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sábado, 31 de agosto de 2013

Foz Côa - Incêndios infernais em Almendra, Santa Comba, Muxagata e Chãs devastam 3000 hectares - Vale Sagrado e Templos do Sol, paisagens lunares - 4 bombeiros com queimaduras graves

QUIS O DESTINO QUE NÃO FOSSEM DEVORADOS PELAS CHAMAS - MAS A MORTE PASSOU-LHE POR CIMA DA CABEÇA E POR VÁRIAS PARTES DO CORPO, CAUSANDO-LHE QUEIMADURAS GRAVES - NO PONTO ONDE NOS SITUÁVAMOS PUDÉMOS FAZER O REGISTO DO INFERNAL MOMENTO -  OXALÁ ,  QUE  OS SACRIFICADOS BOMBEIROS JÁ ESTEJAM RECUPERADOS E LIVRES DE PERIGO


VEJA A SEQUÊNCIA DAS IMAGENS

O fogo desce ao canada e depois evolui encosta acima à direita, surpreendendo uma viatura com quatro bombeiros,  estacionada na estrada





Pouco depois de uma das frentes ter  lavrado (reduzido a cinzas) a vegetação do Curral da Pedra onde nos sitiávamos, embora já longe, vimos o drama - Imediatamente  calculámos que podia haver bombeiros no  meio daquele Inferno de fumo e de chamas - Não tardou que ouvíssemos sirenes não para apagarem e deterem o incêndio (que galgava com diabólica fúria) mas para socorrem os seus bravos companheiros - Mesmo assim ainda houve braços para salvarem o curral do Pedro (depois do incêndio devorador, lavrar encosta acima), onde os cães, nos canis,  ladravam e ganiam desesperados e já davam os primeiros sinais de alarme. 


CONTINUA A DESCER E A LAVRAR  IMPARÁVEL MAS QUASE NUM RELÂMPAGO  VAI SUBIR E SURPREENDER OS BOMBEIROS


Quatro bombeiros foram surpreendidos pelas chamas, quando se posicionavam junto das suas viaturas para evitar que o incêndio galgasse a estrada mas as chamas eram ciclópicas  e rapidamente passaram sobre eles - Tendo  dois dos quais sofrido fortes queimaduras  - Do ponto onde nos encontrávamos, ficamos com a impressão que havia mais viaturas estacionadas no mesmo troço da estrada - Inclusivamente na curva do Miradouro -  De resto, as imagens assim o confirmam. 





Pelos vistos, mesmo assim, o acidente podia ser ainda mais grave. Temos a sequência das imagens: Estas algumas das que estávamos a registar naquele momento. Também fizemos vídeo mas o fumo era muito (tínhamos mato arder a escassos metros no Castro do Curral da Pedra à nossa esquerda) e a objetiva ficou apontada praticamente para os grossos  novelos da  fumaça, pelo que não o editamos. Contamos, porém,  voltar a este assunto, logo que possível e com mais imagens 



Nos dias em que o sol se ofuscou



"Terminou o inferno que nas últimas 70 horas devastou as paisagens de Almendra e Muxagata", diz o Blogue dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Foz Côa, Bombeiros Voluntários Vila Nova de Foz Côa referindo que  foram vividas verdadeiras horas de esforço e sacrifício por parte dos mais de 100 Bombeiros que passaram pelos teatros de operações, culminando os trabalhos,  pouco depois das 18 horas", ontem, dia 30.



 Quinta da Barca -Margem esquerda do Côa - Mas o que está para lá da fumaça é  inimaginável! - E foi ali que os Bombeiros Voluntários de V. N. de Foz Côa e outras corporações se entregaram numa luta sem tréguas.











Sim, mas não foi apenas um Inferno - Foram dois incêndios infernais, que atingiram várias freguesias, igualmente da forma mais devastadora – Estivemos no teatro das operações, numa das noites e num longo dia. Mas só agora nos foi possível editar esta postagem, pois, o incêndio que atingiu os arredores de Chãs, queimou  os postes e as linhas de telefones, impedindo o acesso à internet.  Os incêndios já foram dominados, mesmo assim  fazemo-lo ainda de coração ferido por termos assistido  a tanta  devastação e ao enegrecimento absoluto de paisagens que nos eram muito amadas e muito queridas



OFERECEM-SE 12 MIL MILHÕES À BANCA USURÁRIA - TODAVIA, ESQUECEM-SE AS CORPORAÇÕES DOS BOMBEIROS - ESPERANDO QUE TIMOR LESTE NOS ENVIE A SUA ESMOLA

De facto, Portugal está arder em variadíssimos pontos de Norte Sul - O ano foi chuvoso e uma vez mais não se apostou na prevenção. Os apoios aos bombeiros foram drasticamente reduzidos. No entanto, a banca recebeu 12 mil milhões de euros - E para quê?.... Para fechar lojas e despedir funcionários aos milhares. Depois, lá têm que os bombeiros estender a mão à caridade ou esperar que Timor nos envie uma esmolaTimor-Leste dá um milhão de dólares a Portugal por causa ..



