QUIS O DESTINO QUE NÃO FOSSEM DEVORADOS PELAS CHAMAS - MAS A MORTE PASSOU-LHE POR CIMA DA CABEÇA E POR VÁRIAS PARTES DO CORPO, CAUSANDO-LHE QUEIMADURAS GRAVES - NO PONTO ONDE NOS SITUÁVAMOS PUDÉMOS FAZER O REGISTO DO INFERNAL MOMENTO - OXALÁ , QUE OS SACRIFICADOS BOMBEIROS JÁ ESTEJAM RECUPERADOS E LIVRES DE PERIGO
VEJA A SEQUÊNCIA DAS IMAGENS
O fogo desce ao canada e depois evolui encosta acima à direita, surpreendendo uma viatura com quatro bombeiros, estacionada na estrada
Pouco depois de uma das frentes ter lavrado (reduzido a cinzas) a vegetação do Curral da Pedra onde nos sitiávamos, embora já longe, vimos o drama - Imediatamente calculámos que podia haver bombeiros no meio daquele Inferno de fumo e de chamas - Não tardou que ouvíssemos sirenes não para apagarem e deterem o incêndio (que galgava com diabólica fúria) mas para socorrem os seus bravos companheiros - Mesmo assim ainda houve braços para salvarem o curral do Pedro (depois do incêndio devorador, lavrar encosta acima), onde os cães, nos canis, ladravam e ganiam desesperados e já davam os primeiros sinais de alarme.
CONTINUA A DESCER E A LAVRAR IMPARÁVEL MAS QUASE NUM RELÂMPAGO VAI SUBIR E SURPREENDER OS BOMBEIROS
Quatro
bombeiros foram surpreendidos pelas chamas, quando se posicionavam junto das
suas viaturas para evitar que o incêndio galgasse a estrada mas as chamas eram
ciclópicas e rapidamente passaram sobre eles - Tendo dois dos quais
sofrido fortes queimaduras - Do ponto onde nos encontrávamos, ficamos com
a impressão que havia mais viaturas estacionadas no mesmo troço da
estrada - Inclusivamente na curva do Miradouro - De resto, as
imagens assim o confirmam.
Pelos vistos, mesmo assim, o acidente podia ser ainda mais grave. Temos a sequência das imagens: Estas algumas das que estávamos a registar naquele momento. Também fizemos vídeo mas o fumo era muito (tínhamos mato arder a escassos metros no Castro do Curral da Pedra à nossa esquerda) e a objetiva ficou apontada praticamente para os grossos novelos da fumaça, pelo que não o editamos. Contamos, porém, voltar a este assunto, logo que possível e com mais imagens
Nos dias em que o sol se ofuscou
"Terminou o inferno que nas últimas 70 horas devastou as paisagens de Almendra e Muxagata", diz o Blogue dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Foz Côa, Bombeiros Voluntários Vila Nova de Foz Côa referindo que foram vividas verdadeiras horas de esforço e sacrifício por parte dos mais de 100 Bombeiros que passaram pelos teatros de operações, culminando os trabalhos, pouco depois das 18 horas", ontem, dia 30.
Quinta da Barca -Margem esquerda do Côa - Mas o que está para lá da fumaça é inimaginável! - E foi ali que os Bombeiros Voluntários de V. N. de Foz Côa e outras corporações se entregaram numa luta sem tréguas.
Sim, mas não foi apenas um Inferno - Foram dois incêndios infernais, que atingiram várias freguesias, igualmente da forma mais devastadora – Estivemos no teatro das operações, numa das noites e num longo dia. Mas só agora nos foi possível editar esta postagem, pois, o incêndio que atingiu os arredores de Chãs, queimou os postes e as linhas de telefones, impedindo o acesso à internet. Os incêndios já foram dominados, mesmo assim fazemo-lo ainda de coração ferido por termos assistido a tanta devastação e ao enegrecimento absoluto de paisagens que nos eram muito amadas e muito queridas
OFERECEM-SE 12 MIL MILHÕES À BANCA USURÁRIA - TODAVIA, ESQUECEM-SE AS CORPORAÇÕES DOS BOMBEIROS - ESPERANDO QUE TIMOR LESTE NOS ENVIE A SUA ESMOLA
De facto,
Portugal está arder em variadíssimos pontos de Norte Sul - O ano foi chuvoso e
uma vez mais não se apostou na prevenção. Os apoios aos bombeiros
foram drasticamente reduzidos. No entanto, a banca recebeu 12 mil
milhões de euros - E para quê?.... Para fechar lojas e despedir funcionários
aos milhares. Depois, lá têm que os bombeiros estender a mão à caridade ou
esperar que Timor nos envie uma esmolaTimor-Leste dá um milhão de dólares a
Portugal por causa ..
3000 MIL HECTARES DEVASTADOS E QUEIMADURAS GRAVES EM QUATRO BOMBEIROS - Segundo nos foi dado apurar
Durante esta semana, dois incêndios de grandes proporções devastaram as margens do Côa e Ribeira dos Piscos ou da Centieira (nome que toma desde a Quinta da Canameira aos Areais) , no concelho de V.N. de Foz Côa, envolvendo uma centena de bombeiros das corporações do Distrito da Guarda, Viseu e Lisboa, calculando-se que tenham destruído 3000 hectares de mato, em zonas protegidas e de floresta, queimando também vasta áreas de cultivo, de oliveiras, amendoeiras, figueiras e valados de vinha nas freguesias de Almendra e Santa Comba, Muxagata e Chãs, -- Salvo uma casa, atulhada de lenha, em Tomadias, anexa de Santa Comba, não houve habitações em risco mas quatro bombeiros da Corporação de Famalicão da Serra, sofreram fortes queimaduras quando combatiam o incêndio, nos arredores de Chãs.
