
ali se faziam. Do vinho envelhecido nas águas da barragem, às amêndoas e
enchidos, gostava de espevitar o palato, deixando-me envolver pela beleza das
pedras de xisto que enfeitava as ruas.
E destoava do dramatismo, em boa parte sem
sentido e sem realismo, que se quis fazer de tudo isto.»
EM
CABO VERDE – DEAMBULANDO RECORDAÇÕES POR TERRAS DA BEIRA
Nuno Rebocho, Jornalista, militante político e interventor cultural, antes e depois do 25 de Abril, e que chegou a ser preso no Forte de Peniche, por ser opositor a Salazar, pelos vistos, não se livra de trabalhos, tendo sofrido recentemente um AVC – No entanto, nem assim, desarma do seu posto: de homem, inteiramente dedicado ao jornalismo, ao ensaio e à literatura.
Vive atualmente, em Cabo Verde, mais propriamente na Ribeira Grande de Santiago (cidade Velha), para
onde voluntariamente se desterrou, como que num apelo intrinco à sua infância, adolescência e em boa parte da idade adulta, em África - ou seja: Moçambique e Angola. Pois, embora tendo nascido em Sintra, (apenas porque a sua mãe quis estar ali mais segura do seu parto), porém, seria na então colónia portuguesa, onde viveria a sua adolescência.
(imagem da Cidade Velha - Cabo Verde)
Dobrados os 70, não
voltou àquele longínquo país do Índico mas respira e sente a
presença do africanismo dos trópicos. Vivendo numa cidade onde desempenha
as funções de assessor de imprensa do município desta cidade, numa ilha
que é ao mesmo tempo, palco e fonte inspiradora para as suas
divagações poéticas e literárias ou do aprofundado estudioso e
investigador, que ora se debruça sobre o profícuo manancial recolhido
no seu baú do passado ora se reabastece ou
revigora com novas fontes do presente.
“Navegar é Preciso"
Título que, Nuno
Rebocho, dá à última de meia centena de crónicas, não para dar por
terminado o seu convite à sua viagem literária pela “Estrada da
Beira” mas como que para impelir o leitor a prosseguir a navegação,
numa viagem memorial, entrecruzada com as suas vivências
na Beira e o seu passado de além mar – Pois, Nuno
Rebocho, não viveu apenas em Moçambique, também palmilhou por terras
angolanas.
E eis como o tempo
e o espaço, separados por tão longas distâncias, não conhecem barreiras nem
fronteiras no pensamento ou nos escaninhos da memória – Sim, porque, tal como
ele reconhece, “Navegar é Preciso” : -
"Foi durante umas férias em S. Pedro do Sul que descobri, num cruzamento da estrada de Viseu para aquela estância termal, lá no alto de um cabeço, escondida entre arvoredos, uma localidade cujo nome me chamou a atenção: Moçâmedes. Lembrou-me um porto de Angola, que conhecia nas andanças da minha juventude. Provavelmente teriam sido beirões, naturais daquele sítio, os primeiros colonos da cidade implantada em pleno deserto do sul angolano, na costa do Namibe: ficava encrustada numa farta e profunda baía, com mares inundados de cachuchos que enfastiavam as carreiras de vapores que ligavam as margens do Índico ao espaço que, com carinho, chamávamos o Puto.
Essa era uma
fatalidade resultante da abundância de peixe. Os transatlânticos nos quatro ou
cinco primeiros dias da contraviagem enchiam as ementas de pescada do Cabo e,
aportados a Angola, trocavam-na por esparídeos pescados naquelas paragens, tantos
eram os cardumes ali infestantes que davam para encher os armazéns
frigoríficos. Chegava a enjoar até que, desde o Funchal, os cozinheiros davam a
vez ao peixe-espada. Era sina.
A monotonia
alimentar ficava a assinalar esta transumância que, apesar, me atraía porque
gostava de peregrinar pelo Lobito, onde tinha família e rever primos e tios era
algo que me alegrava. Sobretudo porque me dava azo a passear pela restinga,
matar saudades da bola, enfim os pequenos nadas que, sendo farturas para os juvenis,
quase passam despercebidos aos adultos. De coisas tão diferentes se compõem os
seus universos.