3000 MIL HECTARES DEVASTADOS E QUEIMADURAS GRAVES EM QUATRO BOMBEIROS - Segundo nos foi dado apurar







Durante esta semana, dois incêndios de grandes proporções devastaram as margens do Côa e Ribeira dos Piscos ou da Centieira (nome que toma desde a Quinta da Canameira aos Areais) , no concelho de V.N. de Foz Côa, envolvendo uma centena de bombeiros das corporações do Distrito da Guarda, Viseu e Lisboa, calculando-se que tenham  destruído 3000 hectares  de  mato, em zonas protegidas e de floresta, queimando também vasta áreas de cultivo, de oliveiras, amendoeiras, figueiras e  valados de vinha nas  freguesias de Almendra e Santa Comba, Muxagata e Chãs, -- Salvo uma casa, atulhada de lenha, em Tomadias, anexa de Santa Comba,  não houve habitações em risco mas quatro bombeiros da Corporação de Famalicão da Serra, sofreram fortes queimaduras quando combatiam o incêndio, nos arredores de Chãs.


Os 4 operacionais, que se encontravam posicionados junto das suas viaturas, com vista a combater o incêndio que alastrava  na Mancheia e Fraga alta, com origem na Ribeira dos Piscos, foram impotentes para travar as chamas, que, repentinamente galgaram a estrada e passaram para a margem superior, lavrando ladeira acima.  Tendo  dois deles sido helitransportados para  unidades de queimados com prognósticos reservados






"Ó MALTA! VAMOS EMBORA!"


No momento em que registámos este vídeo, fora dada a ordem de retirada  do local



O PINHAL DA RAPOSA ERA INCONTROLÁVEL MAS DEPOIS EM MATO RASTEIRO  O FOGO DISPERSOU-SE POR PEQUENOS FOCOS E PODIA SER CONTROLADO

DIAS DE LABAREDAS, QUE NÃO SERÃO FÁCEIS DE ESQUECER


Manhã de Quinta-feira de sol de fogo e de nuvens negras que transportavam o rasto das chamas e a devastação -- Depois do incêndio ter queimado extensas margens da Ribeira dos Piscos, evoluiu pela canada de uns dos ribeiros acima: lavrando pelo fundo da canada e das encostas, atingindo vinhas, olivais e amendoais, devastando  o Pinhal da Raposa e avançando sempre, atravessando o antigo caminho romano, estendendo a sua frente pelas Quebradas e Tambores. Templos dos Sol, Mancheia, Curral da Pedra, Fraga Alta, Vale Cheínho, por aí a fora. Conforme atrás referimos, no ataque estiveram envolvidos bombeiros do concelho de Sintra, Guarda e Viseu --Foi pena que se tivesse dado  a infeliz circunstância de haver dois incêndios, atingindo enormes proporções e na mesma freguesia Os Bombeiros Voluntários de V.N. de  Foz Côa, regressavam exaustos ao quartel  depois de 72 horas seguidas no combate ao incêndio na Quinta da Barca . 







A atuação dos Bombeiros de Sintra, a cuja corporação esteve  entregue o comando das operações, não queremos com isto dizer que não procurassem dar  o seu melhor, sim, vimo-los também correr os seus riscos, mas não nos pareceu a mais eficaz. Além do desconhecimento do terreno, houve alguma lentidão no combate inicial, foi decidido apenas  combatê-lo com o recurso a água -- Enquanto as mangueiras deram para se estender, lá se foi impedindo o seu alastramento. A partir daí, abandonou-se a área e nem se quer houve o cuidado de o combater por outro acesso -- Embora houvesse dificuldade no acesso dos auto-tanques, sempre era mais fácil e rápido através de viaturas ligeiras , e quando se fez já era tarde demais



Acompanhamos de perto a operações e até chegamos a pegar em giestas para evitarmos o seu alastramento - Fizemo-lo, durante a noite e durante o dia em duas frentes. Só que o fogo - lavrando livremente - supera qualquer esforço humano. E, às vezes, pequenos contratempos ou hesitações, são o bastante para que as chamas não  ofereçam a menor pontinha de  trégua. 


