Era já quase meio-dia, quando o coração do Porto, que, ao longo da manhã parecia aprisionado por um certo turpor húmido e cinzento, a lembrar mais o Outono que o Verão, recebia finalmente uma lufada de alegria e de irreverência, pelas quase duas centenas de pessoas mobilizadas pela Associação “Foz Côa Friendes, que ali foram reclamar a reabertura do troço Pocinho Barca D’Alva.
Depois de, há coisa de dois meses, haverem partido do Pocinho à foz do Côa (palmilhando os 8 km dos cerca de 28, que se encontram completamente destroçados e inactivos desde há 24 anos), como forma de chamarem atenção de protocolos e meras promessas dos governantes, que até hoje não foram além de palavras, sim, não resignados a que tão importante ligação, com Espanha, continue inactiva e adiada, intensificaram a sua luta: foram mesmo ao centro da cidade mais populosa do Norte. Meteram-se no comboio até ao Porto! - «Se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha».
Ante os olhares surpresos de quem passava, lá foram desfilando, pela avenida mais emblemática da invicta cidade, tranquilamente mas determinados e firmes, os inconformados lutadores Fozcoa Friendes, pugnando pelo seu concelho e a sua região. – Fazendo ouvir a sua voz através dos cantares do povo, de forma visível mas ordeira. Em vez da confusão e do ruído que caracterizam as habituais manifestações, marcaram o seu protesto de maneira bem diferente, passando a sua mensagem, através de megafone em punho, distribuindo planfletos e ostentando cartazes: nunca se excederam senão na espontaneidade de um salutar espírito de convivência, reclamando e fazendo valer as suas razões de forma pacifica: - simpática e alegre, entremeada de danças e cantares, pelo Rancho Folclórico de Vila Nova de Foz Côa - Mas, plenos de entusiasmo e convicção, de quem está consciente de que as suas reivindicações são perfeitamente justas - Sem dúvida, que os seus promotores estão de parabéns, pois lograram que, desta vez, o eco das suas mais que imperiosas reclamações, encontrassem o destaque e a ressonância, desejadas, junto das televisões, rádios e jornais. E os apelos não caíssem no vazio[if gte mso 9]>
FOI PRECISO ACORDAR CEDINHO – A VIAGEM É MARAVILHOSA MAS LENTA – ANTES ASSIM QUE NÃO EXISTINDO A ANTIGA LINHA: PERMITE O TRANSPORTE E AO MENOS DÁ PARA CONTEMPLAR AS BELEZAS ÍMPARES DO RIO E DAS SUAS MARGENS – O QUE JÁ NÃO ACONTECE DO POCINHO A BARCA D’ALVA - SENÃO ATRAVÉS DA VIA FLUVIAL
De facto, a viagem começaria, bem cedo, na Estação do Pocinho, pelo aguerrido grupo de manifestantes, que tomou o comboio, com destino a Campanhã, e, dali, até São Bento, onde, rapidamente, se expandiu e engrossou, em termos de propósitos e de participantes, ao mesmo tempo que logo foi assumindo carácter de reencontro e de convívio, com aqueles que os esperavam ou dos que ali se iam juntar, vindos de vários pontos do país.
Manifestação no Porto para exigir reabertura da linha Pocinho ..
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