Desconheço se efectivamente a antiga Moçâmedes (ou como antigamente se escrevia, mossâmedes) terá sido um prolongamento da Beira Interior ou resultante de migrações vindas no século XIX das bandas de Montemor-o-Velho: o que ela me evidenciava é que o colonialismo inevitavelmente entrara no sangue dos portugueses, exigindo-se grande habilidade para o extirpar. Infelizmente, sobreocupados com as questões europeias, fechamos os olhos para esta realidade, deixando-a larvar no subconsciente ou, contrapartida ainda pior, alimentamos com o desprezo pelas Áfricas das novas gerações que, como sempre, pretendem cortar amarras ao passado. Afinal, nos meus tempos, fiz o mesmo: recordo-me de que bramava – “devemos muito aos mais velhos, certamente. Mas, por favor, saiam da frente”.
A idade mais
experiência e corrige naturais excessos, ainda que muitas vezes motive recusas
pelo novo que imerge de um mundo em mudanças. Por isso com alguma razão se diz
que “a velhice é um posto”. Todavia, a experiência de cada um deverá ensinar,
assumindo o passado e aprendendo com o presente sempre em renovação, que
“navegar é preciso” – pelos tempos e pelos lugares.
Registando isto,
recordo os bons tempos em que, com a Dúlia, percorria estes lugares, subia a
Vouzela e à Gralheira, espreitava Manhouce e o vale de Lafões, bêbado de
paisagens que me moldaram e me ensinaram como se faz um beirão, em que chão ele
se talha.
São coisas que
não esquecem.»
NOTAS BIOGRÁFICAS DE NUNO REBOCHO
Nascido
em Queluz, Portugal, em 1945, na sua infância viveu em Moçambique. Iniciou sua
carreira na página juvenil do Diário
de Lisboa, em 1963. Foi redator
da revista O Tempo e o Modo (1º série) e da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, trabalhou em Seara Nova, porém só viria a ingressar
no jornalismo profissional em abril de 1974: em
jornais diários como – sucessivamente - Jornal Novo, Jornal de Economia, Tribuna, A Tarde, Jornal de Economia, O Século, e em
semanários como Vida Mundial, Novo Observador, O Sinal, Dez de Junho, Ideal,
Mundo Desportivo e O Diabo. Foi colaborador Nossa Terra (Vigo, Galiza), de A
Ilha, de Florianópolis (Brasil), e Cultura (Luanda, Angola). E também em
revistas especializadas - Pesca & Navegação, Cargo, TT-Todo o Terreno,
Motor (foi diretor do seu suplemento de Turismo), Estética e Mundo Desportivo.
Presença
ativa na imprensa regional – suplemento literário do Jornal de Sintra (de que
foi diretor), Notícias da Amadora, Comércio do Funchal, Acção Ribatejana,
Azurara, Rua Direita, Jornal da Costa do Sol, foi ainda chefe de redação de
Aponte (Montijo) e A Nossa Terra (Cascais). Desempenhou funções diversas -
redator principal, chefe de secção, subchefe de redação, chefe de redação.
Em
Cabo Verde, colaborou com o semanário Horizonte (de que foi adjunto da
administração), e chefiou as redações de Expresso das Ilhas (foi um dos seus
fundadores), Jornal de Cabo Verde, Já e Liberal on-line. Colaborou também em A
Nossa Terra (Vigo, Galiza) e “Cultura” (Angola). Colaborou episodicamente na
revista “DiVersos”.