Compreendemos que não é fácil o exercício dos bombeiros, a maioria  dos quais em regime de voluntariado, de abnegado esforço e sacrifício  arriscando a vida em prol do interesse colectivo  e sem qualquer tipo de gratificação. Porém, já nos interrogamos quanto à competência de quem comanda a nível médio ou superior. Quando, na qualidade de jornalista - e também de natural de Chãs   - procuramos colocar algumas questões ao Comandante dos Bombeiros de Sintra, que se mostrou logo agastado apenas pelo facto de o questionarmos, disse-nos imediatamente que a sua preocupação eram as habitações. Eram as ordens que tinha. Sim, aceita-se a explicação. O pior é que, ao deixar arder o mato, as oliveiras  figueiras e amendoeiras, quando se quer defender as habitações - e isso ia acontecendo com o cabanal das ovelhas do pastor José Júlio -  viram-se em palpos de aranha. Foi preciso ajuda de um trator e de alguns civis. O incêndio foi estancado, já muito perto. E não fosse o alerta que demos por telemóvel (sim, no ponto onde nos encontrávamos víamos tudo) à Central dos Bombeiros de V. N. de Foz Côa, para alertarem as operações no terreno do riscos que existiam, lá ia o pombal e o modesto cabanal - O vídeo seguinte regista o momento em que as chamas lavravam na sua direção.



Além disso, há os acidentes pessoais .E podiam ter sido evitados, se o combate às chamas fosse travado quando ardiam simples arbustos e havia caminho para o deter. Foi pena os bombeiros de Foz Côa não terem estado ali e não poderem acudir a todo o lado.   Já os vimos nos Tambores e observamos como pronta e mais eficaz foi a sua acção. Não salvaram tudo mas não  deixaram arder totalmente aquele maciço. Isto porque, ou traziam a água às costas ou apagavam o incêndio com umas pás  de terra ou por abafamento - batedores. E, para o efeito, até umas giestas servem - De resto, foi o que ali chegamos a fazer para evitar o seu alastramento . Mas fomos impotentes porque  à nossa volta estávamos sós. Ardeu mato mas também muita vida selvagem

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Côa o rio das Águas Santas - O Jordão do Douro




O Rio Côa já não é o rio da minha adolescência. E muito menos o rio que viu nascer o meu avô paterno e o meu pai na Quinta da Santa Maria, agora batizada de Quinta da Ervamoira - A albufeira do Pocinho faz com que as suas águas fiquem quase estagnadas desde a foz até à margem desta quinta. Todavia, continua a ser o rio dos mil mistérios e dos encantos mil no seu leito e nas suas margens.- Sim, não foi por mero acaso que os homens do paleolítico escolheram as pedras de xisto (e também algumas em granito, lá mais para as pedernias a montante) para ali gravarem os símbolos que lhe eram mais sagrados – desde cenas de caça a outros desenhos, grados às suas vidas ou à submissão dos seus deuses..








Num período histórico em que predominavam os gelos eternos por vastas superfícies, não só no resto da Europa como em toda a Península Ibérica, naturalmente que o vale do Côa,  dir-se-ia uma terra de promissão. sobretudo nos três meses dos dias  mais longos do ano. O clima era mais ameno, havia abundância de caça, de pesca, e, certamente, de frutos silvestres. As  verdadeiras águas santas, essas, situavam-se numa zona mais exposta aos frios e muito acima dos seus principais acampamentos, todavia, tal não impedia (tal como sucede hoje) que a sua  nascente sulfurosa espalhasse, como que por efeito milagroso, as  suas riquíssimas propriedades medicinais no caudal do rio que nasce na Serra das Mesas, a 1.175 metros de altitude, próximo da Serra da Malcata, correndo de sul para norte.



Tive o prazer de já lá ter estado. Chamam-lhe as águas termais da Fonte Santa de Almeida  -. Ficam "Na margem direita do rio Côa, o local das termas é um espaço aberto sobre o leito do rio numa larga curva do seu curso. Para jusante e montante adivinha-se o estreito vale do rio, talhado em tempos glaciares. 

O local da fonte descrita no Aquilégio ainda se conserva, embora com modificações posteriores, e é possível imaginar os “moradores” a tomarem banhos ou "lavando com ela as partes exulceradas ou pruriginosas" Fonte Santa de Almeida - Águas Termais Claro que o resto do rio não é nenhuma terma mas tem o condão de as ter numa das suas margens.
 


IMAGENS DO RIO CÔA




O   DOURO É BELO E APRAZÍVEL - ÚNICO NO MUNDO NO SEU GÉNERO - MAS A ÁGUA É MAIS FRIA DE QUE O SEU AFLUENTE CÔA E ESTÁ SOB A AMEAÇA  DA POLUIÇÃO RADIOACTIVA DO ÁGUEDA 

Poucos são os rios onde a poluição, de uma forma ou de outra, não constitui uma ameaça. O Côa não é exceção mas bem mais limpo de que muitos outros rios, e com menores riscos de que o seu vizinho  Águeda. Por isso, se passar por estas paragens, banhe-se em pleno Verão, tal como veio ao mundo e experimente a sensação da languidez suave das suas águas mornas: conquanto não tenha a limpidez de outrora, bem longe disso!  No entanto, que serenidade e tranquilidade! Que paz de espírito mais reconfortante e vitalizadora!... Sai-se de lá mais rejuvenescido e limpo de toda a mácula - Foi o que experimentei, ontem, numa tarde maravilhosa de Agosto, num dos açudes frente à Quinta da Ervamoira. 