Os 4 operacionais, que se encontravam posicionados junto das suas viaturas, com vista a combater o incêndio que alastrava na Mancheia e Fraga alta, com origem na Ribeira dos Piscos, foram impotentes para travar as chamas, que, repentinamente galgaram a estrada e passaram para a margem superior, lavrando ladeira acima. Tendo dois deles sido helitransportados para unidades de queimados com prognósticos reservados
"Ó MALTA! VAMOS EMBORA!"
No momento em que registámos este vídeo, fora dada a ordem de retirada do local
O PINHAL DA RAPOSA ERA INCONTROLÁVEL MAS DEPOIS EM MATO RASTEIRO O FOGO DISPERSOU-SE POR PEQUENOS FOCOS E PODIA SER CONTROLADO
DIAS DE LABAREDAS, QUE NÃO SERÃO FÁCEIS DE ESQUECER
Manhã de Quinta-feira de sol de fogo e de nuvens negras que transportavam o rasto das chamas e a devastação -- Depois do incêndio ter queimado extensas margens da Ribeira dos Piscos, evoluiu pela canada de uns dos ribeiros acima: lavrando pelo fundo da canada e das encostas, atingindo vinhas, olivais e amendoais, devastando o Pinhal da Raposa e avançando sempre, atravessando o antigo caminho romano, estendendo a sua frente pelas Quebradas e Tambores. Templos dos Sol, Mancheia, Curral da Pedra, Fraga Alta, Vale Cheínho, por aí a fora. Conforme atrás referimos, no ataque estiveram envolvidos bombeiros do concelho de Sintra, Guarda e Viseu --Foi pena que se tivesse dado a infeliz circunstância de haver dois incêndios, atingindo enormes proporções e na mesma freguesia Os Bombeiros Voluntários de V.N. de Foz Côa, regressavam exaustos ao quartel depois de 72 horas seguidas no combate ao incêndio na Quinta da Barca .
A atuação dos Bombeiros de Sintra, a cuja corporação esteve entregue o comando das operações, não queremos com isto dizer que não procurassem dar o seu melhor, sim, vimo-los também correr os seus riscos, mas não nos pareceu a mais eficaz. Além do desconhecimento do terreno, houve alguma lentidão no combate inicial, foi decidido apenas combatê-lo com o recurso a água -- Enquanto as mangueiras deram para se estender, lá se foi impedindo o seu alastramento. A partir daí, abandonou-se a área e nem se quer houve o cuidado de o combater por outro acesso -- Embora houvesse dificuldade no acesso dos auto-tanques, sempre era mais fácil e rápido através de viaturas ligeiras , e quando se fez já era tarde demais
Acompanhamos de perto a operações e até chegamos a pegar em giestas para evitarmos o seu alastramento - Fizemo-lo, durante a noite e durante o dia em duas frentes. Só que o fogo - lavrando livremente - supera qualquer esforço humano. E, às vezes, pequenos contratempos ou hesitações, são o bastante para que as chamas não ofereçam a menor pontinha de trégua.
Compreendemos que não é fácil o exercício dos bombeiros, a maioria dos quais em regime de voluntariado, de abnegado esforço e sacrifício arriscando a vida em prol do interesse colectivo e sem qualquer tipo de gratificação. Porém, já nos interrogamos quanto à competência de quem comanda a nível médio ou superior. Quando, na qualidade de jornalista - e também de natural de Chãs - procuramos colocar algumas questões ao Comandante dos Bombeiros de Sintra, que se mostrou logo agastado apenas pelo facto de o questionarmos, disse-nos imediatamente que a sua preocupação eram as habitações. Eram as ordens que tinha. Sim, aceita-se a explicação. O pior é que, ao deixar arder o mato, as oliveiras figueiras e amendoeiras, quando se quer defender as habitações - e isso ia acontecendo com o cabanal das ovelhas do pastor José Júlio - viram-se em palpos de aranha. Foi preciso ajuda de um trator e de alguns civis. O incêndio foi estancado, já muito perto. E não fosse o alerta que demos por telemóvel (sim, no ponto onde nos encontrávamos víamos tudo) à Central dos Bombeiros de V. N. de Foz Côa, para alertarem as operações no terreno do riscos que existiam, lá ia o pombal e o modesto cabanal - O vídeo seguinte regista o momento em que as chamas lavravam na sua direção.
Além disso, há os acidentes pessoais .E podiam ter sido evitados, se o combate às chamas fosse travado quando ardiam simples arbustos e havia caminho para o deter. Foi pena os bombeiros de Foz Côa não terem estado ali e não poderem acudir a todo o lado. Já os vimos nos Tambores e observamos como pronta e mais eficaz foi a sua acção. Não salvaram tudo mas não deixaram arder totalmente aquele maciço. Isto porque, ou traziam a água às costas ou apagavam o incêndio com umas pás de terra ou por abafamento - batedores. E, para o efeito, até umas giestas servem - De resto, foi o que ali chegamos a fazer para evitar o seu alastramento . Mas fomos impotentes porque à nossa volta estávamos sós. Ardeu mato mas também muita vida selvagem