Em
1989 enveredou pelo jornalismo radiofónico, colaborando com Moliceiro FM
(Aveiro), cronista da Rádio Comercial (programa de Turismo, de Carlos Amorim e
programa de Rui Castelar). Ingressou na RDP (Radiodifusão
Portuguesa), destacado para a Guarda durante um ano. Depois, foi editor, chefe
do departamento de Informação Especial da RDP – Antena 1 e chefe de redação da RDP - Antena 2. Integrou conselhos de redação e a Comissão de
Trabalhadores da empresa radiofónica
Foi
adjunto do Ministro da Habitação e Transportes do VI, VII e VIII Governos
Constitucionais Portugueses eng. Viana Batista), assessor das Secretarias de
Estado da Administração do Território do X Governo Constitucional (dr. Nunes
Liberato) e da Saúde do X Governo Constitucional (dr. Costa Freire). Foi também
assessor da Cruz Vermelha Portuguesa, da TMN, e de sindicatos (Técnicos de
Venda, Sindeco e Sinafe), e durante dez anos, da CP. Monitor de História
Sindical da Fundação Oliveira Martins, participou no curso inaugural de
professor de jornalismo do CENJOR, deu aulas no IJOVIC (Rádio Mafra) e de
formação de assessores do Governo de Cabo Verde. Foi assessor da Câmara
Municipal da Ribeira Grande de Santiago (Cabo Verde).
Com
uma vida associativa intensa, integrou a Casa de Estudantes do Império, o
Cineclube Universitário, o Centro de Estudos Sindicais, a Confederação
Democrática do Trabalho e a Tendência Sindical Social-democrata,
TESIRESD.
Por
força da sua militância, foi preso político em Portugal, onde esteve detido
pela PIDE/DGS durante cinco anos no Forte de Peniche, tendo sido escolhido para
ser “preso político do ano” em 1970 pela Amnistia Internacional, o que recusou.
Preso novamente em consequência do Primeiro de Maio de 1973, foi um dos 60
nomes indicados como um dos possíveis “presos preventivos” pela PIDE a 28 de
abril de 1974.
Animador
cultural, organizou A Festa da Poesia, na Galeria Artdomus, S. Pedro de Sintra,
em 2000-2001; As Noites da Liberdade, na Biblioteca Museu da República e
Resistência, Lisboa em 2005; Festival de Poesia, de Vila Nova de Foz Coa, 2002;
A Poesia à Mesa, no restaurante Panela de Barro, Carnaxide em 2006. Foi
comissário do Dia Mundial da Poesia, em Penamacor, 2007.
Participou
com poesia no tríptico de serigrafias de Silva Palmeira "A Lisboa",
Centro Português de Serigrafias. Lisboa 1997, e nas performances – “Escrito no
Xisto” (em V. N. Foz Coa), 2005, “Quatro Poetas numa Garrafa à deriva no
Oceano” (Cascais), 2006, “Nem só de Gim vive o Pinguim” (Porto), 2015. Foi
comissário da Bienal do Mediterrâneo, Dubrovnik, Croácia,
1999. Editou
os fanzines “Cadernos de Ibn Mukhane”, “Biz” e “Triz”, e foi autor de diversos
textos para catálogos de artes plásticas. Também de diversos prefácios de
livros.
Foi
vice-comissário da Festa da Poesia - Encontros de Poetas Portugueses, na
Figueira da Foz em 2003/4/5. Organizou o Dia Mundial da Poesia, em 2006, em
Penamacor, e os Dias Mundiais da Poesia em Cidade Velha (Cabo Verde), de
2009-2015. Participou nas Jornadas Poéticas de Artiletra (Cabo Verde), 2007; em
Correntes d'Escrita, Póvoa do Varzim, 2007; nos Encontros de Poesia em Vila
Nova de Foz Coa, 2008; na Festa da Poesia de São João da Madeira, 2009; na I,
II, III, IV e V Bienal de Cultura Lusófona-Encontro de Culturas, Malaposta-Odivelas
2007-2015. E colaborou na iniciativa “Nem só de Gim vive o Pinguim”.
Membro
fundador da AEPPA (Associação dos Ex-Presos Políticos Anti-Fascistas), membro
efetivo da AVSPE (Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores), comissário da
extinta Fundação António Pratas, adjunto lusófono da Korsang di Malaka.
Participou no documentário de Júlio Silvão Tavares “Eugénio Tavares” (Prémio
DOC-CPLP).
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