Mas atenção: saiba  fazer a escolha e  evite atirar-se de mergulho. O açude mais fundo, ladeado por chorões, amieiros e  e altas árvores frondosas, poderá ser a área mais propícia à pesca  mas não creio que seja a mais indicada para a natação. O fundo é lodoso e ainda existem alguns troncos submersos, junto às margens, que  poderão constituir-se como perigos ocultos.  Um pouco mais acima, o rio espraia-se, a profundidade é menor mas o fundo é arenoso.Não há sinais de troncos submersos   mas o xisto, por vezes, entra pelo rio adentro - Banhe-se as vezes que quiser e não deixe de se estender sob as copas daqueles magníficas sombras,. Os acessos atravessam a Quinta mas há pelo um deles que é do domínio público e que se encontra identificado. .

Quinta de Ervamoira





sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Festa na aldeia - Vai passando a procissão em tempos de emigração com o bacalhau quer alho de Saul Ricardo - Só ele podia encher o adro da igreja







O mês de Agosto, além de ser o pleno do Verão é também o da emigração: - Muitas das aldeias, praticamente desertas ao longo do ano, renovam-se, voltam animar-se. Já não é a mesma coisa de outros tempos, mas dá para matar as saudades aos que chegam e para alegrar um pouco mais a alma aos que estão. A aldeia de Chãs, do concelho de Vila Nova de Foz Côa, é mais um desses muitos exemplos de um país tolhido e esmagado por severa austeridade - Salvo seja: a banca e amigos, os   de cofres e carteira a transbordar, já que a esmagadora maioria da população portuguesa, toca a  apertar o cinto ou deitar contas à vida.  - Daí que, o 15 de Agosto, tenha vindo a  dar o ar de sua graça - Aproveita-se o tradicional feriado para  a festa. Nomeadamente, onde o feriado se associa à festa religiosa do burgo ou da aldeia





Orgulho de ser português  estampado nas ticharts ou o distintivo da seleção nacional, parecem ser os únicos símbolos a que se vão agarrando os emigrantes e os seus filhos - Já que pouco mais haverá em que se sentirão tentados a identificar-se, com país à deriva e sem rumo. Mas valha ao menos a tradicional festinha para que os corações desapontados se animem e façam esquecer, que mais não seja por um dia, o penoso calvário de um ano de sacrifícios e agruras.


E, de facto, só ele, o Saul Ricardo – e como há muito não acontecia -  podia encher o adro da minha aldeia e animar novos e velhos. A história do pequeno garoto, que num ápice se fez homem e artista, é já conhecida. Todavia, não deixa de ser surpreendente que ele mantenha a mesma simplicidade, garra  e autenticidade de quando foi projetado pela SIC - Pelo vistos, o então miúdo soube tirar partido dos mil benefícios do alho - Da eterna juventude - Cujo elixir parece estar contida nas propriedades do prodigioso bolbo que dá gosto ao bacalhau e dá pau pró quer alho!

"Tudo começou...



A história começa com a sua primeira aparição no "Big Show SIC", em 1993, tinha então 6 anos. Depois de em casa mostrar jeito para imitar Quim Barreiros, cantarolando por cima da voz do seu ídolo, Saúl é levado pelos pais ao "Big Show SIC". Não demora muito até conhecer Quim Barreiros e conquistar os portugueses com o seu ar maroto e franzino. De tal maneira que em 1996 surge o convite da Vidisco para gravar o álbum - "O Bacalhau Quer Alho" - que viria a ser tripla platina".- Excerto de

As reviravoltas da vida do Pequeno Saúl... que entretanto cresceu ...




quarta-feira, 14 de agosto de 2013

LISBOA E O BAIRRO ALTO DAS VARINAS E DOS MEUS DIAS DE MARÇANO - SÓ O CASARIO NÃO MUDOU. ATÉ O FADO JÁ É OUTRO!. – Só não muda o fado da exploração infantil e dos abusos dos pedófilos - Lembranças do menino escravo nas velhas mercearias e dos abusos por vadios


Era uma criança... e todavia já um escravo
Recordações daqueles meus tempos de menino escravo - Mal acabei a instrução primária, tal como muitos rapazes da minha aldeia, fui procurar a vida na cidade alfacinha, como marçano - O meu primeiro trabalho, foi numa mercearia na Calçada de Santana. E consistia em levar, num caixote, que transportava às costas, as compras a casa dois clientes: desde o simples quilo de açúcar ou de arroz aos vários quilos das batatas, subindo e descendo as íngremes escadas em caracol, as chamadas escadas de serviço, já que, pelo elevador ou escadas da porta principal, tal não era permitido - Os antigos prédios de Lisboa, ainda mantém essa escadaria.

