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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Côa o rio das Águas Santas - O Jordão do Douro




O Rio Côa já não é o rio da minha adolescência. E muito menos o rio que viu nascer o meu avô paterno e o meu pai na Quinta da Santa Maria, agora batizada de Quinta da Ervamoira - A albufeira do Pocinho faz com que as suas águas fiquem quase estagnadas desde a foz até à margem desta quinta. Todavia, continua a ser o rio dos mil mistérios e dos encantos mil no seu leito e nas suas margens.- Sim, não foi por mero acaso que os homens do paleolítico escolheram as pedras de xisto (e também algumas em granito, lá mais para as pedernias a montante) para ali gravarem os símbolos que lhe eram mais sagrados – desde cenas de caça a outros desenhos, grados às suas vidas ou à submissão dos seus deuses..








Num período histórico em que predominavam os gelos eternos por vastas superfícies, não só no resto da Europa como em toda a Península Ibérica, naturalmente que o vale do Côa,  dir-se-ia uma terra de promissão. sobretudo nos três meses dos dias  mais longos do ano. O clima era mais ameno, havia abundância de caça, de pesca, e, certamente, de frutos silvestres. As  verdadeiras águas santas, essas, situavam-se numa zona mais exposta aos frios e muito acima dos seus principais acampamentos, todavia, tal não impedia (tal como sucede hoje) que a sua  nascente sulfurosa espalhasse, como que por efeito milagroso, as  suas riquíssimas propriedades medicinais no caudal do rio que nasce na Serra das Mesas, a 1.175 metros de altitude, próximo da Serra da Malcata, correndo de sul para norte.



Tive o prazer de já lá ter estado. Chamam-lhe as águas termais da Fonte Santa de Almeida  -. Ficam "Na margem direita do rio Côa, o local das termas é um espaço aberto sobre o leito do rio numa larga curva do seu curso. Para jusante e montante adivinha-se o estreito vale do rio, talhado em tempos glaciares. 

O local da fonte descrita no Aquilégio ainda se conserva, embora com modificações posteriores, e é possível imaginar os “moradores” a tomarem banhos ou "lavando com ela as partes exulceradas ou pruriginosas" Fonte Santa de Almeida - Águas Termais Claro que o resto do rio não é nenhuma terma mas tem o condão de as ter numa das suas margens.
 


IMAGENS DO RIO CÔA




O   DOURO É BELO E APRAZÍVEL - ÚNICO NO MUNDO NO SEU GÉNERO - MAS A ÁGUA É MAIS FRIA DE QUE O SEU AFLUENTE CÔA E ESTÁ SOB A AMEAÇA  DA POLUIÇÃO RADIOACTIVA DO ÁGUEDA 

Poucos são os rios onde a poluição, de uma forma ou de outra, não constitui uma ameaça. O Côa não é exceção mas bem mais limpo de que muitos outros rios, e com menores riscos de que o seu vizinho  Águeda. Por isso, se passar por estas paragens, banhe-se em pleno Verão, tal como veio ao mundo e experimente a sensação da languidez suave das suas águas mornas: conquanto não tenha a limpidez de outrora, bem longe disso!  No entanto, que serenidade e tranquilidade! Que paz de espírito mais reconfortante e vitalizadora!... Sai-se de lá mais rejuvenescido e limpo de toda a mácula - Foi o que experimentei, ontem, numa tarde maravilhosa de Agosto, num dos açudes frente à Quinta da Ervamoira. 



Mas atenção: saiba  fazer a escolha e  evite atirar-se de mergulho. O açude mais fundo, ladeado por chorões, amieiros e  e altas árvores frondosas, poderá ser a área mais propícia à pesca  mas não creio que seja a mais indicada para a natação. O fundo é lodoso e ainda existem alguns troncos submersos, junto às margens, que  poderão constituir-se como perigos ocultos.  Um pouco mais acima, o rio espraia-se, a profundidade é menor mas o fundo é arenoso.Não há sinais de troncos submersos   mas o xisto, por vezes, entra pelo rio adentro - Banhe-se as vezes que quiser e não deixe de se estender sob as copas daqueles magníficas sombras,. Os acessos atravessam a Quinta mas há pelo um deles que é do domínio público e que se encontra identificado. .

Quinta de Ervamoira





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