O patrão fazia dos meninos marçanos-criados, garantia-me a comida e a dormida numa tarimba mas não me pagava mais nada. Dependia apenas das magras gorjetas dos clientes, que era uns míseros centavos. 


Depois conheci vários empregos. Era sempre a mesma coisa!... O marçano era o "moleque negro" colonial  para todo o serviço - e a custo zero. - Um dia, farto dos seus abusos e prepotências, despedi-me. Enquanto não arranjei emprego, passei fome de cão e dormi ao relento, tendo sido alvo de assédio sexual por um mendigo – pormenores mais à frente

Quando, aos 18 anos, desembarquei em S,Tomé para uma estágio de técnico agrícola na roça Uba-Budo,  cedo me apercebi que as diferenças entre o que se passava no velho continente - na chamada Metrópole - em nada eram diferentes do esclavagismo ainda reinante nesta maravilhosa ilha. 

Como me recusasse a seguir a severa  rigidez no relacionamento com os chamados serviçais,  tratando os trabalhadores por tu, ao velho estilo colonial, como consequência, o  patrão, um tal administrador, Sr. Pereira, não tardou a enviar-me de castigo para o sul da Ilha, na Roça Ribeira Peixe - a contar cacaqueiros velhos  numa área infestada de serpentes venenosas




 ESTA LISBOA JÁ NÃO  É A MESMA DOS MEUS TEMPOS DE CRIANÇA




Antiga mercearia,das crianças escravas -Web
Bairro Alto



Conheço o Bairro Alto desde rapaz. Guardo daquelas ruas velhinhas muitas recordações. Mas , desse tempo, pouco mais resta que o seu casario. Está tão descaracterizado! Tão diferente! Sou de uma pequena aldeia nortenha. 
A casa onde nasci

Mal acabei a instrução primária, vim procurar a vida na grande cidade alfacinha, como marçano -  Tinha que aprender a escola antiga dos patrões. Servir o cliente com subserviência mas ir-lhe ao bolso nas compras.. 

Todos queriam que roubasse uns gramas e eu não tinha jeito para isso. Andei lá pelos penhascos agrestes atrás das ovelhas do nosso pastor e as minhas mãos não estavam talhadas para maniganças aligeiradas(mas eficazes) nas balanças. Acabavam por me mandar embora ou era eu a despedir-me 


Calçada de Santana 


E lá voltava eu andar com o saquito da trouxa às costas até conhecer novo patrão. Dormi muitas noites no desvão das escadas ou nos terraços de cimento dos prédios mais altos(subindo pela escada de serviço para que ninguém me visse. 

Receava os vadios e envergonhava-me da vida humilhante que levava. Além disso, não tinha dinheiro para pagar nas pensões, pois o  pouco que me restava era para matar a fome com umas carcaças. E também não me queriam hospedar por ser menor. 

Uma manhã acordei de tal maneira enregelado, que, mal me levantei, logo caí! - Oh como eram longas e frias aquelas horas da noite e da madrugada!... Ouvia-as bater nas torres das igrejas... Custavam-me tanto a passar!...  Mas, uns dias depois , lá acabava por arranjar outro patrão.. Era quase de borla, sempre ao seu dispor e qualquer mercearia gostava de ter o rapaz-marçano.

Niccolò Cannicci (Florence 1846 - 1906)

Foto de Família - Chorei naquele dia...



Trabalhei perto da antiga Feira Popular, em São Sebastião da Pedreira. Agora jardim da Gulbenkian. Na Rua da Graça (na Mercearia Pérola de Lisboa - imagine-se que nome tão pomposo onde era tratado como escravo !) e em noutros sítios onde nada se alterava. 


Mas recordo um episódio, algo curioso, que julgo ter sido a minha primeira aventura marítima, ou seja, muito antes das minhas odisseias em canoas nos mares do Golfo da Guiné, a que me refiro noutro site - http://www.odisseiasnosmares.com/2012/10/28-dia-grandes-vagas-alterosas-entravam.html

Com o meu irmão José - Eu tinha 17 anos
Foi quando, por altura do Verão, num belo domingo de sol resolvi ir a pé até à praia de Algés  -  Em 1957, era das que estavam mais à mão (tanto assim que o rio ia limpo e ainda se viam golfinhos), - Claro que, quem tivesse mais tempo e mais dinheiro, podia ir até ao Estoril, não era o meu caso. Pensando eu que a outra margem, estava ao meu alcance, como a da Ribeira dos Piscos ou do Rio Côa, não é que me meto a nadar por ali afora. Não podendo voltar para trás, como a corrente só me levava para o lado de lá, toca de nadar, nadar, até que vem o guarda da praia, com um barquito para me levar. Eu, ali, não andava nu como as crianças que se vêem no quadro do pintor,  mas havia quem andasse -  Não faltava por lá  garotada ao leu e a espinochar. Eu servi-me das ceroulas, tendo-as cortado pelos joelhos, com uma navalha que pedi ali a um rapaz que só tinha ido ali para ver  a praia - Naquele tempo, os calções de banho, não eram moda; só os ricos.

Porém, o  meu primeiro batismo, com o elemento líquido, a valer, ou antes, a sofrer, ocorreu quando eu caí a um poço com a minha irmã  - Eu conto esta história em http://www.vida-e-tempos.com/2008/11/irma-lucia-minha-singela-homenagem.html


Agora está emparedado - resta o velho picanço 
Foi a um domingo, dia 13 de Maio. Regávamos a nossa horta no Vale Cardoso. Ela retirava a água do poço com ajuda do picanço; eu estava uns metros mais abaixo para afastar a vara e o caldeiro de uma pedra. Nisto, o picanço rebenta, ela cai e arrasta-me consigo para o fundo do poço. Este era fundo e com margens barrentas. 

A nossa aflição, como deverá calcular-se, era enorme. Nenhum de nós sabia nadar. Quando vinha ao de cimo, ela gritava por Nossa Senhora de Fátima; eu gatinhava junto à margem, estava aterrorizado e apenas cerrava a boca para evitar engolir mais água. O meu irmão Fernando, então com nove anos, que encaminhava a água, apercebendo-se, corre em nosso auxílio. A minha imã grita-lhe para ir buscar uma cana e para descer até um tufo de juncos que havia na margem, e é o que faz sem perda de tempo. Estende-lhe a cana, ela agarra-se à mesma e consegue gatinhar pela íngreme vereda. Depois, estende-me a mão e salva-me também a mim.


O Vale que maravilhou meus olhos em criança

Antes de regressar à minha aldeia, desiludido, empreguei-me na Rua da Atalaia, no Bairro Alto. Foi o melhor período que conheci em Lisboa. Gostei de ali viver! - As pessoas familiarizavam-se e conheciam-se rapidamente! Era tudo tão pacato!... que não havia quase grandes diferenças da terra onde nasci. Mulheres da vida também já eu as conhecia: de volta e meia aparecia por lá uma tal velha  Xuxa" desdentada na taberna do "Tio Timóteo"que punha os adultos em alvoroço (e em bicha - esperando impacientes cada um por sua vez) e a canalha num autêntico frenesim a espreitar o que os mais crescidos faziam. Só que, enquanto, na minha aldeia, era atrás de um penedo, no velho bairro fadista, era em casas de passe. E algumas até podiam passear-se pelas ruas como mulheres fatais!










Mas o Bairro Alto já não é o mesmo bairro típico daquele tempo!... Longe vão esses dias!... Hoje está muito diferente de quando andei por ali a calcorrear as suas calçadas. A subir e a descer escadas com o pesado caixote de madeira sobre o ombro para levar as compras aos fregueses que se haviam abastecido na velha mercearia – Bastava que até comprassem meio quilo de arroz ou meio de açúcar para terem direito a que o menino-escravo lhe levasse as compras a sua casa. Oh inocentes anos  da minha vida! E já a comer o pão que o diabo amassava! - As parcas gorjetas e mais uns tostões ao fim do mês! - Mesmo assim, as saudades são muitas!





Longe as manhãs dos pregões da varina com a canastra à cabeça Há sardinha linda ...olhó carapaaaaauuuu fresquiiiiiinho! E do leite que era vendido de porta em porta. 

Do apito do amolador das facas e das tesouras, do vendedor das mantilhas e dos capachos. E de tantas outras vozes de venda ambulante da fruta e hortaliça – olha a fava riiica! Olha o par de melancias e melões! Olha os moranngos de Siiintra! Rebuçados caseiros: A tostão, e é cada matacão!!! 

Era o apregoar dos mais variadíssimos produtos: do pão quentinho, acabado de sair do forno e dos Figos: Quem quer figos!!!, quem quer almoçaaar!!! Cujas vozes ecoavam pelas ruas, ainda o sol estava longe de assomar sobre as colinas da Graça e do Castelo ou de irromper sobre a planície que se estende além do estuário do Tejo. 

No entanto, já da Praça da Ribeira - aonde ainda mais cedo principiara o agitar de um bulício vivo e colorido, por entre os amontoados dos legumes e das frutas que rescendiam de cheiros intensos, frescos e perfumados , num misto de odores de verduras e de outros primores colhidos ou arrancados à fertilidade da lezíria – sim, já a laboriosa gente de vendedores e vendedeiras partira rua acima ( Rua do Alecrim, Rua das Flores ou pela íngreme Calçada da Bica), para se dirigirem ao típico bairro fadista. Fazendo ecoar os primeiros pregões, por entre sorrisos alegres, expressões risonhas , bem dispostas, que o esforço duro e vida pobre, pareciam não toldar!

Tipicas varias - Net


Todas essas vozes e imagens pertencem ao passado. Tudo ali se alterou e está completamente desfigurado. Nem as tascas típicas nem as velhas mercearias! Tudo isso já desapareceu. Até o fado é escasso, mudou de figurino e já é outro! Agora há os bares! - Muitos bares e uma estranha diversão noturna - onde os cheiros que vêm lá de dentro, misturados com os perfumes da moda dos habitués aos pestilentos odores da recolha do lixo, se tornam insuportáveis! Preferia mil vezes os cheiros de então. Não havia muito asseio nas ruas. Mas era tudo mais natural e bem mais tranquilo!... Não se corria o risco de ser assaltado por dá cá aquela palha. 



Já adulto, nos adoráveis  lugares que me criaram
Não havia liberdade de expressão.Mas isso era lá com os jornais... Eu ainda não compreendia muito bem essas coisas. Só me apercebia da escravidão... e dos patrões que me davam umas valentes caneladas - atrás do balcão - sempre a sorrir para o cliente, como quem faz uma finta sem se mexer - se não desse uns toques subtis na balança e desviasse umas gramazitas no peso do cartucho de cada compra ao freguês e à freguesa. Não se roubava tanto como agora mas roubava-se alguma coisa. 


A mais antiga mercearia da minha aldeia 
O pequeno comércio vivia para sobreviver! Não havia a violência e o descaramento de hoje. Confesso que já nem sei muito bem o que vale mais: se a miséria pacífica daquela altura ou se a liberdade de agora onde a pobreza anda à solta com o consumo da droga e a insegurança...Apesar de tudo, não queria voltar a conhecer o tempo do "botas"! - Sobretudo, já em adulto... Não é fácil deixar de me lembrar dos murros da PIDE!... Puta que os pariu!...

Depois de ter feito a travessia de S. Tomé  à Ilha do Príncipe, numa minúscula piroga de 40 cm de altura por 60 cm de largura, com pouco mais de 3, 5 de comprimento, pois, como se não me bastassem os riscos a que me expus nesses três dias e três noites, sozinho. tendo apenas para me orientar  uma modesta bússola, sim, e em que  numa das noites ao adormecer me voltei com a canoa naqueles escuros remoinhos de ondas, não é que, ao regressar a S. Tomé - agora de avião e detido pelas autoridades coloniais - , tinha à minha espera dois musculosos agentes da PIDE, que me deram vários murros e, depois me sovarem violentamente, me conduziram para os calabouços por suspeita de me querer evadir para o Gabão e juntar-me ao MLSTP, que não era o caso.


EM CRIANÇA EU ADORAVA AS PEDRAS - QUE APRENDI ADMIRAR QUANDO IA LEVAR A MARMITA AO NOSSO PASTOR DA QUINTA DO MURO  Do velho José Rebaldo, quando o meu par era ali caseiro, porém, longe de imaginar que mais tarde haveria de ali fazer tão  maravilhosos descobertas 






 O LASTRO DA  ADOLESCÊNCIA JAMAIS SE APAGA DA VIDA - E AS MINHAS MEMÓRIAS DE "MENINO ESCRAVO", EM LISBOA,  PERMANECEM  AINDA INALTERÁVEIS - COMO SE FOSSEM VIVIDAS ONTEM 

De igual modo não posso deixar de recordar aquelas misteriosas noites, no velho solar do Vale Cheinho, naquelas danças que ali se faziam por uma certa irmandade. Praticava-se o culto à Estrela da Manhã. O ritual tinha lugar de noite e à hora em que aquela estrela irrompia no horizonte. Era o que se podia dizer, um genuíno culto pagão. Manteve-se até meados dos anos sessenta. A quinta, entretanto, deixou de ser habitada e foi ficando em ruínas. E hoje é quase um lugar assombrado: depois do pôr-do-sol e à noite, poucos se atrevem a passar por lá. Obviamente, quem goste da noite, não falta - Sendo esta, a mensageira e a desbravadora de todos os mistérios, que o Supremo Artífice, concebeu na Terra e em Todo o Universo – Refiro-me em várias postagens neste site  http://www.vida-e-tempos.com/2010/11/halloween-mais-folia-que-memoria-aos.html


MALDITA PEDOFILIA E PEDÓFILOS  -Quase 400 sacerdotes foram expulsos da Igreja Católica em 2011 e 2012, durante o pontificado de Bento XVI, depois da explosão de denúncias por abusos sexuais de crianças. http://www.padrescasados.org/archives/19980/vaticano-expulsou-400-padres-por-denuncias-de-pedofilia/  Não posso esquecer a humilhação em criança, tanto em Lisboa, como mais tarde  aos 14 anos por um sacerdote

Em todas as religiões, há aspectos negativos e positivos. Guardo  boas memórias de criança (dos coros e das procissões, que ainda hoje, constituem para mim, como que um espontâneo apelo ao sagrado, ao sobrenatural  e me comovem - E então se  acompanhados com a banda filarmónica, ó céus!... Onde estais?!... -E, ao pensar naqueles dias, quando andei sozinho perdido no mar alto, confesso que essas imagens até me deram algum alento. 











Por isso, não gosto de faltar à festa da padroeira da minha aldeia - E, todavia, não sou católico.   Mas também guardo algumas más recordações -  Expulso do seminário, dois meses depois por alegada falta de vocação,  meu pai mandou-me então procurar a vida em Lisboa, como marçano, .
Mas oh! em que trabalhos eu me fui  meter!... Até porque, quem me levou para a sua mercearia - um conterrâneo - na Calçada de Santana, só lá me quis dois meses a "estagiar", visto não precisar de empregados  - Os merceeiros  faziam das crianças pequenos escravos, a troco de uma tarimba e comida. 

Tive um patrão que,      ao pequeno almoço, em vez de me dar uma chávena de café,  servia-me uma malga de pão amassado com um pouco das borras da cafeteira e sem açúcar - Café?!... Bebia-o ele. Nem um pingo!  - E, depois, lá  pelo armazém ou mesmo ao balcão, uns quantos tabefes e pontapés nas canelas ou no traseiro  por não roubar no peso - Forçado a subir as vertiginosas espirais das escadas de serviço! - Exteriores aos  prédios - Para levar as compras aos clientes, derreado com o caixote ao ombro,   a troco de um tostão ou  de coisa nenhuma. 

Sempre que por ali passo, me recordo daquela horrível noite
Farto dos seus abusos e prepotências, despedi-me. Enquanto não arranjei outro patrão, andei vagueando pela rua Não esqueço aquela noite em que me fui abrigar  por entre os arbustos do jardim do Campo de Santana, porém,  às tantas, tendo sido assediado por um mendigo, que queria abusar de mim, saí dali a correr e  fui-me refugiar num terraço. 

Não suportando o frio, pois era Janeiro, desci para o rês-do-chão e deitei-me no cimento: quando acordei, conforme ia a levantar-me, assim caí enregelado - Eu era aquele menino franzino que  se vê na fotografia.  Por fim, ainda trabalhei numa leitaria: éramos obrigados a mijar para as bilhas do leite, pois, se fosse água a fiscalização topava e a urina - dizia o patrão - tinha a mesma densidade do leite -Um ano depois, regressei à minha aldeia, tendo ido estudar para a Escola Agrícola  de Santo Tirso - Esta foi  a solução mais económica que o pai podia encontrar.

 PEDOFILIA RELIGIOSA  - TAMBÉM FUI UM DOS SEUS ALVOS

Para minha decepção, logo, no primeiro ano, um jovem sacerdote, da igreja que fazia paredes-meias com a nossa instituição, tentou violar-me.  Desde algum tempo que andava a fazer amizade comigo e mais dois colegas - Convidava-nos ao seu quarto e oferecia-nos chocolates. Um dia à noite, depois do jantar, apareceu por lá e convidou-me a dar um passeio pela marginal do rio, que faz confronto com as hortas e os campos da Escola. - Um lugar tão aprazível, tão belo! - Quando revejo as imagens dessa encantadora paisagem meus olhos toldam-se de lágrimas - Porém, subsistem duas más recordações:  o afogamento de um companheiro (oito dias para o duque da ribeira, varrer com as fateichas o açude desde o velho moinho, junto à ponte, até lá ao extremo norte da quinta, até que por fim lá o encontrou e ali bem perto onde se havia atirado à água do Rio Ave, preso a uns arbustos A outra é a dessa nojenta atitude.




Quando viu que não havia ninguém, vai daí de me tapar a boca, puxar as calças e me encostar violentamente à braguilha. Mordi-lhe a mão e escapou-se pela bouça. Ao mesmo tempo que eu lhe chamava todos os nomes do mundo que me vinham à cabeça. Se o vínculo já era frágil, quebrou-se definitivamente - E o mais caricato é que ele era um dos sacerdotes que ia dizer a missa aos domingos na nossa capela, onde, uma formatura da Mocidade Portuguesa, tinha de lá ir  prestar guarda honra à bandeira: de camisa e calça curta, no Inverno, era de arrepiar. Mas eram assim aqueles tempos do obscurantismo - A igreja de boa convivência com o Salazarismo - O mau é que os políticos de agora, ainda são mais desonestos, enquanto a miséria galopa como nunca.








Lá tive que gramar  a hipocrisia dele  e as formaturas de braço estendido.  Claro que não se pode medir tudo pela mesma fasquia.  Tenho bons amigos padres. Havia lá um que até pilotava avionetas e costumava fazer umas habilidades por cima da nossa Escola - Antigo convento de São Bento. Era lá professor e muito simpático. Contei-lhe o episódio mas tudo ficou por ali. Sim, é melhor não reviver mais o assunto.   Há pedófilos em todo lado. A igreja, não é excepção